Dirigente da ONU reclama dos 'preços exorbitantes' da COP em Belém e desorganização: 'É insanidade e um insulto'
Nesta sexta (22), reunião entre governo brasileiro e autoridades da Convenção da ONU terminou com o anúncio de que apenas 47 dos 196 países garantiram acomodação em Belém
Após a reunião do governo brasileiro com o Bureau da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC) — órgão da ONU responsável pelas Conferências das Partes (COPs) — Juan Carlos Monterrey Gómez, o representante do Panamá e um dos vice-presidentes do Bureau, afirmou que é 'inaceitável fingir que está tudo bem enquanto as delegações enfrentam condições impossíveis'. Segundo ele, os problemas de hospedagem são uma "insanidade e um insulto".
Apesar do governo brasileiro ter afirmado, após a reunião, que todas as condições de hospedagem e segurança para a COP 30 estão asseguradas, o encontro foi definido como 'tenso', afirmou uma fonte ao GLOBO.
Depois da reunião, a terceira oficial do Bureau nos últimos dois meses, Goméz usou seu Linkedin para criticar a condução da presidência brasileira da COP 30. Ele escreveu que expôs "de forma clara a realidade da situação" de logística. Segundo ele, a presidência brasileira teria lhe respondido que ele não entende " as regras de procedimento, nem de diplomacia, que minhas palavras eram “inaceitáveis” e que a cidade-sede não seria transferida".
Por isso, Goméz respondeu:
"Mas o que é realmente inaceitável é fingir que está tudo bem enquanto as delegações enfrentam condições impossíveis".
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Sem dúvida, escolher um Estado abarcado pela floresta amazônica foi um gesto simbólico importante. Porém, esqueceram de levar em conta a realidade da estrutura do Estado, incapaz de absorver tanta gente ao mesmo tempo.
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Matéria publicado no O Globo, 23/08/25
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