sábado, 30 de agosto de 2025

Os políticos do nosso regime democrático não podem ser negligentes



"A experiência de Weimar ilustra como a democracia pode morrer pelas mãos de seus inimigos declarados, mas também pelas decisões de seus supostos defensores" (Daniel Ziblatt, cientista político de Harvard)

Acima temos uma frase desse grande cientista político dos EUA que tem defendido incansavelmente a democracia. Ele busca na História o exemplo da Alemanha quando se refere à República de Weimar (1918-1933). 

Após o fim da Primeira Guerra, os alemães tiveram uma constituição democrática, com um sistema parlamentar de governo e direitos sociais. No entanto, houve crises econômicas, como a hiperinflação, e também instabilidade política, as quais culminaram na nomeação de Adolf Hitler como chanceler e na desintegração da democracia. 

Assim sendo, podemos dizer que, durante esses 15 anos, os líderes políticos alemães teriam, de certo modo, falhado e, com o fracasso, permitido o crescimento de um movimento extremista que foi o nazismo.

Igualmente, penso que hoje, no Brasil, temos a responsabilidade de fazer com que a democracia prospere e não retroceda. Daí a importância de haver diálogo constante entre governo e sociedade, transparência e coerência, juntando com um desenvolvimento econômico distributivo. 

Portanto, todos os democratas que atualmente estão no poder precisam ter essa consciência e também não flertar de modo algum com a extrema direita, a qual precisa ser isolada no nosso processo político. Isto é, no âmbito da política brasileira, devemos ter um pacto supra partidário contra o bolsonarismo que envolva um entendimento comum de socialistas, sociais democratas, liberais, nacionalistas e conservadores.

Cuidemos bem da nossa democracia!

sexta-feira, 29 de agosto de 2025

Videogames x Redes Sociais

 





Estudos apontam que jogos podem estimular foco e funções cognitivas, enquanto redes sociais estão ligadas à perda de atenção


Com conteúdo inesgotável e um algoritmo preparado para atender às suas expectativas, o celular prontamente gera pequenos prazeres através da dopamina, neurotransmissor produzido no cérebro. Rolar a tela sem controle possui efeitos negativos comprovados cientificamente. Entretanto, um artifício antes mal visto por parte das pessoas, hoje é fuga para quem quer se divertir e exercitar a capacidade cognitiva.

Uma pesquisa realizada pela Universidade de Tecnologia de Swinburne, na Austrália, descobriu que videogames estão associados ao aumento do foco, enquanto mídias sociais estão relacionadas à diminuição dele.

Publicado no Scientific Reports, o estudo revelou que os níveis de hemoglobina oxigenada (HbO) aumentaram mais após o uso das redes, enquanto os de hemoglobina desoxigenada (HbR) subiram depois de jogar. Na segunda situação, o cérebro estava usando ativamente mais do oxigênio que recebia.

“Essas descobertas sugerem que tipos interativos de entretenimento realmente deixam o cérebro mais envolvido", diz Alexandra Gaillard, autora principal do estudo.

O estigma em relação aos jogos surgiu anos atrás, associado ao vício, ao isolamento social e, em alguns casos, à violência. Para Amanda Bastos, neuropsicóloga, ainda existem resquícios desse preconceito — mais sutis que antes — em algumas gerações que cresceram ouvindo críticas sobre o ato de jogar.

Rogério Panizzutti, neurocientista e coordenador do Laboratório de Neurociência e Aprimoramento Cerebral da UFRJ, atribui a “alienação” como outro fator responsável por essa percepção.

— Hoje, mesmo que o adolescente esteja isolado no quarto, muitas vezes ele está jogando com amigos ou com pessoas que conheceu através do jogo, formando um grupo social. Isso desmistificou a ideia de que o videogame precisava ser algo negativo — afirma o especialista.

De acordo com Amanda, o cenário atual é diferente no âmbito da psicologia cognitiva e da neurociência. Hoje, os videogames auxiliam na avaliação de funções cognitivas e neuropsicológicas, em uma estratégia de gamificação.

— É possível avaliar funções executivas e cognitivas, como tomada de decisão, planejamento, resolução de problemas e engajamento com a tarefa — explica.




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Publicado em O Globo, 29/08/25

quarta-feira, 27 de agosto de 2025

O BRASIL CAMINHA PARA SE TORNAR UM NARCOESTADO

 

Território do crime: Brasil tem 26% da população vivendo sob regras de facções, maior índice na América Latina

De acordo com estudo, pelo menos 50,6 milhões de pessoas vivem sob regras de facções


O QUE É UM NARCOESTADO?

