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Mostrando postagens de 2021

A importância de nos tornarmos uma civilização multiplanetária, mas sem nos esquecermos de aprender a viver na Terra

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  Não considero um sonho irrealizável o homem vir a colonizar outros planetas criando comunidades fora da Terra. O saudoso físico  Stephen Hawking  (1942 – 2018) defendia a realização urgente dessa ideia num período de 100 anos, argumentando como justificativa evitar potenciais ameaças que seriam fatais para a civilização, a exemplo dos efeitos das mudanças climáticas, colisões com asteroides, possíveis epidemias e o excesso de população. No entanto, discordo que a nossa segunda "Arca de Noé", a princípio, esteja fora de casa. Pois considero que os problemas de relacionamento da humanidade com o meio ambiente, as guerras com uso de armas de destruição em massa e a nossa conduta diante das epidemias, a exemplo de como tem sido diante do enfrentamento da Covid-19, tratam-se de mazelas que se originam dentro do próprio ser humano. Ou seja, nós é que promovemos o atual  momento de risco , sendo certo que uma parcela significativa dessa responsabilidade pesa sobre os...

Ideologia identitária agride base da democracia liberal

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  Por Antonio Risério Para autor de "As Sinhás Pretas da Bahia", obsessão por diversidade pode levar a uma ditadura de representação herdeira do fascismo [resumo]   Transformação da ideia de diversidade em dogma nas últimas décadas levou a uma compreensão fraudulenta da história ocidental e a uma tentativa de reger a sociedade por meio de lógica de representação estatística, com cotas sexuais ou raciais. Esse projeto de Estado identitário, herdeiro da organização corporativa do fascismo italiano, ameaça o modelo de democracia liberal. O cardápio contestador  dos “sixties” foi variadíssimo. Havia tanta coisa em jogo, que a única definição possível era falar da contracultura e do  Maio de 1968 como espaços da manifestação do múltiplo e do diverso. E foi justamente por aí que veio a palavrinha mágica, diversidade, emergindo “a posteriore” como denominador comum do repertório do final daquela década —porém não mais como definição ou classificação ocasionais, e sim como ideolo...

Nietsche, Socialismo, Capitalismo e Burguesia

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  NIETZSCHE, como bom "transvalorizador de todos os valores" criticou a política como “lamentável palavrório feito de política e egoísmo dos povos”. Nietzsche não acredita no Estado, na política ou na democracia. Seu ideal é o homem superar a si mesmo. "Além-Homem". Sobre o socialismo ele disse: “Existem alguns que pregam minha doutrina de vida, mas ao mesmo tempo pregam igualdade. Não desejo ser confundido com esses pregadores de igualdade, pois dentro de mim a justiça diz: os homens não não iguais; nosso desejo é possuir nada em comum. Vós ó pregadores de igualdade, a tirania insana da impotência clama assim de vosso interior por igualdade. A natureza odeia a igualdade, ela ama a diferenciação dos indivíduos, das classes e das espécies. O socialismo é antibiológico; o processo da evolução implica na utilização da espécie, classe, raça ou indivíduo inferior pelo que lhe é superior. A vida é exploração e subsiste de outra vida; os peixes grandes comem os pequenos ...
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  Partidos temem Bolsonaro mais autoritário após 7 de Setembro, e aliados tentam moderar discurso Receio de líderes políticos é que eventuais ruas cheias acabem legitimando declarações golpistas Entre auxiliares no Palácio do Planalto, há o temor de que o discurso do presidente, normalmente feito de improviso, seja inflamado diante das ruas cheias. (Folha SP, 29/08/2021) * * * A turba ensandecida pode precipitar em muito a situação e derramar o caldo que talvez nem o presidente queira mesmo derramar, já que não o vejo com todas as bases para se manter em uma quebra de normalidade democrática. Nem todos generais são inconsequentes. Por outro lado, talvez o presidente tenha medo do efeito sincero Trump, que declarou a seus apoiadores que tinha sido vacinado e foi fragorosamente vaiado.

Diário de bordo de uma ativista

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Por Flávia Fróes* ( Facebook , em 30/06/2021) Manhã fria na capital do sangue quente.  Apressada,  embarco no carro do aplicativo de transporte. O motorista segue rumo ao aeroporto comentando a notícia da rádio de que a Itália hoje decretou o fim da obrigatoriedade do uso de máscaras em razão do controle da pandemia da Covid-19. Dizia ele que por aqui ainda amarguraremos muitas mortes em razão da péssima administração federal no controle epidemiológico. Conto a ele a razão da minha viagem : a assinatura da unificação de todos os pedidos de impeachment contra Bolsonaro. Com um suspiro ele deseja sorte na empreitada.  Me despeço feliz e sigo refletindo sobre o mesmo desejo de bom ânimo que recebi na véspera das vendedoras da loja de sapatos e de roupas onde estive à noite e comentei sobre a missão de hoje. Por toda parte cresce a esperança em tempos melhores, com o necessário e urgente afastamento do genocida que preside o Brasil.  Com o escândalo do vacinoduto e a tri...

