Chega de eleger esses espinheiros!


 

"Certo dia as árvores saíram para ungir um rei para si. Disseram à oliveira: 'Seja o nosso rei!' A oliveira, porém, respondeu: 'Deveria eu renunciar ao meu azeite, com o qual se presta honra aos deuses e aos homens, para dominar sobre as árvores?' Então as árvores disseram à figueira: 'Venha ser o nosso rei!' A figueira, porém, respondeu: 'Deveria eu renunciar ao meu fruto saboroso e doce, para dominar sobre as árvores?' Depois as árvores disseram à videira: 'Venha ser o nosso rei!' A videira, porém, respondeu: 'Deveria eu renunciar ao meu vinho, que alegra os deuses e os homens, para ter domínio sobre as árvores?' Finalmente todas as árvores disseram ao espinheiro: 'Venha ser o nosso rei!' O espinheiro disse às árvores: 'Se querem realmente ungir-me rei sobre vocês, venham abrigar-se à minha sombra; do contrário, sairá fogo do espinheiro e consumirá os cedros do Líbano!'" (Juízes 9:8-15; NVI)

A passagem bíblica acima citada refere-se ao Apólogo de Jotão e relata uma situação de luta pelo poder que aconteceu na história do povo israelita, quando aquela nação, passivamente, havia permitido que um homem perverso chamado de Abimeleque reinasse sobre o país.

Muitas vezes reclamamos dos políticos que governam ou legislam em nome da população brasileira. Contudo, consentimos que eles sejam eleitos e ainda reeleitos, o que acaba sendo muito pior. Pois assim como o espinheiro mentiu prometendo sombra, mesmo sendo uma árvore baixa, não raramente caímos nas lábias desses mentirosos oportunistas, os quais oferecem coisas que jamais poderão ser concretizadas.

Mas por que elegemos sempre o espinheiro ao invés da oliveira, da figueira ou da videira?!

Será a ingenuidade? O medo? Ou porque somos de alguma maneira coniventes com essa corja de corruptos aceitando argumentos do tipo "ele rouba mas faz"?

Caramba! Será que o eleitor do PT não consegue ver os podres de Lula e Dilma como os desvios de dinheiro do caso do "Mensalão" e agora esse escândalo na Petrobrás?!

Desde o ano de 2010, tenho acompanhado a luta de uma mulher cristã que, pela segunda vez consecutiva, está candidatando-se à Presidência da República. De Norte a Sul, Marina Silva tem percorrido o país expondo as suas propostas num curtíssimo tempo de televisão. Porém, naquelas eleições, o brasileiro nem ao menos lhe deu a chance de disputar o segundo turno e ainda houve evangélicos que a difamaram injustamente. Já dessa vez, ela se encontra melhor colocada nas pesquisas, mas precisará muito do nosso apoio para chegar lá.

Não sou contra que os crentes verdadeiros (aqueles que de fato seguem a Cristo) coloquem seus nomes à disposição para disputarem cargos eletivos. Penso que, se for da vontade de Deus, a eleição de uma pessoa íntegra pode até cumprir um propósito bem significativo, mesmo que seja apenas durante um período na história. Todavia, o que não se pode fazer é sermos omissos a ponto de permitirmos a ascensão do "espinheiro" ao poder. Ainda mais se vivemos dentro de um regime democrático em que temos direito de votar e dar nossas opiniões.

Desejo que a população brasileira fique mais atenta contra a demagogia dos que hoje se encontram no poder e que sejamos capazes de expulsar com o voto todo político espinheiro.

Comentários

Levi B. Santos disse…
O problema é que nunca houve um que chegou ao poder, para lá não se corromper. De Deodoro da Fonseca até hoje todos querem se locupletar. Esse famoso VERBO não é defectivo. Para quem se alimenta do PODER, esse verbo deve ser conjugado em todas as pessoas do presente do indicativo.

O verbo LOCUPLETAR nunca esteve tão em voga, como nos dias atuais. (rsrs)

Levi B. Santos disse…
"Nas nações supostamente democráticas, muito se tem debatido sobre ética na política. Aqui nas terras de D. João VI a vivência demonstra com tons fortes que os conselhos de ética em política ao invés de lutarem pela transparência de suas ações, caminham mais no sentido de abafar os delitos cometidos por seus próprios membros.