O termo se refere um país em que o comércio ilegal de entorpecentes constitui uma parte substancial da economiana. Se aplica a países cujas instituições políticas se encontram significativamente influenciadas pelo tráfico de drogas,  e cujos líderes desempenham simultaneamente cargos como funcionários do  governo e são membros das redes de tráfico de entorpecentes ilegais,  amparados pelos respectivos poderes legais. O termo foi usado pela primeira vez para descrever a Bolívia após o golpe de Luis García Meza em 1980, que foi financiado principalmente com a ajuda de narcotraficantes. Outros exemplos bem conhecidos são Honduras , Guiné-Bissau , Afeganistão , México , Mianmar e Síria , onde os cartéis de drogas produzem, transportam e vendem drogas como captagon , cocaína , heroína e maconha.

O Brasil é, com folga, o país da América Latina com o maior percentual da população vivendo sob as regras impostas por grupos criminosos. É o que revela o estudo "Governança Criminal na América Latina: Prevalência e Correlatos", elaborado por quatro pesquisadores de universidades americanas, publicado na última semana pela Cambridge University Press.

Os dados mostram que entre 50,6 e 61,6 milhões de brasileiros, cerca de 26% da população do país, estão submetidos à chamada governança criminal, o conjunto de regras impostas aos moradores por uma organização que controla aquele território.

O estudo também questiona o senso comum de que as facções se proliferam apenas em áreas em que há ausência do Estado. Os pesquisadores apontam que o mais provável é que ocorra o oposto.

— Se você olhar o Brasil, as facções são muito fortes, e o país tem um Estado forte comparado a outros lugares. E onde surgiram as facções? No Rio e em São Paulo. A facção mais forte (o Primeiro Comando da Capital, o PCC) nasceu em São Paulo, o estado mais rico da União — diz Benjamin Lessing, professor de ciência política da Universidade de Chicago.


O COMBATE DO ESTADO FORTALECE O CRIME?

Lessing levanta a hipótese de que a força da repressão estatal pode ser o catalisador da expansão da governança criminal de uma facção. Ele cita, por exemplo, os altos níveis de encarceramento, a repressão ao tráfico de drogas e operações policiais dentro de territórios controlados por facções como fatores que, paradoxalmente, acabam fortalecendo o crime.

O motorista de Uber José*, morador do bairro Jorge Teixeira, na Zona Leste de Manaus, conta como é viver sob as regras impostas por uma organização criminosa. Desde que a facção fluminense Comando Vermelho (CV) alcançou a hegemonia no estado de Amazonas, sua comunidade, segundo ele, reduziu o volume de brigas, roubos e violência doméstica. Dois vizinhos dele, diz, foram expulsos de suas casas pelo CV depois de baterem em suas mulheres.

— Um foi para o interior; outro nem sei onde está. Esse pessoal (integrantes do CV) não quer que a polícia chegue na comunidade — opina. 


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Fontes:

O Globo, 22/08/25

https://www.unimars.org/post/narcoestado-o-que-%C3%A9-isso

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A tese do pesquisador Lessing é no mínimo intrigante. Se a ação de repressão do Estado produz o aumento das organizações criminosas, o que deveria o Estado fazer? Render-se de uma vez ao poder do crime organizado?

segunda-feira, 25 de agosto de 2025

A CONSCIÊNCIA DA NOSSA SOBERANIA AVANÇA!




Por Chico Alencar*


A comunidade do Vidigal, no Rio, amanheceu ontem com essa grande faixa. Ela mostra, em inglês, o que 71% do nosso povo quer dizer a Donald Trump. 


Não custa lembrar que o magnata, que não foi eleito presidente do Brasil, escreveu carta a Lula, desrespeitosa (só publicada no site dele), mandando parar "IMEDIATAMENTE" - assim, em maiúsculas! - o processo contra Bolsonaro. Também impôs unilateralmente absurdo "tarifaço" e sanções a autoridades brasileiras. Xô, intervencionista!


Há uma minoria rastejante, aqui, de cabeça colonizada (inclusive no Congresso), que ainda defendeTrump, como o clã Bolsonaro. Seres minúsculos!


"O castigo vem a cavalo": pesquisa Quaest informa que 69% repudiam as ações de Eduardo Bolsonaro nos EUA, 55% apoiam a prisão domiciliar de Jair (contra 39%) e 52% entendem que ele participou das articulações golpistas (contra 36%). 


Semana que vem começa a fase final do julgamento dos golpistas no STF. Não haverá Trump que dê jeito.


Brasil mostrando a sua cara (iniciativa do Coletivo Alvorada)


(*) Chico Alencar é historiador e exerce o mandato de deputado federal pelo PSOL-RJ.

sábado, 23 de agosto de 2025

A COP DA BALBÚRDIA

 Dirigente da ONU reclama dos 'preços exorbitantes' da COP em Belém e desorganização: 'É insanidade e um insulto'

Nesta sexta (22), reunião entre governo brasileiro e autoridades da Convenção da ONU terminou com o anúncio de que apenas 47 dos 196 países garantiram acomodação em Belém


Após a reunião do governo brasileiro com o Bureau da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC) — órgão da ONU responsável pelas Conferências das Partes (COPs) — Juan Carlos Monterrey Gómez, o representante do Panamá e um dos vice-presidentes do Bureau, afirmou que é 'inaceitável fingir que está tudo bem enquanto as delegações enfrentam condições impossíveis'. Segundo ele, os problemas de hospedagem são uma "insanidade e um insulto".

