Escravos da Pós-Modernidade




 Por  Levi B. Santos


Desde que o mundo é mundo se apregoa que a justiça, a educação e a Ciência um dia triunfarão e o homem deixará de ser escravo do próprio homem. O que mais se fala hoje é: “estamos cada vez mais progredindo, o avanço da Tecnologia está aí para não nos libertar do atraso. Acreditamos que aos poucos estamos conseguindo a tão sonhada liberdade que nossos pais não tiveram”.

Mas será que não estamos hoje tanto ou mais escravizados quanto foram os nossos ancestrais?

Até que ponto nos libertamos dessa herança?

O lema idealista do nosso mártir, Tiradentes“Liberdade ainda que tardia” ― ainda ressoa em nossos ouvidos, fazendo vibrar as cordas enferrujadas dos nossos corações. O vazio existencial impulsiona-nos ainda a sonhar com um utópico paraíso de paz.

Era o medo de morrer que fazia com que os escravos fossem submissos aos seus Senhores. O espectro do medo com sua sombra forte e lúgubre, como nos primórdios, sufoca o nosso desejo de liberdade.

Hegel, em sua Fenomenologia do Espírito, fez um pequeno e emblemático intróito sobre a dialética ― “O Senhor e o Escravo”:

“Dois homens lutam entre si. Um deles é pleno de coragem. Aceita arriscar a sua vida no combate, mostrando assim que é um homem livre, superior à sua vida. O outro que não ousa arriscar a sua vida, é vencido. O vencedor não mata o vencido, ao contrário, conserva-o cuidadosamente como testemunha e espelho de sua vitória. Tal é o escravo “servus”, aquele que ao pé da letra foi conservado.”

Como toda moeda tem o seu lado avesso ou oposto, passemos a exibir a outra face da teoria de Hegel: “O Senhor só é senhor em função da existência do escravo. O Senhor depende da consciência do escravo para ser reconhecido como tal”.

O Historiador Inglês, Theodore Zeldin, em “Uma História Íntima da Humanidade”, tece algumas considerações sobre o paradoxo “liberdade-escravidão”, mostrando que as pessoas crescem “fatigadas de obediência”, da mesma forma que evoluem “cansadas de liberdade”.

Alguns escravos lograram assegurar sua autonomia mesmo sendo forçados a um trabalho desprezível, fingindo aceitar as humilhações, representando um papel de forma que o Senhor vivesse na ilusão de que detinha o comando, em consonância com o provérbio favorito do escravo jamaicano, que diz: “Passe por tolo para obter vantagem”.

O proprietário Romano de escravos, PlínioO Velho (77 d.C.), no intuito de demonstrar que ele era também um escravo, assim escreveu: “Usamos os pés de outra pessoa quando saímos, usamos os olhos de outra pessoa para reconhecer as coisas, usamos a memória de outra pessoa para saudar as pessoas, usamos a ajuda de alguém para permanecer vivos. As únicas coisas que guardamos para nós mesmos são os prazeres.”

Mas o sonho da sociedade utilitária pós-moderna ainda continua sendo, como nos primórdios, o de viver como um Senhor. Não sabem esses candidatos a senhores que ao tentarem abandonar as vestimentas de escravos, estarão se tornando dependentes de outros tipos de Senhores: os robôs da tecnologia niilista, a ciência agressiva, poderosa e insensibilizadora de nossos afetos.

Zigmunt Bauman, sobre a “pós modernidade líquida”, disse: “o homem pós-moderno faz tudo em nome da segurança. Ele quer ser livre e junto com este desejo vem a insegurança que o leva ao pânico”.

Concluindo: a escravidão nunca será abolida do mundo. No máximo ela será trocada por novas formas de escravização. Lutar para ser livre já se tornou cansativo e doloroso demais.

Tinha razão Theodore Zeldin, quando assim escreveu: “Cada geração procura somente o que pensa lhe faltar e reconhece apenas o que já conhece. No entanto, a despeito dos novos anseios de liberdade, muito do que as pessoas fazem ainda é governado pelos velhos modos de pensar”.

Já que estamos a falar sobre “Senhores e Escravos”, não poderia deixar de abordar um tipo de escravismo que campeia na pós-modernidade, e vem tomando conta de nós, de uma forma sutil e poderosa. Na maior parte do nosso tempo, navegamos muito mais pelo oceano da internet ou em redes virtuais, do que em conversa com os familiares que estão, em corpos, mais próximos, nos nossos lares. Dependentes do “Senhor” ― “Mundo Cibernético” ― progredimos e ao mesmo tempo retornamos a viver como os escravos de antigamente que não tinham família e não deviam lealdade a ninguém, salvo ao seu Senhor.

A evolução tecnológica que nos tirou das matas, é a mesma que nos aprisiona nas selvas de pedras e de silício. Boa parte das doenças que assolaram a humanidade de outrora, hoje, são facilmente debeladas; em contrapartida não conseguimos fugir do trabalho desvairado, do esgotamento nervoso, da depressão e do estresse. Levados por uma correnteza implacável continuamos escravos de nós mesmos.


Site da Imagem: capacitorfantastico.blogspot.com

Comentários

Marcio Alves disse…
LEVI

Só você mesmo para escrever um texto tão “fudido” (no bom sentido da palavra) assim.
Cara, depois da tal FELICIDADE, acho que a mais buscada e a tão sonhada é mesmo a LIBERDADE.

