Falsos conhecimentos para falsos leitores


Por Esdras Gregório


Existe uma diferença muito grande entre o amor ao conhecimento e o desejo de só querer tirar vantagens do conhecimento humano. Pois muitos falsos buscadores de conhecimento tem se passado por amantes da busca pela verdade. Isso se nota no nível baixo e imundo da literatura em que buscam ler para tirar algum aproveito sem o verdadeiro compromisso com a profundidade de uma leitura séria. O que consomem esse tipo de pessoas são os livros de autoajuda. Fórmula mágicas para a longevidade da vida, meios de adquirir rápido o sucesso, modo de manipulação emocional, métodos de seduzir mulheres, receitas para aumentar o pênis, emagrecer rápido, crescer cabelo na cabeça; segredos sobre a força da mente. Exercícios do pensamento positivo e todo esse lixo inútil que vende pra caralho por que o que mais existe no mundo são pessoas interesseiras e mesquinhas que só querem se dar bem e que sempre vão ser consumidores desses escritores e produtores que vão despejar na cara dos seus consumidores o entulho que eles desejam para se auto-enganar.  

Um livro ruim se nota pela quantidade de bilhões de pessoas no mundo que os buscam por preguiça de aprender a viver de verdade e querer fórmulas e receitas mágicas, fáceis e rápidas para a vida. Por que para cada esperto no mundo existe um mais esperto ainda que sabe que o ser humano é zoiudo e ganancioso e que por isso vai manipular o conhecimento como um ilusionista que direciona o olhar da pessoa para onde ele quer que ela veja e assim condiciona o leitor a ler e raciocinar de forma que ele quer. Dai a pessoa lê uma merda desses livros de segredos para isso e para aquilo e diz que o livro é bom. Lógico: você quis acreditar. O escritor mastigou pra você só engolir. Quer saber?  Esse tipo de pessoa tem que se fuder mesmo, pedem para isso.



Comentários

Levi B. Santos disse…
Primeiramente quero desejar que a ressurreição do Gresder, que já se desviou dos caminhos do Sinhô duas vezes, seja pra valer.

Mas por que essa ira toda com os livros de auto-ajuda, meu caro confrade? (rsrs)

O ser humano, inconscientemente, gosta de ser enganado. Somos enganados logo após o nascimento. Quando bebês, em nossas bocas introduziram a velha chupeta, para substituir as verdadeiras tetas quem manavam leite e mel. As “chupetas-consolo” artificiais, ainda embalam e acalmam a vida de muita gente. Não sei como seria esse mundo pós moderno, sem elas. (rsrs)

São pílulas que dão alívio momentâneo. O grande problema é que a sensação de que a tristeza diminui ao tomar essas “pílulas da felicidade”, vai fazendo do sujeito um dependente químico, que necessita de mais e maiores doses com o passar do tempo.

Os analgésicos não curam doença alguma, mas nem por isso deixou de ser o remédio mais vendido no mundo. (rsrs)
Eduardo Medeiros disse…
Salve a nova CPFG!

Levi, dei uma mexidinha. gostou do novo cabeçalho?

Esdras, para mim seu texto levanta mais de uma questão.
Uma, é que de fato, o nível da literatura que vira best-seller e figura por várias semanas
nas listas dos "mais vendidos" é de fato, fraca, literariamente falando.
Está em alta a chamada "literatura fantástica" e a "literatura pornô soft".
Exemplo das duas categorias são Guerras dos Tronos e 50 Tons de Cinza.
A princípio não tenho nada contra. Acho que ler esse tipo de livro é ainda melhor
do que não ler nada. Aliás, eu gosto muito da literatura fantástica; seria bom
que o nível deles fossem como "Senhor dos Anéis" ou mesmo "Cem anos de Solidão"
do fantástico Gabriel Garcia Marques.
Grande parte dos leitores destes novos livros de fantasia são adolescentes. Isso é bom. Está formando leitores num país que lê pouco. O desafio será que estes adolescentes consigam
migrar para livros de mais qualidade literária.

