Claudio Manoel
Humorista, roteirista, ator, diretor e membro do grupo Casseta & Planeta
Na semana passada, em Cudomundópolis do Mato Dentro, uma piada pesada, carregada de preconceitos, ultrapassou os limites do humor e do mau gosto e acabou atropelando um grupo de ativistas veganos fantasiados de filhotes de panda, causando inúmeras vítimas e deixando o mundo muito menos fofo.
Em outro episódio recente, um vazamento criminoso de piadas tóxicas contaminou o reservatório de água da pacata cidadezinha de Santa Rita de Calça, pondo em risco a vida de dezenas de bebezinhos que estavam na creche "Esquilinho Feliz e Antirracista".
Juntando a isso, as apreensões recentes de anedotas de alta periculosidade, com grande poder de destruição de valores morais e éticos, caso fossem detonadas, diversos especialistas lançam o alerta: a letalidade das facções de humoristas, principalmente o PCC (Primeiro Comando da Comédia) e o CV (Comediantes Verdadeiros) está longe de ser debelada.
Apesar de comemorar bons resultados, como o fechamento de algumas "bocas de piada" e a prisão de vários líderes de facção, a força-tarefa criada pelo Ministério da Verdade, Bom Gosto, Combate às Fake News e Tudo Que Não For Bacana (MVBGFNQIA+), sabe que ainda tem muito trabalho pela frente.
Os desafios são inúmeros e as dificuldades também. Um policial identitário, que não quis se identificar, declarou: "A gente é exposto, diariamente, a tudo que é tipo de material tóxico. Os criminosos fazem piada com tudo: minorias, doenças, preconceitos... a sociedade nem faz ideia do que a gente tem que lidar. Todo mundo só pode dormir tranquilo, seguro, sem medo, porque nós fazemos o trabalho sujo. Por isso estamos reivindicando o adicional de insalubridade".
Mas há quem ainda discorde dessa estratégia "punitivista" no combate às piadas de risco. "A criminalização de anedotas, chistes e afins, apesar de alegar boas intenções, trouxe também efeitos controversos", declara a profa. Agripina Inácia, socióloga e leitora de tarô da Unicamp de Campinas, uma das autoras do projeto que criou o "Estatuto da Piada". "Vários jovens se sentem atraídos por essa atividade marginal e os chamados 'clubes de comédia' clandestinos continuam proliferando. A solução não é prisão. É educação!", completou.
O fato é que, nas redes sociais e nos subterrâneos da internet, são cada vez mais frequentes os casos de jovens praticando o chamado "deep humor", alguns chegando até a fazer o duplo "L", o "LL", em alusão ao facínora comediante (que não citaremos o nome), que mesmo encarcerado em regime de stand-up fechado, virou uma espécie de mentor ou guru para certas mentes distorcidas.
Piadas matam! Feliz 1984.
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Por favor, GRANDE IRMÃO, não me venha aprisionar, eu só postei, quem escreveu foi o Casseta Manoel. Ah? Postar textos irônicos agora é crime? JURO QUE EU NÃO SABIA...
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