Apesar do governo brasileiro ter afirmado, após a reunião, que todas as condições de hospedagem e segurança para a COP 30 estão asseguradas, o encontro foi definido como 'tenso', afirmou uma fonte ao GLOBO.

Depois da reunião, a terceira oficial do Bureau nos últimos dois meses, Goméz usou seu Linkedin para criticar a condução da presidência brasileira da COP 30. Ele escreveu que expôs "de forma clara a realidade da situação" de logística. Segundo ele, a presidência brasileira teria lhe respondido que ele não entende " as regras de procedimento, nem de diplomacia, que minhas palavras eram “inaceitáveis” e que a cidade-sede não seria transferida".

Por isso, Goméz respondeu:

"Mas o que é realmente inaceitável é fingir que está tudo bem enquanto as delegações enfrentam condições impossíveis".


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Sem dúvida, escolher um Estado abarcado pela floresta amazônica foi um gesto simbólico importante. Porém, esqueceram de levar em conta a realidade da estrutura do Estado, incapaz de absorver tanta gente ao mesmo tempo. 


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Matéria publicado no O Globo, 23/08/25

sexta-feira, 22 de agosto de 2025

A DIREITA RACHADA ?

 


A investigação que apontou tentativa do ex-presidente Jair Bolsonaro de interferir no processo da trama golpista no Supremo Tribunal Federal (STF) expôs as fissuras da direita do país a cerca de um ano das eleições em que tentarão voltar ao poder. Enquanto dirigentes do PL e de partidos como União Brasil, PP e Republicanos buscam um nome de consenso para chegar na disputa com chances de evitar a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mensagens apreendidas pela Polícia Federal mostram uma ofensiva do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) para descredenciar o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, como quem poderia ocupar esse posto. Além disso, as conversas reveladas no relatório do inquérito evidenciam o uso do tarifaço imposto ao Brasil pelo governo de Donald Trump como barganha para livrar o ex-presidente de punições.

 Eduardo admite ao pai ter atuado nos EUA para enfraquecer a ideia de que o governador seria o seu sucessor na disputa pelo Palácio do Planalto. Além de Tarcísio, o próprio Eduardo é um dos cotados como possíveis nomes para substituir nas urnas Bolsonaro, que está inelegível até 2030.

“Aqui nos EUA tivemos que driblar a ideia plantada pelos aliados dele, de que “Tarcísio = Bolsonaro”, uma clara mensagem de que os EUA não precisariam entrar nesta briga, pois com TF (Tarcísio) ou vc Trump teria um aliado na presidência do Brasil em 2027”, escreve Eduardo ao pai em 11 de julho deste ano. O diálogo foi provocado pela publicação de uma reportagem sobre reunião do governador com o encarregado de negócio dos Estados Unidos, Gabriel Escobar, e pedido a revisão do tarifaço.

A disputa nos bastidores entre Eduardo e Tarcísio também rendeu xingamentos do deputado ao pai. Após o ex-presidente chamar o filho de “imaturo” por ter criticado a atuação do governador em relação ao tarifaço, o parlamentar envia uma mensagem o insultando. “Eu ia deixar de lado a história do Tarcísio, mas graça aos elogios que você fez a mim no Poder360, estou pensando seriamente em dar mais uma porrada nele, para ver se você aprende. VTNC, SEU INGRATO DO CARALHO! Me fudendo aqui (nos EUA)! Você ainda te ajuda e se fuder daí!”, escreveu Eduardo em 15 de julho.


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Esse é um trecho de uma matéria publicada no O Globo de 22/08/25. As conversas mostram que Eduardo e Jair não estão de acordo sobre o nome de Tarcísio, governador de São Paulo para ser candidato do clã ano que vem. Julgo que Tarcísio é o melhor nome da direita para substituir o bolsonarismo mais radical. O problema de Tarcísio é que ele não pode se livrar do Bolsonaro...e só mais uma coisa: Vazar qualquer áudio que faça parte de investigações da polícia é legal?


quarta-feira, 20 de agosto de 2025

AS CRÍTICAS A ATUAÇÃO DO MINISTRO ALEXANDRE DE MORAES

  


NÃO HÁ DÚVIDA de que todos os envolvidos no planejamento capenga de um golpe contra o resultado das eleições que sagrou Lula como vencedor das nas eleições de 2022 precisam ser exemplarmente julgados e se comprovando os atos, serem punidos. Porém, isso não anula os questionamentos que juristas, advogados, comentaristas,  estão fazendo sobre a atuação do ministro Alexandre de Moraes. Senão, vejamos:


