O legado tucano em São Paulo




Por Floriano Pesaro*

A eleição do saudoso Mario Covas (1930-2001) ao governo estadual, em 1994, iniciou a liderança do PSDB para o bem de todos os paulistas. Ele herdou um Estado com sérios problemas fiscais, baixíssima capacidade de investimento, obras paradas e políticas públicas em desmonte.

Diante desse desafio, não hesitou em fazer o que precisava ser feito e promoveu um responsável ajuste das contas públicas.

Em razão das dificuldades que todo ajuste causa, a disputa pela reeleição foi duríssima, e ele quase ficou de fora do segundo turno. A população reconheceu seu trabalho de saneamento das finanças e conferiu a Mario Covas uma vitória consagradora.

Dessa forma, não se permitiu descansar e deu continuidade a uma série de políticas públicas pioneiras, como os restaurantes Bom Prato, hoje com mais de 50 unidades, e o Poupatempo, referência em bom atendimento aos cidadãos em 71 unidades por todo o Estado.

Com o falecimento de Covas, Geraldo Alckmin assumiu o leme do Estado em 2001 e, com pulso firme e humildade características, deu continuidade ao legado de seu mentor e imprimiu a marca da estabilidade na política estadual.

Durante os seus outros três mandatos —de 2002 a 2006 e de 2010 até os nossos dias—, Alckmin deu impulso à construção e expansão de uma série de políticas públicas bem-sucedidas nas mais diversas áreas.

No interregno em que Alckmin deixou o governo para dar sua contribuição como candidato à Presidência da República, em 2006, São Paulo contou com a experiência e a competência de José Serra no comando do governo, imprimindo sua marca de boa gestão e inovação nas políticas.

Tal continuidade administrativa, aliada à experiência desses três grandes líderes, rendeu excelentes frutos para São Paulo.

Na segurança pública, Geraldo Alckmin segue com mão firme o combate à criminalidade. O Estado tem o menor nível de homicídios do país e abriga 10 dos 20 municípios mais seguros, com investimentos de mais de R$ 800 milhões.

Já na educação, está vencendo o desafio da qualidade, sendo o único Estado a ocupar o topo do ranking do Ideb nos três ciclos: primeiro lugar no ensino fundamental 1 e ensino médio e segundo lugar no ensino fundamental 2. Além disso, São Paulo tem mais matrículas em suas Etecs (182 mil) que as escolas técnicas de todo o restante do país.

Com relação à saúde, concluímos dezenas de hospitais e realizamos políticas com excelentes resultados na diminuição da gravidez na adolescência; no combate ao câncer com a Rede Hebe Camargo e a criação do Instituto do Câncer; e no atendimento à população nos Ambulatórios de Especialidades (AMEs) e na rede de reabilitação Lucy Montoro.

Além disso, foi implantada a Lei Antifumo (Lei 13.541/2009), que proibiu o fumo em locais fechados e melhorou a qualidade de vida de fumantes e não fumantes.

Para a área do desenvolvimento social, pela qual nutro especial carinho por estar no atual comando da pasta, as conquistas têm sido notáveis: além do Bom Prato, já citado, ampliamos o programa Vivaleite, com mais de 80 milhões de litros distribuídos, e criamos o Programa Recomeço, com mais de 15 mil internações associadas à reinserção social de dependentes químicos, buscando tratar a questão das drogas como grave problema de saúde pública e não apenas de segurança.

Como se vê, São Paulo hoje colhe importantes e significativos resultados da gestão tucana no Estado, constituindo um relevante exemplo em termos de implantação democrática de políticas e boa governança pública. Este é um legado que precisa ser mantido e ampliado, e este é o modelo que queremos ver replicado no Brasil.


(*) Floriano Pesaro é deputado federal pelo PSDB e secretário de Estado de Desenvolvimento Social de São Paulo

OBS: Este artigo foi publicado originalmente na edição de 10 de dezembro de 2017, no jornal Folha de São Paulo, conforme consta em http://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2017/12/1942006-o-legado-tucano-em-sao-paulo.shtml

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