Peguei alguns trechos de minha postagem “A angustia do Ser que é angustia” escrito há um anos atrás, que tem tudo haver com esta sua postagem...se não vejamos alguns trechos:

“Queremos ser verdadeiramente livres, viver uma vida de total liberdade, mas quando a vivemos, sentimos o preço que a liberdade cobra; o da solidão. Ao sentirmos o preço alto que a liberdade cobra, buscamos alguém para estar junto de nós, mas com o passar do tempo, nos sentimos prisioneiros e sem liberdade, conclusão; quando estamos casados desejamos viver sozinhos, mas ao vivermos sozinhos queremos estar novamente casados, logo, não existe solução, pois não importa com quem ou como estaremos, a verdade é que sempre estaremos angustiados, pois somos seres desejantes e carentes, que sempre nos falta alguma coisa. E neste caso, ou se é angustiado casado ou se é angustiado solteiro, o que não podemos escolher e não ser angustiados” (fonte http://outroevangelho.blogspot.com.br/2011/04/angustia-do-ser-que-e-angustia.html)

E mais este trecho:
“Se sofremos na época em que não se tinha abertamente liberdade para praticar o sexo, hoje sofremos por justamente termos abertamente liberdade. Pois na primeira a angustia era de querer e ser reprimidos, mas na segunda, queremos e podemos, mas a questão é; o que faremos com a liberdade sexual?” (http://outroevangelho.blogspot.com.br/2011/04/angustia-do-ser-que-e-angustia.html)

E mais este último:
“Em fim, muda-se o mundo, mudam-se as pessoas, muda-se o jeito de viver a vida, mas nunca muda a angustia de si ser um ser humano, pois a vida não se é uma conta matemática que sempre no final tem uma solução, mas o contrário; não existe solução, pois a vida esta para além de qualquer vã teoria ou filosofia, inclusive a minha”. (http://outroevangelho.blogspot.com.br/2011/04/angustia-do-ser-que-e-angustia.html)
Edson Moura disse…
Levi, recuso-me a aceitar que um homem que escreva um texto sobre a "escravidão" como você escreveu, considere-se de fato um escravo. Pois eu não me considero.

Estas palavras são para um outro público que infelizmente, ou felizmente, nunca o lerá. Pessoas que alienam-se da realidade e vivem de forma "mecânica" a vida que lhes foi concedida.

Sempre digo que não gosto de pessoas burras, e acredite, elas existem aos milhões, bilhões diria. Pessoas essa que não pretendem sair de sua posição de "escravo". hora dominadas pelos seus trabalhos, hora submissos à conjuntura da nação, às vezes presos pelos seus próprios cérebros ainda não desenvolvidos ou pela mídia que dita o que ele precisa para ser "feliz".

Portanto Levi, esses escravos da pós-modernidade-líquida, nem sequer se incomodam com sua situação. A ignorância, neste aspecto, é realmente uma benção. Os que sofrem somos nós, você, eu, Marcio, Eduardo, Altamirando e tantos outros que já descobriram que de uma forma ou de outra são manipulados como marionetes pelo sistema.

Nós já ultrapassamos a fase da ignorância-total. Creio que estamos alguns degraus acima na escala evolutiva e, o que me ocorre é: Isso é bom ou ruim? Depende! Depende muito de como lidamos com nossa "liberdade". Acredito que o simples fato de ter consciência de que somos todos vítimas já é de bom tom para o homem.

Compremos o que nos mandam comprar. comamos o que nos mandam comer. Vivamos a vida segundo a lei da modernidade líquida, mas nunca, nunca mesmo, nos esqueçamos que estamos todos na mesma embarcação. Alguns na popa olhando o mar que para trás ficou, outros na proa, buscando no vasto oceano a sua frente um pedacinho de terra que lhe dê segurança, já outros estão lá no porão descascando batatas e dividindo seu espaço com os ratos, e acredite: De certa forma todos estão felizes.

Os escravos de hoje até que estão contentes.
Marcio Alves disse…
Outrossim LEVI, temos remédios para tomar quando ficamos doentes.
Temos ciência e tecnologia que avançaram infinitamente mais, nos últimos 150 anos, do que em toda historia da humanidade.
Temos automóveis, trens, metro e até avião para nos locomover.
Temos internet, computador, televisão, celular, videogames e todo tipo de aparelhagem que nos traz mais conforto e diversão, no dia a dia.
Temos shopping Center. Mercados abertos 24 horas por dia. Comida farta em todo e qualquer lugar.

Mas quem de nós arriscaria dizer que somos mais felizes e livres hoje do que as pessoas que viveram 2.000 anos antes de nós???

Fica minha pergunta aqui para qualquer confraterno responder.............
Marcio Alves disse…
E mais uma última coisa (pelo menos por agora, pois este seu texto vai reder muitos comentários): nossa geração “coca-cola”, “facebook” e “tablets” se vangloria de possuir a tal “liberdade”, mas na verdade estão muito mais presos e sem liberdade do que os povos considerados “primitivos”, “atrasados”, “medievais” e da “era das trevas”.

Vou dar alguns exemplos de “prisões” criadas pela modernidade, onde vivemos sem liberdade:
Celular:
É possível qualquer pessoa te achar em qualquer lugar com o celular. Inclusive, o celular invade até a privacidade, pois quando esta no banho, e o telefone toca, muitas vezes, a pessoa nu, atende. Outras vezes esta se fazendo o “numero 2” e o telefone toca. Outros momentos, a pessoa esta “virando os olhinhos” e o maldito do telefone pode tocar, e, dependendo da pessoa que estiver ligando, somos “obrigados” a parar o que estávamos fazendo (vendo TV, lendo livro e etc) para atender.

