Evolucionismo & Criacionismo: Um diálogo


A Teologia deve ter como ontogênese [1] a ecologia, e não a imago dei, [2] não a imagem daquele que criou, mas de onde o criado emerge, não é negar a transcendência [3] do criador na criatura, mas re-conhecer a natureza como suporte sine qua non [4] para a existência da criatura.

É um convite a andar numa linha tênue: “afirmar a natureza imanente [5] no homem tanto em sua composição química, quanto na influência bio-psico-lógica [6], que molda a dimensão psico-soma da existência humana”.

A ecologia afirma o entranhamento da natureza no homem, na imago dei eleva-se o homem acima dessa. O ser criado na antropologia teista [7] precisa reconhecer que o homem como o último na cronologia é dependente em comparação aos outros seres que habitam o planeta antes dele. A antropologia criacionista [8] tanto quanto a evolucionista concordam com sua peculiaridade, a capacidade de transcender o eleva acima dos demais seres.

Claude Lévi-Strauss diz: “A cultura surgiu no momento em que o homem convencionou a primeira regra, a primeira norma (LARAIA 2009)”.

O teísmo [9] crê que o homem desde a sua origem é superior a natureza, mas também tem na regra, a origem do des-vinculo com ela. Pré-supõe no teísmo a semelhança do evolucionismo, num determinado momento o homem vivia em harmonia sendo uma unidade com a natureza. O conflito surge em ambas às teorias através da norma ou regra, essa é a gênese da transcendência no teísmo: “O conhecimento do bem e do mal”.

A antropologia Darwinista tem na regra a evolução, a criacionista, não na regra, mas a quebra dessa, a regressão. Na primeira o homem é elevado a um estado superior, na segunda o inverso, ele sai de um estado “superior”, que seria a “ausência de conflitos”, para a “imperfeição”, que é atitude de criar, decidir por si mesmo, o certo e o errado. Na primeira a regra eleva, na segunda somente submetendo-se a ela o homem é elevado, manteria a ausência de conflitos!

A antropologia teista ou evolucionista são unânimes, em afirmar que houve um momento de transcendência:

“Todo comportamento humano se origina no uso de símbolos. Foi o símbolo que transformou os nossos ancestrais antropóides em homem e fê-los humanos. Todas as culturas se espalharam e perpetuaram através de símbolos” (LARAIA 2009; p55 op.cit. Leslie White). [10]

O comportamento humano, a faculdade de criar símbolos trouxe a des-harmonia, entre o homem e a natureza, houve um tempo em que às instancias da vida tinham duas dimensões: O Id [11] (Eu quero) com o Ego [12] (Eu posso), não existia Superego [13] (Eu devo)! A vida era afirmação dos desejos sem oposição da realidade, o símbolo deu significado, trouxe a cultura, homem e natureza deixaram de ser unidade.

A cultura eleva o homem acima dos animais, e transporta-o a dimensão dos conflitos geradores de neurose pela quebra das regras. Mas se a cultura é a gênese dos conflitos, entre as três instâncias da vida: Eu Quero X Eu Posso X Eu Devo? De onde surgiu esse ponto de interrogação (?), seria ele filho da cultura, nomeado pela psicanálise de “superego”!

Antes do superego a vontade de potência (Nietsche) era afirmativa “eu Devo”! Mas a afirmação cede lugar à interrogação “Eu Devo?” Alguma coisa aconteceu, a afirmação precisa da negação para ter sentido, a moral eleva o homem acima dos demais, mas toda ação produz re-ação, a eleva-ação gerou conflitos, ganhou transcendência, mas também a capacidade de se tornar neuro-òptico!

A origem da cultura para a antropologia Darwinista é o equivalente à lei da “arvore do conhecimento”, eleva o homem a uma nova dimensão. O estágio que antecede a norma mantém o homem num estado de igualdade com a natureza colocando-o na dimensão dos animais, essa dimensão que antecede as normas e a incapacidade de simbolizar tornava o homem igual aos demais seres. O surgimento desses símbolos eleva-o acima dos outros seres.

No teísmo, a norma não eleva, ela adverte em manter a harmonia. O homem sempre é considerado superior à natureza, a questão é: “Como ser superior aos animais sem a presença dos conflitos”? Não é o conflito com a natureza que diferencia o homem dos demais habitantes do planeta?Na antropologia teista, a narrativa do Gênesis infere que a “evolução” dar-se-ia justamente em “não ir além da norma”, de forma que a “norma” existe para ser mantida.

Nas duas teorias, a norma é fator sine qua non para a “evolução”, ou “degradação”! O teísmo traz implícito que o homem desde a sua origem é superior, e que a quebra da norma lhe colocou em conflito com a natureza causando a sua finitude (morte). O homem estaria em evolução com a ausência do conhecimento, ou seja, estaria evoluindo preservando-se de conflitos, pois o conhecimento deu origem à morte. No teísmo, a norma não deve ser quebrada, sua “transgressão” leva à “re-gressão”, pois nasce o conflito, a consciência, a subjetividade! No evolucionismo, a norma leva à “evolução”.

Os antropólogos elevam o homem a uma categoria suprema ao constatar que de todos os seres vivos é o único que tem noção de tempo, vive o hoje com o olhar no ontem e projeta-se para o amanhã. No entanto, reconhecem que esse mesmo homem é um dos mais frágeis na cadeia evolucionista, necessita de anos para ter um pouco de autonomia, e como os demais seres que já existiram antes dele, pode ter o final do seu ciclo no planeta.

O pré-suposto do teísmo inverte essa concepção ao afirmar que a teoria da superioridade do homem, criado a imago dei dá sentido à existência no tocante à finitude da vida. Em contrapartida, faz com que o homem abuse do “poder” que lhe foi outorgado, pois a transcendência deu-lhe a ilusão de que pode viver não só além da natureza, mas a submeter aos seus desejos!

A Antropologia Darwinista e a Teísta tem um ponto em comum: “Houve um momento que o homem se distanciou da natureza”! A discordância vem na seguinte indagação: “Foi uma Queda (teísmo) ou um Salto (evolucionismo)?”.

Na evolução: “O homem pró-gride”, vai para a dimensão da se-“para-ação”, ter consciência da finitude é evolução, dar-se-ia origem aos ritos.

O teísmo vai à contramão, ele re-gride, essa se-“para-ação” positiva na evolução é vista como negativa, a auto-nomia na antropologia Darwinista é vista como pró-gressão, já no teísmo é re-gressão, no evolucionismo o homem é auto-nomo, a regra vem de dentro, no teismo o homem é Teo-nomos vem “de fora”, abre mão da lei em si (dentro) para a lei além de si (fora)!

Na auto-nomia evolucionista ao terminar o ciclo da vida, o homem volta ao ventre da mãe natureza, no teísmo o homem cria símbolos, projeta seus anseios sabe que irá para o ventre da mãe, mas crê que voltará para os braços do pai! Religião é símbolo é desejo que palavras não podem expressar!

A filosofia teísta nem sempre concordou com a “queda”, Hegel interpreta a quebra da regra, (lei) como “Queda para cima”, nesse caso, o “fogo” roubado dos deuses trouxe luz aos homens (prometeu), o “abrir os olhos” trouxe o “conhecimento do bem e do mal” (judaísmo-cristão), a criação de regra-símbolo, deu a capacidade do homem transcender (Darwinismo).

A “auto-percepção”, implica conflito entre o “homem x deus (es)” (teísmo) ou a “criança x pai” (psicanálise), homem x natureza (Darwinismo). O Theos [14] adverte o antropos [15] que a quebra da norma marcaria o inicio do conflito, “abrir os olhos” enfrentar a “de-grada-ação” (Teísmo) ou a “e-voluir-ação” (Darwinismo).

