Deus: Masculino-Feminino... Sem Sexo!

Quanto mais estudo a religião em conexão com a psicologia, mais percebo o quanto os arquétipos fazem parte na construção da existência humana.

A tradição judaica no Gênesis tinha antes de Eva uma figura feminina por nome “Lilyth”. Essa foi a primeira “mulher” criada perfeita, mas se rebelou contra a autoridade masculina.

Na cabala, Lilith é tida com a primeira mulher, antecede Eva no antigo testamento, também responsabilizada pela des-ordem no universo masculino (Sempre elas não é?).

Ela abandonou o jardim do Èden por causa de uma disputa sobre igualdade dos sexos, chegando depois a ser descrita como um demônio:

“Os gatos selvagens conviverão aí com as hienas, os sátiros chamarão os seus companheiros. Ali descansará Lilith, (criaturas noturnas NVI), e achará um pouso para si. (Is 34.14). (A Versão que trás Lilyth é a Biblia de Jerusalém). Essa registrada no livro do profeta Isaias, segundo a interpretação Rabinica.

Algumas tradições dizem que Lilyth se rebela ao perceber que é da mesma matéria prima que Adão. Essa percepção culminou na recusa: “Ficar sempre por baixo durante o ato sexual”.

Lilyth é precursora que remonta o inconsciente antagônico ao dominio patriarcal, teve a audácia de questionar Deus sobre a razão dessa inferioridade e Ele responde: “Essa era a ordem natural, o domínio do homem sobre a mulher”. Essa resposta não a convenceu, rebelou-se e saiu do Éden.

Após os hebreus terem deixado a Babilônia, Lilith foi perdendo aos poucos sua representatividade, eliminada do velho testamento. Eva é criada no sexto dia, depois da solidão de Adão no gênesis.

O homem ao longo da história criou mecanismos de defesa, sentiu-se ameaçado, independente da forma que a mulher ganhou ao longa da história: “Astarte, Lilith, Rainha dos céus, Eva ou Maria”.

Uma coisa percebe-se no fundo do inconsciente masculino: “O homem sente-se ameaçado”.

A divindade do Espírito Santo no novo testamento como uma “Personalidade assexuada”, seria a síntese inconciente, para ficar num “meio termo”? Nem o pai vetero-testamentário, nem o filho neo-testamentário, nem maria mãe de “Deus”. Essa gerou um filho sem “Pai”. O filho gerado era homem, mas também “Deus”. Deus era o seu Pai e Maria não era sua mãe (Confissão evangélica).

Filho de Mulher sem contato de homem! O Espírito Santo é a SÍNTESE da divindade. Nem masculino nem feminino: “Neutro”; visto que a ausência da figura masculina ou feminina no arquétipo humano deixa-o deficiente. Da mesma forma um dos dois predominante causa des-equilibrio. Então entra em ação: “Um Deus Nem homem nem mulher, sem sexo, mas com personalidade!

Só o Pai do Antigo Testamento, simbolizando força, poder, guerra a manutenção da vida, deixa deficiência da ausência do colo materno, que representa: Cuidado, sensibilidade, ternura, expressão dos afetos...

A história da humanidade não conseguiu conciliar esse dois lados importantes da existência humana, um sempre exluiu o outro. No novo testamento surge uma terceira via que ninguém via, a saber: “Um Deus que os cristãos capaz de suprir a necessidade inconsciente de apaziguar esse conflito”.

A figura masculina é arquetípica da força pelo poder de impor. A figura feminina a docura da sensibilidade que se impõe sem se impôr. A ausência da primeira, pode nos levar a extinção por faltar a insensibilidade que se exige frente a perda. Sem a segunda a extinção vem pela barbárie, uma existência na insensibilidade não se pode chamar de existência!

Nem o pai, nem a mãe, nem o filho, ou todos ao mesmo tempo e nenhum exclusivamente. Que tal o “Espírito Santo”? Esse na teologia tem as mesmas glórias do pai e do filho, são eternos, mas diferentes individualmente!

A teologia do Espírito pode ser uma expressão inconsciente da associação do pecado ao sexo, por isso a mulher fica “Grávida do Espírito” não é um homem que a engravida, mas o proprio “Deus”!

A razão está em que a mulher não teria pureza suficiente para gerar um “Santo” com o homem. Nem o homem teria santidade para “purificar” a mulher, em razão de ser ele também impuro.

Não seria essa a forma do Novo testametno incoscientemente valorizar a mulher? Ao mesmo tempo que a salvação vem por um homem, não é o homem, mas Deus o autor da salvação?

È um “homem” que redime, mas esse não é filho de “mulher” nem “filho de homem”. È “Filho do homem”! Não é fecundado por homem, mas pelo “Espírito”. (Ruah: vento, sopro, ar em movimento). Com personalidade (Pessoa), mas “Assexuado”. (Por isso é santo?).

Seria incoscientemente uma repugna ao “Sexo”, ao mesmo tempo uma resignação contra o dominio “Masculino” uma tentativa de “Equilibrirar”, visto que a mulher tem maior participação do que o homem na história da redenção?

Não seria “Filho do homem” o redentor, mas seria “Semente da mulher”! Ei? Mas quem disse que mulher tem semên-te? È preciso fé... Ai então, cada um confessa o seu desejo...
Por: J. Lima

Comentários

J.Lima disse…
Queridos confraternos...

Esse texto foi fruto de um comentário que fiz na CPFG.

Portanto não é um assunto estranho, já foi discutido em outro prisma.

Ao fazer o comentário percebi que com algumas mudanças serviria para postar um texto.
Fiz algumas modificações.

Atendendo a pedidos para não postar texto complexo que o próprio autor naõ entende...Kkkkkkkkkkkkk

Então boa leitura a todos.
Levi B. Santos disse…
Esse texto vai provocar muitos comentários, principalmente da parte do meu confrade Eduardo (rsrs)

Mas detendo-me de início na figura intermediária da Trindade, eu pediria ao nobre J. Lima, para que ele desse a sua versão sobre o "porquê" do E.Santo no N.Testamento ter uma simbologia feminina - no caso, uma "pomba".
Anônimo disse…
J Lima, devido aos inúmeros erros, por um momento pensei que o Gresder tinha redigido um texto fora de época, rsrs.

(brincadeira mas é verdade, rsrs)

Agora, quanto ao texto, não creio que o VT tenha qualquer iniciativa em "abrir" espaço quanto à libertar a mulher (e a sociedade) da dominação masculina, porque, em sua maioria a mensagem é oposta.

A idéia do "Deus" engravidando uma mulher não é nova, na mitologia grega era comum, então, para não ser o próprio Deus, porque, para os judeus talvez seria complicado aceitar que Javé tenha "transado" com um ser humano, aí eles dizem que o Espírito de Javé quem foi o "safadinho", daí, o espírito dele não era exatamente ele, mas, fazia parte, aí veio depois, toda aquela confusão de uno ou trino, etc e tal.

Na verdade acho que eles se "embolaram" na tentativa de escrever e explicar, aí, deu no que deu, é de um lado Jesus defendendo as mulheres, do outro Paulo "fudendo" com as mesmas (sem sexo), rsrs.