Cartão de credito:
É possível saber onde a pessoa esteve, o que comprou e até que horas comprou, e o quanto pagou, através das faturas.
Imagine onde estamos chegando. Se banirem o dinheiro papel e moeda, estou apenas dando uma suposição, o cara que quiser trair sua mulher, não vai poder ir mais para um motel, porque na fatura vem escrito, a não ser, que os donos de motéis inventem nomes parecidos com de mercado e lanchonete, para não perderem clientes. Rsrsrsr

Câmeras de vigilância espalhada por toda cidade:
O cara as vezes que bater (não que eu seja a favor, como também contra rsrsrs) em algum espertinho e folgado, mas não vai poder, porque o “grande olho moderno” esta o tempo todo vigiando as ações dele. (antes era o deus da religião, agora é a modernidade rsrsr)

Enfim, tem “n” exemplos que podemos dar de o quanto nos tornarmos mais escravos e perdemos a “liberdade” dia após dia, por causa da pretensa "evolução" da pós-modernidade.
Marcio Alves disse…
EDSON

A unica coisa que muda de nós para as massas, é que nós temos CONSCIENCIA de que somos escravos e manipulados, enquanto muita gente não tem consciencia disto.

Só que o mais importante é: todos, sem exceção, no final das contas, são escravos do sistema, não dá para fugir da regra...a não ser que você vá morar sozinha em uma ilha deserta. rsrsrs

Inclusive somos já escravos quando nascemos...escravos do nosso genes que herdamos de nossos pais. Escravos do meio que vamos viver, e não que escolhemos viver. Escravos da razão que se debate em agonia com a realidade vivida. Escravos de um corpo finito que envelhece e depois morre. Escravos dos nossos ideais. Escravos dos nossos desejos, sonhos, vontades, medos e angustias. Escravos do nosso tempo, espaço e lugar.

Enfim, somos escravos do momento que abrimos os nossos olhos até o momento em que fechamos eles para nunca mais abrir!
Este comentário foi removido pelo autor.
Sempre que ouço a frase "Nossa liberdade termina onde começa a do proximo" eu vejo algo ainda pior que isso.
Somos escravos até de nós mesmos, nosso inconciente dita as ordens, mesmo que nossa tão apreciada razão diga o oposto.
A propria busca pela liberdade é uma forma de escravidão.

Agora atendo ao texto,
Ficamos livres de obedecermos ordens de homens temendo nossa vida, agora devemos obedecer temendo nosso salario.
Ficamos livres das doenças, agora somos escravos das farmacias para comprar os remedios.
Ficamos livre para soltar nossa imaginação no mundo virtual, mas ainda somos escravos da realidade.
Ficamos livres para decidir, mas perdemos a liberdade de somente obedecer.
Ficamos livres para nos mover com mais conforto, mas por culpa deste, somos barrados por minutos ou horas em um engarrafamento.


Como já disseste caro Levi,
A evolução tecnológica que nos tirou das matas, é a mesma que nos aprisiona nas selvas de pedras e de silício.
A partir do momento em que você descobre estar sendo escravisado por algo real ou virtual, político ou religioso, você já começou a buscar sua liberdade. Mesmo que não consiga conquistá-la mas já se tornou diferente.
Edsom Moura, os escravos de hoje estão "muito contentes" e se comportando como burguêses.
Marcio Alves, não vou retroceder 2000 anos. Minha avó não conheceu um cateterismo. uma lipotripsia, uma angioplastia, uma cintilografia. As pessoas felizes são iguais. As infelizes são, cada uma, a seu próprio modo. Minha avó não teve acesso a esta tecnologia que revolucionou a medicina mas morreu feliz com sua cardiopatia.
Se quisermos figurar perante a sociedade como sêres humanos temos que ser escravos da nossa própria existência.
Levi B. Santos disse…
Caros confrades


O conhecimento verdadeiro seria aquele que nos tornasse mais livres do pensamento de que não somos escravos.

Achei interessante o que o psicanalista Renato Mezan disse, uma vez, sobre o estóico:

”Ele pode até pensar que está a usufruir de uma liberdade interior, mas é uma liberdade ilusória, porque apesar de tudo, ele está subjugado à vontade de um outro.

Tudo começou com angústia de se ver só. Lembrem-se da metáfora: “Não é bom que o homem esteja só”. (rsrs)
Levi B. Santos disse…
Caro Tiago

Não há o que refutar nessa sua máxima:

"Somos escravos até de nós mesmos, nosso inconsciente dita as ordens, mesmo que nossa tão apreciada razão diga o oposto".
Levi B. Santos disse…
"pois a vida não se é uma conta matemática que sempre no final tem uma solução..." (Márcio)

Márcio

As inserções que aqui colocaste retiradas do teu texto lá no blog "Outro Evangelho" - vieram dourar a pílula (rsrs)

Mas a sua máxima reproduzida acima, merece ir para a coluna - "O Pensamento do Dia"
Levi B. Santos disse…
Ao caríssimo poeta Noreda, que habita no Edson (rsrs):


“A liberdade é a possibilidade do isolamento. Se te é impossível viver só, nasceste escravo. Podes ter todas as grandezas do espírito, todas da alma: és um escravo nobre, ou um servo inteligente: não és livre.” (do Livro Desassossego de Fernando Pessoa)

O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.

E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.

E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.


(Fernando Pessoa)
Edson Moura disse…
Olha a covardia hein Leví! Apelando para a licença que os poetas "acreditam que têm? Pois bem, rememore esta aqui de um poeta não tão famoso quanto Fernando Pessoa.

O nada que preenche o vazio na minha cabeça
decompõe as crenças de infância inchando minha visão.
O coração arde vermelho no nada totalmente branco
e continua sendo um vazio totalmente cheio de nada.

Meu pensamento é esculpido em pedra sabão
desejando crer numa seqüência para a eternidade.
O tempo se encarrega de mostrar que eu não falhei
e que ainda é muito cedo para compreender a origem do novo.

Trancafiado numa floresta de ilusão milenar
brotam idéias semeadas na escuridão da minha mente ainda jovem.
Pensamentos tentam à todo momento ultrapassar o meu crânio
e ainda é cedo para entender as coisas que os velhos já se esqueceram.