No teísmo houve pré-juizo, trocar o não saber pelo saber, no primeiro há ausência de conflitos, mas haveria crescimento sem esses? No segundo (Darwinismo) a vontade de potência (Nietsche) nem sempre teria potência para executar sua vontade, o movimento do corpo na expansão iria encontrar na regra (lei) o seu reverso a contração!

A finitude e o desejo de pró-“longar” a vida, nisso concordam as duas antropologias, mas a evolucionista aceita a bio-lógica, na lógica da bio. O homem vai passar como passou os que passaram antes dele, contudo ninguém nega a necessidade da religião que nos símbolos empresta sentido à existência, ao menos faz o homem crer que é especial, afinal ele é diferente, ou pelo menos é o único que crê assim acerca de si mesmo.  
J. Lima
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NOTAS
[1] Série de transformações por que passa o indivíduo, desde a fecundação do ovo até o ser perfeito; ontogenia.
[2] É a doutrina de que o Homem foi criado à Imagem Divina. É a resposta bíblica a como surgiu o Homem, Criatura singular entre as existentes.
[3] s.f.1. Qualidade do que é transcendente; excelência; superioridade. 2. Sublimidade. 3. Grande importância.
[4] (locução latina sine qua non, sem o qual não)adj. 2 gén. 2 núm. Indispensável essencial (ex.: condição sine qua non).
[5] adj. 2 gén.1. Que não desaparece ou não se vai. 2. Permanente. 3. Inseparável do sujeito.
[6] Bio: pref.1. Exprime a noção de vida (ex.: biografia). 2. Exprime a noção de biologia ou biológico (ex.: biodiversidade). Psicológico adj.1. Pertencente ou relativo à psicologia.
[7] (antropo- + -logia)s. f.1. Estudo do homem considerado na série animal. 2. História natural do homem. teísta adj. 2 gén. s. 2 gén. Que ou pessoa que crê na existência de Deus.
[8] Antropologia idem 7, mas estuda o homem a partir da crença de o homem foi criado a imagem e semelhança do seu criador.
[9] O teísmo (grego theós, - oú, deus + - ismo) s.m. Crença na existência de Deus.
[10] LARAIA, Barros roque de. Cultura. Um conceito antropológico. 24ª edição. Editora Zahar. Rio de Janeiro – RJ. 2009.
[11] Id: conjunto de energias psíquicas que determina os desejos do sujeito
[12] Ego: estrutura onde está todo conhecimento que o indivíduo possui de si e sobre o meio
[13] Superego: estrutura que se desenvolve a partir do conhecimento mora e valores do indivíduo. Representa a mora dentro do indivíduo.

[14] Theos: Palavra grega para designar: “Deus”.
[15] Antropos: Palavra grega para designar “Homem”.
Fonte de consulta dicionário: http://www.priberam.pt/

Comentários

Eduardo Medeiros disse…
O primeiro comentário é pra re-tomar o fôlego...
Eduardo Medeiros disse…
Qualé, JL, não vai assinar o texto não?? rssss todo mundo sabe que foi você o autor desse crime contra as mentes preguiçosas...
Eduardo Medeiros disse…
Sério: Honorável Presidente Levi. Esta postagem desde já, deve ficar pelo menos 4 dias para discussão.

JL, você já começa o teu brilhante artigo com uma afirmação que deveria ser óbvia mas que foi relegada pelo teísmo cristão: o berço da teologia deveria ser mesmo a ecologia, a natureza e não a imagem de deus.

Esse pensamento equivocado do teísmo, provocou o distanciamento do homem da natureza e o fez superior a ela e em contraposição a ela:"Sujeitai-a".

E não é isso mesmo que temos feito com a natureza? não a estamos sujeitando desde que começamos a usar nosso pensamento abstrato construtor de símbolos?

A narrativa teísta reflete e concorda com a "superioridade" e a dominação da natureza, legitimando-a, como consequência da "Quebra da norma".

Eu disse em outra postagem, que a teologia cristã precisava se reinventar. Pode começar por aqui, na aceitação de que somos um com a natureza e temos que pensar de dentro dela e não de fora, como se estivéssemos pairando soberano sobre o resto da criação.
Unknown disse…
É difícil fazer qualquer comentário rápido em cima de um texto desses, mas tentarei.

Minha percepção é que a Queda é o momento em que o homem tem a auto-consciência, e tem que passar por um longo caminho até se integrar novamente com o meio que vive. Se olharmos para os animais que não tem consciência de si mesmos, nem do mal que os cerca, levam sua vida com harmonia, sem indagações, sem nada.

Nós escolhemos ou fomos escolhidos pela Evolução, a ter consciência, de nós e do mundo, de modo que nossa jornada pela história é de nos encaixarmos novamente. Temos que suportar o peso de não sabermos de onde vimos e para onde vamos (coisa que os outros animais, imaginamos, não imaginam).

Por isso o sentimento de "queda". Somos pressionados constantemente por esse sentimento de impotência, de saber que morreremos. Ora, que animal tem isso? Vivem suas vidas, comem, reproduzem, e não se preocupam com o dia de sua morte.

Mas a gente percebe, nota, imagina. E teremos que conviver com isso por um longo caminho.
Levi B. Santos disse…
Caro professor J. Lima


Texto antológico, que sem dúvida nenhuma se constituirá UMA FONTE de subsídios em nossas discussões aqui na confraria.

Sobre o Tema que abordaste, meu caro amigo ficaríamos aqui por semanas a fio “descendo para o alto” e “subindo para baixo” no conhecimento de nós mesmos.

Já dizia Thomas Mann em sua maior obra, José e Seus Irmãos :

“Quanto mais fundo mergulhamos, quanto mais descemos ao mundo do passado, inquirindo-o e assediando-o, mais descobrimos que as origens da humanidade, sua história e cultura se revelam insondáveis.”

Gostei imensamente de sua abordagem. Realmente o Criacionismo mostra um mundo visto de cima, enquanto que o Evolucionismo, parte do “baixo” para chegar ao céu que formulou o sagrado, isto é, parte do princípio para o final daquilo que se designa como ordem eterna.

Criacionismo e o Evolucionismo são veículos que transitam o mesmo caminho, só que em sentidos opostos.
Heráclito, já via nas tensões dos opostos, a harmonia do mundo. É da afinação das tensões opostas, como as cordas da lira ou de um violão, que se permite tirar o som exato e perfeito para a harmonia da música que nos embala pela vida afora.

Vou voltar mais vezes...


Abçs,

Levi B. Santos
J.Lima disse…
Eduardo!
Não assinei por humildade não! Hahahahahah
Foi que esqueci mesmo!
Mas já coloquei a minha assintatura ok?
Depois debateremos mais sobre o texto!
Quanto ao texto você tem razão, é uma verdadeira ruptura com a ortodoxia evangélica da atualidade!
Creio que eu e você estamos na contra mão!
Hahahahhahaha
Até mais...
J.Lima disse…
Gabriel e Levi.
Assim que tiver um tempinho vou responder ao comentário de vocês ok?
Abraços.
J.Lima disse…
Eduardo, Levi , Gabriel e amigos da confraria...
Fico pensando o seguinte, a fé cristã não exclui a razão como pedagoga na sistematização do que se crê.

Então me pergunto pegando os fatos da ciência, não há como dizer que o homem fez o caminho da “in-volução”, defendida pelo teísmo, visto que o fruto da arvore do conhecimento tira do homem a possibilidade de progredir.

Haja vista que a entrada do pecado diminui o homem tirando da dimensão de vida na revelação!