Dilemas: CPI da Covid, Renan e Randolfe

  O DILEMA (proposto por mim) DE RENAN CENA 1. A POLÍCIA FEDERAL realizou em 28 de maio deste ano, operação para investigar desvios de recursos públicos que eram para serem usados no combate à pandemia em SERGIPE E ALAGOAS.  Os crimes investigados teriam acontecido em 2020, causando um prejuízo de R$ 1.071.221,90 ao Fundo Nacional de Saúde. CENA 2, O MPF-AL (Ministério Público Federal de Alagoas) está apurando os gastos do governo de Renan Filho (MDB) no combate à pandemia de covid-19. O procedimento administrativo de acompanhamento de políticas pública foi instaurado em junho de 2020 e encaminhado ao Senado na última semana. CENA 3. Após operação policial em Manaus, CPI decide antecipar depoimento de governador do Amazonas. O presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD) é de Manaus.  PERGUNTA E DILEMA . Ranan Pai estaria disposto a apoiar pelo menos um convite ao seu filho, Renan Filho, para depor na CPI? P.S. eu acho que não, melhor culpar só o presidente que tá de bom ...

EXÍLIO FORÇADO

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  Albert Camus publicou A peste , em 1947, oferecendo à posteridade uma metáfora absolutamente instigante da condição humana. Seu livro, como alegoria, está carregado de verdades cuja raiz mais profunda é o desafio da vida humana no planeta e, ainda mais, o desafio de fazer do planeta uma casa para o ser humano. A peste é, nesse caso, uma ameaça e um exílio. Esse pode ser considerado o eixo central da obra, cujos relatos de mortes e medos remetem ao exílio existencial, metafísico e social. Trata-se daquele estranhamento vivido por Meursault no seu livro anterior, O estrangeiro: “Ah, o senhor não é daqui?” .  O exílio é a perda do mundo , o deslocamento, o desenraizamento, a falta de referências, a crise de fundamentos e suas consequências práticas: a falta de expectativa, a ruína da esperança, o colapso do interesse, a ausência de pertencimento. Não é por acaso que o móvel dessa perda de raiz é uma peste: uma doença contagiosa anula aquilo que nos qualifica como seres humanos,...

TodEs a PostEs!

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  "Tenho dúvidas da relação entre as palavras de gênero neutro e a igualdade"   Em “Não Perca o Seu Latim”, Paulo Rónai conta a história do imperador Sigismundo, que no Concílio de Constança se enganou no gênero de uma palavra e ordenou que, dali em diante, a palavra passasse a ter aquele novo gênero. Um monge considerou a ideia absurda e contestou, celebremente: “Caesar non supra grammaticos”, que significa “o imperador não está acima dos gramáticos”, ou seja, não manda na gramática. Em princípio, o monge tem razão: ninguém manda na gramática, nem mesmo um imperador. No entanto, o Liceu Franco-Brasileiro, do Rio de Janeiro, resolveu tentar, e dirigiu-se aos estudantes com a saudação “querides alunes”, por “respeito à diversidade e à inclusão”. Eu sou daquelas pessoas que acreditam ser possível respeitar a diversidade e a inclusão em português. Ao que parece, é uma crença absurda e reacionária: a língua portuguesa só deixa de discriminar se as palavras acabarem em ...

Qual será o avanço ético da humanidade neste século XXI?

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  Em meus quase 45 anos de idade, ainda não tive o mesmo tempo de vida nestas duas décadas do século atual do que as 23 últimas translações solares do milênio anterior. Porém, todos os que passamos de 2000, ainda com uma idade suficiente para saber ler e escrever, já podemos nos considerar testemunhas oculares de uma história pouco produtiva. A meu ver, a humanidade teve consideráveis avanços éticos durante a segunda metade do século XX, após o fim da 2ª Guerra Mundial de modo que os anos 90 foram o resultado das inúmeras iniciativas que tentaram incansavelmente promover a paz entre as nações, os direitos humanos, a proteção do meio ambiente e uma adequação das políticas de bem estar social às necessidades do mercado pela liberalização da economia.  Apesar de termos iniciado aquela década com o Kwait invadido pelas tropas do ditador iraquiano Saddam Hussein (1937-2006), tal fato pode ser considerado atípico assim como foi o conflito em Kosovo. Pois não seria exagero afirmar qu...

Sorria, sua privacidade acabou!

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  MUITO se discute hoje o papel das empresas de tecnologia que acabaram com nossa privacidade. Livros estão sendo escritos, como "Dez Argumentos Para Você Deletar Agora Suas Redes Sociais " , de Jaron Lanier, considerado o pai da realidade virtual. Lanier não possui redes sociais e explica porquê: "Evito as redes sociais pela mesma razão que evito as drogas" . Somos hoje regidos pelos "algorítimos"; eles nos controlam e modificam nossos comportamentos sem nem mesmo percebermos.  No  recente lançamento, "Privacidade é Poder ",  Carissa Véliz discute  ética do mundo digital. Abaixo, reproduzo partes da matéria do jornal A Folha de São Paulo que entrevistou a autora.  * * * * * * * * *   “Se os carteiros lessem nossas cartas da maneira que o Gmail faz, iriam para a cadeia”, escreve. O poder econômico das big techs é facilmente conversível em poder político, e a ascensão e queda de Donald Trump está aí de exemplo. Essa simbiose deve muito ao 11 de ...