O cientista político, Noberto Bobbio (falecido em 2004) foi de longe quem mais se aprofundou no estudo nas relações da moral com a política. Ele diz no seu livro “Elogio da Serenidade” (página 50) que, “o problema das relações entre ética e política é mais grave porque a experiência histórica mostrou, que o político pode se comportar de modo diferente da moral comum, que um ato ilícito em moral pode ser considerado e apreciado como lícito em política, em suma, que a política obedece a um código de regras ou sistema normativo que não se coaduna, e em parte é incompatível com o código de regras ou sistema normativo de conduta moral”.

Mais adiante (na página 90) o cientista político italiano, afirma: “Não há esfera política sem conflitos. Ninguém pode esperar levar a melhor num conflito sem recorrer à arte do fingimento, do engano, do mascaramento das próprias intenções. A “finta”, o “mentir” fazem parte da suprema estratégia para enganar o adversário. Não há política sem o uso do segredo. O segredo não só tolera como exige a mentira. Ficar preso ao segredo significa ter o dever de não revelá-lo, o dever de não revelá-lo implica o dever de mentir”.

Segundo Bobbio, a tradicional máxima Salus Rei Publicae Suprema Lex – a ‘Salvação do Estado é a Lei suprema’, se explica dessa maneira: “A separação entre a moral política nasce do fato de que a conduta política é guiada pela máxima de que ‘os fins justificam os meios’. Nesse caso, o bem público, o bem comum ou coletivo é tão superior ao bem do indivíduo, que acaba por justificar a violação das regras morais fundamentais que valem para os indivíduos”.


Constantino, um exemplo de cristão político “nota dez” do nosso tempo, mudou as diretrizes de Cristo, reforçou de forma inteligente o seu poder, tanto é, que atenuou a crise do Estado com a colaboração da “santa igreja”, realizando àquilo que Cristo não conseguira: premiar os apóstolos ainda nessa frágil vida terrena, alçando-os aos mais altos cargos do império (consulados, prefeitura de Roma, Prefeitura do Pretório).

Pablo Henrique de Jesus, em sua tese de mestrado que versou sobre “A Cisão Entre Ética e Política na Filosofia de Hannah Arendt” , assim escreveu:

“A política, e considerando junto com ela todas as referências conceituais que lhe competem, é um fenômeno estritamente mundano, ao passo que a ética pode-se dizer, considerada estritamente na relação de seus princípios fundamentais, é um evento que de toda sorte compete exclusivamente à vida interna da consciência. [...] É aí que se situa, pode-se dizer, o motivo principal da cisão entre a vida ética e a vida política do ser humano”.

Maquiavel, na sua maior obra, “O Príncipe”, já dava a entender que, “o objetivo principal de um político, não é apenas conquistar o poder político do Estado, mas se manter lá, a qualquer custo, não importa o que ele tenha que fazer para se manter lá no poder”. [ Trechos do ensaio publicado no "Ensaios & Prosas" em Julho de 2011]
Levi B. Santos disse…
Se no trecho acima, incorri em alguma inverdade, me corrijam.
Levi B. Santos disse…
Leandro Hassoum ― Um dos maiores comediantes da atualidade, já levou 8 milhões de pessoas ao cinema. No filme “Candidato Honesto” (2014) ele faz o papel de um candidato a presidência da república. No segundo turno das eleições quando está a frente nas pesquisas recebe uma mandinga da avó, fazendo com que ele não possa mais mentir.

Aí ele responde atarantado diante da avó:

“Agora começa o problema, vó, como vencer uma eleição falando apenas a verdade?”

Na Revista VEJA de hoje, ele dá uma entrevista. Em resposta à última pergunta sobre o que aconteceria se os atuais candidatos a presidente resolvessem só falar a verdade, ele diz :

“ a gente ri, mas é triste. Não haveria eleição se todos dissessem a verdade”.

E aí, quem contesta o humorista???
Se eu chegasse ao poder, tenho certeza de que não sairia de lá limpo. Se no meu cotidiano sou capaz de cometer erros com as pessoas e com Deus, como não falharia governando um país ou mesmo uma cidade? Na prática, quando se entra lá dentro, muitas das idealizações do candidato caem por terra. De qualquer modo, deve-se buscar a promoção da justiça e manter a integridade. E, se perdermos essa esperança, deixaremos de acreditar no Brasil, não é mesmo? Eu ainda não desisti do meu país!
Penso que um dos motivos do segredo existir é o fato de que a grande maioria dos eleitores não compreende a política. Posso de algum modo compará-la com as "doutrinas secretas" das religiões antigas que eram transmitidas apenas aos "iniciados" em que havia um discurso para as massas e outro para um seleto grupo.