Então as duas teorias crêem isso pela “Fé”, a evolucionista que o processo da humanidade é de uma evolução da inteligência culminando no homo-sapiens-sapiens, já o teísmo tem que afirmar que desde a criação o homem vem regredindo?

O que vocês acham? Dá para continuar contrariando os fatos já comprovados pela história da humanidade, ou seria mais fácil reler a narrativa edênica como uma cosmovisão mítica? Simplesmente uma narração na esfera do mito como faziam os gregos pré-socráticos?

Vamos lá...
Cadê os amigos criacionistas ortodoxos?
Será que estão tendo dificuldades para digerir o "mocotó: teo-filo-antropo-pscico-ilógico"!
Hahahahahahahah
Unknown disse…
Lima, importante frisar que não se tem fé na Evolução. Não é que alguém definiu que a inteligência do home evoluiu, é o que se percebe pelo registro fóssil, visto que nossos ancestrais tinha cérebros e rastros culturais que foram se aprimorando com o tempo.

A concepção mítica do gênesis me parece correta, se observada de uma perspectiva contrária. Enquanto o gênesis diz que o homem caiu, pecou, na verdade essa era a nossa libertação. Ela ia contra os desígnios de Deus, pois a nossa libertação auto-consciente é única. Mas ela não é má, como se nós tivéssemos que regredir um dia para nos reconciliarmos com Deus.

Se você olhar bem, na própria narrativa bíblica, Adão é um ser com uma proto-consciência quando é criado, e só após comer da fruta proibida é que ele passa a ter conhecimento de bem e mal e percepção de sí mesmo (quando ele percebe que está nú), ou seja, evolui. Eva também evolui, sendo que nela isso é demonstrado pela dor do parto, característica que a TE explica como decorrente de uma má adaptação da bacia feminina ao andar ereto.

Daí que, "misticamente", Jesus se apresenta como o segundo Adão, pois nele a antiga folha de figueira, a religião usada pelo homem para tampar sua consciência do mundo (visto que tudo era responsabilidade/causa/culpa dos deuses), perdem sua máscara e são exibidos ao mundo. Jesus desconstroi a mentira humana, denuncia a corrupção e mostra o caminho para a libertação humana da consciência, visto que nos chama constantemente para olharmos para dentro de nós e encontrarmos o reino lá dentro.
Unknown disse…
errata no último parágrafo, onde lê-se "libertação humana da consciência "
ler:
"libertação da consciência humana"
J.Lima disse…
Olha ai!
O nivel de comentários está "evoluindo"!
Hahahahahah
Gostei...
Na realidade é histórico que desde os primórdios o homem tem evolução, tanto bio, quanto psico.
Creio que a interpretação ortodoxa tem que admitir ou rever a leitura do gênesis ou continuar arcáica, totalmente irrelevante na pós-modernidade, pois não pode diálogar com as humanas, nem a antropologia, psicologia e muito menos a sociologia...
Gabriel parabéns pelo comentário.
Levi B. Santos disse…
Prezado J. Lima

Toda moral, toda religião, toda a tradição e toda a lei são produtos do nosso corpo Moral. E toda a sociedade está voltada para “vestir a nudez humana”, nascida lá no início do nosso Eden.

A compreensão de Darwin e da psicologia evolucionista dá uma outra dimensão de nossa missão além da procriação, diferente da compreensão bíblica do “faça-se”.

O ser humano é talvez a maior metáfora da própria evolução, cuja tarefa é TRANSGREDIR algo estabelecido.

Segundo Nilton Bonder (judeu americanizado e um dos maiores estudiosos da Cabala), antes mesmo de se perceber a consciência, de se perceber o “nu”, o ser humano se deparou com a dimensão de transgredir, e que foi provavelmente preparado para isso.

Parece que o processo de transgredir começa no próprio Criador que implanta uma primeira consciência através de uma proibição.
A distinção entre a visão da psicologia evolucionista e a perspectiva bíblica é que o mundo dos corpos, não só possuía um mandamento positivo no Paraíso ─ Multiplicar , como também um negativo ─ Não se nutrir da própria natureza.

No “corpo” reside a Moral da Lei. A “alma” seria eminentemente transgressora por possuir o componente consciente de EVOLUÇÃO.

O Corpo pertenceria à instância Criacionista - ligada ao Criador, enquanto que a Alma está comprometida com alternativas fora do corpo. A imoralidade da “alma” que muitas vezes ameaça o “corpo” é o lugar onde o ser humano briga com Deus, e dessa contenda se inventa o novo homem ─ o homem de agora.

Continuarei queimando os meus neurônios, para depois voltar de novo.
Eduardo Medeiros disse…
CAdê o Noreda!!!

Noreda e Paulinha estão em plena luta tecnológica com seus pcs que decidiram "involuir"...Resolve logo isto, vocês dois, com uma evolução de chips...heeeeee

Quero comentar essa frase do Bill:

"A concepção mítica do gênesis me parece correta, se observada de uma perspectiva contrária. Enquanto o gênesis diz que o homem caiu, pecou, na verdade essa era a nossa libertação. "

Isto é uma releitura. Até que necessária, pois o que foi dito ontem por linguagem simbólica/mítica, hoje tem que ser dito com outras linguagens.

Não que a linguagem mítica-simbólica não tenham até hoje a sua importância e aplicação. Aliás, a linguagem simbólica é exatamente o que nos difere dos demais animais: a capacidade de abstração e transcendência.

A doutrina da queda é muito mais cristã do que judaica, você não acha, JL?
Eduardo Medeiros disse…
O tema principal da narrativa do Gênesis não é a Queda, pura e simples. O tema ali predominante ao meu ver, não é a queda, e sim, como você constrói o conhecimento. O problema é epistemológico.

A narrativa não diz que o homem "decaiu" de uma posição superior que tinha anteriormente no campo do conhecimento. Diz que ele agora, por vias não autênticas, aposara-se do conhecimento do bem e do mal que antes não possuia.

A questão é: o que o homem faria agora conhecendo o bem e o mal? A maldição divina sobre ele não foi porque agora ele tinha "caído" e sim, que ele na verdade "evoluíra" para uma dimensão epistemológica que lhe traria agora a difícil missão da escolha.

Não é o próprio deus que diz para caim: o mal está sempre perto de ti, basta a você dominá-lo?

Essa é a grande questão, ao meu ver.
Eduardo Medeiros disse…
Jamais foi a intenção de deus não permitir que o homem conhecesse o bem e o mal, ou seja, que tivesse a capacidade de escolha, senão, não teria plantado bem no centro do jardim a fatídica árvore.

Chegaria o dia em que ele desfrutaria do fruto do conhecimento de forma lícita. Mas ele como que usurpou o fruto antes do tempo, ainda mais porque foi enganado pela mulher que foi enganada pela serpente (símbolo universal de sabedoria e sagacidade).

É aí que rabinos vão dizer que o erro do homem não foi comer o fruto. Foi comer o fruto antes do tempo.

Ou seja, simbolicamente, isto nos fala de que para se obter certos conhecimentos, é necessário estar preparados para tal.

Na continuação mítica da estória, é o conhecimento mal aplicado que gera toda a corrupção humana. Ou seja, o homem ainda não estava pronto para "conhecer".

Mas não foi uma queda. Foi de fato, também uma evolução, mas com trágicas consequências para a humanidade que não soube gerir o conhecimento que obtivera por usurpação antes de estar devidamente preparado para usar o conhecimento para a paz e para o bem estar de todos.

Será que é por isso que os judeus sempre deram tanta importância ao conhecimento até mesmo quando foram obrigados a viver situações inumanas?
Eduardo Medeiros disse…
Essa interpretação tem muito a nos dizer hoje. O mesmo conhecimento da força nuclear que possibilitou tantos avanços em nossa sociedade para o bem, também foi a responsável pela bomba atômica.