Todo mundo estava falando de "Cinquenta Tons de Cinza" e lá fui eu ver a coisa "in loco", ou seja, fui ler o livro. Historinha bobinha. Passa longe de clássicos como "Lolita". Larguei os 50 Tons na página 200 por que achei chato. Mas se as mulheres estão lendo, que leiam! Pelo menos estão lendo.

Eduardo Medeiros disse…
E outro ponto é exatamente sobre o que o Levi comentou. Será que esses livros de autoajuda realmente não trazem ajuda nenhuma a quem os lê? Mesmo que seja uma ajuda ilusória e até passageira? Eu pelo menos gostei muito do "1001 maneiras de levar uma mulher a loucura na cama"....kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
Edson Moura disse…
Minha opinião:

Esdras está vivendo uma nova fase da vida dele, justamente aquela fase onde não se lê nada ou se lê apenas o que escreve. Nada contra. Mas daí a dizer que livros de auto-ajuda são lixo, isso eu não concordo, aliás, digo mais: "Todo livro é de auto-ajuda". Toda leitura que melhora seu vocabulário, toda leitura que te afasta um pouco das agruras da realidade para penetrar num mundo de fantasia e enganação, toda leitura que o faz pensar, nem que seja na besteira que acabou de ler...é boa.

Ler livros ruins é um hábito que tenho. Já lí os "150 tons" (os três), também não achei magnífico...mas achei que foi muito bem escrito. Li outros tantos que me ensinaram a canalizar minha ira, respeitar meus subordinados, compreender meus amigos, tratar melhor as mulheres, manipular os inimigos e etc.... Todos valeram cada linha.

Concordando com o Edu, adoro literatura fantástica. Jorge Luiz Borges e Albert Camus são meus preferidos.

Mas, só para não perder o costume: O maior livros de auto- ajuda do mundo é a Bíblia, e tem sido um lixo para alguns...e um manancial de paz, esperança e força para outros.

Uma salva de palmas para os autores vendilhões que sem querer ajudam seus leitores.

Abraços Esdras, e não fique com raivinha de mim. Seu artigo é bem relevante em dias atuais. Ultimamente só tenho lido lixo no Facebook. Coisas do tipo: "Como é o bicho homem", "Seja um macho Alfa", Entendendo as mulheres e outras linhas de auto-ajuda.rsss
Mariani Lima disse…
Estou convencida que não é tanto o que uma pessoa lê mas como lê e o que aproveita de sua leitura que faz a diferença. Há aqueles leitores de literatura barata que são uns imbecis similares aos imbecis que leem boa literatura.
Penso como o edu, a iniciação a uma leitura vale pois,uma vez que a pessoa começa a ler, ainda que seja Sidney Sheldon, ela pode migrar, apurar o gosto e até aprender sobre outras coisas.
Interessante é que tenho lido auto ajuda esses dias,e de graça para não acontecer como disse o leandro karnaL "servir de ajuda" aos autores que ficam milionários com a venda dos livros o que justifica o nome de auto-ajuda ( o autor ajudando a si mesmo a ficar rico).rsrs...mas sabe, achei melhor que cinquenta tons de cinza que não consegui passar da primeira página.No final das contas,droga leve para quem já viveu de vigílias e subidas ao monte, sem falar que a minha imersão no mundo dos intelectuais ainda não me azedou completamente,não me tirou o encanto e a fé em mim e em Deus. Talvez esteja listada entre os tais imbecis que devem se ferrar, mas como diz o ditado: o que os olhos não veem o coração também não sente. Abraço.
Edson Moura disse…
Ps. Eduardo? Vamos dar um jeito de limitar os marcadores. Por exemplo, usando apenas um marcador para cada artigo publicado. Pode ser um com sua raiz mais abrangente tipo: Literatura, ou, Existência, ou Comportamento humano, sei lá. Acredito que assim ficará mais fácil a consulta por algum leitor.
Levi B. Santos disse…
Você demonstrou que é bom em Powerpoint, Edu. O novo visual do cabeçalho deixou o de tarja preta (símbolo do LUTO) para trás.

