sexta-feira, 7 de novembro de 2025

🌹 "Janja é uma ruptura simbólica"

 


Por Beta Bastos


Há algo de profundamente político no modo como Janja existe.

Ela não pediu licença para ser, simplesmente é.

E isso, em um país que ainda tenta enquadrar as mulheres em papéis silenciosos, é um ato revolucionário.


Janja não é apenas a companheira de um presidente.

É uma mulher que reivindica o direito de estar onde sempre disseram que não era lugar para nós, no centro das decisões, no gesto que acolhe e também no gesto que enfrenta.

Ela devolve à política uma dimensão esquecida, a da afetividade como força transformadora.


Enquanto muitos associam poder à frieza, Janja o resignifica com empatia.

Ela fala de cultura, de meio ambiente, de igualdade e de memória.

Temas que, na boca de uma mulher, ainda são tratados como menores.

Mas é justamente por essa via que ela desmonta a velha lógica da dominação e mostra que governar também é cuidar, preservar e lembrar.


Por isso a atacam.

Porque uma mulher que ocupa o espaço público sem pedir desculpas por ser inteira, política, sensível, lúcida e amorosa, é insuportável para quem ainda acredita que o poder é masculino.


Janja é o incômodo necessário.

É o retrato de uma nova ética do feminino na política, a que não se curva, mas também não endurece para existir."

quarta-feira, 5 de novembro de 2025

A Dor Invisível – O Drama dos que Carregam o Peso da Depressão

 


Autor anônimo


Há dores que gritam, e há dores que se calam. A depressão é uma dessas dores silenciosas, que corrói por dentro enquanto o mundo, do lado de fora, segue sem perceber. É um sofrimento que não deixa marcas na pele, mas fere a alma de forma profunda, minando o ânimo, o apetite, o sono, a vontade de existir. Para muitos, é como carregar um corpo pesado demais, uma sombra constante que impede de seguir o ritmo dos outros.

A sociedade, ainda hoje, tem dificuldade em compreender que a depressão não é fraqueza, preguiça ou falta de fé. É uma doença — séria, incapacitante, e por vezes mortal. Mas a incompreensão é cruel. Muitos pacientes escutam conselhos que doem mais do que ajudam: “levanta e vai trabalhar”, “você tem tudo, não devia estar triste”, “isso é falta de Deus”. O que falta, na verdade, é empatia. O que falta é entender que o deprimido não escolhe estar assim, e que sair do abismo não depende apenas de vontade.

No sistema público de saúde, o cenário agrava o desespero. Consultas com psiquiatras são escassas, demoradas, e muitas vezes superficiais. Há quem espere meses por uma vaga, quem desista no meio do caminho, quem seja tratado como um número. O tratamento adequado exige acompanhamento contínuo, psicoterapia, ajustes de medicação — mas a estrutura pública raramente oferece esse cuidado integral. Muitos acabam dependendo unicamente de comprimidos, distribuídos de forma irregular e sem o devido acompanhamento, o que transforma o remédio em uma âncora de sobrevivência, e não em um caminho real de cura.

Essa dependência medicamentosa, aliada à instabilidade emocional, torna quase impossível a reinserção no mercado de trabalho. Empresas evitam contratar quem carrega um histórico psiquiátrico, temendo faltas, crises ou baixa produtividade. O preconceito é disfarçado de critérios técnicos. O resultado é a exclusão — o deprimido se vê sem renda, sem autonomia, sem perspectiva. Quando busca auxílio do Estado, enfrenta um outro tipo de sofrimento: a frieza burocrática. O processo para conseguir um benefício previdenciário é longo, desgastante e cheio de obstáculos. Perícias que duvidam da dor, exigências que humilham, e um sistema que, em vez de acolher, desconfia.

Nem mesmo os espaços de fé, que deveriam ser refúgios, estão isentos de incompreensão. Alguns líderes religiosos, movidos por dogmas, insistem em ver a depressão como sinal de fraqueza espiritual, castigo divino ou falta de oração. Esse tipo de julgamento, travestido de zelo, apenas aprofunda a culpa e o isolamento. O fiel, já fragilizado, passa a se sentir indigno de Deus e da própria vida — uma ferida a mais em quem já sangra por dentro.

A dor humana, quando invisível, é facilmente ignorada. E a depressão é, talvez, o maior exemplo disso. Enquanto não houver um olhar mais humano, mais paciente e menos moralista, continuaremos perdendo vidas — lentamente, silenciosamente, todos os dias.

O que essas pessoas pedem não é piedade. É compreensão, acolhimento e dignidade. Que possam ser vistas não como um fardo, mas como seres humanos que lutam — todos os dias — contra um inimigo interno que poucos conseguem entender.

Porque, no fim, o maior remédio que ainda falta é o mais simples de todos: o olhar humano sobre a dor do outro.