Inquérito das Fake News: questionamentos processuais

Início controverso e falta de imparcialidade

O inquérito foi instaurado em março de 2019 por Dias Toffoli, sem a solicitação da PGR, e Moraes foi designado como relator sem sorteio, o que viola o princípio da imparcialidade e o devido processo legal 

Ataques à liberdade de imprensa

Entre os atos mais criticados está a censura à revista Crusoé, que teve uma reportagem retirada do ar por ordem de Alexandre de Moraes, ação considerada como censura por entidades como ANJ, ABI e ABI 

Duração excessiva e ambiguidade do inquérito

Editorial da Folha apontou que, além de prorrogações sucessivas (mais 180 dias em dezembro de 2024), o inquérito é “heterodoxo”, vago em escopo e contrário ao rito normal — por exemplo, promovendo prisões e bloqueios sem bases claras — e que já perdeu a motivação original que justificaria tais métodos extraordinários. 

2. “Vaza Toga”: irregularidades e uso paralelo da Justiça

Uso informal do TSE como extensão investigativa

Mensagens revelaram que o gabinete de Moraes teria solicitado relatórios ao TSE de forma informal, usando canais informais como WhatsApp ou e-mails pessoais, orientando diretamente como os relatórios deveriam ser feitos — algo que levantou sérias dúvidas sobre imparcialidade e uso institucional em favor de uma acusação política - Algo bem parecido com a crítica que se fez ao juiz Sérgio Moro no inquérito que levou Lula à prisão.

Críticas sobre uma “justiça paralela”

Artigos e podcasts, como os da Gazeta do Povo, acusam Moraes de criar um sistema paralelo ao Judiciário usando recursos do TSE e de institutos checadores externos para vigiar e punir bolsonaristas — com decisões baseadas em publicações anteriores nas redes sociais sem participação efetiva do Ministério Público ou da defesa 

Reações políticas e arquivamentos

Após o vazamento, o presidente do STF, Barroso, chegou a chamar de “tempestades fictícias” as acusações de que Moraes agiu fora do rito legal. O partido Novo apresentou uma notícia-crime, mas a PGR arquivou por ausência de indícios concretos; denúncia ao CNJ também foi arquivada por não ser cabível para o tipo de processo 

Críticas de Ciro Gomes

O ex-governador criticou duramente Moraes, afirmando que suas ações são “nulas” e enfraquecem a opinião pública; classificou o inquérito como o “Inquérito do fim do mundo” por sua aparente interminabilidade 

O problema reside na forma de condução, com servidores do TSE orientados a “usar a criatividade” para formatar provas, o que mina a credibilidade processual. Trechos como:

“Use a sua criatividade… rsrsrs.”

“Vou dar um jeito rsrsrs…”

mostram o tom informal e manipulativo dos pedidos 


3. Outras críticas: métodos autoritários e ausência de transparência

Seis estratégias autoritárias identificadas

Comentário em fórum enumerou práticas controversas atribuídas a Moraes: aplicação de multas impagáveis, uso de assistentes de acusação não autorizados, ataques a advogados, falta de transparência e processos secretos. 

Intervenções de ofício e centralização

Após o ato golpista de 8 de janeiro, Moraes mostrou disposição em agir de ofício, polarizando debates sobre se sua atuação era necessária para defesa da democracia ou um precedente perigoso de judicialização da política 

Para juristas como Davi Tangerino (UERJ), embora existam “malabarismos jurídicos” (até quem defende aponta erros!) nos inquéritos, os materiais obtidos eram de conteúdo público e não violaram nulidades processuais 

Midiaticamente, Moraes se posiciona como guardião da democracia, justificando intervenções nas redes sociais como uma “vacina” contra o autoritarismo digital — além de contar com maioria de decisões individuais confirmadas no STF (mais de 700) 


Em resumo, estas são as críticas à atuação do Ministro Moraes:

Inquéritos instaurados sem rito processual devido; censura; duração indefinida

Vaza Toga revela uso instrumental do TSE, falta de imparcialidade, instruções informais

Métodos autoritários, multas abusivas, processos secretos

Afrouxamento dos direitos de defesa, centralização de poder


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Essa pesquisa foi feita pelo Chat GPT.

domingo, 17 de agosto de 2025

O PROTECIONISMO BRASILEIRO

 


Protecionismo no Brasil estrangula produtividade e renda da população

Falta de abertura da economia mantém país preso em 'armadilha do baixo crescimento'




POR

O Brasil impõe há décadas barreiras intransponíveis para o seu desenvolvimento e aumento do bem-estar da população por ser uma das economias mais fechadas do mundo.

De fora das grandes cadeias produtivas globais e com participação irrisória pouco superior a 1% no comércio mundial, o isolacionismo brasileiro freia o crescimento e estrangula a produtividade e a renda.

Desde a década de 1980, o Brasil vive na chamada "armadilha do baixo crescimento". O aumento médio do PIB, que beirou 7,5% entre 1950 e 1980, despencou para cerca de 2,5% a partir de 1981. O fator crucial para a estagnação é a baixa produtividade.