Levi,

A pomba faz parte também de outras lendas, lembra de Noé? Na mitologia grega (ou romana? não lembro) também utilizaram pombas para voar entre rochedos e mostrar o caminho.
Na verdade a pomba era mais comum, imagina se fosse assim:
"E descer sobre Ele o Espírito Santo em forma de Avestruz" (huahauhaua).


Um grande abraço,

Evaldo Wolkers.
J.Lima disse…
Levi.
Embora muito pouco usa-se Deus como figura feminina,normalmente e como Pai, Senhor, Dono, Marido.

Muito pouco a figura de mulher aparece, aparece mais Deus chamando Israel de mulher.

Quanto a pomba embora possa ser classificada como uma figura feminina, não acredito que partiu da consciência dos escritores ou da tradição judaica, mas sim a pomba reflete mais PUREZA, esse símbolo fica mais explicito em Cantares.

Se tem uma religião machista essa sem duvida parte do JUDAÍSMO, tem déficit muito grande para com as mulheres, em todos os tempos.

Quando ao Eduardo você tem razão quando se fala em símbolos a bola fica com ele....Kkkkkkkkkk
Abraço.
J.Lima disse…
Evaldo.
Primeiro peço desculpas pelos erros, mas vou reler o texto com carinho e fazer uma rigorosa correção, vou pedir para uma amiga corrigir para mim.

Eu tinha outro texto em mente, mas acabei mudando de idéia, e poste esse sem o devido rigor de correção ortográfica que um texto merece, mas ainda hoje vou reler com acarinho.ok?

Agora quanto ao seu comentário sobre o antigo testamento libertar a mulher na sociedade...desculpe nas não me lembro de ter escrito isso...se escrevi vou corrigir....

Os gregos contribuiriam mais para a elevação feminina do que a teologia judaica. Já no novo testamento Cristo, principalmente nos Evangelhos, eleva a mulher a um status da mesma dimensão dos homens, até as crianças que eram também consideradas sem valor para a sociedade.

Quanto a teologia Paulina, Paulo tinha resíduo do judaísmo e não conseguir evoluir no diálogo com a figura feminina, ele foi machista, até mesmo contraditório quando escreve em coríntios num texto que a mulher deve aprender em casa com o marido, e em outro que "todos devem profetizar", o que inclui as mulheres, além de Gálatas onde ele diz que em Cristo não há nem bárbaro nem grego nem mulher nem homem falando da dimensão sociológica do Evangelho como nivelador de classes na nova aliança.

Valeu.
Eduardo Medeiros disse…
Professor, o Alemão-rei-do-escárnio-e-da-esbórnia, Wolkrs, está certo. Você deve ter escrito esse texto correndo, falando ao telefone, chupando cana e assobiando ao mesmo tempo...vê se corrige os erros. Mas o contéudo (o que de fato importa)nos levará a bons debates. Mas ante disso...

Lilyth estava certa. Adão era muito ruim nas artes da sedução e do amor. O que é compreensível pois ele nasceu adulto e virgem, sem nunca ter tido a oportunidade de amar ninguém.

então, seguindo uma linha de pensamento hubiniana, deus, que era o pai de Adão, deve ter-lhe ensinado que sexo se faz assim: homem em cima e mulher em baixo. A posição simbolizaria então, o domínio do macho sobre a fêmea. E Adão, como um bom filho, obedeceu direitinho as diretrizes do seu pai. Sempre por cima, inventado assim, a famosa posição papai-mamãe que naquele tempo deveria se chamar "Tô sempre por cima".

Lilyth, que foi a deusa das feministas, rebela-se contra tal atitude e falta de criatividade por parte do seu marido. Ela quer ousar, sair da rotina, experimentar novas posições, mas Adão irresoluto, a repreende e lhe diz que deus lhe castigaria se o desobedecesse.

Então, essa mulher de peito e à frente do seu tempo em mais ou menos 4 mil anos, deixa o paraíso e vai tentar encontrar alguém mais criativo. Seu único problema foi não ter percebido que só havia Adão de homem no mundo...

Amigos, escrevi um texto sobre essa ascensão do poder vaginal no olhar o tempo(segundo texto). Leiam e se divirtam

Desculpe, JL, por sair tanto da tua tese principal mas o espírito da bobeira me tomou e escreveu esse comentário idiota sem eu querer...heee
Marcio Alves disse…
JOTA LIMA

Não podemos nos esquecer que na época em que foi escrito o mito do jardim do Eden, a mulher era visto como uma espécie inferior ao homem, sendo apenas um objeto de procriação, não tinha o seu devido valor.

Devido a isto, foi desenvolvida a estória da mulher vindo da costela de Adão, sendo que se essa mesma fabula fosse re-escrita hoje, seria contada diferentemente, sendo o obvio dito que o homem veio da barriga da mulher, e não o absurdo da mulher existindo a partir da costela do homem.

Apesar de que mito é mito não precisando das lógicas da razão para subsistir, isto é claro, desde que os evangélicos tenham o mesmo como mito e não como factual como querem os fundamentalistas, porque ai, além de perder a magia do mito, seria irracional ou pura fantasia mesmo.
Marcio Alves disse…
Depois de ter postado meu comentário, resolvi ler os outros, e morri de tanto ri mais uma vez com EVALDO....fracamente JOTA, confundir você com o assassino do português GRESDER??? É dizer que você esta no fundo do poço. Kkkkkkkkkkkkkkk

Por outro lado, é bom que se tenha erros, porque isto é sinal de que foi você mesmo quem escreveu o texto e não simplesmente copiou de algum livro ou do Google – também não precisa exagerar nos erros, ok? Rsrsrsrsrsr
Eduardo Medeiros disse…
A projeção da imagem do pai no deus do AT e que permaneceu no NT até finalmente o catolicismo encontrar a sua deusa na figura de Maria é produto do seu tempo e cultura. Cultura patriarcal, deus patriarcal.

Eu não sei se a figura do Espírito Santo por ser neutra, tinha a função de equilibrar a tensão poder-doçura na cabeça dos primeiros cristãos. Creio que não.

O Espírito Santo foi visto como o "Espírito de Cristo" que ele mesmo prometera enviar aos discípulos para que eles não ficassem sozinhos depois da sua partida. "não vos deixarei órfãos, voltarei para vós".

Então, o ES seria visto mais como "presença da força do cristo que habita em mim" (?). De qualquer forma, não há dúvida que o ES é visto por Paulo como uma pessoa divina, ainda que isso dê margens para interpretações diferentes por parte de alguns.

E vejam a dificuldade que os concílios tiveram depois para encaixar a figura do ES como pessoa divina!

Mas sabe, gosto da figura da igreja como a "noiva do cordeiro". Acho esse simbolismo do casamento muito bonito, afinal de contas, Jesus foi o marido ideal pois amou a sua "noiva" morrendo por ela! Quem seria capaz de morrer por sua noiva?
Eduardo Medeiros disse…
Marcinho, o mito da mulher saindo da costela do homem possui belos significados.