Para concluir a postagem, feita por um autor anônimo que se utilizou da IA para expressar o seu drama e de muita gente, gostaria deixar em aberto a seguinte pergunta: o que pode ser feito para efetivamente ajudarmos as pessoas com depressão?

domingo, 2 de novembro de 2025

Denúncia comprova necessidade de ataque ao CV

 

EDITORIAL DO JORNAL O GLOBO DE 02/11/25


São estarrecedores os métodos do Comando Vermelho (CV) para manter o controle do complexo de favelas do Alemão e da Penha. A denúncia do Ministério Público que serviu de base à megaoperação das polícias do Rio na última terça-feira é repleta de revelações sobre práticas repugnantes da facção. Mensagens interceptadas demonstram que o CV montou uma estrutura complexa de domínio, altamente hierarquizada e militarizada, levada a cabo por meio de tortura, execuções sumárias determinadas por um “tribunal” do tráfico e até um departamento para cuidar de propinas pagas a agentes da lei. Não há como nenhuma sociedade civilizada tolerar esse abominável estado de exceção.

Sessões de tortura são usadas para punir comparsas e moradores que não seguem as regras impostas pela facção. Num dos casos citados, uma mulher é mergulhada numa banheira de gelo, sob a alegação de ter brigado durante um baile funk. Noutro episódio, um homem amordaçado e algemado, sem camisa, é arrastado por um carro. Enquanto implora por perdão, um dos algozes debocha de seu sofrimento. Num terceiro, um traficante diz ter dado uma “massagem” na vítima e pergunta se ela queria morrer logo. Perversidades chegam a ser filmadas, tamanho o sentimento de impunidade.

Surpreende a organização da quadrilha. De acordo com a denúncia, havia funções como “general de guerra”, “juiz do tribunal do tráfico” e especialista em propinas pagas a policiais. Um dos bandidos, que escapou ao cerco policial, era responsável por definir estratégias de enfrentamento à polícia, incluindo monitoramento das tropas com equipamentos sofisticados. Um dos chefes da facção ficava encarregado de coordenar os “soldados” do tráfico e montar as escalas de plantão. Também administrava eventos como bailes funk. O CV mantém regras rígidas para proteger os chefes do tráfico em locais cercados de barricadas e dotados de armamento pesado, que dificultam as operações policiais e a prisão dos bandidos.

A denúncia do MP deixa clara a necessidade da operação para interromper o domínio cruel do CV. Não se pode admitir que grupos sanguinários sequestrem extensões relevantes do território e instalem nesses enclaves um Estado paralelo, onde não vigoram a Constituição e as leis que regem os demais brasileiros. Autoridades têm obrigação de reprimir essas organizações criminosas. Mas é fundamental que essas ações sejam permanentes e não fiquem restritas às incursões policiais. Precisam ser seguidas de policiamento de rotina e serviços como educação, saúde, transporte, urbanização e moradia, como mostram todas as experiências internacionais bem-sucedidas para vencer o crime organizado.

A demanda por serviços públicos nas comunidades cariocas é enorme. Quando atendida pelo poder público, a população responde com avidez. Basta lembrar que, das cerca de 600 mil vagas oferecidas nas escolas municipais, 248 mil (41%) estão localizadas em áreas vulneráveis, em geral sob o comando de facções ou milícias — e apenas 13 mil permanecem desocupadas. Proporcionalmente, a demanda nessas áreas é maior que nas demais regiões da cidade (favelas concentram 1,3 milhão de cariocas, ou 22% da população). Não há indicador mais persuasivo de que a melhor forma de combater a tirania das facções é levar ainda mais educação às áreas conflagradas, dando outra perspectiva de vida às crianças.

quarta-feira, 29 de outubro de 2025

Guerra no Rio

 




EU QUERIA ESCREVER UMA HISTORINHA ENGRAÇADA, DIVERTIDA, LEVE, mas diante do que aconteceu ontem aqui no meu Rio de Janeiro, a graça foi embora, o riso trancou-se e quedou-se sem saber do que rir, pois só havia motivos para prantear, lamentar, duvidar, ponderar. O que aconteceu ontem aqui foi uma guerra. Não que os mais de 3 milhões de cariocas que moram em áreas dominadas por facções do tráfico de drogas não estejam acostumados com esses confrontos - mas o que assustou foi a grandeza dessa operação: Mais de cem mortos!

Em vários pontos da cidade criminosos fecharam vias, fecharam o comércio e centenas de pessoas não puderam voltar para casa diante da escassez de ônibus, visto que vários foram queimados.

Até ontem, o governo do Estado apontava ter havido 64 mortes sendo 4 policias na operação que buscava prender traficantes e impedir a expansão da facção Comando Vermelho.  Depois que o olho do furacão passou, os próprios moradores do complexo de favelas da Penha e do Alemão entraram na região de mata para procurar corpos e  o que encontraram foi chocante como mostra a foto acima. Numa cena bizarra de guerra, os moradores foram enfileirando os corpos no chão um ao lado do outro.

