Por Beta Bastos
Há algo de profundamente polÃtico no modo como Janja existe.
Ela não pediu licença para ser, simplesmente é.
E isso, em um paÃs que ainda tenta enquadrar as mulheres em papéis silenciosos, é um ato revolucionário.
Janja não é apenas a companheira de um presidente.
É uma mulher que reivindica o direito de estar onde sempre disseram que não era lugar para nós, no centro das decisões, no gesto que acolhe e também no gesto que enfrenta.
Ela devolve à polÃtica uma dimensão esquecida, a da afetividade como força transformadora.
Enquanto muitos associam poder à frieza, Janja o resignifica com empatia.
Ela fala de cultura, de meio ambiente, de igualdade e de memória.
Temas que, na boca de uma mulher, ainda são tratados como menores.
Mas é justamente por essa via que ela desmonta a velha lógica da dominação e mostra que governar também é cuidar, preservar e lembrar.
Por isso a atacam.
Porque uma mulher que ocupa o espaço público sem pedir desculpas por ser inteira, polÃtica, sensÃvel, lúcida e amorosa, é insuportável para quem ainda acredita que o poder é masculino.
Janja é o incômodo necessário.
É o retrato de uma nova ética do feminino na polÃtica, a que não se curva, mas também não endurece para existir."

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