Entretanto, eis que a informação e suas tecnologias hoje têm mudado as coisas no mundo. E, quanto mais educado o cidadão, mais ele pode acompanhar a política e fazer uma leitura dos fatos não se conformando com qualquer tipo de resposta ou justificativa. Ou seja, os sofismas vão sendo desacreditados.

Mas ainda estamos bem longe disso, não é mesmo?! Logo, eis que o maquiavelismo e suas práticas tendem a permanecer por muitas décadas ainda sendo que o controle social continuará sendo feito por poucos dentro de uma sociedade alienada. Alienada, mas que pode ser despertada por alguns ventos quando sofram sobre ela fazendo as pessoas se identificarem.

Curiosamente, as pesquisas de opinião nos últimos meses repetiram uma pergunta e obtiveram respostas semelhantes. Os institutos queriam saber do eleitor se, nesta eleição para presidente, queria mudanças ou manter a situação governamental atual. Em todos os casos a resposta foi que as desejavam mudanças, cerca de 72%. Entretanto, Dilma tem ampliado sua vantagem, alcançando já algo em torno de 40% de intenções de voto.

Ora, será que algumas dessas afirmativas de especialistas caem por terra?

Como pode Dilma liderar apesar de 72% quererem mudanças e a avaliação do governo ser sofrível?

Na verdade, o que ocorre é que a percepção do eleitor acerca da economia está sendo satisfatória mesmo com o Brasil hoje desacelerando o seu crescimento. E aí, como ensina o cientista político César Maia, candidato ao senado pelo DEM-RJ,

"a economia para fins eleitorais não se traduz em siglas, ou questões fiscais, ou cambiais ou financeiras. Certamente estas terão repercussões para o eleitor no próximo governo. Mas neste, a “economia” que importa é a economia do bolso, em curto prazo, ou seja, emprego e renda. E estas, à custa de malabarismo proto-keynesianos se mantêm, transferindo a conta para 2015."

Assim sendo, dá para entendermos como Dilma e o PT estão conseguindo hoje se manter. Pois, se em 1998, FHC reelegeu-se graças ao medo que se tinha da volta da inflação, hoje é o temor de perda do emprego (e um pouco dos benefícios assistenciais do governo) que mantêm milhões cativos.

Bem maquiavélica essa política, não?!
Ainda não vi o filme e espero assisti-lo quando já estiver disponível nas locadoras ou na TV.

Bem, eu não contesto o humorista e acho até que muitos preferem ser enganados mesmo. Preferem acreditar nas ameaças de fogo consumindo os cedros e que o espinheiro lhes dará alguma sombra. Ou seja, por razões de covardia e comodismo o eleitor dificilmente ousa uma mudança. Esta só é tentada hoje em dia quando surge a percepção de que a casa está mesmo caindo.
Levi B. Santos disse…
Parece que está tudo maquiavelicamente combinado, Rodrigo.

O TSE, sob a presidência de Dias Tófolli, acaba de conceder a Dilma direito de resposta na revista VEJA (com manchete na Capa) que chega as bancas no dia 04 de outubro ― véspera da eleição (primeiro turno).

O presidente do TSE, Dias Toffoli, concordou:

"(...) Não é permitido ir para a calúnia (...) Não há manifestação de comprovação desses fatos. De tal sorte que realmente [a reportagem de Veja] transbordou para a ofensa".

Depois desse blábláblá da alta corte, só queria entender porque o TSE anda fazendo vista grossa para as calúnias e golpes baixos que Dilma vem distribuindo acintosamente para destruir Marina. (rsrs)


Levi B. Santos disse…
"Se o PT explorar a decisão do TSE em seu programa de TV, o conjunto da mídia partidarizada – agora, pró Marina Silva – chegará a um eventual segundo turno com credibilidade ainda menor. A campanha de Dilma, pois, precisa divulgar intensamente essa condenação que Veja sofreu e as que ainda irá sofrer até o fim de outubro, se houver segundo turno."

Vide Link:

http://www.brasil247.com/pt/247/artigos/155035/Ironia-das-ironias-Veja-pode-ajudar-Dilma-a-vencer-a-elei%C3%A7%C3%A3o.htm
Assim caminha a unanimidade, digo a humanidade...

Com um bando de ministros indicados pelo PT, o que esperar das decisões do nosso pretório excelso agora sem o rebelde Joaquim Barbosa? Mas o eleitor comum por acaso compreende isso?!

Nunca é descartável que a madame consiga vencer direto num primeiro turno. E isso representaria o pior desempenho da oposição desde 2006 sendo que o PT sabe muito bem da igualdade de tempo de TV no segundo turno com dez minutos para cada candidata e mais o evidente apoio de Aécio a Marina.