Um dos moradores que esteve nas buscas pelos corpos declarou:

Encontramos um deles com uma granada na mão e outra sem pino, aparentemente. Então deixamos lá (na mata), não sabemos o que fazer. A angústia é grande, uma tristeza. Conhecia muitos de infância, mas mudaram de vida (para o crime) depois — relata. — a forma como foram encontrados é de execução: tinha gente amarrada com tiro na testa. 

O que mais choca a nós, moradores desta cidade linda do Rio de Janeiro, centro cultural do Brasil, é que essa operação não vai frear o avanço da facção em nem um centímetro. O narcoterrorismo está tomando conta do Brasil. A continuar essa progressão, logo seremos como Colômbia e Venezuela. O conceito de “narco‑estado” (ou narco-state) designa um país em que o tráfico de drogas ou redes de narcotráfico têm influência decisiva nas instituições estatais — governo, polícia, judiciário — ou ainda, o Estado está tão enfraquecido que grupos criminosos comandam de facto grandes partes do território. 

O Brasil está repleto de regiões que são dominadas pelas facções criminosas. Lá a polícia não entra a não ser com conflitos que sempre geram a morte de bandidos, policiais e inocentes. As facções já entraram na política conseguindo financiar e eleger seus candidatos e expandindo seus negócios na economia legal com farmácias, postos de gasolinas, etc.

E tudo fica mais surreal quando a poucos dias o presidente Lula cometeu uma das suas piores gafes ao dizer que o traficante também é vítima do viciado! Caiu tão mal no próprio escopo governamental que ele foi às redes se retratar.

Quando o país terá uma política de enfrentamentos ao crime organizado e ao crime do dia a dia que seja inteligente e eficiente? Os governos de esquerda são sempre acusados de defender criminosos como se fossem apenas "vítimas da sociedade" e até certo ponto isso é verdadeiro. O próprio presidente Lula em outra ocasião declarou que quem rouba celular quer apenas "tomar uma cervejinha" ou porque não tem "o tênis da moda". Por outro lado, políticos da direita radical só veem o confronto, a morte, como tática de enfrentar o problema.

Essa é uma guerra que segundo vários especialistas, só será vencida com políticas públicas onde Estados e União estejam articulados conjuntamente e não somente com o uso da força mas principalmente com o uso da inteligência para cortar as artérias financeiras que alimentam as facções. O aumento de penas também pode ajudar a não passar a ideia de impunidade à população. 

Apesar das atuais propostas engendradas pelo Ministério da Justiça, ninguém realmente acredita que a coisa vai melhorar, ainda mais diante de posicionamentos  do  ministro da justiça Ricardo Lewandowski, que vê como algo positivo que 40% dos presos em flagrantes são soltos durante as audiências de custódia. Segundo ele, "a polícia prende mal". Por "prender mal" pode estar uma situação em que um policial dá um tapão na cara de um bandido pego em flagrante e na audiência de custódia o juiz vai perguntar se o preso foi "bem tratado" e ele vai dizer, "não, seu juiz, eu levei um tapa na cara" - pronto, o policial foi contra os direitos humanos do bandido e ele sairá livre, leve e solto pela porta da frente dando uma bela banana para a polícia e para a sociedade.



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Foto e informações do jornal O Globo.

segunda-feira, 20 de outubro de 2025

Lula à Caça dos Evangélicos sem Pastor

 




O PRESIDENTE LUÍS INÁCIO está com uma missão: Conquistar votos no campo evangélico. Aquele campo que ele e a escória da esquerda chamam de "fascistas" por serem conservadores, valorizar a família, por serem patriotas, serem contra o aborto, serem contra o comunismo. Para a esquerda neurótica, essa turma é o lixo do mundo, poderia muito bem ser colocada em um paredão e ser metralhada, como já sugeriu um certo professor universitário marxista revolucionário em uma palestra, arrancando sorrisos da plateia democrática. Então, para tentar conquistar esse bando de fascistas ainda sem pastor, Luís Inácio deve indicar para o STF, o evangélico esquerdista Jorge Messias - que virou um famoso desconhecido por ser chamado de "Bessias" pela presidenta Dilma.

Como é bonito ver Lula e Gleise contritos, de olhos fechados, orando juntos com evangélicos que entram no barco que navegar melhor por esse mar sistemático de Brasília - e atualmente -  o barco de Luís Inácio vai bem(apesar do país ir mal), já que a direita espevitada, se apequenou com a intentona do Eduardo Bolsonaro contra a economia do país e a dificuldade de Bolsonaro largar o osso e até agora, não indicar seu sucessor. 

A campanha de 2026 já começou.

🌹 "Janja é uma ruptura simbólica"

  Por Beta Bastos Há algo de profundamente político no modo como Janja existe. Ela não pediu licença para ser, simplesmente é. E isso, em um...