Parece que nós ainda não deveríamos ter comido do fruto do conhecimento do bem e do mal.
Eduardo Medeiros disse…
Agora quero comentar a frase do Levi:

"Parece que o processo de transgredir começa no próprio Criador que implanta uma primeira consciência através de uma proibição."

Levi, essa tua frase pode muito bem servir à interpretação da obtenção do conhecimento fora de época.

Era desde o início vontade do Criador em nos oferecer o conhecimento. A "evolução". A proibição apontava exatamente que ainda não era a hora.

A transgressão então não foi comer o fruto, foi comê-lo no momento errado. E o Criador não estava certo? É só ver o que nós fizemos com o conhecimento. Usamo-lo para o bem mas também usamo-lo para o mal.

A vontade do Criador era que ao ser confrontado com o Bem e o com o Mal, o homem optasse sempre pelo Bem.

Ou seja, a estória quer dizer porque estamos hoje, usando tão mal as nossas escolhas.

Eita, texto bom que faz os neurônios vibrarem!!!!

Vamos lá pessoal, vamos meter as caras e pensar.

Cadê o NOREDAAA
Eduardo Medeiros disse…
JL, a sua frase

"A cultura eleva o homem acima dos animais, e transporta-o a dimensão dos conflitos geradores de neurose pela quebra das regras"

Certo! e isso só ocorre, segundo a interpretação que estou desenvolvendo, porque tudo foi precipitado, tudo aconteceu da forma como não devia acontecer!

O conhecimento usurpado nos deu a pretensão de que somos "superiores", que estamos "fora" da natureza, daí os conflitos que estamos mais do que nunca, travando hoje em dia com Gaya.

Desculpem esses comentários todos, mas é que eu só entro na net uma vez por dia nesse horário (que é mais barato) e aí, tenho que despejar o máximo de reflexões que eu possa fazer para ganhar tempo...
Unknown disse…
Eduardo, aí é que está o ponto. Será que haveria um momento "certo" de se comer do fruto? Ora, o homem só poderia evoluir se comesse o fruto. Como ele teria conhecimento de como lidar com o conhecimento, se ele não tinha conhecimento? (eita)

Isso tudo me levou a pensar em Caim. Ele é tratado pela narrativa bíblica como o rebelde, e nas outras lendas judaicas também. Mas ele foi na verdade o desbravador, o que não se conformava com as verdades postas. Ora, quem foi que disse que Deus só se agradava de sacrifícios de cordeiros? Por quê não colocar frutas no altar? Por quê as coisas tem que ser assim?

Ele simbolizava o transgressor da ordem pré-estabelecida, aquele que fazia perguntas e ousava mudar. Foi rejeitado sim, mas não por Deus, foi pela sociedade, assim como é até hoje quem rejeita um conceito pré-estabelecido de Deus. Essa confraria está cheia de Caim, inclusive eu.

De transgressão em transgressão a gente evolui, quebra a cara e aprende. Não seria de outra forma, como se houvesse um momento certo da gente comer do fruto e se tornar santo. Se o mundo fosse feito de Abel, ainda temeríamos toda noite quando o Sol se posse, esperando que os deuses tivessem piedade de nós e nos dessem-no novamente pela manhã.
J.Lima disse…
Eduardo
Estou refletindo sobre os seus comentários.
logo irei postar ok?
Mas não vejo como discordar de você...
Mesmo porque da fonte que você bebeu, em tomei bastante goles!
Hahahahaahahah
Começa com HEGEL, e depois Harold Kushner, e ainda na psicologia, que entende essa "queda", não como uma "queda", mas como um salto.

Concordo plenamente com vc se quisermos uma teologia mais contextual precisamos rever com urgência essa epistemologia judaica...

Foi o que fez o rabino Harol Kushner, e Abrahaam Heschel.

Não tenho como contrariar os seus comentários...pois são uma extensão do meu pensamento...

Mas o Edson noreda, Gresder, e companhia LTDA, não tem nada para falar?

Será que a comida foi muito forte Eduardo?
Hahahahahahahah
J.Lima disse…
Ah! ia me esquecendo...
O Gresder é o "Teólogo da queda"!
Hahahahahahaha
Esdras Gregório disse…
Comecei lendo este artigo crente e quando acabei já era completamente ateu.

Nem Nietsche me fez ateu por tantos minutos da minha vida.

Somente consegui recobrar minha fé num criador depois de ter esquecido o artigo e ter passado o efeito do impacto,falo serio.

Fiz como todo crente,dei varias doses de pinga para a razão entorpecer e eu voltara a crer em um criador, mesmo que ele seja o Deus dos deistas e monistas.

Concordo plenamente com a citação do Levi de que quando mais voltemos as nossas origens, mais descobrimos quão impossível é saber toda verdade.

Feliz foi Moises que sabendo desta impossibilidade fechou o pacote de uma crença simples e inquestionável para que a sua raça não se perdesse em divagações que não chagariam em lugar nem um, e que impediria de eles serem um povo centrando, forte guerreiro e trabalhador.

Moises acreditava sim em um Deus que de alguma forma deu vida a este mundo,mas como ele não tinha lido nada ainda de Darwin, ele teve que conjecturar para aquele povo curioso que foi mais ou menos assim no estalar de um dedo de um “abre te Cesar” ou “abra cadabra”
Esdras Gregório disse…
Sé Lima não sou o teólogo da queda mas o filosofo da queda, mas acaso você não leu meu artigo: “A filosofia da Queda” ?
Levi B. Santos disse…
O “Gênesis” é a maior e mais significante metáfora do nosso desenvolvimento psíquico que um dia foi escrita. O que representa a história do Éden, senão o paraíso em que nem percebíamos que éramos um “ser”.

Assim explica a psicanálise: Éramos no início de nossa formação uma extensão da própria mãe, em outras palavras não éramos um ser portador de consciência. Eva, essa grande Mãe, a mãe primeva (de que vou falar no meu próximo ensaio na Confraria) foi responsável pela primeira transgressão evolutiva. Ela tomou a forma de “Grande Deusa” ao desafiar a proibição do Criador. O primeiro desejo de transgredir, veio através de Eva, e fez com que ela comesse do fruto proibido para passar a maior "obra da criação" ao estágio de conhecimento do bem e do mal.

Daí em diante, a Grande Mãe ficará incrustada no inconsciente judaico-cristão como a deusa da transgressão. Ela simbolizará no nosso inconsciente a ruptura contra o próprio Deus. Eva é o símbolo de nossa alma transgressora.

Eva, a transgressora, seria esse nome que se busca dar à presença de um elemento evolucionário no próprio corpo, que por um lado, nos faz “infrigir” a conduta rígida do Criador. No seu caminhar, esse "corpo" trai a si mesmo e se reconstrói.

Mas aí, eu vou parar por aqui, pois, “sem querer querendo” já estou entrando no tema da minha postagem de Domingo na Confraria, que coincidentemente é uma extensão (em tom menor) do grande artigo postado pelo J. Lima.
De antemão, quero dizer a vocês que nada combinei com o J. Lima, sobre o texto que irei postar, que fala dessa subjetiva Mãe que habita em nossas profundezas ─ símbolo do pecado e noiva do Filho do Criador.
J.Lima disse…
Gresder!
Me colocar lado a lado com o NIETSCHE dizendo que nunca ficou tanto tempo ateu numa leitura...
Olha não sei se é para se alegrar,colocar minha inteligência, perto dum gênio como é o NIETSCHE, ou se é para chorar, porque pelo que você disse eu estou tão ateu quanto ele!