Faltando poucos dias para as eleições, esse seria o momento de nós marineiros consolidarmos as intenções de voto no 40. Já nem me importo tanto com o crescimento do Aécio que, se sair bem votado, somará com mais força depois. Porém, quer Marina vença ou não só o fato da menina ir pro segundo turno já representaria uma enorme vitória e a chance de termos um nome para 2018 quando o PT também precisará de um candidato e já deverá estar bem desgastado com as possíveis consequências na economia. Mas a maior preocupação minha é com as reformas que esse partido pretende fazer no país e poderá ir além com uma nova Assembleia Constituinte. E já estão avisando que a reforma vai ocorrer.

Ora, será que o eleitor de Dilma tem a consciência do que significará a reeleição da madame?! Pena que a oposição tem se calado pois deveria estar explorando sem medo um argumento contrário à Assembleia Constituinte, coisa que o PT está forjando com suas entidades aparelhadas.
Eduardo Medeiros disse…
Levi e Rodrigo.

Diante dessas constatações expostas, vale a pena se empenhar em tirar o PT do poder? Ganhando Marina, não estará ela própria presa a essa Roda Viva inescapável tão bem exposto pelo Bobbio?

Mas não dá pra aquentar mais 4, quem sabe, mais 8 anos de governo petista, principalmente pelo avanço do autoritarismo desse governo, que se apoiará no populismo de suas ações sociais (necessárias, reconheço, mas usadas como cabestro).

Até a volta do PSDB seria menos pior do que mais 12 anos de PT.
Eu também vejo benefícios caso o PSDB volte sendo óbvio que Aécio também estará condicionado a inúmeras outras coisas que vão limitar seu governo como pagar seus compromissos de campanha com outros políticos, nomear para os ministérios e estatais pessoas ligadas aos partidos mais representativos no Congresso Nacional, os rumos da própria economia (inclui-se aí a dependência ao capital financeiro) e ainda a impossibilidade de executar tudo que hoje está prometendo.

Neste momento, Aécio se mostra em parte recuperado pelo que já se mostra estável com chances de ainda crescer um pouco mais tirando Marina do segundo turno. Só que, se o tucano for disputar com Dilma, não será bom. Teremos aí menos chances de tirar o PT pois muitos votos que são da Marina não se compatibilizariam com Aécio. Ou seja, nem todo eleitor da candidata do PSB seria necessariamente um anti-PT. E tem ainda a memória das pessoas idosas e de meia idade quanto aos erros dos tucanos na era FHC a exemplo do arrocho neoliberal. Logo, há que se ponderar acerca da rejeição do PSDB que é a maior de todos as três candidaturas principais no cenário nacional.

Assim sendo, voto em Marina considerando-a sim como o "voto útil para tirar o PT", não o Aécio. Este, se por acaso for para o segundo turno, seria o eu candidato obviamente.
Sendo acontecimento provável a reeleição de Dilma, quem melhor pode impedir o avanço do totalitarismo petista seria o Congresso. Neste sentido, termos no Congresso deputados e senadores de oposição comprometidos com os princípios constitucionais é o que evitaria a aprovação de reformas anti-democráticas numa possível Assembleia Constituinte.

Por este motivo, vale a pena apoiar o nome de César Maia (DEM) para senador aqui no RJ já que o ex-jogador Romário (PSB), mesmo sendo do partido da Marina, pode muito bem ficar do lado do governo Dilma não se posicionando como deveria diante de uma PEC que, por exemplo, pretenda permitir sucessivas reeleições.

Atualmente o que dificulta o PT a aprovar seus projetos seria o fato de termos um Congresso de base peemedebista. Embora o PMDB seja um partido aliado do governo, seus parlamentares não são burros a ponto de se desfazerem da galinha dos ovos de ouro pois sabem que a dependência do Palácio do Planalto deles faz com que a presidente precise negociar, nomeá-los para os ministérios, direcionar certas licitações, ajudar com projetos/programas determinados estados e municípios, etc. Só que esses caras têm um preço e basta primeiro o governo comprar a aprovação de uma consulta popular, depois abrir a Assembleia Constituinte e, enfim, aprovar suas propostas com um quórum menor do que se fosse mudar a Carta Política do país através de PECs.

Portanto, neste momento, mais importa é termos um Congresso com parlamentares capazes de resistir às pretensões totalitárias do PT e construirmos um nome forte de oposição na campanha para a Presidência mesmo que Marina só seja eleita em 2018 e precise tentar mais uma vez como fizera Lula quando perdeu em 1989, 1994 e 1998 até vencer o PSDB em 2002.