Primeiro, mostra que a mulher não veio do barro, do pó como o homem, mas veio de objeto mais elevado, qual seja, uma costela. Sim, uma costela é mais complexa do que um punhado de barro.

A costela tem a função de proteger órgãos vitais no corpo como pulmões e coração. Sendo dela feita, a mulher teria o poder de "proteger" o coração do homem da profunda solidão que ele sentia quando estava só.

Deus agora forma a mulher para estar ao "lado" do marido, pois do seu lado foi ela formada. A experiência de formar uma mulher para ser sempre inferior ao homem não tinha dado certo, visto que lylith tinha ido embora.

Daí, surge novas posições sexuais, como aquela em que os amantes ficam de ladinho, pois do lado do homem foi feita a mulher...(não resisti rsss)

Então, marciho, creio que no mito de Adão e Eva a mulher tinha uma importância muito grande. Ela era quem equilibrava o emocional de Adão. Ele foi feito do "meio" que lembra "equilíbrio".
Eduardo Medeiros disse…
Sobre pombas e pombos,valo mais tarde pois agora preciso sair para pagar contas...
Eduardo Medeiros disse…
"valo", não, "falo" rss
Guiomar Barba disse…
Oi Edu,

Da janela vejo o sol brilhando, Salvador me convida e não resisto, mas vou voltar para ler a reflexão do J.Lima de novo e ler e reler seus sábios comentários, te conheci mais agora.

Só pra lembrar: O teu criador é o teu marido...

Como a galinha ajunta seus pitinhos sob suas asas Eu tambem faço o mesmo com vocês...

Homem e mulher...

Admiro sua brilhante inteligência e de todos os pensadores "sem gaiola" rsrs
Bjs vou lá
J.Lima disse…
Eduardo.
Obrigado por ter misericórdia de min.
Tanto que para alegrar o meu coração disse que não sou assassino de gramática tanto quanto o Gresder.
O que é um consolo acredite! Kkkkkkkkkkk
Valeu.
J.Lima disse…
Evaldo
Obrigado pela critica sincera quanto ao excesso de erros no texto.
Fiz uma correção mais minuciosa.
A partir de agora os erros que forem encontrados é realmente pela minha limitação com a língua portuguesa...
Valeu.
Levi B. Santos disse…
“Ave Maria Mãe de Deus, rogai por nós pecadores ...”

Ô J. Lima, você não acha que a igreja católica, colocou a mulher no seu devido lugar?

Ela, a mulher, nas eras primitivas era representada pela grande mãe, TERRA, aquela que acolhe a semente em seu seio para alimentá-la e fazer crescer. De certa forma, é na religião que o indivíduo experimenta o seu eterno retorno a fase infantil.

Será que o católico não está muito mais protegido que o protestante, uma vez que ele tem em Maria uma proximidade maior, reeditando uma relação fisiológica e psicológica semelhante ao nosso passado edênico, quando inconscientemente nos sentíamos como se fôssemos um prolongamento de nossa própria mãe?

Apesar de o pai ser o provedor, não é a mãe que primeiramente sacia o nosso primeiro desejo — o de mamar?

Segundo Freud, a religião católica ao elevar o status de Maria, reequilibrou as nossas forças psíquicas.

E aí, o que você me diz a respeito?


Aguardando a sua resposta, aqui fico

Levi B. Santos
Marcio Alves disse…
DUZINHO

Mas é claro que seu a real importância e significado por trás dos mitos, o que apenas disse é que se o mesmo mito for literalizado, como querem os evangélicos, ele perde sua real essência simbólica.
Eduardo Medeiros disse…
Quanto ao simbolismo da pomba:

Quem nos explica é o padre e professor Rômulo Souza, autor de um dos melhores livros sobre símbolos(Palavra Parábola, ed Santuário).

Um detalhe curioso. Na história de Jó, depois que ele recebe tudo de volta e lhe nascem mais filhos, também lhes nascem 3 filhas cujos nomes estão cheios de simbolismo.

Veja que nenhum dos filhos de Jó é nomeado na história apenas essas três derradeiras filhas.

Seus nomes: JEMIMAH, QETSIAH E QÊREN HAPUK. Nomes belos para se por em filhas...

JEMIMAH significa em hebraico, POMBA APAIXONADA;
QETSIAH significa ÁRVORE DESCASCADA;
QEREN HAPUK, significa CHIFRE TORTO.

Vamos nos ater à "POMBA APAIXONADA". JEMIMAH provém da raiz etmológica, IÂM, IÔM, IAMÂM que podem significar: DIA, FOGO, CALOR, PAIXÃO, ARDOR, QUEIMADURA, LIBIDO, DESEJO SEXUAL, POMBA. a POMBA é a ave símbolo da procriação, ave cosmogônica, relacionada com a criação do mundo.

...
Eduardo Medeiros disse…
Vejam como o autor da história de Jó põe em uma de suas derradeiras filhas um nome cheio de significados:

Depois de ser arrasado em tudo o que possuía, depois de ser reduzido a nada, surge na vida de Jó IEMIMAH, a pomba que na mitologia e na própria etmologia do nome traduz uma série de ideias: a veemência do FOGO, o ARDOR DA PAIXÃO, a VIDA que renasce. Deus cria tudo de novo, agindo no CAOS e no VAZIO.

Lembrem-se do Espírito tal qual uma pomba, "chocando" as águas...e não é das águas que surge de fato, a VIDA? A Bíblia tinha razão...

Nas culturas antigas a POMBA é símbolo de AMOR, da GERAÇÃO E DA FECUNDIDADE, da PAZ. Uma pomba era oferecida de presente aos noivos. É ela que fecunda as águas primordiais antes da criação do mundo.

Nas mitologias, a AVE SAGRADA pousa sobre o OVO para dar origem ao universo. Em Gênesis, o ESPÍRITO DE DEUS assume a função da AVE e pousa sobre as águas do caos...

Não sei quanto a vocês, mas essas imagens, símbolos e significados nesses textos milenares, me fascinam.

Alguns acham que são estorinhas infantis...
Eduardo Medeiros disse…
GUI, aproveita bem o sol de Salvador...obrigado pelas palavras, mas brilhante mesmo é o sol de Salvador.

LEVI E JOTA ELE: e agora, depois desses significados todos para o ES como pomba, o que a psicanálise tem a dizer?

Estou chegando à conclusão que os verdadeiros inventores da psicanálise foram os antigos escritores bíblicos e os escritores das antigas tradições mitológicas e religiosas.

Acertei LEVI?
Eduardo Medeiros disse…
EXISTE OUTRO TERMO INTERESSANTE no AT em relação ao tema DEus masculino, neutro ou feminino.

Os hebreus não pronunciavam o nome que Deus revelou a Moisés, o TETRAGRAMA SAGRADO; em substituição, usavam os termos ADONAI ou ELOHIM.

Mas havia um outro nome muito usado para Deus no At que era SHADAI. A teologia popular de hoje costuma dizer que shadai significa Todo-Poderoso, o que não está errado, mas não esgota os significados mais antigos do nome.

Vejamos: a palavra shadai vem de "SHAD" que quer dizer mama, seio, úbere. Expressa a ideia de fartura, fertilidade, abundância, ternura, carinho e amor.