Em termos de tarifa média de importação, o Brasil está acima da média mundial.

Tarifa média brasileira (2023): em torno de 8–9% sobre bens industriais (OMC).

Tarifa média dos EUA: 2,3%.

Tarifa média da União Europeia: 5%.

Ou seja, comparado a EUA e Europa, o Brasil realmente aplica tarifas mais altas. (GPT)


Por hora trabalhada, a produtividade cresceu em média apenas 0,5% ao ano entre 1981 e 2023. Enquanto a agropecuária registrou avanço robusto de 6% ao ano, a indústria teve desempenho negativo, com queda média de 0,3% ao ano (-0,9% na indústria de transformação).

O setor de serviços, que representa 70% das horas trabalhadas, ficou praticamente estagnado. Sem uma aceleração da produtividade, a melhoria do padrão de vida da população brasileira não ocorrerá, afirmam especialistas.

No setor de máquinas e equipamentos, em que as importações poderiam elevar a produtividade das empresas, o Brasil tem as maiores tarifas do mundo, de até 11,5%.

"Isso barra a compra de máquinas avançadas e a eficiência, inclusive para aumentar as exportações", afirma Fernando Veloso, autor com outros economistas de livro do Centro de Debates de Políticas Públicas (CDPP), que destaca a urgência de uma nova agenda de integração comercial internacional.

A tese central do trabalho ("Integração Comercial Internacional do Brasil") é que, após ter desempenhado papel relevante na industrialização do país, a manutenção de uma economia fechada ao comércio exterior tornou-se obstáculo à produtividade e ao desenvolvimento.

Isso leva o Brasil a se distanciar cada vez mais dos níveis dos EUA. Se nos anos 1980 um trabalhador brasileiro alcançava 46% da produtividade de um norte-americano, hoje ele produz um quarto (25,6%). É o mesmo nível de sete décadas atrás, segundo dados do Conference Board. Significa que o um brasileiro leva uma hora para fazer o mesmo produto ou serviço que um americano realiza em 15 minutos.

Para os autores, o tarifaço de Donald Trump contra o Brasil mostrou a necessidade de o país diversificar e aumentar seu comércio internacional.

Apesar de uma breve liberalização na primeira metade da década de 1990, iniciada no governo Fernando Collor (1990-1992) — quando as tarifas caíram de uma média de 30,5% para 12,8% —, o país voltou a persistir na utilização da política de substituição de importações e em práticas que o afastaram do movimento internacional de liberalização.

"Enquanto a maioria dos emergentes continuou reduzindo tarifas e se inserindo em cadeias globais de valor, o Brasil ficou parado, distanciando-se novamente de seus pares", afirma Veloso.

Os autores propõem uma reforma ambiciosa, mas gradual, para a política comercial brasileira. A principal meta é a redução e simplificação das tarifas de importação, visando uma média de 6% em um prazo de quatro anos, alinhando-se a países como África do Sul, Colômbia e México.

Outras medidas incluem reavaliação do Mercosul, redução de tributos sobre importações, adesão a acordos e inserção nas cadeias produtivas globais.



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Publicado no jornal Folha de SP em 17/08/25 (Aqui)


quarta-feira, 13 de agosto de 2025

O ESTATUTO DA PIADA

 





Claudio Manoel

Humorista, roteirista, ator, diretor e membro do grupo Casseta & Planeta


Na semana passada, em Cudomundópolis do Mato Dentro, uma piada pesada, carregada de preconceitos, ultrapassou os limites do humor e do mau gosto e acabou atropelando um grupo de ativistas veganos fantasiados de filhotes de panda, causando inúmeras vítimas e deixando o mundo muito menos fofo.

Em outro episódio recente, um vazamento criminoso de piadas tóxicas contaminou o reservatório de água da pacata cidadezinha de Santa Rita de Calça, pondo em risco a vida de dezenas de bebezinhos que estavam na creche "Esquilinho Feliz e Antirracista".

Juntando a isso, as apreensões recentes de anedotas de alta periculosidade, com grande poder de destruição de valores morais e éticos, caso fossem detonadas, diversos especialistas lançam o alerta: a letalidade das facções de humoristas, principalmente o PCC (Primeiro Comando da Comédia) e o CV (Comediantes Verdadeiros) está longe de ser debelada.

Apesar de comemorar bons resultados, como o fechamento de algumas "bocas de piada" e a prisão de vários líderes de facção, a força-tarefa criada pelo Ministério da Verdade, Bom Gosto, Combate às Fake News e Tudo Que Não For Bacana (MVBGFNQIA+), sabe que ainda tem muito trabalho pela frente.

Os desafios são inúmeros e as dificuldades também. Um policial identitário, que não quis se identificar, declarou: "A gente é exposto, diariamente, a tudo que é tipo de material tóxico. Os criminosos fazem piada com tudo: minorias, doenças, preconceitos... a sociedade nem faz ideia do que a gente tem que lidar. Todo mundo só pode dormir tranquilo, seguro, sem medo, porque nós fazemos o trabalho sujo. Por isso estamos reivindicando o adicional de insalubridade".

