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Por Donizete Vieira

Quanto maior a tragédia melhor! 

Seria decepcionante acontecer um terremoto, maremoto, ou a erupção de um vulcão que seja, se o número de mortos não passar dos milhares. 

O legal não é ver um lutador de MMA ganhar com um nocaute técnico, mas sim arrebentar o adversário até deixá-lo sagrando. Principalmente se este for um falastrão desaforado. 

O que nos prende na frente da telinha, não é a notícia de que um avião monomotor caiu e cinco apenas morreram, (a não ser que entre as vítimas tenha alguém famoso) , ou se o ônibus caiu na ribanceira e apenas a metade dos passageiros morreram. Isso é fato comum, não repercute nem no dia seguinte. 

O trivial não nos interessa, não satisfaz nossa natureza animal. Não sacia a sede dos “Datenas” da vida espalhados aos milhares pelas agências de notícias. Nem tampouco a nossa, que já elegemos os canais News como nossa principal fonte de entretenimento.

Somos naturalmente propensos a sentir prazer, satisfação, mesmo naquilo que é repugnante e trágico na realidade. Diante das tragédias o ser humano experimenta um misto de “piedade”, “temor” e “prazer”. Prazer sutilmente disfarçado de consternação. 

Por que enfatizar tantos detalhes das tragédias? Simples, é exatamente isso que o ser humano quer ver!

A propósito, é bom destacar que esta questão foi histórica e filosoficamente tratada com Aristóteles. Os leitores podem ler um artigo largamente difundido com o título: “sobre o prazer na tragédia em Aristóteles”

Agora, estaria este “eu Psicopata” escondido nos porões do nosso inconsciente? Ou seja, tudo aquilo que vivemos tentando evitar ou negar acabamos empurrando para lá? Alguns podem negar! Mas para aqueles que são sensíveis de imaginação, sempre acaba se convencendo que está “lá”. Freud explica!

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