Quando Deus prometeu a Abrãao multiplicar sua descendência, é esse nome que aparece no texto: "porque eu sou SHADAI".

Logo, o Deus SHADAI, é o Deus dos SEIOS MATERNOS que têm leite em abundância para milhares de filhos. Lindo, não..?

O SHADAI é o nome de Deus que mais se aproxima ao Deus que é amor do Evangelho de João. Certa vez, o papa João Paulo I declarou que "Deus é pai e Deus é mãe".

Logo, meu caro LEVI e Jota L, não precisamos ir tão longe assim para encontrar a Deusa...os próprios autores do Gênesis, viam no Deus que possuía o NOME IMPRONUNCIÁVEL, um Deus que pode até ser onipotente, mas que possui GRANDES MAMAS, SEIOS FARTOS que alimentam, aconchegam e acariciam.

Os cristãos só precisam estudar mais o livro deles. Tá tudo lá!
Eduardo Medeiros disse…
lembrei agora do teólogo Pepeu Gomes:

Ser um homem feminino
Não fere o meu lado masculino
Se Deus é menina e menino
Sou masculino e feminino

quem pode dizer que não é assim?
Levi B. Santos disse…
Não tenha dúvida Eduardo, a psicanálise é filha dos mitos.
Aliás, os mitos arcaicos nada mais são que conteúdos do inconsciente do povo antigo, que nunca devem ser interpretados literalmente. O seu conteúdo “manifesto” é de um inestimável valor, desde que seja analisado para se extrair um outro composto, o “latente” — e esse é o trabalho que a psicanálise procura realizar com imparcialidade.

Junito Brandão, pisicanalista da escola Junguiana, formulou uma frase que define muito bem o “mito”: “O mito é a conscientização dos arquétipos do inconsciente coletivo”.

O mito chega à consciência à maneira de um sonho. Mas nem sempre o sonhador sabe interpretá-lo, e falha quando o interpreta para julgar o outro. Bom seria que o sonhador pudesse entender que o sonho, assim como o mito fala do seu “ser em si”. E por falar em sonho, lembrei-me de uma frase, que é bastante citada pelos junguianos:

“O mito é o sonho público, coletivo, enquanto o sonho é o mito privado, pessoal”.

Essa aqui foi que inventei:

“No princípio era o MITO, e o Mito estava com o INCONSCIENTE, e o Mito era o INCONSCIENTE”.


P.S.: Mas eu estou doido mesmo, é para devorar o “Livro Vermelho de Jung”, que chega as livrarias na segunda quinzena desse mês (rsrs)
Levi B. Santos disse…
EDuardo

Deus é masculino e feminino, é claro!

Gênesis 1 e 27:

"Assim Deus criou o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; MACHO E FÊMEA OS CRIOU.

(Quem lê, entenda)
J.Lima disse…
O Eduardo...
Se continuar assim vou ter que tirar o post!
Com seus simbolos decodificados nos nomes,revelando sentidos ocultos, estou ficando com a sensação de que meu artigo foi fraquinho...Hahahahahahahah

Gostei muito dessas explicações simbólicas.
Muito bom mesmo.
J.Lima disse…
Eduardo...
Embora gosto muito dessas explicações simbólicas...
Pergunto-lhe?
Os escritores tinham consciência do que estavam escrevendo, ou seja, ao colocar esses nomes eles tinham realmente consciência de que tinha esse significado...?

Veja que você colocou muito bem anteriormente no seu comentário, que embora a autoria foi dada a Moisés como o autor do livro de Genesis. A realidade é que o Genesis possui escritos Egípcios, contos da Babilônia e narrações com paralelos na mitologia, e fatos narrados em outras civilizações etc....

Se essa teoria é correta... Então fica difícil aplicar esses símbolos dos nomes a intenção do escritor original, visto que são mesclas de escritos diferentes? Como escritores de culturas diferentes com uma cosmogonia diferente poderiam dar significados tão contextualizados, será que os significados dos nomes não foram adicionados depois?
Que acha?
J.Lima disse…
Levi
Quanto ao seu comentário sobre a igreja católica ter colocado a mulher no seu devido lugar, numa certa óptica sim...

Contudo, ao fazer isso, ela dá duas dimensões de Deus,:
- Filho (Jesus)
- A mãe. (Maria)

Onde está o Pai? (Seria o Judaísmo é a religião do Pai, o Catolicismo da mãe, Protestantes do Filho, Protestantes neo-pentecostais do Espírito Santo?)

Além do que excede demais na dimensão transcendente da religião, visto que Maria como mãe de Deus aproxima o feminino, por outro lado, essa figura torna-se muito distante, visto que o catolicismo defende a PERPÉTUA VIRGINDADE de Maria. Isso também não seria inconscientemente uma repulsa ao sexo, visto que a mulher arquetípica da divindade foi grávida estando virgem e permaneceu virgem depois de casada? (Crença católica ortodoxa sobre a virgindade de Maria, não sei se ainda os ortodoxos defendem essa doutrina)

Veja por um lado, ela torna acessível por ser uma mulher preenche o lado feminino ausente no Judaísmo e no cristianismo protestante.

Por outro ao estabelecer o dogma da virgindade perpétua novamente transcende deixando-a muito longe como mediadora, tornando a diferente das demais de forma bastante transcendente...

Cristo ressuscitou pelo seu poder, pelo poder do Pai e do Espírito Santo.

Já Maria, a mãe de Deus na sua ascensão foi SOZINHA.....não morreu nem ressuscitou...Acho que o catolicismo buscou tanto um equilíbrio que desequilibrou dando a Maria um poder maior do que o arquétipo masculino.

Que acha?
J.Lima disse…
A Levi...
A não ser que venhamos aderir ao simbolismo cabalistico do mestre dos simbolos Eduardo Medeiros.

Mas ai não sei não poderiamos dizer que foi algo consciênte da parte de quem deu os nomes...

Se houve intenção então houve desejo, nesse caso, os simbolos poderia seru uma via melhor para se entender melhor...
Fala ai mestre dos gibís do recruta zero e do Sargento Tainha!
KKKKKKKK
Eduardo Medeiros disse…
JOTA, SUA PERGUNTA é muito pertinente. (olha só como eu falo, até parece que eu que sou o professor kkkkkkkkkkkkk eu sempre fui um aluno abusado, por isso, guentaaaa kkkk)

1 - "Os escritores tinham consciência do que estavam escrevendo, ou seja, ao colocar esses nomes eles tinham realmente consciência de que tinha esse significado...?"

2 - "Se essa teoria é correta... Então fica difícil aplicar esses símbolos dos nomes a intenção do escritor original, visto que são mesclas de escritos diferentes?"

Bem, você sabe que os nomes em hebraico possuem um número correspondente e possuem um significado, certo?

P.ex: Moisés = tirado das águas
Abrãao = pai de muitos
etc

Eu entendo pelas minhas leituras que sim, os escritores hebreus deram os nomes de seus personagens pensando no significado que eles tinham e que se encaixavam perfeitamente na história e nas teologias que eles queriam passar, por isso o texto bíblico é literariamente muito rico.