Mas há quem ainda discorde dessa estratégia "punitivista" no combate às piadas de risco. "A criminalização de anedotas, chistes e afins, apesar de alegar boas intenções, trouxe também efeitos controversos", declara a profa. Agripina Inácia, socióloga e leitora de tarô da Unicamp de Campinas, uma das autoras do projeto que criou o "Estatuto da Piada". "Vários jovens se sentem atraídos por essa atividade marginal e os chamados 'clubes de comédia' clandestinos continuam proliferando. A solução não é prisão. É educação!", completou.

O fato é que, nas redes sociais e nos subterrâneos da internet, são cada vez mais frequentes os casos de jovens praticando o chamado "deep humor", alguns chegando até a fazer o duplo "L", o "LL", em alusão ao facínora comediante (que não citaremos o nome), que mesmo encarcerado em regime de stand-up fechado, virou uma espécie de mentor ou guru para certas mentes distorcidas.


Piadas matam! Feliz 1984.


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Por favor, GRANDE IRMÃO, não me venha aprisionar, eu só postei, quem escreveu foi o Casseta Manoel. Ah? Postar textos irônicos agora é crime? JURO QUE EU NÃO SABIA...


domingo, 10 de agosto de 2025

Respeite a moça, Nikolas!



A sessão da Câmara do dia 06/08 foi marcada pela indevida ocupação da Mesa Diretora por parlamentares bolsonaristas, porém houve também um episódio envolvendo os deputados Nikolas Ferreira (PL-MG) e Camila Jara (PT-MS), Ele alega ter sido agredido pela petista.

Enquanto a deputada Camila Jara tem uma trajetória de lutas, uma parlamentar que surgiu das bases dia movimentos sociais, quem é o Nikolas senão um grande mentiroso que adora espalhar fake news e se aproveitar do voto ingênuo de eleitores religiosos que possuem dependência psicológica dos seus respectivos líderes, os falsos pastores?! 

Essa jovem mulher, quando foi a única vereadora de Campo Grande, tornou-se autora do projeto que instituiu a “Renda Básica Emergencial Cidadã”, voltada ao auxílio de famílias em situação de vulnerabilidade durante a pandemia de COVID-19. 

Fora isso, ela defende os direitos das mulheres, sabe dar o devido enfrentamento à violência de gênero e protege a população LGBTQIA+. 

Indiscutivelmente, é uma verdadeira guerreira e merecedora dos nossos aplausos e, na hora certa, acredito que ainda será eleita prefeita na sua cidade. 

Já o Nikole, é mais um que será tragado pelo ralo da história em que muitos o lembrarão como um jovem rato do Parlamento brasileiro, a maior vergonha de Minas Gerais.



Pare de mentir, Nikolas!

quinta-feira, 7 de agosto de 2025

OCUPAR A MESA DIRETORA DA CÂMARA É UM ACINTE!

 


VEJO MUITOS DEPUTADOS DA ESQUERDA protestando veementemente contra a ocupação da Mesa Diretora da Câmara por parlamentares da oposição. Eles querem pautar a anistia ampla e geral contra os condenados do 8 de Janeiro e contra a prisão domiciliar de Jair Bolsonaro. Vi muitos discursos inflamados contra o gesto "não democrático". Eu também acho que é antidemocrático.  Se o Parlamento é o lugar de parlamentar, discutir os problemas do país, nenhum grupo deveria se impor prejudicando todo o trabalho da Casa. Vi o líder do governo dizendo que os protestantes deveriam ser julgados pelo Conselho de Ética.

MAS A ESQUERDA É HIPÓCRITA. Eles mesmo já fizeram a mesma coisa em épocas passadas. Senão vejamos.

27 de maio de 2015

A bancada feminina, majoritariamente de esquerda, protestou contra o então presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB‑RJ). As deputadas ocuparam a Mesa Diretora aos gritos de “É golpe”, “Fora Cunha” e “Ouçam as Mulheres”, denunciando a tentativa de criação de comissões (como a da Mulher e do Idoso) que, segundo elas, serviam apenas para contemplar aliados de Cunha com cargos e enfraquecer a Secretaria da Mulher,

24 de maio de 2017

Deputados do PT, PDT, PSOL e Rede subiram à Mesa Diretora durante a sessão para protestar contra a reação policial a manifestações – e também contra as reformas trabalhista e da Previdência — no governo Michel Temer. Eles gritaram palavras de ordem como “Fora Temer” e “O povo quer votar, diretas já”, interrompendo a sessão por cerca de 10 minutos 

abril de 2016

Durante o processo de impeachment de Dilma Rousseff, parlamentares de partidos de esquerda (PT, PCdoB, PSOL e aliados) também ocuparam a Mesa, exibindo cartazes e microfones para obstruir o início da sessão e denunciar o que chamavam de “golpe parlamentar” 

Outras ações simbólicas

Em 26 de abril de 2017, ainda durante protestos contra a reforma trabalhista, deputados da oposição posicionaram cruzes e caixões azuis sobre a mesa — símbolos da “morte da carteira de trabalho” — e houve até um empurrão do então presidente da Casa, Rodrigo Maia, contra o parlamentar Afonso Florence (PT)

Se a atual ocupação da Mesa Diretora por políticos da direita em defesa de Bolsonaro e dos condenados do 8 de Janeiro é errado - e é - todas as outras citadas aqui também foram.

