O Japão recorda nesta quarta-feira (6) os 80 anos do lançamento da bomba atômica sobre Hiroshima, que até hoje ainda é motivo de forte estigmatização contra os sobreviventes do horror do ataque nuclear.
Em 6 de agosto de 1945, os Estados Unidos lançaram uma bomba atômica sobre a cidade de Hiroshima, matando cerca de 140 mil pessoas. Três dias depois, uma bomba semelhante atingiu Nagasaki, causando a morte de aproximadamente 74 mil pessoas.
Hoje, Hiroshima é uma metrópole próspera com 1,2 milhão de habitantes, mas as ruínas de um edifício com a estrutura metálica de um domo permanecem no centro da cidade, como lembrança do horror do ataque.
Esses dois ataques, que aceleraram o fim da Segunda Guerra Mundial, são os únicos casos na história em que armas nucleares foram usadas em tempos de guerra.
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A decisão foi tomada por várias razões, mas a principal justificativa oficial foi:
1. Acelerar o fim da guerra e evitar uma invasão terrestre
O Japão ainda resistia mesmo após grandes derrotas, e os EUA acreditavam que uma invasão ao território japonês (a chamada "Operação Downfall") resultaria em centenas de milhares de mortes entre soldados americanos e milhões de civis japoneses.
As bombas, segundo os EUA, teriam o objetivo de forçar o Japão a se render rapidamente, evitando esse alto custo humano.
2. Demonstrar poder militar (especialmente para a União Soviética)
A guerra estava praticamente vencida pelos Aliados, e os EUA queriam mostrar sua superioridade militar, principalmente à União Soviética, com quem já havia tensões mesmo antes do fim da guerra (isso mais tarde se tornaria a Guerra Fria).
O uso das bombas também pode ter servido como um recado geopolítico.
3. Justificar os gastos do Projeto Manhattan
O Projeto Manhattan, responsável por desenvolver a bomba atômica, foi extremamente caro e secreto.
Usar as bombas seria uma forma de mostrar que o investimento "valeu a pena", do ponto de vista militar e estratégico.
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O JAPÃO FOI A GRANDE VÍTIMA DESSA HISTÓRIA? Senão vejamos um pouco da história bélica japonesa:
Expansão Imperial do Japão (século XIX–XX)
Primeira Guerra Sino-Japonesa (1894–1895)
Japão invade a Coreia e a China, buscando se tornar uma potência imperial.
Conquista Taiwan após vencer a China.
Guerra Russo-Japonesa (1904–1905)
Disputa pelo controle da Manchúria e Coreia.
Vitória japonesa surpreendeu o mundo.
Invasão da Manchúria (1931)
Japão invade o nordeste da China, criando o estado fantoche de Manchukuo.
Início da ocupação brutal chinesa.
Segunda Guerra Sino-Japonesa e Segunda Guerra Mundial
Massacre de Nanjing (1937)
Após a captura de Nanjing, capital chinesa, o Exército Imperial Japonês matou entre 200.000 a 300.000 civis e prisioneiros.
Estupro em massa (estima-se 20.000 a 80.000 mulheres violentadas).
Um dos piores crimes de guerra do século XX.
Uso de Tortura e Armas Biológicas – Unidade 731
Unidade 731: instalação secreta japonesa na Manchúria.
Realizou experimentos humanos com prisioneiros chineses, coreanos e até aliados.
Vivissecção sem anestesia.
Testes com armas químicas e biológicas (antraz, peste bubônica, gás mostarda).
Tortura sistemática era prática comum.
Invasões no Sudeste Asiático (1941–1945)
Japão conquistou:
Filipinas
Indonésia
Malásia
Singapura
Birmânia (Myanmar)
Violência contra civis e prisioneiros de guerra.
Marcha da Morte de Bataan: mais de 10.000 prisioneiros filipinos e americanos mortos em marcha forçada.
O Japão se aliou à Alemanha na Segunda Guerra Mundial principalmente por interesses estratégicos, expansionistas e ideológicos comuns.
O Japão queria expandir seu império na Ásia e no Pacífico, enquanto a Alemanha buscava dominar a Europa.
Ambos os países viam as democracias ocidentais (como Reino Unido, França e EUA) como obstáculos aos seus objetivos expansionistas.
Pós-guerra e consequências
Após a rendição do Japão em 1945, líderes japoneses foram julgados por crimes de guerra no Tribunal de Tóquio.
Muitos responsáveis, como os da Unidade 731, nunca foram punidos — alguns trocaram informações por imunidade com os EUA.
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O Japão nunca foi uma "pobre vítima" dos americanos. DESDE A ÉPOCA IMPERIAL, foi um Estado imperialista que promoveu guerras, invasões, assassinatos, estupros. Aliou-se a Hitler para partilhar o mundo com o ditador genocida alemão.
O episódio das bombas de Hiroshima e Nagasaki foi mais um capítulo negro da história da civilização humana que em momento algum da história, conseguiu viver plenamente em paz. E que isso traga reflexões a todos os líderes mundiais.
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Fontes: O Globo, G1, Aventuras na História, GPT
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