Nietsche, Socialismo, Capitalismo e Burguesia

 






NIETZSCHE, como bom "transvalorizador de todos os valores" criticou a política como “lamentável palavrório feito de política e egoísmo dos povos”.

Nietzsche não acredita no Estado, na política ou na democracia. Seu ideal é o homem superar a si mesmo. "Além-Homem".

Sobre o socialismo ele disse:
“Existem alguns que pregam minha doutrina de vida, mas ao mesmo tempo pregam igualdade. Não desejo ser confundido com esses pregadores de igualdade, pois dentro de mim a justiça diz: os homens não não iguais; nosso desejo é possuir nada em comum. Vós ó pregadores de igualdade, a tirania insana da impotência clama assim de vosso interior por igualdade. A natureza odeia a igualdade, ela ama a diferenciação dos indivíduos, das classes e das espécies. O socialismo é antibiológico; o processo da evolução implica na utilização da espécie, classe, raça ou indivíduo inferior pelo que lhe é superior. A vida é exploração e subsiste de outra vida; os peixes grandes comem os pequenos e essa é a história toda. O socialismo é inveja: eles desejam algo que outros têm"
E ainda,
"O socialismo é o fantasioso irmão mais jovem do quase decrépito despotismo, do qual quer herdar; suas aspirações são, portanto, no sentido mais profundo, reacionárias. Pois ele deseja uma plenitude de poder estatal como só a teve alguma vez o despotismo, e até mesmo supera todo o passado por aspirar ao aniquilamento formal do indivíduo...por isso prepara-se na surdina para dominar pelo pavor e inculca nas massas semicultas a palavra "justiça" como um prego na cabeça para despojá-las totalmente de seu entendimento.."
Sobre o capitalismo e a burguesia do seu tempo (tanto para os donos do capital quanto para a vida do burguês sem capital, do trabalho metódico e conservador) disse,
“De qualquer forma, o escravo é mais nobre do que seus senhores modernos — a burguesia. É um sinal de inferioridade da cultura do século dezenove o fato de que o homem de dinheiro seja objeto de veneração e inveja. Mas esses homens de negócios também são escravos; marionetes da rotina, vítimas dos negócios, não têm tempo para ideias novas; pensar é tabu entre eles, e as alegrias intelectuais estão fora de seu alcance. Daí sua inquietação e eterna busca pela “felicidade...”
e,
“Observem a loucura atual das nações que desejam produzir o mais possível e ser tão ricas quanto possível. No fim o homem torna-se um animal de rapina: atacam-se de emboscada; obtêm coisas uns dos outros colocando-se de espreita. Chamam isso de boa vizinhança. Atualmente a moralidade comercial não é senão um refinamento da moralidade pirata — comprar no mercado mais barato e vender no mais caro. E todos esses homens clamam pelo Laissez-faire, mas são exatamente esses homens que mais deveriam ser supervisionados e controlados. Talvez até mesmo um certo socialismo, por perigoso que seja, fosse justificado aqui"
Perguntei ao Nietzsche se ele escolheria Lula ou Bolsonaro e ele me disse com todas as letras: "Nem um, nem outro". (é, eu sei, a postagem podia ficar sem essa piada infame, mas perdoem-me, eu sou meio infame)
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Referências:
DURANT, Will. A Filosofia de Nietzsche. Rio de Janeiro: Tecnoprint, 1963
NIETSCHE, Friedrich, Humano, Demasiado Humano. Coleção Os Pensadores

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