Diminuiu o número de passarinhos. Mas tá tudo combinando, pois, enquanto dois estão voando lá em cima, dois cá embaixo estão comentando. (rsrs).

Vamos derramando alpiste na sala para ver se eles aparecem.
Levi B. Santos disse…
Ops!!!

Enquanto digitava meu comentário surgiram repentinamente mais duas aves. Sejam bem vindas.
Edson Moura disse…
Só para efeito de aprendizado, me diz ai Esdras: O que você considera um livro bom, com conteúdo e digno de pousar no panteão dos livros que você leria?
Levi B. Santos disse…
Uma provocação para ver se o Esdras aparece para catar as penas que sacudiu por aqui. (rsrs)

Não sei não, talvez a raiva do meu confrade e inteligente debatedor seja uma espécie de defesa inconsciente em prol das “Escrituras Sagradas”, uma vez que os dois livros mais vendidos há quatro meses são justamente de dois sacerdotes, que em sua visão podem estar profanando o nome de Deus: Edir Macedo com seu Nada a perder ou “Tudo a Ganhar” (rsrs) e o Padre Marcelo com o seu Kairós.
Edson Moura disse…
KKKK! Boa mestre Levi.
Nobre Confrade Esdras,

Há algum tempo eu escrevi aqui neste recinto e também lá no meu Boteco, um texto com base no bom livro de Schopenhauer 'A Arte de Escrever" que falava sobre essa questão. A decadência literária de nosso tempo, tanto na leitura, como na escrita.

Veja este trecho, e o que diz Schopenhauer::

"Deve-se evitar toda prolixidade e todo entrelaçamento de observações que não valem o esforço da leitura. É preciso ser econômico com o tempo, a dedicação e a paciência do leitor, de modo a receber dele o crédito de considerar o que foi escrito digno de uma leitura atenta e capaz de recompensar o esforço empregado nela” AS

... Em meio à facilidade no acesso de informações que hoje possuímos, percebe-se na era atual uma desenfreada guerra pelo “pseudo saber”, pois de fato se busca conhecimento em excesso, sem a compreensão necessária do adquirido, no objetivo nefasto e decadente, de construir uma pseudo sabedoria, e então, por meio da aparência desenvolver uma suposta intelectualidade, que ao primeiro olhar nos permite ficar admirados, abismados, e até cheios de orgulho por estar diante de uma “mente brilhante”, mas que, com o passar do tempo nos revela sua fraqueza e superficialidade. Desta forma surge uma gigante onda de literaturas enfadonhas, que apenas repetem informações que já são ecoadas de diversas formas, pelos mais variados autores. Mais do mesmo, com uma nova roupagem, para que então se esteja adequado para a venda. Não se tem foco na “instrução”, não se estimula o pensar, não se valoriza a mente humana, apenas vãs repetições. Como afirmou Schopenhauer,

“Em geral, estudantes e estudiosos de todos os tipos e de qualquer idade têm em mira apenas a informação, não a instrução. Sua honra é baseada no fato de terem informações sobre tudo, sobre todas as pedras, ou plantas, ou batalhas, ou experiências, sobre o resumo e o conjunto de todos os livros. Não ocorre a eles que a informação é um mero meio para a instrução, tendo pouco ou nenhum valor por si mesma, no entanto é essa maneira de pensar que caracteriza uma cabeça filosófica."

Infelizmente essa é a realidade das universidades, e o que o senso comum tem feito com o que deveríamos denominar cultura literária. Exatamente uma produção de falsos conhecimentos para falsos leitores.

Ver texto na integra em:

http://filoboteco.blogspot.com.br/2012/11/ler-e-escrever-hoje.html
Nobres Amigos Confrades,

Os livros de auto-ajuda, embora sejam vãs repetições e apresentem um conteúdo que já nos é conhecido, tem um certo efeito pedagógico sim. Por exemplo, pessoas que sofrem de baixa estima, que são tímidas, que sofrem com seus medos internos, e principalmente, que não conseguem compreender os fatos corriqueiros do dia-a-dia sem se entregar ao strees, encontram neles certo alivio. Enfim, na vida, com tudo se ensina e se aprende, independente de seu teor cultural, filosófico ou seja lá o que for