Minha mente procura a luz em meio às lágrimas
O tremular do fogo que em minha garganta habita
queima permanentemente sem consumir minha tenra carne
e ainda não é tarde para expulsar a voz que clama por liberdade

Meu cérebro parece um calabouço para fugitivos capturados
onde um pequeno golpe pode paralisar-me para sempre.
Por isso, do meu silêncio...grito silenciosamente
e ainda é não satisfaço o desejo de gritar alto.

Se em mim houvesse alma, ela tocaria os relâmpagos nas nuvens
E inerte cairia na areia branca de uma praia qualquer ...doce ...sangrando.
Extirpando minha vontade de viver no espaço de um tempo
e ainda seria cedo para que o esclarecimento total me abraçasse.

Ele caiu num abismo de palavras cegas...
e me disse para que não fosse ao seu funeral.
Os mortos não freqüentam cemitérios...somente os vivos
Pois ao chegar lá, certamente encontraria um caixão vazio...
cheio do nada que preencheu a vida de todos até aqui.

Edson Moura
Levi B. Santos disse…
Uma imagem vale mais que mil palavras.


Entre as imagens que selecionei para colocar no topo da postagem, essa de um homem mecânico ou vestido em uma armadura aparentemente indestrutível me falou mais alto, por isso a escolhi para postá-la no topo desse ensaio.

Mas esse homem de chumbo, pesado e frio tem muito a nos dizer.

Olhem bem como ele está, aparentemente, bem protegido pela armadura de última geração. Vejam também como ele está tão solitário, encolhido, pensativo e angustiado, mais parece um frágil menino. Não parece está tão seguro de si.

Talvez, seu desejo seja o de encontrar meios de garantir total segurança. Talvez esteja querendo cobrir ou proteger a fragilidade de seu corpo real em frangalhos.

Talvez, dentro de sua vestimenta dura e milimetricamente perfeita, ele esteja sofrendo um terror obsessivo de que a sua armadura se dissolva.

Olhando ainda a imagem, suficientemente pesada e tecnologicamente “segura”, de repente, a vejo transparente e insegura para esconder o que não se deve ver.

Ah, se eu pudesse abrir o recinto fechado de sua couraça. Ah, se eu pudesse sentir o retraimento de sua alma em seu casulo de ferro...

Na falta de comentários, resolvi tentar encher esse espaço com divagações fantasiosas de um desejoso em conhecer o abismo insondável do coração humano. (rsrs)
Caro Levi, você acabou de achar o abismo insondável do coração humano; o vasio silencioso da mente.
Levi B. Santos disse…
Miranda

Só sei nadar (e muito mal) no raso. Estão, mergulhar nas profundezas sombrias do oceano, por enquanto, fica só no desejo. (rsrs)
Eduardo Medeiros disse…
Caros confrades,

Não é meio assustador pensar que eu não estou fazendo este comentário "livremente", pois algum mecanismo consciente ou não me aprisiona e me lança no afã de fazê-lo?

Levi,

O apóstolo Paulo não resumiu isso de forma magistral em sua sentença "o que quero fazer não faço mas o que não quero, isso faço".

Mas afinal de contas, existe ou não um certo grau de liberdade?

O "espírito" de um homem pode ser livre ainda que seu corpo esteja preso ou sua vida esteja presa às engrenagens que você tão bem expôs no seu texto?

NOssos pensamentos podem ser livres já que parece que não temos total controle sobre eles?

Levi, o tema da liberdade talvez seja o mais complexo na filosofia. Mas enquanto estamos aqui falando que não somos livres, não seria um modo de provar que somos livres para dizer que não somos livres?

Bem, só estou filosofando...(e mal...rsssss)

LEVI,

seu comentário sobre o "homem protegido pela sua armadura" foi fenomenal.

EDSON,

seus comentários foram fantásticos. Seu poema, uma obra-prima.

MARCINHO,

suas observações pertinentes.

MIRANDINHA,

suas sínteses, sempre inteligentes.

Taí um tema em que todos nós iremos concordar: Não somos livres, mas somos condenados a perseguir a liberdade.
Ótimo texto, Levi.

Parabéns!

Bem, mesmo com toda tecnologia o homem continua escravo de si mesmo. Escravo de suas compulsões. E escravo do pecado:

"todo o que comete pecado é escravo do pecado". (Jo 8.34; ARA)

Cabe a cada um voltar-se para a Verdade, a qual é a expressão daquilo que a Suprema Realidade diz acerca do homem. Logo, precisamos experimentar a Verdade, aceitando-a no nosso íntimo e praticando-a.

O primeiro passo a ser tomado rumo à liberdade é admitindo a nossa condição de errantes e de escravos do pecado. Enganarmos a nós mesmos sobre a existência de um buraco na estrada não adianta. Precisamos admitir o fato e buscar o desvio afim de evitarmos a queda.

ATravés de Jesus, compreendemos de uma maneira incrível o que vem a ser livre. Como homem, Jesus encarnou essa liberdade de modo que nem as instituições sociais, nem medo, nem a morte conseguiram impedi-lo. Jesus fez a vontade do pai e isto fez dele um homem livre, mostrando-nos, assim, o caminho para a liberdade.

"Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres." (Jo 8.36; ARA)
Eduardo Medeiros disse…
Rodrigo,

essa frase de Jesus registrada no ev de João é instigante. Ela diz primeiro que existe uma verdade e que essa verdade é libertadora. Qual era a liberdade que Jesus propunha?

O próprio Jesus disse que "não era livre" para fazer o que queria, pois ele fazia apenas a vontade do seu Pai; mas fazer a "vontade do Pai" era a verdadeira liberdade para ele.

Uns eram escravos de Mamon; outros escravos de suas próprias cobiças, desejos; outros escravos do sistema opressor romano ou religioso.

