quinta-feira, 16 de maio de 2024

DE QUEM É A CULPA?

 




QUANDO UMA CATÁSTROFE ambiental acontece como agora no Rio Grande do Sul e em outras partes do Brasil, como já ocorreu aqui na região serrana do Rio, sempre queremos saber quem "são os culpados". Tirando as mudanças climáticas óbvias, nossa tendência é crucificar o governante de plantão.


EVIDENTE QUE HÁ CULPADOS mas eles não estão somente aqui no poder há 3, 4, anos, os culpados formam uma grande lista que cobre mais de 100 anos!

Foi uma sucessão de equívocos, negligências e desprezo pelo povo mais vulnerável que criou o cenário perfeito para essas catástrofes.

São governos que desde lá atrás permitiram que pessoas construíssem em beiras de rios, em morros e encostas e não fizeram políticas públicas de habitação segura, que não planejaram bem as cidades e não as prepararam para grandes chuvas que não acontecem somente agora.

Os governos atuais precisam levar à sério a questão climática e a questão da segurança em nossas cidades. Não será trabalho para um, dois ou dez governantes; será trabalho para todos que vieram no futuro. Política climática e melhoria na segurança das cidades contra intempéries climáticas precisa fazer parte de um projeto de Estado e não de governo somente.

O Japão convive com terremotos desde sempre e durante anos os governantes adaptaram os prédios com amortecedores que suportam um grande tremor além de mudar o hábito das pessoas para se protegerem durante um evento.

O Brasil precisará disso: planejamento, execução e educação da população. Sem isso, cada dia mais veremos eventos extremos ceifando vidas e destruindo cidades.

segunda-feira, 13 de maio de 2024

Um debate ainda necessário



Estava lendo no Facebook a postagem "USUÁRIO É CRIMINOSO/", do deputado estadual Carlos Minc (PSB), anunciando um debate previsto para ocorrer na sexta-feira desta semana, na ALERJ. Segundo o texto:


"Na próxima sexta-feira (17/04), teremos nosso encontro anual de debate e luta por uma política democrática de drogas.   

Reuniremos representantes da sociedade civil, especialistas e autoridades públicas para responder à pergunta: usuário é criminoso? E para discutir o tratamento que as políticas públicas devem dar aos usuários de drogas.

Este ano, o debate ganha ainda maior relevância por causa da proposta, em tramitação no Congresso, de proibir o porte de qualquer quantidade de droga; igualando usuário e traficante.

Essa medida tem sido duramente criticada pelos principais especialistas no tema porque, além de inconstitucional, contribui com a estigmatização dos usuários, com o aumento da população carcerária e com a manutenção da falida guerra às drogas e aos pobres.   

E depois desse debate, no domingo (19/05), estarei na Marcha da Maconha, que sairá às 14h20 do Jardim de Alah em direção à Ipanema.

Estamos juntos na luta pela descriminação dos usuários, pela democratização do acesso à maconha medicinal por pacientes e pelo fim da truculência policial nas favelas e periferias!" 


Estamos em pleno século XXI e, confesso que, quando estava me tornando um jovem, lá pela metade da década de 90, acreditava num cenário bem diferente para o Brasil em relação à maconha. Alguns países já estavam legalizando a erva e imaginava que, em torno de uns dez anos, tudo seria tão normal a ponto de um pai fumar junto com seu filho.


No entanto, o tempo passou e, atualmente, já quase completando um quarto de século, ouço vozes reacionárias no Congresso Nacional repetindo posições despidas de racionalidade contra a legalização do uso da maconha sendo que poucos avanços o país teve quanto ao seu uso para fins medicinais. E, sobre as finalidades recreativas das plantas, hoje já não vejo mais um horizonte definido tendo em vista a maioria dos seres grotescos que habitam as duas casas legislativas federais em Brasília.


Mas falando em porte de drogas, seria um retrocesso tornar o usuário um bandido como querem certos deputados. E aí a questão abrange todas as drogas, inclusive as pesadas.


Se, por um lado, a maconha pode ter suas funções terapêuticas e poderíamos tolerar o seu uso social por pessoas maiores de idade em ambientes discretos, o mesmo não ocorre quanto à cocaína que provoca uma dependência destruidora no indivíduo. Logo, não é algo que possa ter a mesma acessibilidade e nem aceitação.


Em todo caso, o usuário não pode ser tratado como um bandido! Tratando-se de drogas pesadas, querendo ou não, ele é um viciado já que o pó não é tão fácil de largar como a cervejinha ou o cigarrinho.


Assim sendo, o viciado de drogas pesadas precisa ser tratado como um doente e nunca como um bandido, a não ser se ele tiver envolvimento com a organização do tráfico a ponto de praticar outros atos que não se destinem ao consumo próprio. 