Ou é isso ou agente admite que certos nomes de certos heróis bíblicos determinaram a sua história no futuro, como por exemplo, Jacó (enganador, trapaceiro).

Não, o autor bíblico escolheu a dedo os nomes dos seus personagens.

Isso acontece muito no Gênesis mas por toda a Bíblia podemos constatar isso, até no NT.

Então, como fica a sua segunda pergunta...?
Levi B. Santos disse…
Enquanto o protestantismo tem o filho como mediador, mas ao mesmo tempo gira em torno do Pai e seu poder autoritário, o catolicismo se tornou uma versão carregada de mais sentimentalismo, pois nele a grandeza de Maria é quem humaniza o próprio Deus.
Nela, o Deus do céu torna-se o «Deus connosco» (Mt 1,23). Como mãe, é chamada a interceder pelos fiéis a seu “santíssimo e dileto Filho, Senhor e Mestre”.

A igreja católica tem como um sinal grandioso, o que o Apóstolo S. João viu no Céu: «uma Mulher revestida com o sol» (Apoc 12,1), e não sem fundamento o interpreta a Sagrada Liturgia como referindo-se à Santíssima Virgem Maria, Mãe de todos os homens pela graça de Cristo Redentor.

Meu caro J. Lima, será que o declínio da autoridade paterna, não está trazendo os ventos de uma nova modernidade, que tem como pano de fundo alegórico, uma feminilidade em revolta?

Em tempos de democracia, que tanto se fala em direitos humanos, o enfraquecimento de Deus pai, se tornou tão visível que poderemos estar às portas de um retorno do matriarcado. Tudo está parecendo encaminhar para isso. Os três fundamentos onde repousam o patriarcado estão sendo solapados:

1.A autoridade do marido
2.A subordinação das mulheres
3.A dependência dos filhos.

Aqui por essas terras de D. João VI, só falta a Dilma ser eleita para comprovar o que digo (kkkkkkkkkk).

P.S.: Acho que o tema de J. Lima me levou a fazer uma salada danada. Posso ter indigestão. (rsrs)
Eduardo Medeiros disse…
JOTA, sobre sua segunda pergunta:

Está mais do que comprovado pelos estudos literários do AT que muito o que tem ali tem sua origem em outras culturas. Mas então como explicar os simbolismos judaicos do texto.

Bem, veja o exemplo de Noé. Quem é Noé a não ser a versão hebraica do herói babilônico que também se salvou do dilúvio? Quem é Adão senão outros seres feitos do barro em outras mitologias? O que o Eden a não ser o lugar paradisíaco também presente em várias culturas?

A maior invenção dos hebreus foi o Deus invisível e não representável por imagem nenhuma, mas muitos dos seus mitos são "desmitologização" de outros mitos que eles fizeram a partir da suas próprias crenças nesse Deus único o qual eles serviam.

é paradoxal mas é assim mesmo: os hebreus desmitologizaram os mitos de outras cultas mas construindo seus próprios mitos.

Daí, os símbolos bíblicos possuem ecos em vários lugares, mas ali, eles possuem o toque da cultura hebraica.

E ai, professor, passei de ano ou vou ficar na recuperação?
Eduardo Medeiros disse…
Levi, compactuo também com essa sua expectativa: a subida ao trono do matriarcado...o mundo mais feminino, mais coração, mais sentimento; razão com emoção. Fará bem para a humanidade(fará???). Pena que não será a Marina a ocupar o trono brasileiro...
Hubner Braz disse…
Olá amiguinhos confraternos,

Me assustei com tantos comentários transcorridos neste texto, principalmente o do DUDU, fiquei lendo todos e gastei uma hora para lee-los.

Diante esses comentários, fico até sem argumentos para comentar.

Mas este texto está muito interessante.

Prometo que vou me esforçar, porque o DUDU já deu uma baíta aula de simbolismo.

Mas será que as mitologias bíblicas foram verdadeiras?
Hubner Braz disse…
Sabemos as grandes possibilidades de serem verdadeiras!!!!
Guiomar Barba disse…
Edu amigo, por favor, reune todos os seus comentários produzindo um texto sobre o assunto e manda pra mim. Quero por no meu blog. Estou encantada.

Abraço.
J.Lima disse…
Amigos confraternos.
AS vezes demorará um pouco para postar as respostas ok?
Mas sempre que der um tempinho estarei respondendo a todos.
vou me esforçar para seguir a ordem dos comentários ok?
Até daqui a pouco...
Anônimo disse…
A sua fala "o homem [no sentido de "macho da espécie humana"] se sente ameaçado" é emblemática. De fato, se o macho heterossexual produto da tradição judaico-cristã não se sente, deveria.

Isto porque o macho heterossexual produto da tradição judaico-cristã é a figura mais patética da história da humanidade. Ele é historicamente omisso, negligente e covarde.

Um "pequeno" exemplo? Quem condenou Jesus à cruz? O macho heterossexual, duplamente, através de sua covardia em punir um inocente e omitir-lhe o justo perdão.

O macho heterossexual produto da tradição judaico-cristã é o mico do milênio. Ele não se posicionou (ficou omisso, assistindo em seu sofá esplêndido o futebol) quando a sua mulher saiu de casa, começou a trabalhar fora e ter autonomia enquanto cidadã e pessoa humana.

Depois, também não se posicionou (omissão) quando seu filho e sua filha passaram a namorar outras pessoas do mesmo sexo. Isto, quando não foi covarde ao ponto de espancá-los física e psicologicamente a fim de que negassem sua verdadeira sexualidade.

Sim, o homem produto da tradição judaico-cristã se sente ameaçado. Ele não é completo sendo apenas macho, necessita da sua parte feminina, frágil, sensível, que ele estupidamente negou durante milênios.

Será que, depois de tudo isso, quando ele quiser finalmente admitir esta sua carência e resgatar a sua parte feminina, delicada, não encontrará resistência por parte daqueles que foram oprimidos por ele durante tanto tempo?...

Abraço, professor, parabéns pelo texto. Não vou comentar outras partes deste ótimo artigo, pois aqui temos pessoas muito mais capacitadas do que eu para fazê-lo.
Eduardo Medeiros disse…
Hub, tuas perguntas:

"Mas será que as mitologias bíblicas foram verdadeiras?"

"Sabemos as grandes possibilidades de serem verdadeiras!!!!"

Olha, essas perguntas não têm muito sentido de ser. Explico: não devemos classificar um mito como "falso" ou "verdadeiro" pois esses extremos não lhes são aplicáveis.

Não existe mito falso. Não existe mito verdadeiro. O significado de falso ou verdadeiro deve ser substituído por "faz sentido para você" ou "não faz sentido para você".

Como os mitos falam de realidades transcendentais, do mundo dos sonhos, do mundo encantado, do que faz sentido (que não é menos "verdadeiro" do que o mundo do empirismo radical), os mitos religiosos são verdadeiros para aqueles que neles encontram sentido para a vida.