Jesus propunha uma liberdade interior que fazia o homem agir como "Deus agia". João ainda escreveu que "Deus amou o mundo de tal maneira" - podemos dizer que Deus é prisioneiro do seu amor.

A verdade é que vale a pena ser "escravo" de ideais e sentimentos elevados, pois nesses casos, ser escravo, é ser livre.
Elídia :) disse…
A liberdade voltou a reinar? rsrs A discussão em torno da liberdade que supostamente é algo inerente aos que assim declaram possuí-la, prova não existir, pois, se sou livre para circular livremente e até voltar ao ponto de onde comecei, porque o desconforto de ter de voltar sempre me incomoda?...As pessoas vão e voltam, mas se voltarem livremente, melhor...Toda e qualquer imposição em si ja é o cerceamento dessa livre escolha.
Sobre o texto, dr levi citou Bauman, um pensador contemporaneo que admiro e define muito das relações em nosso tempos..elas são liquefeitas nos espaços, e num ambiente pouco favorável a essa solidificação, os ambientes virtuais falam um pouco disso...Mas ao mesmo tempo, será qe a liberdade advém justamente disso? Somos enfim, livres para pertencermos a 'algo maior' no espaço virtual estando presos em cubiculos reais ou engaiolados nesses espaços vivemos aprisionados em nossas relações 'reais'? Então de fato, o que somos?
P.S.: Vcs estão me ajudando muito em meu TCC, que talvez será sobre o tema, rs Há-Braços
Elídia :) disse…
Estava pensando nessa frase dia desses...“Não é bom que o homem esteja só”. Porque não é bom? rsrs Porque não pode ser bom, Será q essa sentença já causa uma angustia que não seria produzido se a ideia do 'não-é-bom-ser-só' nao fosse levantado? Estou me tornando uma herege? hehe
Elídia :) disse…
Lembrei do 'homem de lata' a quem faltava um coração rsrs
Marcio Alves disse…
DUZINHO

A liberdade é apenas uma das muitas ilusões humanas....perseguir a liberdade seria uma das “milhares” de prisões do ser humano.
Entenda que até mesmo quando no “espírito” do homem, ele deseja ser livre, este desejo de ser livre já automaticamente o aprisiona.
Mas nem tudo está perdido EDU, pois existe sim, um maneira dele ser totalmente livre...o homem só se torna livre verdadeiramente quando deixa, pra sempre, de existir. Rsrsr
Marcio Alves disse…
RODRIGÃO

Quando tempo heim sem dá as caras por aqui...sua presença sempre nos alegra, porque sempre é motivo para debates. Rsrsrs

Sua frase que muito meu deu alegria, porque discordo, e, muito dela rsrs: “Cabe a cada um voltar-se para a Verdade, a qual é a expressão daquilo que a Suprema Realidade diz acerca do homem. Logo, precisamos experimentar a Verdade, aceitando-a no nosso íntimo e praticando-a.”

Minha resposta: Qual seria esta verdade? De qual suprema realidade você esta a falar? Como se faz para aceitar esta verdade e praticar? Como pode, no mundo da pluralidade de idéias, onde convivem muitas “verdades”, você absolutizar apenas uma única e exclusiva verdade?
Como podes provar que a sua verdade é verdade para todos? E mais; esta sua verdade não seria um outro tipo de prisão?

Outra frase sua: ATravés de Jesus, compreendemos de uma maneira incrível o que vem a ser livre. Como homem, Jesus encarnou essa liberdade de modo que nem as instituições sociais, nem medo, nem a morte conseguiram impedi-lo. Jesus fez a vontade do pai e isto fez dele um homem livre, mostrando-nos, assim, o caminho para a liberdade”.

Minha resposta: Rodrigo, então o que você propõe como caminho de liberdade para o homem é ser ou seguir o modelo de Jesus? Veja bem, primeiramente não sabemos se Jesus “era isto ou aquilo”, porque falar de uma pessoa hoje, que nós conhecemos muito bem e que morreu, já é quase impossível, porque a pessoa que viveu de carne e osso é uma coisa, a pessoa que imaginamos e/ou idealizamos através de nossa interpretação é outra completamente diferente, imagine então falar de um homem que existiu há mais de 2.000 anos....pense o quão distante é nossa fala sobre quem achamos que foi Jesus, e o Jesus que realmente existiu.
Em segundo lugar, como podes colocar sobre o homem que busca ser livre, um ideal de homem (Jesus) que nunca existiu, e, que possivelmente nunca irá existir...não seria por sobre o homem um jugo impossível de carregar, fazendo com isto, que o homem já escravo se torne mais escravo ainda??
Marcio Alves disse…
Entendam todos: se praticamos tudo que desejamos, somos então escravos do desejo.
Mas agora, se não praticamos o que desejamos, por causa das leis sociais e/ou por causa da nossa consciência, então somos escravos desta lei em nós ou fora de nós.

Mas ainda, se em última instância dissermos: “porque desejo isto, vou contra isto, não fazendo, para ser livre” mesmo assim, estamos ainda sendo controlado pelo desejo...só que desta vez, “pelo desejo de não querer fazer o que desejamos” (fantástico este meu comentário rsrsr) ou seja, o deixar de desejar não está em nós – até porque o “deixar de desejar” já em si um outro desejo – porque somos seres desejantes, e o desejo já em si uma prisão.
Marcio Alves disse…
Mestre LEVI

Conforme seu desejo e solicitação, minha frase tão pequenina e humilde, mas que o grande mestre da psicanálise adorou, se encontra em destaque lá em cima na “FRASE DA SEMANA”. Rsrsrs
Marcio Alves disse…
ELIDIA

“Então de fato, o que somos?”

Eu diria que somos um universo infinito e complexo, onde todas as teorias juntas só arranham quem de fato nós somos.