Hahhahahahahahahha

Mas pode crer fiquei grato pelo seu elogio quanto ao texto, para min NIETSCHE foi um dos maior filósofo da história da humanidade, senão o maior, só perde para JESUS!

Quem iria ganhar desse não é ?

Mas fique tranquilo que ainda sou cristão, FORA DA GAIOLA, mas minha fé está no HOMEM DA GALILÉIA!

Ah!
Estou lhe aguardando no ibicamp para tomarmos um café téo-filo-sófico ok?
Abraço.
J.Lima disse…
Levi.
"extensão em tom menor", que é isso mestre!
Você na minha humilde opinião é o GRÃO-MESTRE da confraria!

Sua inteligência de psicanálista, e intuição de poeta, está para muito além do normal!
Leio todos os seus texto e quero deixar registrado aqui que sou seu aluno e fã na confraria!
Abraço.
J.Lima disse…
Gresder leio todos os seus artigos.
Mas embora o artigo seja denominado filososofia da queda, creio que é um teológo que escreve!
hahahahahahah
Olha esse texto, não é para abalar a fé dos mais fracos, mas para mostrar algumas faltas de consistência da teoria evolucionista.

Eu creio na teoria criacionista, mas não da forma teista ortodoxa.

Prefiro mais o "Design inteligent", uma forma de criacionismo que aceita a evolução biológica e cultural do homem.

Usa os mesmo desenvolvimento do evolucionismo, mas seu ponto de partida é o design inteligente, nome substituto para DEUS.

Abraço.

Ah...
E o marcio será que ainda está de férias...
como faz falta aquele garoto...
Se ele estivesse aqui o negócio estava pegando.

Se alguém tiver noticias do noreda, fala que ele está fazendo falta aqui para "combater" essa heresia atéia na CPFG! Hahahahahahahahha
Eduardo Medeiros disse…
Bill,

Segundo alguns rabinos modernos, a hora do homem possuir o conhecimento seria quando ele estive ciente que ter conhecimento é ter poder. É o poder mal usado, torna-se tirania. O que de fato, vai ocorrer. com o conhecimento, vem a corrupção, o esquecimento de deus, a técnica torna-se agora, a "entidade" adorada pelo homem.

Não podemos esquecer, é claro, que estamos transitando no mundo dos símbolos, que dão significados ao mundo partindo de uma realidade transcendente.

Com relação a Caim, existe alguns biblistas que interpretam a rejeição da sua oferta por deus como um símbolo de uma época em que o povo de israel estava se tornando sedentário, logo, toda aquela espiritualidade construída no deserto e na caminhada nômade(Tábuas da Lei, Tabernáculo, o deus que caminhava com o povo, etc) estava sendo contestada exatamente pela oferta de frutos da terra, que representava a cultura de um povo sedentário...
eduardo medeiros disse…
Bill, mas essa interpretação não é unânime. Eu prefiro uma outra interpretação que vê no significado dos nome de Caim e Abel, o conteúdo simbólico que o autor quer demonstrar.

Caim = Em hebraico, CAM (´hâm), que é um nome ligado à TERRA, ao trabalho, ao calor do dia; expressa imagens de esforço, trabalho, fadiga, violência, coisas inferiores. Os egípcios têm um hieróglifo que expressa essa mesma idéia. É um fornalha acesa, que eles chamam de "KEM".

Abel = Hâbel, quer dizer, vento, brisa, reflete tudo que é passageiro.

Logo, a história do fratricida era para demonstrar exatamente como a violência opera e como o trabalho, a labuta com o suor do rosto, resultados do conhecimento usurpardo, provocou o desequilíbrio entre os homens.

Mas se você se sente um caim, olhando pelo lado da contestação, ok, só espero que você não mate nenhum irmão...haaaaaa

Depois dê uma olhada num texto que fala sobre o simbolismo dos três filhos de Noé: Shem, Aham e Iafet: Céu, Terra, Espaço.

http://saladopensamento.blogspot.com/2010/01/ceu-terra-e-espaco.html#comments
Unknown disse…
Este comentário foi removido pelo autor.
eduardo medeiros disse…
Posteri o comentário com o nome do meu irmão...heee tõ aqui na casa dele alugando o lap dele heee

dissia eu:

Gresder me mata de rir..haaaaa ateu por alguns minutos???? haaaaaaaaa

Gresder, fica tranquilo, pois o Criador existe, isto é fato incontestável que a evolução não pode descartar.

Nem que esse deus seja uma Consciência Cósmica que a tudo observa e quânticamente falando, produz o colapso que cria o universo...
Eduardo Medeiros disse…
"dissia" é triste...rssss
Hubner Braz disse…
Olá JL,

Retornarei...

Abraços confratenais
Eduardo Medeiros disse…
JL, Eu quis dar uma outra interpretação para a queda pela visão de um rabino o qual um dia eu li. Ele dizia exatamente que o erro de adão não foi ter adquirido o conhecimento, mas sim, por tê-lo recebido quando não estava preparado para isso.

aliás, os mestres cabalistas (vou escrever sobre o tema lá na minha sala), também advertiam aos que buscavam a sabedoria da cabala que todo conhecimento deveria vir na hora certa.
eduardo medeiros disse…
Levi,

como é interessante esse panorama de interpretações de uma temática universal que como você bem disse, é o texto do Gênesis. A interpretação psicanalítica, vê em deus o Criador que proibia.

A interpretação do obter o conhecimento no momento certo, alivia um pouco a proibição divina.

E na cabala, essa proibição é totalmente relativizada, ao dizer que todas as formas de coerção devem ser excluídas. O Criador não nos força a fazer o bem, consequentemente, nem a fazer o mal (no caso, comer o fruto proibido).
Eduardo Medeiros disse…
JL, acho a teoria do design interessante, pois de fato, a natureza é uma obra de arte. Só não concordo com os apologistas de quererem com o design, provar que o arquiteto que produziu o design é o deus cristão!
Eduardo Medeiros disse…
JL,

encontrei em meus arquivos um artigo do Boff que tem tudo a ver com o seu. Vai aí algumas partes:

"Em tempos de crise como o nosso, procuramos fontes de inspiração lá onde estiverem. Uma delas é a ecologia interior...nossa relação para com a Terra, pelo menos nos últimos séculos, está baseada em falsas premissas éticas e espirituais: antropocentrismo, negação do valor intrínseco de cada ser, dominação da Terra, depredação de seus recursos...

Assim como existe uma ecologia exterior, existe também ecologia interior feita de solidariedade, sentimento de re-ligação com o todo, cuidado e amorização...pois o próprio universo, segundo renomados astrofísicos, teria uma profundidade espiritual...

À partir da ecologia interior, a Terra, o sol, a lua, as árvores, as montanhas e os animais não estão apenas aí fora, mas vivem em nós como figuras simbólicas carregados de emoção..."

É meu amigo, tu não tã andando com gente pequena não...rsss
J.Lima disse…
Eduardo.
Quando aceitamos rever nos conceitos, experimentamos o chão das certezas sumirem debaixo dos nossos pés!

Eu não tenho medo do ateismo, pois creio em Deus ainda que aceite muito pouco da ortodoxia cristã.

Gostei do texto do Boff!
Esse cara é "animal"!heeee
Féra!

Sabe acho que nossos amigos ortodoxos engoliram a fala...depois dessa exposição se até o "Neo-ateu" Gresder ficou ateu por alguns minutos até a "cachaça" entorpecer o seu cérebro novamente! hhahahahaahhaa

Imagine o ortodoxo fundamentalista cabalista hubner?