No mito, o que menos importa é perguntar "isso pode acontecer"? "isso aconteceu de fato"? o que se deve perguntar num mito é "o que ele te ensina"? "qual sentido ele dá à sua vida"?

Então, por exemplo, não faz sentido(em certo sentido, rss) em perguntar se o mito da ressurreição de Jesus foi falso ou verdadeiro.

O que se deve perguntar é: "o que isso significa para você existencialmente?" Pode significar nada, ou pode significar tudo.
Eduardo Medeiros disse…
Gui, de vez em quando eu posto lá na minha sala umas reflexões dos simbolismos bíblicos dos quais eu sou um ávido estudante. Mas ainda não sei quase nada...O Levi, com certeza está a anos-luz à minha frente com o seu olhar psicanalítico.

Mas vou escrever mais sobre o assunto e você poderá postar quando quiser no seu blog (que aliás eu nunca conseguia encontrar, pois devia estar com algum problema, mas enfim, o achei).

beijos
J.Lima disse…
Mestre Levi?

Você colocou muito bem:
“SEGUNDO FREUD, A RELIGIÃO CATÓLICA AO ELEVAR O STATUS DE MARIA, REEQUILIBROU AS NOSSAS FORÇAS PSÍQUICAS”.
E AÍ, O QUE VOCÊ ME DIZ A RESPEITO?

Respondo
LEVI:
Quanto a sua colocação:
"MEU CARO J. LIMA, SERÁ QUE O DECLÍNIO DA AUTORIDADE PATERNA, NÃO ESTÁ TRAZENDO OS VENTOS DE UMA NOVA MODERNIDADE, QUE TEM COMO PANO DE FUNDO ALEGÓRICO, UMA FEMINILIDADE EM REVOLTA?
1.A AUTORIDADE DO MARIDO
2.A SUBORDINAÇÃO DAS MULHERES
3.A DEPENDÊNCIA DOS FILHOS".

Levi...
Essa revolta na feminilidade tem suas manifestações no modelo babilônico, que seguem a seguinte ordem:

Pai ausente, Mãe dominadora, Filho manipulado!
Lembra-se do evento em Cana da Galileia?

Onde Jesus fala de forma até um pouco áspera: “Mulher que tenho eu contigo” (João cap 2).

Acredito que ele estava dando um grito de alerta contra o modelo acima.

Com o advento da modernidade, ruiu o absoluto transcendente e isso resignificou o modelo de relacionamentos, antes era a VERTICAL Deus era o ABSOLUTO e sustentava a figura masculina.

Agora é HORIZONTAL, o homem se torna o absoluto é a medida de todas as coisas, e os DIREITOS que eram todos DIVINO, agora passa a ser DIRETITOS HUMANOS.

O modelo patriarcal na qual FREUD desenvolveu o COMPLEXO DE ÉDIPO, hoje a MULHER em grande parte do nosso PAÍS tem a MATRIARCA, como líder, pela ausência paterna, pelos excessos de trabalho ou pela omissão.

Foi esses fatores que levaram LACAN a re-significar na sua 2ª clinica, alguns pressupostos da psicanálise.

Que acha meu amigo Levi...é mais ou menos isso?
Abraço.
J.Lima disse…
EDUARDO?
Voce disse:

“ISSO ACONTECE MUITO NO GÊNESIS, MAS POR TODA A BÍBLIA PODEMOS CONSTATAR ISSO, ATÉ NO NT.
ENTÃO, COMO FICA A SUA SEGUNDA PERGUNTA...?”

Eduardo você me perguntou como fica a minha pergunta? Na realidade não fica, vai.... Kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

Olha ao usar símbolos você falou do EFEITO eu e o LEVI estamos querendo analisar a CAUSA. (Desculpe se entendi errado rssss).

Se os escritos da bíblia, tem textos de outras culturas, como por exemplo, os Egípcios e Babilônicos, e os símbolos tem significado na cultura judaica-cristã e Grego-Romana... Pense comigo?

Os escritores ao colocarem os nomes simbólicos deram significado ou reproduziu sua significância em outras culturas?

Ora se o significado do nome EL, tem equivalentes em babilônia e o Judeu usa EL também, o Judeu usou pressupostos de outra cultura, e os Babilônios usaram de quem? (veja os casos de Sadraque, Mesaque e Abdnego)

Ou seja, o mito, é sempre expressão como efeito, nunca causa. Mito é NOMEAÇÃO, do DESEJO, dos MEDOS, das FRAGILIDADES....

Sendo assim EDUARDO, os símbolos não tiveram significado primário para os judeus, mas sim já era “REPRODUÇÃO INCONSCIENTE” de verdades já experimentadas por outras culturas...

Da mesma forma pode se dizer dos que os antecederam... (Inconsciente coletivo Junguiano?)
Fazendo um RETROCESSO tentando encontrar a CAUSA PRIMÁRIA dos símbolos que expressa à crença de um povo.
Peço permissão ao mestre LEVI para reproduzir a sua magnífica frase:

“No princípio era o MITO, e o Mito estava com o INCONSCIENTE, e o Mito era o INCONSCIENTE”.

Eu tomo a liberdade de acrescentar...
“E O INCONSCIENTE SE EXPRESSOU NA LINGUAGEM E A LINGUAGEM GEROU OS SÍMBOLOS"

Valeu mestre dos símbolos?
Abraço.
J.Lima disse…
Eduardo?
Ah e sua pergunta se passou ou ficou de recuperação como aluno?
Aqui na confraria todos são professores e ao mesmo tempo aluno.
Você meu caro na sua área é praticamente imbatível:
Reproduzo a fala de Isaias ao se encontrar com a magnitude no templo:
“AI DE MIM QUE VOU PERECENDO”! Kkkkkkkkkkk
Abraço.
J.Lima disse…
ISAÍAS?
Calma ai?
Você ta colocando para fora todo o seu lado de MASCULINO! Hahahahahahaha

Não vejo que seria o HETEROSSEXUALISMO JUDAICO a causa, mas sim o CONTEXTO em que algumas situações emergem , obrigando a uma postura diferente.

Isaias deixe lhe mostrar um exemplo: O que foi que abriu espaço para a mulher na modernidade?

Duas coisas:
- A primeira foi as constantes guerras de forma que após a 2ª guerra mundial, onde se inicia a era industrial, o numero de homens ficou bastante reduzido, além do que as viúvas tiveram que ira a luta para a manutenção dos seus filhos sem pai....

- A segunda, é que a com a modernidade a antropologia reverteu conceitos outrora praticamente canonizados, o avanço do cristianismo no ocidente, praticamente elevou a mulher a uma condição de igualdade, sendo assim a mulher passou a ocupar espaço que outrora pertencia somente ao homem.

Tanto é verdade que hoje a mulher ocupa varias funções no mercado principalmente aquelas que exigem maior sensibilidade e jeito em lidar pressões e principalmente com administração, pois a mulher faz o seu estágio como administradora ao cuidar da família.