E mais: três, são as coisas existentes impossíveis de serem esgotadas pela nossa finita explicação e sistematização: universo, o humano, e “deus”. Este último, existente apenas e tão somente em nosso universo psíquico. Ou seja, de todos os "universos" o maior mesmo é o humano, pois até deus faz parte sendo criação deste universo psiquico.
Olá, Edu.

Você compreendeu bem a ideia.

Vale a pena sermos escravos de Deus porque seu fardo é leve.

Estando no centro da vontade divina, tornamo-nos livres da escravidão do pecado, ainda que sejamos incapazes de cumprirmos inteiramente aquilo que é preciso realizar. Porém, a ideia que tenho é que, quando abraçamos tal propósito, ficamos livres ou menos sujeitos às exigências do ego. Podemos ir mais longe.

Servir a Deus é uma escravidão que liberta!

Paz.
Olá, Márcio!

Como vai? Ando meio sumido mesmo. Faz parte.


"Qual seria esta verdade? De qual suprema realidade você esta a falar? Como se faz para aceitar esta verdade e praticar?"

Resposta: Bem, talvez venhamos a debater vários pontos nos quais conversamos no ano passado a respeito deste mesmo tema. Eu, quando falo da Verdade, embora creia estar falando de Deus, creio que Ela se manifesta pela realidade do Universo. A Verdade é o que Ela é. É a expressão do Universo, da Vida e do Rumo de todas as coisas. É a encaração dos fatos como são, sem fantasiarmos, sem nos iludirmos, sem mentirmos, sem usarmos máscara. E, sendo assim, penso ter já respondido as outras perguntas sobre como aceitar a Verdade e praticá-la. Precisamos é conhecê-la, no sentido semítico do termo, o que considero mais forte do que "aceitar". Mas aí são mais conceitos. Prefiro que agente vá direto à essência.


"Como pode, no mundo da pluralidade de idéias, onde convivem muitas “verdades”, você absolutizar apenas uma única e exclusiva verdade?"

Bem, Márcio, não tenho a pretensão de absolutizar nenhuma versão da Verdade. Só existe uma Única Verdade. Nós, seres humanos limitados, é que somos incapazes de comrpeendê-la na sua totalidade. Logo, semrpe será bem vinda a visão pluralista do Universo. E, como diz Provérbios, "na multidão de conselhos há sabedoria", o que nos torna mais dependentes de visões divergentes, desde que estas sejam comprometidas com a investigação da Verdade e não com a manipulação e enganação dos outros conforme interesses de alguns.


"Como podes provar que a sua verdade é verdade para todos? E mais; esta sua verdade não seria um outro tipo de prisão?"

Veja a resposta acima. Simplesmente não tenha a pretensão de provar que minha versão seja verdadeira. Eu a compartilho com o mundo, peço que as pessoas me ouçam, mas quero ter sempre a humildade de reconhecer o quanto sou limitado, sujeito a enganos cognitivos e, pior ainda, vulnerável às seduções da mentira. Se buscar estabelecer minha versão como verdadeira, aí sim estarei riando mais um tipo de prisão no mundo. Só que o meu desejo é incentivar as pessoas a conhecerem a Verdade dentro delas mesmas através da sinceridade, buscando o auto-conhecimento e o agir correto.
Continuando...


Agora sobre Jesus!


Rodrigo, então o que você propõe como caminho de liberdade para o homem é ser ou seguir o modelo de Jesus? Veja bem, primeiramente não sabemos se Jesus “era isto ou aquilo”, porque falar de uma pessoa hoje, que nós conhecemos muito bem e que morreu, já é quase impossível, porque a pessoa que viveu de carne e osso é uma coisa, a pessoa que imaginamos e/ou idealizamos através de nossa interpretação é outra completamente diferente, imagine então falar de um homem que existiu há mais de 2.000 anos....pense o quão distante é nossa fala sobre quem achamos que foi Jesus, e o Jesus que realmente existiu.

Caro Márcio, sabemos muito bem que é preciso distinguir a história do homem Jesus, o filho de José e de Maria, da memória religiosa do Jesus vivo que caminha conosco até o fim dos tempos (Mt 28.20) e do ministério de Jesus, o Cristo e o filho do Deus vivo. E, infelizmente, nem os teólogos e estudiosos do cristianismo conseguem identificar e distinguir entre estas três dimensões (se é que não podemos falar de quatro, cinco, ou mais). E, logicamente que, quando falo de Cristo posso estar indo além do Jesus histórico e alcançando um ideal que homens construíram. Todavia, quero deixar bem claro que, quando falo de Cristo, estou referindo-me ao encontro da Verdade pela perspectiva humana. Quando Jesus disse "eu sou a verdade" (Jo 14.6), creio que o significado dessas palavras seja o próprio homem buscar viver conforme a Verdade tal como Jesus, em seu limitado exemplo de homem, procurou transmitir.


"Em segundo lugar, como podes colocar sobre o homem que busca ser livre, um ideal de homem (Jesus) que nunca existiu, e, que possivelmente nunca irá existir...não seria por sobre o homem um jugo impossível de carregar, fazendo com isto, que o homem já escravo se torne mais escravo ainda??"

Quando falamos em arquétipos, estamos manifestando um ideal que o pensamento reto formou coletivamente. Não me refiro à ortodoxia, mas sim à busca de alcançar e de compreender algo elevado - o Caminho que nos aproxima de Deus e da verdadeira Vida Eterna. E aí não devemos desconsiderar os séculos de reflexão dos homens acerca da Verdade e que meditaram acerca de condutas éticas necessárias para nos aproximarmos da Essência do Universo. Foram homens que comportaram-se com reverência em relação à Verdade ("o temor do SENHOR é o começo da sabedoria) e, deste modo, aprenderam algo além da média e puderam transmitir seus ensinamentos.