O erro esta em pensar que eles são mágicos. Que eles resolveram todos os problemas da existência. Até mesmo porque eles são escritos para venderem e não para produzirem um efeito real na vida de quem lê. Porque eu digo isso? Porque há algum tempo eu tive a oportunidade de perguntar para um escritor já conhecido, e que hora ou outra transita nesta temática, o que seria um bom livro, e pasmem, ele respondeu:

“um livro que vende”

Embora não seja adepto desta temática, já li alguns livros de auto-ajuda, e não descarto a hipótese de que para muitas pessoas eles sejam úteis, embora não possuam um escopo literário consistente. E trata-se daquilo que o mercado pede, por isso a produção descomunal destas pseudo-literaturas, e a ausência de obras mais profundas e que nos levem a pensar. O mercado quer isso, o pronto, o fácil. Schopenhauer estava certo.

.
Esdras Gregório disse…
Posto que o homem é finito, que o individuo é limitado diante do acumulo e do potencial de conhecimento humano, a pessoa verdadeiramente interessada em adquirir o melhor aproveitamento da sabedoria dos livros e ensinos tem que ter em mente essa sua finitude e fragilidade diante da grandeza e possibilidades de ideias e racionalização possíveis na mente e na sabedoria humana adquirida através dos seculos e culturas, sabendo que esta sufeita a manobra e manipulação daqueles que dominam melhor a arte de argumentar e expor ideias. Como também tem que fazer uma triagem previa do melhor que puder obter no curto espaço humano de tempo que tem para saber algo produtivo sobre a vida humana.
Esdras Gregório disse…
Um livro bom atravessa as décadas e seculos pela sua solidez seriedade e profundidade, nao é vendido como produto atrativo, mais é reproduzido como material que de pouco em pouco sempre vai ser buscado pelo seu valor histórico literário e humano. Os livros se consagram através do tempo, a maioria nao sobrevive, mais difícil é a tarefa de selecionar livros bons atuais. Para isso a pessoa já tem que ter uma mente formada em boas literaturas clássicas: a seleção dos melhores dos melhores altores para dai poder fazer uma analise critica sobre livros contemporâneos, emfim, antes de se ler livros atuais tem que ser versados nos antigos. isso é a postura de verdadeiros leitores.
Esdras Gregório disse…
Leitores superficiais sao os preguiçosos que procuram adquirir em um livro a sabedoria perdida em anos ou como se pudesse condensar nesse livro a negligencia de muitos outros que deixou de ler. Esses sao vitimas fáceis para o enriquecimento dos manipulares do conhecimento humano que como ilusionistas manobram a mente do leitor para a direção que eles querem que sei telespectadores olhem. O conhecimento é infinito a possibilidade de racionalização e mais ainda, e quem com talento sabe manipular esse material todo disponível pode com facilidade convencer o leitor que quer acreditar naquilo.
Esdras Gregório disse…
Dai que se cria a ideia do poder utilitário da sabedoria humano como se tudo fosse possível através de conhecimentos secretos com potenciais para fazer milagres na vida do individuo. Criando uma especie esquizofrênica de leitores que acreditam amar o conhecimento quando na verdade só querem explorar. Pois o premio do conhecimento é uma vida pacifica, uma saúde boa, uma velhice saudável, uma mente livre, um coração manso e uma alma tranquila, e nao o cara ser o Pica das galaxia, o melhor comedor com um pinto enorme, uma vida cheia de fama, dinheiro sucesso, poder manipulador sobre os outros e pesamentos que evitam ou alteram poderes e acontecimentos forra da mente. Sim, a mente tem o poder mais somente sobre o próprio corpo e estado de espirito, jamais sobre fatos esternos a você que depende de uma rede complexa de atos ações e incidentes aleatórios e voluntários para acontecer.
Eduardo Medeiros disse…
sugestão anotada e interessante.
Eduardo Medeiros disse…
Li quase todos "Sidney Sheldons" e me amarrei. Também gosto da narrativa rápita e dinâmica do Dan Brawn e já estou com o livro novo dele (Inferno) esperando para ser devorado..rss
Auto-ajuda pode ser coisa rala, mas deve ajudar a alguém, em algum momento. Gostei do ler o auto-ajuda de graça para não ajudar quem ficou rico escrevendo auto-ajuda..kkkkkkkkkkkk
Eduardo Medeiros disse…
Que bom que gostou Mestre!
Sinto-me um pouco redimido. rss
Eduardo Medeiros disse…
e vamos ao inconsciente da coisa...kkkk
Levi B. Santos disse…
Tenho pra mim, meus caros confrades, que o difícil mesmo é ler uma obra dentro de uma neutralidade, ou seja, sem pré-conceitos, desarmados de pactos ideológicos ― em resumo: de um modo isento.