Hahhahahahahah
Eduardo Medeiros disse…
Pois é, Professor, creio que nossos amigos mais à direita rsss não terão muito o que dizer do seu texto. Mas creio que o Hubinho vai aparecer e vai deixar a sua marca na discussão. VAMOS LÁ HUB, NÃO ME DECEPCIONE!!!


Quanto ao Ed...
Eduardo Medeiros disse…
Outra coisa:

Eu não acredito na evolução por mutações ora grotestas, ora facilitadora de adaptação de um indivíduo ao ambiente.

E não é porque eu acredito num Criador,como de fato acredito, é porque a teoria é inconsistente e improvável.

Milhares de físicos, biológos e cientistas dissem isto mas são esculhambados pelos neo-ateístas militantes que defendem a evolução varrendo para debaixo do tapete as suas inconcistências e partindo do pressuposto que nenhuma outra explicação para a origem da vida seja possível.

Dito isto, é também incontestável que há evolução nos seres vivos. Mas o problema não é a evolução em si, é a evolução por mutações aleatorias e desprovida de propósitos, cega, que foi capaz de criar-sem-querer uma natureza cheia de sistemas com finalidades, complexa até ao limite do absurdo.

É isso: a existência é um grande absurdo de tão complexa e maravilhosa que ela é.

Acreditar que mutações aleatórias foi capaz de criar sistemas não aleatórios e como crer que que a explosão de centenas de instrumentos musicais foi capaz de formar uma orquestra.

Tanto é que o papa do darwinismo Dawkins, escreve num dos seus livros que a seleção natural não é completamente aleatória...
Unknown disse…
Edu, edu ... A Evolução não é apenas questão de mutações aleatórias. O princípio básico é que indivíduos sofrem mutações, e por algum motivo são mais bem sucedidos que outros e conseguem passar seus genes adiante.

O que guia isso são as leis da física, ao final. Por exemplo: Não havia propósito de se criar uma ave, ocorreu que alguns répteis foram por gerações se tornando mais leves (pois os mais leves sobreviviam mais), e melhorando sua aerodinâmica. Foi por acasos, milhões deles, que estes répteis viraram aves, pois por causa da física, aquela estrutura desenvolvida era perfeita para voar.

Não é à toa que nenhum animal desenvolveu rodas para se locomover. Elas são um desafio às leis da física, e requerem estruturas biológicas até agora impossíveis.

A seleção natural NÃO é completamente aleatória, mas as mutações são, os biólogos sabem disso. O indivíduo que representa uma característica que lhe oferece mais chances de sobreviver TALVEZ passe seus genes adiante, e se este gene realmente fizer diferença, ele vai sendo passado e se aprimorando.

ps: Sou da área de exatas, mas a TE me fascina.
Unknown disse…
Errata: Nem as mutações são completamente aleatórias, pois elas ocorrem por uma série de fatores (radiação, temperatura, alimentação -é, existe uma lesma que "aprendeu" a fazer fotossíntese de tanto comer alga-, transferência de genes -bactérias, vírus fazem isso, genes de um indivíduo podem passar para outros, e isso tem um papel importante-...) ou seja, nada é aleatório afinal, pois seguem de acordo com uma série de leis e coincidências.

Mas para efeito de análise superficial, como não conhecemos todas as variáveis envolvidas no processo, podemos dizer que é "praticamente" aleatório.
Eduardo Medeiros disse…
Bill, esperava que você se manifestasse pois você é um evolucionista tradicional de carteirinha. Você repetiu direitinho a tese "incontestável", "absoluta" e "final" que explica direitinho o começo da vida.

Só que não explica.

Meu argumento é filosófico mas também bio-lógico.

A filosófica:

Pode a aleatoriedade-quase-aleatória formar sistemas que de aleatórios não têm nada?

Pode mutações aleatórias-mas-ou-menos-aleatórias formar a consciência? Poderia as mutações criarem a entidade que poderia perceber a própria provável mutação cega e inconsciente?

Mutações cegas, inconscientes, chegariam pelo acerto-erro a criar a consciência?

A bio-lógica.

Frizo o "lógico" porque para mim a explicação evolucionista não é lógica.

Imagine que um peixe depois de várias e várias mutações enfim, conseguiu sobreviver herdando as mutações benéficas dos seus ancentrais e chegou a se constituir um sistema fechado e bem adaptado ao meio aquoso.

Aí, como a mutação é burra, ela provoca outra mutação berrante no que já estava perfeito e bem adaptado. O que ocorre? o peixinho morre.

Quebra nele a transmissão dos bons gens mutantes que deram "certo".

Mas digamos que esse peixinho foi capaz de transmitir para vários de seus filhinhos a "sua perfeição". Todos os que não sofreram mais mutações disformes, viveram felizes até morrer.

Mas aí, eis que um desses peixinhos recebe por acaso uma mutação em suas nadadeiras. Ele "percebe" que aquela mutação é o protótipo de uma futura pata que não servirá para ele na áqua e sim, na terra.

"Sabiamente", ele então é impulsionado pelas forças irracionais-só-um-pouco-não-aleatória da seleção natural para a terra e aí ele morre...claro, ele tem apenas uma mutação em suas nadadeiras que poderiam ser no futuro patas.

Mas ele, coitado, não pode respirar oxigênio fora da água, e ai, morre. O que o acaso-não-acaso tem que "resolver" é através de milhares de mutações que não darão certo, "esperar' que uma delas seja benéfica como por exemplo, um proto-pulmão...
Eduardo Medeiros disse…
mas até que o peixinho com meia pata meia nadadeira com meio pulmão meia guelra consiga se adapatar em um novo ambiente...ele morre, pois do jeito que está ele é apenas uma aberração que não consegue sobreviver nem na água nem na terra.

E falando nisso, onde está os registros fósseis das milhares, milhões de seres mutantes que "não deram certo"? Elas não existem, pelo menos por enquanto...sei que existem uns poucos exemplos, mas pela enormidade de fósseis que deveriam existir, estes devem ser somente mesmo isso: seres mutantes que não deram certo.

chega!!

Bill, escrevi num tom meio sarcástico, cometi talvez alguns erros bobos da teoria, mas é assim que eu vejo o sistema evolucionista tradicional funcionando...ou não funcionando.

E você tem que levar em consideração a opinião de phds de todo mundo que já apontaram vários problemas que a teoria não explica e nem vai explicar.

Então, vejo hoje a TE como uma imposição acadêmica de cientistas com pré-conceito contra a religião e que militam na missão, quem diria, quase "religiosa" de acabar com toda a manifestação religiosa, principalmente o cristianismo e o judaísmo.

como eu disse, é certo que existe uma evolução e adpatação ao ambiente.

Mas ela só pode ser explicada satisfatoriamente se ela ocorrer em "saltos" e que leve em consideração a consciência não somente como epifenômeno do cérebro e não aleatoriamente mutação por mutação.

E os exemplos de adaptações comprovados como por exemplo, das mariposas, isso não é evolução, isso não provoca o aparecimento de outra espécie totalmente diferente da matriz original, isso é apenas a inteligência latente que existe na natureza fazendo seu papel.
Unknown disse…
Edu, você incorreu em alguns erros básicos de quem não conhece a TE. Um deles é pressupor a existência de indivíduos com "meia pata" ou "meia asa" seja necessária para a Evolução. Não, eles não existem, pois não é que "do nada" apareça num animal uma pata completa, não é isso.

Partindo de um peixe, que já tem suas 6 nadadeiras (duas peitorais, duas anais, uma pélvica e o rabo), como então um peixe "aprende" a andar e viver fora d'água??