O que o outro descobriu não pode ser jamais absolutizado e nem o que eu ou você experimentamos. Porém, no fim das contas, o que vai importar será a decisão tomada, quando então escolhemos basear nossas escolhas existenciais pelo que acreditamos ser a testificação da Verdade em nós ou referenciando-nos por algum ensinamento de mestres nos quais depositamos alguma confiança. E creio que uma pesssoa madura é aquela que já se encontra apta para decidir, sendo que nem todos despertam-se para o conhecimento da Verdade. Aí, nestas horas, é bom que as crianças sigam as pegadas dos pais até chegarem o momento de agirem com discernimento.

Abraços.
O homem é um desejo, certo?!

Mas a Regra de Ouro ensina que devemos amar ao próximo como a nós mesmos (Levítico 19.18).

Ora, qual o significado das palavras "como a ti mesmo"? É possível amarmos outra pessoa como amamos a nós mesmos? Se tivermos que decidir entre a nossa vida e a do outro, a qual delas ddaremos precedência?

Tal como o sábio judeu Nachmânides, concordo que isto se trate de um ideal da Torá impossível de ser alcançado literalmente. Tanto é que, Jesus e o sen antecessor Hillel falam de fazermos (e não fazermos) ao próximo aquilo que queremos (não queremos) que se faça conosco.

Neste sentido, vejo que quando resolvemos praticar aquilo que não desejamos para alimentar o ego, afim de contribuirmos para o bem do outro, aprendemos a não sermos tão controlados pelos nossos impulsos. Com isto, nós crescemos e começamos a lidar melhor com os desejos.

Jamais seremos livres de algum desejo? Isto não me importa! Vale é que, buscando observar o elevadíssimo ideal de amar ao próximo como a nós mesmos, permite que deixemos de ser pessoas reativas que respondem instintivamente às provocações ou querem tudo para si. Aí a inveja já não nos afetará mais e nem outros sentmentos baixos.
Elídia :) disse…
Márcio, o determinismo não é meu forte, rs. Mesmo que 'deus' seja uma criação do universo psíquico, ao criar isso em algum lugar da mente a priori existia uma hipotese anterior, mas racionalizações também nesse caso não são pertinentes...sinceramente nao racionalizo tudo...mas os motivos demandariam horas de relatos, rs
Estava assistindo o filme que fala da relaçao entre Freud e Jung, e a cisão q houve no caminho de ambos, por justamente o contraponto 'mistico' ser colocado em algum momento como sendo impecilho para pesquisas 'sérias' de um, e para outro ser um caminho aberto a imersao em novas experiências...Se cabe tudoi numa simples definição, para que então continuar tratando do 'nada?' A liberdade de discutir sobre o incipiente, mostra que ainda há perguntas sem respostas...
Dicotomia não é virtude. Vocês têm livre arbítrio; Ser escravo de Deus com seu fardo leve sendo fiel ou carimbar o passaporte para o inferno. Livre arbítrio. He, he, he... Será que por não desejar nenhuma das opções oferecidas pelo Deus de Abraão eu não sou livre?
O que é a liberdade afinal, se não sou escravo de idealismos?
Elídia minha amiga, quantos TCCs você faz por ano? He,he,he..
Tomem cuidado para não serem escravos de sua própria liberdade.
Altamirando,

A vida segue por um Caminho e não há como andarmos por outra via.

Ou agente segue pelo caminho da vida e nos tornamos pessoas felizes e realizadas, ou nos estrepamos nos afogando num pântano de pecados.

Precisamos entrar pela Portas para achar as pastagens!

Abraços.
É isso aí!

Não há como vivermos a nossa "propria liberdade".

Quando desejamos fazer o que queremos, isto é, a vontade do nosso ego, acabamos nos aprisionando.

Contudo, a vida em Cristo liberta.
Eduardo Medeiros disse…
Marcinho,

é isso mesmo. Agora, o seu comentário

“porque desejo isto, vou contra isto, não fazendo, para ser livre” mesmo assim, estamos ainda sendo controlado pelo desejo...só que desta vez, “pelo desejo de não querer fazer o que desejamos” (fantástico este meu comentário rsrsr)

não tem nada de "fantástico" pois ele é óbvio.

E veja como você mesmo deixa de aplicá-lo no caso das "relatividades" e na ausência de um Absoluto:

Quando se diz que só existem as relatividades, estamos ao mesmo tempo negando esta própria frase que se põe como "absoluta"...
Rodrigo, mas eu não quero pastar como carneiro nem como bode. Será que eu posso ter o direito de continuar sendo macaco ou ET?
De acôrdo com a previsão meteorológica, "começou a chover no mar".
Edson Moura disse…
Por mais que alguns me critiquem, vejo necessário dicotomizar a questão da liberdade, escalonando-as em: física e mental. Por mais que nos vejamos tentados a usar uma para explicar a outra, é errado. Privar um homem de sua liberdade física é infinitamente diferente de privá-lo de sua liberdade psíquica. Podemos trancafiar um homem num jaula impedindo-o de sequer ver a luz do Sol, mas nada impedirá sua mente se ser livre, de fantasiar com a liberdade, fazendo surgir assim, poetas e filósofos de peso.

O contrário também acontece quando proporcionamos ao individuo toda liberdade de que ele precisa para viver, mas ele, por uma questão, aí sim física ou mental, priva-se de experimentar a liberdade, sofre de um bloqueio criativo, tornando-se um autista em seu mundo.

A religião vem colaborando a séculos para o crescimento do sentimento de ausência de liberdade, isso é inquestionável viu Eduardo?! Mas a Filosofia também não sai impune da acusação, pois quando ela abandona seus admiradores, ao retirar-lhe o porto seguro da crença de amparo, comete o erro de não dar uma nova direção física ao homem.