No cabeçalho do blog, o primaz Edu, mui sabiamente nos convoca a reciclar idéias. E bem que poderia ser este o título da confraria; Recicladores de Ideias. Nada há de novo, tudo vem da matéria prima, que é o barro.

Somos, afinal, consumidos pelo desejo de re-significar experiências nos nossos ancestrais. Mas devemos respeitar aqueles que por medo de infringir códigos ou normas, preferem viver simplesmente a repetir parágrafos fixos de um manual. Como falou o Noreda, o maior e mais vendido livro de auto-ajuda é a Bíblia. A biografia não autorizada de Cristo, de há muito, vem sendo lida como um código de regras miraculosas: “Faça isso, não faça aquilo...” E por que não dizer que essa biografia é o ponto de partida, ou a base das diversas obras de auto-ajuda?

Muitos aqui já foram igrejeiros. Quem não se lembra da “Caixinha de Promessas”. Dizíamos: tire um versículo aí para mim meu irmão!. E ficávamos esfregando uma mão na outra, nervosos e ávidos para saber o que vinha do alto para apontar o que devíamos fazer?

Acho que nunca vamos deixar de achar as pessoas engraçadas, loucas ou esquisitas por terem justamente um padrão não condizente com o nosso.

Quanto aos “fast-foods” literários que fazem a alegria de muitos, digo, que isto é uma característica tornada mais evidente na pós-modernidade ― época em que o racional está mais do que nunca, em crise. Época em que os símbolos foram retirados do seu conceito contexto original ou clássico, para ser mercantilizados em doses homeopáticas, que se toma de “olhos fechados”. O mercado religioso sempre prometeu riquezas. Minha velha mãe, de saudosa memória, dizia sempre para mim: “Tem uma coisa meu filho: o ouro, a prata e as pedras preciosas que eu não consegui ter aqui, vou ter de sobra lá no céu” Ela talvez estivesse entendendo pelo modo TER, àquilo que os símbolos bíblicos estavam a requerer uma percepção pelo modo SER.
Eduardo Medeiros disse…
Esdras, você está escrevendo tão difícil que eu quase não estou captando o que quer dizer. Mas concordo com você sobre a importância dos clássicos. Quem quiser ter uma cultura literária boa, precisa ir aos clássicos. Desde os nacionais aos internacionais.
Creio que a influência da mente vai além do corpo, mas essa é outra discussão e outro assunto.
Eduardo Medeiros disse…
Matheus, não sei até que ponto a expressão "pseuda-literatura" serve de fato para nomear essas obras que vendem hoje com água. Pode existir uma literatura "falsa"? Toda literatura é literatura, possui sua verdade e nos influencia de alguma forma. Talvez fosse melhor dizer "literatura maior" e literatura menor". Dostoiévski, Borges, Machado de Assis, e tantos outros fariam parte da primeira; Paulo Coelho e tantos outros, fariam parte do segundo. Cada um com seu peso.
Eduardo Medeiros disse…
Levi, "Recicladores de Ideias" seria mesmo um ótimo nome para esta confraria. Já dizia o sábio bíblico que não há nada novo debaixo do sol.
Nobre Amigo Eduardo,

Boa pergunta!

"...até que ponto a expressão "pseuda-literatura" serve de fato para nomear essas obras que vendem hoje com água. Pode existir uma literatura "falsa"?..."