Ou seja, nossa política polarizada se resume ao sujo falando do mal lavado.

quarta-feira, 6 de agosto de 2025

80 ANOS DA ROSA DE HIROSHIMA




O Japão recorda nesta quarta-feira (6) os 80 anos do lançamento da bomba atômica sobre Hiroshima, que até hoje ainda é motivo de forte estigmatização contra os sobreviventes do horror do ataque nuclear. 

Em 6 de agosto de 1945, os Estados Unidos lançaram uma bomba atômica sobre a cidade de Hiroshima, matando cerca de 140 mil pessoas. Três dias depois, uma bomba semelhante atingiu Nagasaki, causando a morte de aproximadamente 74 mil pessoas.

Hoje, Hiroshima é uma metrópole próspera com 1,2 milhão de habitantes, mas as ruínas de um edifício com a estrutura metálica de um domo permanecem no centro da cidade, como lembrança do horror do ataque. 

Esses dois ataques, que aceleraram o fim da Segunda Guerra Mundial, são os únicos casos na história em que armas nucleares foram usadas em tempos de guerra. 

* * *

A decisão foi tomada por várias razões, mas a principal justificativa oficial foi:

1. Acelerar o fim da guerra e evitar uma invasão terrestre

O Japão ainda resistia mesmo após grandes derrotas, e os EUA acreditavam que uma invasão ao território japonês (a chamada "Operação Downfall") resultaria em centenas de milhares de mortes entre soldados americanos e milhões de civis japoneses.

As bombas, segundo os EUA, teriam o objetivo de forçar o Japão a se render rapidamente, evitando esse alto custo humano.

2. Demonstrar poder militar (especialmente para a União Soviética)

A guerra estava praticamente vencida pelos Aliados, e os EUA queriam mostrar sua superioridade militar, principalmente à União Soviética, com quem já havia tensões mesmo antes do fim da guerra (isso mais tarde se tornaria a Guerra Fria).

O uso das bombas também pode ter servido como um recado geopolítico.

3. Justificar os gastos do Projeto Manhattan

O Projeto Manhattan, responsável por desenvolver a bomba atômica, foi extremamente caro e secreto.

Usar as bombas seria uma forma de mostrar que o investimento "valeu a pena", do ponto de vista militar e estratégico.

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O JAPÃO FOI A GRANDE VÍTIMA DESSA HISTÓRIA? Senão vejamos um pouco da história bélica japonesa: 

 Expansão Imperial do Japão (século XIX–XX)

Primeira Guerra Sino-Japonesa (1894–1895)

Japão invade a Coreia e a China, buscando se tornar uma potência imperial.

Conquista Taiwan após vencer a China.


 Guerra Russo-Japonesa (1904–1905)

Disputa pelo controle da Manchúria e Coreia.

Vitória japonesa surpreendeu o mundo.


Invasão da Manchúria (1931)

Japão invade o nordeste da China, criando o estado fantoche de Manchukuo.

Início da ocupação brutal chinesa.


Segunda Guerra Sino-Japonesa e Segunda Guerra Mundial

 Massacre de Nanjing (1937)

Após a captura de Nanjing, capital chinesa, o Exército Imperial Japonês matou entre 200.000 a 300.000 civis e prisioneiros.

Estupro em massa (estima-se 20.000 a 80.000 mulheres violentadas).

Um dos piores crimes de guerra do século XX.


Uso de Tortura e Armas Biológicas – Unidade 731

Unidade 731: instalação secreta japonesa na Manchúria.

Realizou experimentos humanos com prisioneiros chineses, coreanos e até aliados.

Vivissecção sem anestesia.

Testes com armas químicas e biológicas (antraz, peste bubônica, gás mostarda).

Tortura sistemática era prática comum.


Invasões no Sudeste Asiático (1941–1945)

Japão conquistou:

Filipinas

Indonésia

Malásia

Singapura

Birmânia (Myanmar)


Violência contra civis e prisioneiros de guerra.

Marcha da Morte de Bataan: mais de 10.000 prisioneiros filipinos e americanos mortos em marcha forçada.

O Japão se aliou à Alemanha na Segunda Guerra Mundial principalmente por interesses estratégicos, expansionistas e ideológicos comuns.