A conclusão a que chego é a seguinte: Liberdade é algo que se vive e não algo que se teorize. Podemos escrever milhares de páginas acerca da liberdade e não atingirmos nosso leitor, ao tempo em que podemos nos manter mudos e com um semblante feliz, e convencermos dezenas de pessoas de que somos livres, totalmente livres, de uma (física) de outra (psíquica) ou de ambas.

Edson Moura
Edson Moura disse…
Márcio, já está na hora de você postar mano. Vamos voltar a ter disciplina nesta sala. rss
Eduardo Medeiros disse…
cuma?? o marcinho vai postar de novo???? acho que o Mirandinha deverá postar pois ele é o que está mais tempo sem postar. Isso é claro, se ele quiser, já que agora o que reina aqui é mesmo o caos criativo da aleatoriedade das postagens...kkkkekkeekeee
O provocador disse…
“A tão procurada liberdade, que tantos dizem ter encontrado nos supõe responsabilidades mil. Acredito que seja por isso que muitos homens a evitem tanto. Covardes são todos aqueles que não ousam soltar as amarras do criador e enfrentar o mundo como se seus atos fossem de sua única e total responsabilidade” O Provocador
Eduardo Medeiros disse…
"Privar um homem de sua liberdade física é infinitamente diferente de privá-lo de sua liberdade psíquica."

Edson, eu concordo com essa frase.

"A religião vem colaborando a séculos para o crescimento do sentimento de ausência de liberdade, isso é inquestionável viu Eduardo?! "

Edson, desta eu descordo em parte. A religião em si nunca pretendeu privar ninguém da liberdade, ao contrário, sempre quis dar liberdade para que o homem não ficasse preso ao que é ordinário e mecânico. Mas concordo que muitos usaram a religião(principalmente a cristã) para tolher a liberdade, inclusive, à liberdade metafísica-psíquica.
Eduardo Medeiros disse…
Bem, na verdade eu estou me contradizendo...

se é aleatório, qualquer um pode postar, né? mas gostaria de ver o Mirandinha postando.
Eduardo Medeiros, isto é perseguição, você está querendo cercear minha liberdade de ficar no obscurantismo. Postei há seis páginas atrás, portanto ainda tem muita gente na fila. Na C.P.F.G eu não sou preferencial e na de idosos só tem eu e o Levi.
Quem está mais tempo sem postar é o Rodrigo, se ele não se manifestar eu vou publicar uma obra religiosa."Anjos e Demonios".
Eduardo Medeiros disse…
é verdade, o Rodrigo é o que está há mais tempo sem postar. Mas como isto aqui virou um blog de "libertos" da ditadura da fila de postagens(viu, quem disse que não pode haver algum tipo de liberdade?), ele postará quando quiser e der na telha.

Mirandinha, eu respeito muito os idosos, você tem minha preferência...vai publicar uma obra religiosa?? então os temas religiosos já não são mais proibidos por aqui????
Temas religiosos por unanimidade é burrice. Eu falei em obra raligiosa devido ao filme de ontem "Anjos e Demonios" que foi uma obra de Dan Brown publicada ha 12 anos misturando religião com um tema desconhecido por religiosos; a antimatéria. Poderosa fonte de energia com 100 por cento de eficiência.Uma gota de antimatéria bastaria para iluminar São Paulo por um dia. Energia criada pelo CERN baseado numa teoria de Einstein. Não sei se posto algo religioso a respeito. He, he, he..
Edu, foi proibido postar temas religiosos na CPFG? Tenho notado a ausência deles.
Eduardo Medeiros disse…
Ótimo tema, Mirandinha! Li os dois livros mais famosos do Brown(código da vinci e anjos e demônios). Mas perá lá, meu caro, disser que o tema é desconhecido dos "religiosos" é ilógico. Aliás, Einstein era bem religioso...

Não é que foi proibido temas religiosos por aqui, mas alguns dos nossos confrades(todos ex-evangélicos fervorosos) se tornaram "fervorosos ateus"e começaram a pegar pesado com os temas religiosos. Os comentários contra começaram a ficar ríspidos, intolerantes, soberbos. Então eu parei de postar o tema aqui e abri a confraria logos e mythos..
"Liberdade é algo que se vive e não algo que se teorize."


Parece-me uma conclusão bem interessante.

Será que um escravo (hoje em dia não existem mais formalmente) não poderia experimentar mais liberdade do que seu senhor?

A Bíblia nos conta a história de um povo que tinha sido escravo no Egito. Porém, quando eles se viram livros dos grilhões no deserto do Sinai, ainda assim mantiveram uma mentalidade de escravo.

Nós brasileiros somos um povo formalmente livre há quase 190 anos, somando aí um total de seis gerações. Porém, muitos de nós ainda temos uma mentalidade de colonizados.
Eu vou postar!

Mas pela ordem de preferência, acho que agora seria a vez do Márcio, não?

E, falando nele, encotnrei um texto muito bom de sua autoria publicado no blogue da Anja:

"Você escolheu a religião que acha que escolheu ou foi a religião quem te escolheu?"
http://omundodaanja.blogspot.com.br/2012/04/voce-escolheu-religiao-que-acha-que.html

Mas já estou com umas ideias na cabeça prontas para serem compartilhadas.

Abraços.
Concordo que uma repetiçãod e temas religiosos acaba cansando.

Por outro lado, acho que não podemos ficar censurando as ideias a ponto de não se poder falar mais de religião aqui. E nem se cultivar um preconceito velado contra quem seja religioso.

A meu ver, o ser humano é um por completo. Ele não pode ser segmentado. Não existe a "minha vida religiosa" distinta da "minha vida profissional", da "minha vida sentimental", da "minha vida política", etc.

É o que penso.
Este comentário foi removido pelo autor.
Rodrigo,

Pela ausência de postagens, a vez é sua, manda!