Primeiro contemple este pequeno peixinho: http://pt.wikipedia.org/wiki/Periophthalmus

Isto é, se você quer assim, um peixe evoluindo (embora não haja nenhum destino para ele, pode ser que volte para baixo dágua ou saia dela de vez, não há nada pré-definido). Suas nadadeiras servem como patas, ele respira fora dágua, e se comporta de forma adequada a este meio. Como foi que ele chegou ali? Evolução, meu caro Watson. Você verá que ele usa o quê já tem, mas adaptado, para respirar fora dágua. São suas mesmas brânquias de peixe, mas aprimoradas, e sua própria pele, que já sabia fazer osmose.

Um argumento que tentam usar contra a TE é "para quê serviria meio olho, ou meia pata"? A resposta é: MUITA coisa. Um animal que enxergue vultos no meio de milhares que não, obtém uma vantagem enorme para fugir ou caçar, por exemplo.

Outra coisa: Não é por quê a gente não consiga conceber um tempo de milhões de anos e bilhões de mutações gerando sistemas complexos, que eles não tenham ocorrido. É só que nosso cérebro tende a querer explicações mais simples: "Alguém criou!" pois lhe fazem sentido.

A TE não é perfeita, até por quê ela engloba milhares de teorias menores, e todas estão sendo estudas e provadas ou refutadas. Mas só por quê alguns pontos são de difícil compreenssão, ou mesmo que estejam errados, não significa que a teoria toda esteja errada.
J.Lima disse…
Meu Deus!
Os caras estão viajando no intelecto!
Calma ai amigos!
O nível dos comentários está ultrapassando o nível do texto!
Desse jeito vou ficar com “complexo de inferioridade”!
Hahahahahahha
È isso ai Eduardo e Bil
Vocês dois estão nos dando aulas de Biologia e Evolução!
Estou me deliciando com os comentários!
Vou ler e meditar sobre o que está escrito, se achar que tenho competência par entrar nesse “ringue de gigantes”, eu volto ok?
Abraços!
Eduardo Medeiros disse…
bill

"Mas só por quê alguns pontos são de difícil compreenssão, ou mesmo que estejam errados, não significa que a teoria toda esteja errada.'

pelo menos você sabe que há erros na teoria. Ora, um dos erros é considerar que um não-olho, venha a ser tornar um principio-de-olho para só depois tornar-se um olho!

A finalidade do olho é captar imagens. Ops, não pode falar de finalidade que o tio darwinks não gosta.

volto depois e vou ver o tal peixnho..rsss
Edson Moura disse…
Madonna! O texto já me levou 1 hora de Lana e Rose...os comentários outras 2 horas...assim vou à falência!rsss.

Mas devo admitr que mais uma vez seu texto "entrou nos anais"kkkkkk, da blogosfera.

Bom, pra não ser simplista, vou elaborar um comentário à altura de seu texto J. Lima...e comentarei como Noreda. Prepare-se pois cabeças vão rolar.

A Paulinha talvez não apareça pois, está na casa dos meus sogros em Gastão Vidigal...não sei se tem energia naquela "biboca".rsss

Gente, mas uma vez desculpem-me pela ausência...estou resolvendo meu problema com PC e logo mais voltarei quebrando tudo por aqui! Me aguardem!
Edson Moura disse…
Errata!

Onde escrevi "Mas" (último parágrafo)
Leia-se "Mais".
Anônimo disse…
Prezados estudiosos,

Ao iniciar a leitura fiquei curioso em saber quem era o autor.

J. Lima, parabéns.

Recentemente li o livro do Laraia "Cultura - Um conceito Antropológico", gostei tanto que repeti a leitura mais 2x.

Devemos muito a estes "homens de Deus" (rsrs) que dedicam seu tempo a fazer um apanhado de diversos autores para nossa "degustação".

Quanto à "Criação Evolucionista" ou "Evolução criativista", concordo que é mais fácil acreditar que toda esta merda foi criada com um peido de Deus do que ir juntando molécula por molécula por milhões e milhões de anos para chegar onde estamos hoje.

Um conceito interessante exposto por Laraia é que alguns animais evoluíram para a vida aquática, outros aprenderam a voar, etc, e nós, nós somos os seres MENOS evoluídos desta merda toda.

Aprendemos a nos comunicar pela fala, escrita, pensar, aprendemos matemática, legal.

Claro que isto tudo é visto com um olhar de superioridade sobre a águia ou a baleia.

Mas, a gente somente "coisas" para suprir nossa incapacidade de voar, de respirar debaixo d'água, etc.

Mas, vai a merda, se eu conseguisse voar, respirar debaixo d'água e ainda jogar playstation aí sim eu seria a criatura mais evoluída do planeta.


Só pra não esquecer, para mim o Gênesis é menos complicado que isto tudo, para mim alguém teve que simplificar a coisa toda porque tinha muita gente enchendo o saco e pedindo explicações.


Abraços a todos,


Evaldo Wolkers.
Levi B. Santos disse…
Ô J. Lima e Eduardo!


Vocês não acham que o mito da criação é uma metáfora para explicar o inconsciente e a formação da consciência?


Hoje, a psicanálise desvendou muita coisa a respeito. Tenho pra mim, que a psicologia profunda explica muito bem os significantes: O Criador, Adão, Eva e, a serpente – esta última como fonte desejos. Todas essas figuras falam de nossas funções estruturantes, de nossos instintos, de nossos desejos ante a função paterna de guardar zelosamente a “árvore do bem e do mal”

A inteligência da serpente desperta a cobiça de Eva, para a primeira transgressão, estimulando a “inveja criativa” que vai marcar o processo de humanização do planeta (queda para o alto). É de tentação em tentação e da transgressão em transgressão que vamos nos alimentando da seiva que impulsiona a dialética da Alteridade.

Foi a cultura ocidental que estimulou a ver na “serpente edênica” um “mal em si”, quando ela , na verdade representa a nossa criatividade psíquica profunda. É uma pena que o Mito do Gêneses, em nossa civilização, tenha expressado a estigmatização da nossa criatividade, transformando o imenso potencial de desenvolvimento, em sentimentos de destruição e culpa.
Eduardo Medeiros disse…
Levi, é evidente que os autores ou o compilador do texto do Gênesis não escreveu pensando nos fundamentos da psicanálise, mesmo que agora, possamos olhar o mito é perceber nele os fundamentes dela.

Como poderíamos chamar isso? existe um termo específico para explicar tal conexão? Podemos dizer que os arquétipos universais já estavam aí misturados nas culturas mas somente agora, podemos de fato percebê-los.

Concordo plenamente com você. Só faço essa resalva óbvia que na cabeça do autor original outras motivações simbólicas e extruturantes estavam em ação.

No mais, tua conclusão é perfeita:

"É uma pena que o Mito do Gêneses, em nossa civilização, tenha expressado a estigmatização da nossa criatividade, transformando o imenso potencial de desenvolvimento, em sentimentos de destruição e culpa."

E a interpretação que eu dei lá em cima baseado no pensamento rabínico (da obtenção do conhecimento fora de hora) concorda com essa tua frase.
Eduardo Medeiros disse…
Bill,

ainda não vi o peixinho mas já me lembrei do que se trata, mas vou ver o link mesmo assim.

Bill, eu de propósito instiguei uma discussão sobre a evolução, mas talvez aqui nem seja o lugar ideal, pois o texto do JL vai muito além de simplismente discutí-la.

Mas fique tranquilo, é claro que a teoria é científica e válida, sendo que os buracos precisam ainda ser tampados, mas isso na verdade não lhe tira a credibilidade.