Em minha análise, a sociedade brasileira como um coletivo está doente e a sua enfermidade psíquica cega os olhos do entendimento induzindo à hipocrisia. Não nos colocamos mais no lugar do outro e poucos querem de fato refletir antes de emitir uma opinião, supondo serem os maiores especialistas em todos os assuntos.


Desse modo, acredito que os debates sobre drogas nas casas legislativas do nosso país, como esse que haverá sexta-feira, são necessários para promover o esclarecimento no meio social, permitindo que o público ouça os especialistas com a oportunidade de interagir com eles.


Além disso, por se tratar de audiência pública, na qual não só os deputados como a população presente poderão falar, eis que as nossas opiniões ali ajudarão a promover legitimidade quanto aos futuros atos legislativos e administrativos, orientando na tomada de decisões. Principalmente se forem emitidas dentro da racionalidade.


Portanto, independentemente do que pensamos, vamos participar. E, desde já, fica o convite feito pelo nobre parlamentar também quanto à Marcha da Maconha no domingo para quem puder/quiser ir.

quarta-feira, 8 de maio de 2024

Maio considerado como o mês da masturbação

 


Se você pensa que já viu de tudo nesta vida, talvez não saiba que existe um dia e também um mês inteiro dedicado à masturbação...


Isso mesmo! Trata-se de uma data que, há cerca de trinta anos atrás, teve por objetivo homenagear a médica Joycelyn Elders, ex-secretária de saúde dos EUA, a qual defendeu a inclusão do debate sobre autoprazer no programa de educação sexual escolar. No entanto, ela acabou demitida pelo então presidente Bill Clinton


Sem dúvida que a decisão de Clinton foi vista como hipocrisia por muita gente. Ainda mais ele que passou pela acusação de um escândalo de assédio sexual feita pela sua estagiária da Casa Branca. Porém, como a maioria dos políticos no mundo só pensa numa preservação medíocre da imagem, o presidente norte-americano cometeu uma das maiores injustiças em seu mandato.


Todavia, se algo assim ocorresse no Brasil atual, não creio que as reações dos conservadores seriam diferentes do que nos EUA de trinta anos atrás. Talvez veríamos algo até pior porque somos um povo ainda bem ignorante, com muito fanatismo religioso e preconceito, como se verifica nos recentes ataques à cantora Madonna (a mulher da foto) nas redes sociais.


De qualquer modo, uma parte da sociedade norte-americana, que é mais esclarecida sobre questões envolvendo a sexualidade, agiu em favor de Joycelyn Elders e daí surgiu o primeiro "Dia Nacional da Masturbação" em 7 de maio de 1995, depois que a loja varejista sexo-positivo Good Vibrations declarou o dia em homenagem à médica.


Logicamente que aqui a data não é oficial e causaria muitas controvérsias se algum parlamentar propusesse um projeto de lei para reconhecer o dia 07/05 (ou todo o mês de maio) dedicado à masturbação. Contudo, podemos afirmar que para muitos isso representaria um símbolo de sexualidade positiva (e saudável) num mundo onde o autoprazer feminino sempre foi reprimido e controlado durante séculos.


Nos tempos atuais, com o bolsonarismo ainda vivo no meio da sociedade, acredito que possa parecer um tiro no pé qualquer educador defender que os professores falem sobre masturbação com alunos, muito embora a educação sexual já tenha sido abordada em várias escolas desde, pelo menos, os anos 80. E, na época, a classe média brasileira mostrava-se até muito mais liberal do que hoje.


Curiosamente, nos anos 90, enquanto Madonna contrariou regras com suas coreografias expostas ao público em Like a Virgem e se deu bem (pois vendeu muitos CDs e DVDs), Joycelyn Elders acabou não tendo a mesma sorte e perdeu o cargo por usar apenas a razão. E aí acho que opiniões podem mexer muito mais com uma sociedade...

quarta-feira, 1 de maio de 2024

Celebrando este Primeiro de Maio com consciência



Essa é uma data que, antes de mais nada, deve nos levar a uma profunda reflexão sobre a realidade das relações trabalhistas no mundo atual, com foco numa valorização digna do trabalhador


Deixo com vocês as acertadas palavras desse escritor e ativista russo que viveu entre os séculos XIX e XX, o qual foi contemporâneo de Tolstói, tendo presenciado a Revolução Bolchevique de outubro de 1917 e vindo a falecer em meados da década de 30, em pleno regime soviético. 


"A nova cultura começa quando o trabalhador e o trabalho são tratados com respeito" 

(Máximo Gorky, pseudônimo de Alexei Maximovitch Peshkov)


Suponho que ele não tenha visto isso acontecer, porém nos deixou uma semente e um ideal para lutarmos.


Feliz Dia do Trabalhador! 


Bom dia!

Viva São Cosme e São Damião!

Aí um texto publicado no Facebook pelo historiador e deputado Chico Alencar que confere um bom sentido às crenças religiosas e aos costume...