Maio considerado como o mês da masturbação

 


Se você pensa que já viu de tudo nesta vida, talvez não saiba que existe um dia e também um mês inteiro dedicado à masturbação...


Isso mesmo! Trata-se de uma data que, há cerca de trinta anos atrás, teve por objetivo homenagear a médica Joycelyn Elders, ex-secretária de saúde dos EUA, a qual defendeu a inclusão do debate sobre autoprazer no programa de educação sexual escolar. No entanto, ela acabou demitida pelo então presidente Bill Clinton


Sem dúvida que a decisão de Clinton foi vista como hipocrisia por muita gente. Ainda mais ele que passou pela acusação de um escândalo de assédio sexual feita pela sua estagiária da Casa Branca. Porém, como a maioria dos políticos no mundo só pensa numa preservação medíocre da imagem, o presidente norte-americano cometeu uma das maiores injustiças em seu mandato.


Todavia, se algo assim ocorresse no Brasil atual, não creio que as reações dos conservadores seriam diferentes do que nos EUA de trinta anos atrás. Talvez veríamos algo até pior porque somos um povo ainda bem ignorante, com muito fanatismo religioso e preconceito, como se verifica nos recentes ataques à cantora Madonna (a mulher da foto) nas redes sociais.


De qualquer modo, uma parte da sociedade norte-americana, que é mais esclarecida sobre questões envolvendo a sexualidade, agiu em favor de Joycelyn Elders e daí surgiu o primeiro "Dia Nacional da Masturbação" em 7 de maio de 1995, depois que a loja varejista sexo-positivo Good Vibrations declarou o dia em homenagem à médica.


Logicamente que aqui a data não é oficial e causaria muitas controvérsias se algum parlamentar propusesse um projeto de lei para reconhecer o dia 07/05 (ou todo o mês de maio) dedicado à masturbação. Contudo, podemos afirmar que para muitos isso representaria um símbolo de sexualidade positiva (e saudável) num mundo onde o autoprazer feminino sempre foi reprimido e controlado durante séculos.


Nos tempos atuais, com o bolsonarismo ainda vivo no meio da sociedade, acredito que possa parecer um tiro no pé qualquer educador defender que os professores falem sobre masturbação com alunos, muito embora a educação sexual já tenha sido abordada em várias escolas desde, pelo menos, os anos 80. E, na época, a classe média brasileira mostrava-se até muito mais liberal do que hoje.


Curiosamente, nos anos 90, enquanto Madonna contrariou regras com suas coreografias expostas ao público em Like a Virgem e se deu bem (pois vendeu muitos CDs e DVDs), Joycelyn Elders acabou não tendo a mesma sorte e perdeu o cargo por usar apenas a razão. E aí acho que opiniões podem mexer muito mais com uma sociedade...

Comentários

Eduardo Medeiros disse…
A estagiária do Clinton não lhe acusou de assédio, ela estava adorando transar com o presidente mais poderosos do mundo. outras mulheres, talvez querendo auferir algum ganho, o acusou de assédio.
Edu, confesso que a minha memória não me permite recordar com a devida exatidão de todos os detalhes do caso Mônica versus Clinton embora sei que, a princípio, ambos teriam negado os fatos. Posteriormente, ela confessou que teve encontros sexuais com o presidente em nove ocasiões, de novembro de 1995 a março de 1997. Mas, com toda sinceridade, o que ambos fizeram com mútuo consentimento entre quatro paredes não é da nossa conta, exceto da primeira-dama Hillary Clinton que poderia ter deixado o marido...