O que me intriga mesmo é que não haja uma Consciência por trás da seleção natural. Só isso. Pois eu acredito, e aqui estou concordando com o físico indiano Goswani, que por trás da evolução existe uma Consciência universal (para mim não moral) encaminhando ao bom termo a evolução, como um observador é capaz de provocar um colapso em uma partícula subatômica pelo simples fato da observação em si.

De que outra forma eventos químicos e biológicos poderiam construir a nossa própria consciência? Seria como que tais fatores produzissem a consciência que iria observar todo o evento.

Isto evidentemente, pede uma interpretação não física e material para o fenômeno da consciência, mas isso é assunto pra mais de metro...

quem sabe daqui há um tempo eu posto alguma coisa sobre isto e antes de mim, alguns dos confraternos?
Eduardo Medeiros disse…
NOredaaaaaaaa


tua ausência é um pecado mortal para os neurônios pensantes da confraria!!! Creio mesmo que nesse exato momento existe uma conspiração na dimensão do Não-pensamento produzindo colapsos em nossos computadores apenas para pertubar a produção dos nossos pensamentos...

O que nos obriga a frequentar Lans com teclados possuídos por forças inimagináveis capazes de descrever o que foi escrito...

Temos que rapidamente nos unir em uma mentalização quântica para que a dimensão do Não-Pensamento seja de uma vez por todas, imobilizada, quiçá, destruída.
Levi B. Santos disse…
Caro Eduardo


“Como poderíamos chamar isso? existe um termo específico para explicar tal conexão? Podemos dizer que os arquétipos universais já estavam aí misturados nas culturas, mas somente agora, podemos de fato percebê-los”.

Farei algumas considerações sobre o trecho acima, extraído do seu comentário:

Acredito que na mente arcaica, os elementos de um sonho, eram expressos como algo vindo do exterior, por exemplo: do “céu”. Eles acreditavam que os sonhos estavam relacionados ao mundo do seres sobre-humanos (deuses e demônios)

A visão pré-científica dos sonhos e visões adotadas pelos antigos estava , por certo, em harmonia com a sua visão do universo, o que levou eles a projetarem no mundo exterior, como se fossem realidades, coisas que de fato só eram “realidades” dentro de suas próprias mentes.

Hoje, sabemos perfeitamente que os sonhos têm o seu conteúdo latente, que é muito mais importante(para análise) que o conteúdo manifesto ( aquele que chega de imediato a nossa consciência).

A linguagem do inconsciente, quase sempre, não é aquela que racionalizamos, por ser no mais das vezes fantasiosa em sua essência. Ela é como se fosse uma resposta codificada, aos desejos não realizados internalizados no porão obscuro denominado, de inconsciente.

Caro Edu, é difícil para nós, no estágio atual, entender “céu” e inferno”, como algo exterior a psique. Creio, cada vez mais, que são imagens do inconsciente coletivo religioso, que a consciência internalizou como algo palpável, projetadas para fora ou para o futuro.
Daí, vieram as guerra santas, a inquisição, as cruzadas, sempre no intuito de destruir no outro, o “mal” existente dentro de si mesmo.

Cristo o primeiro e maior dos psicólogos, disse: “O reino de Deus está dentro de vós”. Acho que pouca gente daquela época pode compreender a verdade psíquica de que Cristo estava ali a relatar.

A vida eterna é o conhecimento de mim, como a verdade vinda do Pai (inconsciente) – disse Cristo. A condenação eterna são as “trevas” do desconhecimento (ignorar o inconsciente)


No aguardo de suas considerações a respeito, aqui fico

Levi B. Santos
Noreda Somu disse…
Bom, nem sei se comento o texto ou os comentários...tendo em vista que os debatesa estão maravilhosos.

Aindo estou numa Lan House, portanto, desculpem a pobresa de escrita, mas tenho que correr conmtra o relógio, pois volto ao trabalho dentro de 40 minutos. Lá vai!

Desde o tempo dos filósofos gregos, passando pelos pensadores do século passado, a adaptação dos seres vivos aos seus ambientes de vida é um fato incontestável. A origem da adaptação, porém, é que sempre foi discutida. Desde a Antigüidade se acreditava que essa harmonia seria o resultado de uma criação especial, a obra de um Criador que teria planejado todas as espécies, adequando-as aos diferentes ambientes. (abro um parênteses para imaginar que possa haver um meio termo nesta teoria)

Com o advento do cristianismo, ficou mais fácil admitir que as espécies, criadas por Deus, seriam fixas e imutáveis. Os defensores dessa idéia, chamados de fixistas ou criacionistas, propunham que a extinção de muitas espécies seria devida a eventos especiais como, por exemplo, muitas catástrofes que exterminaram grupos inteiros de seres vivos.

Lentamente, no entanto, a partir do século XIX, uma série de pensadores passou a admitir a idéia da substituição gradual de espécies por outras através de adaptações a ambientes em contínuo processo de mudança. Essa corrente de pensamento, transformista, que vagarosamente foi ganhando adeptos, explicava a adaptação como um processo dinâmico, ao contrário do que propunham os fixistas.

Para o transformismo, a adaptação é conseguida através de mudanças. À medida que muda o meio, muda a espécie...e os adaptados ao ambiente em mudança sobrevivem. Essa idéia deu origem ao evolucionismo.

Evolução biológica é a adaptação das espécies a meios continuamente em mudança. Essa mudança das espécies nem sempre implica aperfeiçoamento ou melhora. Muitas vezes leva a uma simplificação...(O Wolkers pode estar certo em vários pontos de suas afirmações). É o caso das tênias, vermes achatados parasitas: embora nelas não exista tubo digestivo, estão perfeitamente adaptadas ao parasitismo no tubo digestivo do homem e de muitos outros vertebrados.

Foi apenas uma pincelada na teoria da evolução biológica...mas o que me intriga é o fato de observar o homem e ver que sua caminhada rumo ao degrau mais alto da cadeia evolutiva, acaba tornando-o mais frágil...se compararmos com outros seres vivos.

É claro que tudo que escrevo e penso, está no campo das hipóteses...longe de mim ser um ditador da hipótese...quero mais é debater de forma saudável todod os assuntos levantados pelas mentes brilhantes desta Confraria.

A mente humana é um universo infinito...assim como o universo real. Ainda acho que o homem evoluiu (negar este fato...me tornaria um estúpido), mas a pergunta é:

Evoluiu a partir de onde?

De um organismo uni-celula?

Tenho cá minhas dívidas!

Abraços meninos...espero ainda voltar pos aqui para dar continuidade ao meu comentário.
Noreda Somu disse…
Errata:

Onde escrevi "dívidas"...leia-se "dúvidas" kkkkkkkkkkkkk
embora eu também tenha muitas dívidas.
Eduardo Medeiros disse…
Levi, você escreveu em algum lugar uma frase que eu tomei para mim como paradigma: "nada ocorre fora do ser".

Então, de fato, a afirmação de Jesus de que o Reino está "dentro" está totalmente em conformidade com a interpretação psicanalística.

Mas se o Reino está "dentro", dentro também estão o inferno e o céu.
Eduardo Medeiros disse…
E não é que o Nureda apareceu...rsrrs

Edson, a questão não é mais discutir se houve ou não houve evolução, pois isto já está estabelecido. A questão é discutir se de fato, tudo se fez por processos físicos, químicos e biológicos, por acaso, sem inteligência e sem consciência.

Eu sei que não!!

Mas a ciência, em seu dogmatismo materialista, não pode dar o passo em direção à Consciência por trás da evolução.

Na verdade, muitos cientistas estão quebrando o dogma do materialismo e confessando que ele não consegue explicar tudo. E a nova ciência do século 21 chama-se física quântica que anda de mãos dadas com o idealismo monista em detrimento ao materialismo dualista.