Agora quanto ao seu comentário de que o homem necessita da sua parte feminina, eu entendo, mas sinceramente isso não quer dizer que ele precise complementar isso de forma afetiva sexual, com o mesmo sexo. Ele pode encontrar no sexo oposto, o seu LADO FEMENINO, sem ter que a partir dele mesmo e nele mesmo buscar esse complemento. Nada contra quem necessite se complementar de forma diferente. (Kkkkkkkkk)

Quanto à resistência que encontrará bom, a primeira resistência que o homem certamente enfrentará e comprovar para si mesmo que realmente não depende da aceitação dos padrões dos outros para fazer o que deseja fazer e é livre para tal...

Afinal no mundo chamado pós-moderno há mais liberdade de expressão do que houve séculos atrás...

Valeu menino!
Fica Calmo ok?
Não fica nervoso comigo...
Hahhahahaahahhaha
Eduardo Medeiros disse…
Jota, permissão para a tréplica:

Quero destacar essas suas frases:

"Os escritores ao colocarem os nomes simbólicos deram significado ou reproduziu sua significância em outras culturas?"

Eles deram significado, deram o significado que queriam dar; mas também fizeram suas releituras segundo suas próprias perspectivas e entendimento religioso.

Para mim isso é claro. Na Babilônia o sol e a lua eram divindades e a narrativa sacerdotal que é do tempo do cativeiro (opinião de grande parte dos especialistas)colocam os astros subordinados a Deus. Ao Deus judaico. Não que a concepção de Deus na bíblia seja monolítica, pelo contrário, Deus vai "evoluindo" na concepção da religião judaica.

Mas isso não é uma releitura?

"o Judeu usou pressupostos de outra cultura, e os Babilônios usaram de quem?"

De quem os babilônios usaram? Do inconsciente coletivo (valha-me Jung kkkkk)

"Sendo assim EDUARDO, os símbolos não tiveram significado primário para os judeus, mas sim já era “REPRODUÇÃO INCONSCIENTE” de verdades já experimentadas por outras culturas... "

certo!! mas sempre fazendo suas releituras. É um processo isso aí. Até o profetismo judaico tem muitos pontos de contato com o profetismo na antiga região de Mari.

Então, meu professor, as origens dos mitos estão perdidos no inconsciente coletivo da humanidade, o mito primordial não pode mais ser acessado depois de milênios e milênios de construções e reconstruções.

O mito original começou quando os deuses desceram pela primeira vez à presença dos primeiros humanos conscientes e lhe ensinaram a dominar o fogo...

Responde aí, fêssor!!!!!
Eduardo Medeiros disse…
Professor, meu primo resolveu abrir guerra contra essa raça patética cuja orientação é pelo sexo oposto. Mas como o sexo como meio reprodutivo foi coisa da evolução, então, em última análise, a evolução é patética...ela deveria ter inventado um só sexo que se reproduziria por duplicação, seria muito mais simples. Mas como a evolução é sábia, ele sacou que a melhor maneira da espécie sobreviver era um pênis andar junto com uma vagina...

Desculpa, primo, não fica chateado não, é tudo brincadeira de mal gosto. Eu te amo. Sério.
Anônimo disse…
Sim, eu falo do homem gerado pela cultura judaico-cristã mesmo. Não falo do homem grego clássico, do indígena brasileiro, do africano ou do aborígene, pois eles não tem o tabu da homossexualidade. Não falo do homem como uma coisa só, falo daquele tipo específico, o que ficou evidente em meu primeiro comentário e só não entendeu mesmo quem não quis.

Assumir seu lado feminino não tem nada a ver com orientação sexual. Existem homens delicados que não são exclusivamente gays e se casam e constituem família.

O macho heterossexual, Edu, que eu me refiro é o produto da cultura judaico-cristã. Caso este espécime seja o último-biscoito-do-pacote-da- evolução, aí sim teu último comentário faz sentido. Senão, ele foi realmente infeliz.
Levi B. Santos disse…
Prezado Professsor J.Lima


A sua resposta me satisfez plenamente.

Para mim essa emblemática frase, que destaco abaixo, foi extraordinária:

“Agora é HORIZONTAL, o homem se torna o absoluto é a medida de todas as coisas, e os DIREITOS que eram todos DIVINOS, agora passa a ser DIREITOS HUMANOS”.

Na verdade, o advento de Cristo trouxe uma mudança revolucionária nos arquétipos, mudando o paradigma histórico que pautou milênios de domínio do arquétipo Patriarcal repressivo e sadomasoquista.
A chegada do arquétipo de Alteridade permitiu através do “HORIZONTAL” da fraternidade, a encarnação progressiva do espírito divino na consciência coletiva da humanidade, fazendo a síntese entre tese e antítese, entre “Senhor e Escravo” (na concepção Hegeliana).

A luta pela implantação do arquétipo da Alteridade ampliou-se nos séculos XIX e XX, abrangendo o subjetivo que formulou os Direitos Humanos, reafirmando o paradigma cristão que não vê diferença entre gregos, judeus e troianos.

Do luto do Deus Vétero Testamentário, nasceu a união e a solidariedade entre IRMÃOS, que agora os torna responsáveis pelas suas próprias escolhas e atos.
J.Lima disse…
OK Isaias.
Agora sim eu entendi a sua critica.
Nesse prisma você tem suas razões.
Abraço.
RFSP BLOG disse…
Gosto!

Love your blog!
Eduardo Medeiros disse…
Primo, eu falei que era brincadeira...

JL, como é que é, vai me responder ou não, professor? Preciso das suas sábias palavras para que eu não tome o rumo errado nas minhas formulações simbólicas da bíblia.

LEVI, muito boa essa sua observação que o paradigma cristão (muitas vezes esquecido):

" reafirmando o paradigma cristão que não vê diferença entre gregos, judeus e troianos."

Não há diferenças. A mensagem de Jesus era universal, ainda que num primeiro momento, fosse entendida como mensagem para os judeus.

No Reino de Deus cabem todos. Quando os "convidados naturais" se recusaram a ir ao banquete (tema escatológico), o dono da festa manda seus serviçais trazerem os marginalizados, os doentes, mendigos,significando assim, o caráter universal da festa do Reino.
Anônimo disse…
Tá bom, Edu, estamos "de bem" novamente rsrsrs
J.Lima disse…
Eduardo
Eu não sei que questão você está falando?
Acho que respondi...se não por gentileza me lembre qual pergunta você fez ok?
Eduardo Medeiros disse…
Jota, vou repetir aqui para ficar mais fácil. Se você achar que não cabe mais nenhum comentário, tudo bem, estamos conversados e mais sábios...rsss

"Jota, permissão para a tréplica:

Quero destacar essas suas frases:

"Os escritores ao colocarem os nomes simbólicos deram significado ou reproduziu sua significância em outras culturas?"

Eles deram significado, deram o significado que queriam dar; mas também fizeram suas releituras segundo suas próprias perspectivas e entendimento religioso.

Para mim isso é claro. Na Babilônia o sol e a lua eram divindades e a narrativa sacerdotal que é do tempo do cativeiro (opinião de grande parte dos especialistas)colocam os astros subordinados a Deus. Ao Deus judaico. Não que a concepção de Deus na bíblia seja monolítica, pelo contrário, Deus vai "evoluindo" na concepção da religião judaica.

Mas isso não é uma releitura?

