Afresco ― Juízo Final ― Capela Sistina
Está
tudo pronto para o início do conclave que escolherá o novo Papa. Ontem foram
concluídos os reparos de instalação da chaminé no telhado da Capela Sistina ―
famosa pelos afrescos que Michelangelo pintou na parte interna de sua abóbada,
dizem, em posição muito incômoda.
Por
sinal, foi a pouco mais de três meses que ocorreu o aniversário dos 500 anos
dos deslumbrantes painéis desse fenomenal pintor que, diga-se de passagem, deu
muito trabalho ao Papa Júlio II: o serviço muito penoso e lento de Michelangelo
lhe renderam umas bordoadas do cajado papal.
O irascível artista foi instado a
destruir seu painel com da Origem da Criação, por causa de um Adão frontal
completamente nu, com a genitália bem proeminente. Na ocasião, ele bateu o pé e
disse: “Se não deixarem tudo como pintei, desisto em concluir a obra!”. Os
cardeais, torcendo seus rostos, enfim, aquieceram. Conta-se que grande parte do
cardinalato reagiu com rispidez, alegando a indignidade das pinturas, as quais
continham anjos e apóstolos com partes pudendas vergonhosamente expostas.
Fumaça preta para Michelangelo! (rsrs)
Todo
o mundo estará de olho na chaminé da Capela Sistina a partir de terça-feira
(dia 11), quando se inicia o conclave (que não deixa de ter suas escaramuças,
disputas e guerras santas, etc) aguardando ansiosamente a saída da fumacinha
preta ou branca.
Mas
aqui pra nós: de onde os cardeais retiraram esse negócio de fumaça da discórdia
e fumaça da concórdia, ou, sabe-se lá, do Cão e de Deus?!
Pedi
auxílio ao Google sobre a simbologia
da fumaça, mas só encontrei isso: “Fumaça
negra ― significa que a igreja continua sem Papa; fumaça branca ― significa que
existe Papa.”
Mas
isso é muito pouco, e não aplaca a minha sede de curiosidade. Deve existir mais
significado. Hoje é domingo, a revista Veja atrasou. Estou sem fazer nada, vou
escarafunchar mais.
Viva!!!
O bispo da diocese de Montenegro deu uma versão plausível para a fumaça, que
não tem nada a ver com Mitologia, Escatologia ou Teologia. Diz ele:
“Séculos atrás a comunicação era muito
precária. E como havia a necessidade de informar o andamento das votações no
conclave, foi criada o sistema da fumaça preta e da fumaça branca. Os cardeais
colocavam seus votos para serem queimados e davam um jeito de a fumaça sair
preta (grifo meu ― pixe?), indicando
dessa maneira a falta de consenso. E quando a escolha acontece, os votos são
queimados, e com um processo próprio a fumaça se torna branca”.
Não
me contento. Parodiando Shakespeare: há mais coisas
escondidas entre o processo “fumaçal” e as quatro paredes da Capela que as
minhas vãs palavras escritas nesse ensaio.
Deixo
o Google pra lá, e pego meu
dicionário de expressões e ditados populares. Finalmente, encontro uma
expressão que me alivia e, cai, como uma luva, para explicar a tal da fumaça preta: “A Coisa Tá Preta ― ato denegrível, sujou, tá num beco sem saída, tá na sinuca de bico,
situação insustentável” ― enfim, tudo que o antecessor, Bento
XVI já cansou de falar aos quatro cantos da terra sobre a Igreja nos
últimos dias. O nó é que mesmo com “a brancura final” da fumaça, o “fantasma de
cor negra” vai continuar rondando o Vaticano por, sei lá quanto tempo.
Não
foi à toa, que o sarcástico e inteligente Michelangelo, dedicou a maior parte
de seu tempo a pintar o maior painel da abóbada da capela Sistina ― cuja foto
está no topo desse ensaio ―, representação do JUÍZO FINAL ―, pairando como uma
ameaçadora nuvem sobre as cabeças dos que irão escolher o novo Comandante
espiritual e Senhor das finanças, esperanças e heranças do riquíssimo império
do Vaticano.
Comentários
CONFIRA NO LINK ABAIXO:
http://uolesporte.blogosfera.uol.com.br/2013/03/13/jornal-ole-comemora-papa-argentino/
Confesso que cheguei a considerar como remota hipótese de que o Vaticano talvez fosse optar por permanecer uns anos sem papa enquanto Bento XVI ainda vivesse, afim de quem sabe formar um colegiado ecumênico com a participação de outras igrejas. No entanto, fizeram uma inteligente manobra sobre o que acabei de escrever no meu blogue.
Um abraço!
Confesso que cheguei a considerar como remota hipótese de que o Vaticano talvez fosse optar por permanecer uns anos sem papa enquanto Bento XVI ainda vivesse, afim de quem sabe formar um colegiado ecumênico com a participação de outras igrejas. No entanto, fizeram uma inteligente manobra sobre o que acabei de escrever no meu blogue.
Um abraço!
Acho essa eleição dos papas uma das coisas mais arcaicas. Não sou católico como muitos aqui sabem e acho uma estupidez não pensarem numa forma de eleição direta dentro do Vaticano. Parece coisa do absolutismo monárquico mesmo.
Valeu!
Ótimo artigo, Levi! Fiquei até tentando lembrar o que o perito em simbologia e autor do best seller "O Côdigo Da vinci" e "Anjos e Demônios" diz sobre isso, já que este último conta uma trama dentro do Vaticano mas não lembrei de nenhum detalhe. Mas a fumaça preta deve mesmo querer dizer "a coisa tá feia por aqui".
A antimatéria já apareceu na Basílica de São Pedro. Seu defensor foi eleito através da dança das cadeiras.