De fato, responder esta questão sendo justo, ou até mesmo 100% coerente é de uma complexidade e relatividade gigantesca. Teríamos que partir antes de mais nada da discussão do que é literatura, e do que é simplesmente letras ao vento. E assim, estaríamos a discutir dentro de um ângulo completamente relativo. Pois assim como eu considero Nietszche literatura de 1º linha, para outros é uma baita porcaria. Como também para muitos o Paulo Coelho é um gênio da literatura, e para mim, é um pobre coitado que deu sorte e o mercado aceitou. Enfim... Penso que esta classificação quanto ao que é útil, bom e até mesmo literatura é bem particular, e talvez uma concordância seja quase que impossível.

Mas é fato, que hoje muito se escreve para o mercado popular e lucrativo (leitores menos exigente), e pouco para os pensadores no objetivo de marcar a história e construir um legado (leitores mais exigentes).

Com base em toda essa minha ladainha, para mim a expressão "pseudo-literatura" tem validade. E pelo visto para você não.

Eita mundinho onde ninguém se entende kkkkkkkkkkkkkkkk
Eduardo Medeiros disse…
Math, eu só acho que "falsa literatura" uma denominação por demais elitista. "Literatura menor" também não deixa de ser elitista, mas reconhece que ali há literatura. Tem literatura para todo mundo. Tem gente que nunca vai ter saco nem cabeça para ler "Os irmãos Karamazovi", mas vai se divertir lendo os "50 tons" e congêneres. Não deve ser de bom tom acusar um leitor de "50 tons" de burro; simplesmente, a literatura que ele gosta e se diverte lendo, é aquela. E acho mesmo que o importe é ler. Quem lê "50 tons" pode um dia sofisticar seu nível de leitura para coisas mais profundas. Eu ainda leio Gibi de Super-Herói e não permito que ninguém diga que eu sou alienado; aliás, eu sou um fã da cultura pop; coisas como "Heroes" e "Lost" me divertem muito....kkkkkk
Nobre Amigo Eduardo,

Já dizia o velho Sid Mac,

"Literatura é como pinga, na necessidade, qualquer uma serve" kkkkkkkkkkkk
Boa noite, amigos!

Há um livro que não vende soluções mágicas e, por sinal, é o mais vendido no mundo. Trata-se da Bíblia!

Apesar de conter textos com praticamente uns 3 mil anos, as Sagradas Escrituras continuam motivando muita gente, transformando corações e salvando vidas.

Interessante como que muito desses bem-sucedidos autores de auto-ajuda não se inspiraram também na Bíblia? Ela é uma bússola! Afinal, como havia escrito o salmista,

"Lâmpada para os meus pés é tua palavra, e luz para o meu caminho" (Sl 119:105)

Saúde e paz para todos!
Edson Moura disse…
Rodrigo meu camarada. Saudações Noredianas! Eis aí um equívoco seu ao dizer:
...Interessante como que muito desses bem-sucedidos autores de auto-ajuda não se inspiraram também na Bíblia? Ela é uma bússola! Afinal, como havia escrito o salmista,...

A Sagrada escritura é tão "auto ajuda" que seria pura redundância escrever outro livro com base em seus ensinamentos, mandamentos, sugestões e imposições.

Augusto Cury é um autor considerado por muitos um vendilhão de "saiba como", "como ser" ou "o código para isso ou aquilo", no entanto, lí a maior parte de suas obras, e os considero psicologia aplicada. Se querem chamar isso de auto ajuda, não vejo problema. São livros inspiradores (embora a escrita em si seja paupérrima) e nos remetem a um mundo ignorado por nós mesmo que somos o "EU" o "OUTRO", e seus afins.

Um leitor atento verá que a base de muitos livros de auto ajuda ou "pseudo literatura" como disse o Matheus é justamente, se não a literalização bíblica, pelo menos o conceito cristão de "bem viver".