O Japão queria expandir seu império na Ásia e no Pacífico, enquanto a Alemanha buscava dominar a Europa.

Ambos os países viam as democracias ocidentais (como Reino Unido, França e EUA) como obstáculos aos seus objetivos expansionistas.


 Pós-guerra e consequências

Após a rendição do Japão em 1945, líderes japoneses foram julgados por crimes de guerra no Tribunal de Tóquio.

Muitos responsáveis, como os da Unidade 731, nunca foram punidos — alguns trocaram informações por imunidade com os EUA.


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O Japão nunca foi uma "pobre vítima" dos americanos. DESDE A ÉPOCA IMPERIAL, foi um Estado imperialista que promoveu guerras, invasões, assassinatos, estupros. Aliou-se a Hitler para partilhar o mundo com o ditador genocida alemão.

O episódio das bombas de Hiroshima e Nagasaki foi mais um capítulo negro da história da civilização humana que em momento algum da história, conseguiu viver plenamente em paz. E que isso traga reflexões a todos os líderes mundiais.


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Fontes: O Globo, G1, Aventuras na História, GPT

terça-feira, 5 de agosto de 2025

TRUMP É UM PESADELO

 As divergências não podem evitar o diálogo. Precisamos ampliar nosso conhecimento sobre o que se passa nos EUA


Texto de Fernando Gabeira. 


Estive em Paraty para falar de um belo livro de fotos de João Farkas: “Costa norte”. Escrevi um texto de apresentação e, no debate sobre manguezais, dunas e petróleo na Foz do Amazonas, um homem perguntou:

— E o fator Trump, que dizer sobre ele?

Fugia um pouco do tema, mas respondi com sinceridade que Trump me tirava algumas horas de sono. Sou jornalista, ele é o homem mais poderoso do mundo. Terei de falar sobre ele nos próximos anos, é um inescapável pesadelo.

Seu narcisismo e estreiteza de ideias colocam um perigo ao analista: cair na zona de conforto da crítica fácil e deixar de evoluir como faria se estivesse diante de alguém com ambiguidades e zonas de sombra típicas da riqueza humana.

Não posso desistir. Preciso trabalhar e, além do mais, Trump influencia a sorte do Brasil. É um momento de todos ajudarem, dentro de seus limites. O que posso fazer é estudar mais.

Estou iniciando o clássico “Fantasias masculinas”, de Klaus Theweleit, uma análise profunda e inquietante de um grupo de soldados que tiveram papel crucial na ascensão do nazismo. Os soldados eram integrantes dos Freikorps, unidades paramilitares que lutaram e triunfaram sobre o movimento revolucionário alemão, imediatamente depois da Primeira Guerra.

Talvez possa avançar em minhas análises. Mas o fator Trump implica mais que um esforço individual de interpretação. É um desafio que pede uma estratégia nacional. Quando houve o tarifaço, sugeri que concentrássemos a energia tentando mobilizar as forças internas nos Estados Unidos, onde a medida repercutiu mal. Intelectuais, políticos e jornalistas criticaram Trump, sem falar nos grupos econômicos descontentes, que serão úteis nas eleições que se aproximam.

Passado o primeiro momento, é necessário continuar negociando. Mas sugiro que o Brasil inicie uma longa mudança. Primeiro ponto tático: é preciso recuperar ao máximo os contatos com os Estados Unidos. A Frente Parlamentar Brasil-Estados Unidos ainda não fez uma única reunião neste ano. Nossa inteligência, se podemos chamá-la assim, não acompanhou os passos dos lobistas que influenciaram a Casa Branca e contavam diariamente seus feitos.

De modo geral, nos comportamos como se o fator Trump nunca fosse chegar a nossa praia. As divergências não podem evitar o diálogo. Precisamos ampliar nosso conhecimento sobre o que se passa nos Estados Unidos, identificar interlocutores e compartilhar com os americanos este momento difícil, que parece desembocar num governo autoritário.

Em termos estratégicos, há um consenso de que devemos ampliar os negócios com o mundo, abrir mercados na Europa. Lula trabalha para fechar o acordo Mercosul-União Europeia ainda neste ano. Mas há também Canadá, México e todos os países que, de certa forma, foram atingidos pelas tarifas de Trump, inclusive na Ásia.

Existe outro nível de abertura, talvez difícil de trafegar numa maré nacionalista. É a abertura da própria economia brasileira, simplificando a estrutura tarifária, removendo barreiras não tarifárias, avançando no que o Banco Mundial chama de caminhos da prosperidade. Claro que uma abertura assim implica riscos internos que precisam ser minimizados. Podemos sair mais fortes de tudo isso. Por que não tentar?


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Gostei muito desse artigo do Gabeira, principalmente o que ele sugere no último parágrafo: LIBERALISMO para a economia brasileira. 


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Publicado em: O Globo

OS ERROS DE LULA

  Petista faz política econômica mais parecida com a que gerou disparada de preços e recessão há uma década. Governo quer fazer crer que gas...