"o Judeu usou pressupostos de outra cultura, e os Babilônios usaram de quem?"

De quem os babilônios usaram? Do inconsciente coletivo (valha-me Jung kkkkk)

"Sendo assim EDUARDO, os símbolos não tiveram significado primário para os judeus, mas sim já era “REPRODUÇÃO INCONSCIENTE” de verdades já experimentadas por outras culturas... "

certo!! mas sempre fazendo suas releituras. É um processo isso aí. Até o profetismo judaico tem muitos pontos de contato com o profetismo na antiga região de Mari.

Então, meu professor, as origens dos mitos estão perdidos no inconsciente coletivo da humanidade, o mito primordial não pode mais ser acessado depois de milênios e milênios de construções e reconstruções.

O mito original começou quando os deuses desceram pela primeira vez à presença dos primeiros humanos conscientes e lhe ensinaram a dominar o fogo...

Responde aí, fêssor!!!!!"
J.Lima disse…
Eduardo.
Acho que entendi, você mostrou muitos símbolos, como por exemplo, o termo SHADDAY, bem explicado no texto como tendo no próprio nome dimensões femininas...e disse:

"Os escritores ao colocarem os nomes simbólicos deram significado ou reproduziu sua significância em outras culturas?"

Veja, embora os Judeus chamassem o seu Deus pelo nome, nem sempre havia um relacionamento do nome por eles chamado, de acordo com o seu significado do nome...

Não duvido que os nomes colocados nas divindades tiveram a intenção, de mostra a fé e a revelação de Deus, pelo contrario creio que sim, pois os nomes não foram dados num vazio, mas sim nas circunstancias que o povo vivia.

Vou usar o seu comentário simbólico como exemplo:

“Vejamos: a palavra shadai vem de "SHAD" que quer dizer mama, seio, úbere. Expressa a idéia de fartura, fertilidade, abundância, ternura, carinho e amor.
Quando Deus prometeu a Abrãao multiplicar sua descendência, é esse nome que aparece no texto: "porque eu sou SHADAI".
Logo, o Deus SHADAI, é o Deus dos SEIOS MATERNOS que têm leite em abundância para milhares de filhos. Lindo, não...?”

Agora veja como é a realidade, todo o significado simbólico do nome SHADDAY, não teve influência numa figura FEMENINA de divindade.

Embora o nome carregue essas dimensões de significados. SHADAY não é um titulo de Deus exclusivo hebraico, certamente de culturas anteriores...

Pense agora na teoria da continuidade de significado, onde está na reflexão judaica a aplicação desse nome na história da mulher?

Se quem narrou Genesis entendeu que Deus se revelou com esse nome e tinha intenção de que esse nome refletisse a sua ética na história da nação com o sexo feminino, será que entenderam...?

Se foi intencional, onde está então o significado do nome na reflexão teológica da nação?

Se não era a intenção que o nome revelasse a ética da divindade, tudo bem... Mas se era reproduzir o significado do nome nesse caso foi por água abaixo...

Aliais todo o sofrimento da mulher ao longo da história teve grande parcela na narrativa de EVA que comeu o fruto....

Uma das frases pronunciadas pelos judeus ortodoxos em gratidão a EL SHADAY, é: “Agradeço por não ter nascido mulher...”

Eduardo não diga mais que sou seu professor, o proíbo! Um aluno como você daria AZÍA EM ENGOV! Hahhahahhhahhh

Que EL SHADAY me livre dum aluno desses! Kkkkkkkkkkkkkkkkkk
Abraço
Eduardo Medeiros disse…
Jota, observações muito perspicazes. Eu queria ser um professor assim...heeee

De tudo que você disse, acho que sua frase sintetiza o que você quis dizer:

"Se foi intencional, onde está então o significado do nome na reflexão teológica da nação?"

Vou de mandar de volta a pergunta (estratégia de debates kkk):

Onde está no meio cristão hoje o entendimento real da pessoa de Jesus?

O que acontece, creio, é que antes de se fixar na escrita, houve um grande tempo de tradições orais que vão se modificando com o tempo com a entrada de novos elementos a cada geração.

Não pode ter acontecido isso com o significado mais primitivo de "Shaday"? E assim também com outros termos?

Antes dos evangelhos se fixarem na forma escrita, quanto de tradição oral nos perdemos? MUITA!!!!!

E ainda assim, aonde está nos sinopticos (principalmente, já que João é bem mais esotérico) a concepção de que Jesus era o próprio Deus encarnado? Não existe. Mas não é assim que hoje se crê nele?

E aí, o que você tem a me dizer sobre isso professor?
J.Lima disse…
Aluno rebelde!
SE você estivesse numa sala iria o colocar ajoelhado em caroço de milho!
Kkkkkkkkkkkkkkk

Você tem razão, acredito que as tradições que foram colocadas ao lado dos escritos primários, acabaram por substituir sentido original.

Quanto a Jesus, foi tão grave a re-interpretação na história da igreja que inverteram a proposição que na realidade é DEUS SE FEZ HOMEM PARA QUE O HOMEM SE TORNE MAIS HUMANO,substituiram por DEUS SE FEZ HOMEM PARA TORNAR O HOMEM MAIS DIVINO...

E ainda na encarnação DEUS VEIO A TERRA PARA NOS ENSINAR A VIVER BEM NELA... por DEUS VEIO A TERRA PARA NOS LEVAR PARA O CÉU...

Que acha Eduardo...
Hahahahhahahaha
Eduardo Medeiros disse…
Jota, para reforçar o argumento da perda dos sentidos mais antigos das palavras, veja o exemplo dos antigos filósofos cínicos. Lí um comentário do Noreda e lembrei que se aplicava a nossa conversa:

"O que é Cínico?

O Cinismo foi uma corrente filosófica fundada por um discípulo de Sócrates, chamado Antístenes, e cujo maior nome foi Diógenes de Sínope, por volta de 400 a.C., que pregava essencialmente o desapego aos bens materiais e externos.

O termo passou à posteridade como caraterização pejorativa de pessoas sem pudor, indiferentes ao sofrimento alheio (que em nada se assemelha a origem filosófica da palavra)."

http://produtosdoamor.blogspot.com/2010/08/rap-filosofico.html

É realmente foi assim. O cínico de hoje, nada tem do cínico de outrora.
Eduardo Medeiros disse…
Fêssor, no seminário eu era o terror dos professores kkkkkkkkkkk mas também, eu ficava criando comissão de alunos para ir à direção do seminário entregar alguns professores que sabiam menos do que os alunos e exigir professores de verdade...kkkkkkkkk

Questão muito boa essa, mestre:

"...DEUS SE FEZ HOMEM PARA QUE O HOMEM SE TORNE MAIS HUMANO,substituiram por DEUS SE FEZ HOMEM PARA TORNAR O HOMEM MAIS DIVINO..."

você já escreveu algum texto sobre esse tema? Senão, escreva, por favor, e nos brinde com mais uma análise que nos toque não só a cabeça, mas também o coração...

heeeee viu como eu sou bajulador de professor de "verdade"?

E você querendo me colocar no milho!!!!!!