A Bíblia não só inspira a maior parte dos autores de "auto ajuda", mas, eu diria que um autor que não tem suas ideias fundamentadas em algum livro sagrado, pouco está se importando com a condição psicológica dos demais humanos.
Edson Moura disse…
Literatura maior...menor...média. Pseudo Literatura, Literatura científica, Gibis, romances, contos poesias, Páginas de esportes, placas de sinalização, frascos de shampoo enquanto se caga, legendas em português de filmes dublados, bula de remédio, auto ajuda, pensamentos, ler mão, não importa! Ler é a melhor coisa que existe!

Ler desenvolve o repertório, ler é um ato valioso para o nosso desenvolvimento pessoal e profissional. É uma forma de ter acesso às informações (sejam elas superficiais ou profundas), conhecer cada vez mais sobre cada vez menos, ou dependendo do ponto vista, saber cada vez menos sobre cada vez mais. E com a maravilhosa capacidade de entender os símbolos, signos, ou caracteres, buscar melhorias para você e para o mundo e que viveu, vive ou viverá
.
Ler conecta o senso crítico na tomada: livros, inclusive os romances, nos ajudam a entender o mundo e nós mesmos. Amplia o nosso conhecimento geral, além de ser envolvente, a leitura expande nossas referências e nossa capacidade de comunicação.

Ler aumenta o vocabulário. Graças aos livros, descobrimos novas palavras e novos usos para as que já conhecemos. Sem a leitura e consequentemente a escrita, nem estaríamos aqui reunidos nesta confraria debatendo temas interessantes ou mesmo bobagens. Ler estimula a criatividade, ler é fundamental para soltar a imaginação. Por meio dos livros, criamos lugares, personagens, histórias. Livros bobos emocionam os sensibilizados. Livros filosóficos deixam atônitos os intelectuais. Emociona e causa impacto: quem já se sentiu triste (ou feliz) ao fim de um romance sabe o poder que um bom livro tem.

Ler mudou a minha vida, e certamente mudou a vida da maioria dos confrades aqui. Quem lê desde cedo está muito mais preparado para os estudos, para o trabalho e para a vida. Ler facilita a escrita, ler é um hábito que se reflete no domínio da escrita. Ou seja, quem lê mais escreve melhor.

Todos aqui escrevem magnificamente bem, e é bem possível que no passado exercitaram sua leitura em livros hoje considerados tolos, auto ajuda ou pornô pop.

Resumindo em algumas linhas, eu digo:

Não há livro tão ruim que não mereça ser lido.
Caro Edson,

Penso que há autores picaretas e autênticos no mercado da "auto-ajuda". Não devemos generalizar jamais!

Em relação ao Augusto Cury, vejo nele uma psicologia aplicada em que o autor parece tentar fazer da Bíblia, mais precisamente de Jesus, uma maneira de transmitir ao leitor a sua teoria multifocal. Não que ele tivesse deixado de aprender coisas novas com sua conversão e experimentação da fé.
Eduardo Medeiros disse…
Edson, creio com esse "Ode ao livro e à leitura" você praticamente encerrou a questão rss
Nobres Amigos Edson e Rodrigo,

Conheço pessoalmente o Augusto, por se tratar de um amigo da família. Um homem que hora ou outra realmente transita neste campo da "auto-ajuda", mas em contrapartida uma pessoa que faz "por onde" como dizem os antigos. Talvez se não o conhecesse, e lesse apenas algumas de suas obras o classificaria como um 'picareta", um 'oportunista", mas não, trata-se de uma excelente pessoas, autor de livros que recomendo e livros que não recomendo.

"vejo nele uma psicologia aplicada em que o autor parece TENTAR FAZER DA BIBLIA, MAIS PRECISAMENTE DE JESUS, uma maneira de transmitir ao leitor a sua teoria multifocal"

Rodrigo, eu particularmente percebi nesta expressão a conotação de algo que fosse errado, e ai é que eu discordo. Pois o que o Augusto faz, trata-se de uma releitura das escrituras de um outro ângulo, o que tem feito com que milhares de pessoas encontrem em Cristo um sentido e uma compreensão mais concreta sobre suas vidas sem a necessidade do sistema liturgico e engessado das igrejas. Talvez um dedo de prosa com ele serviria para voc~e entender o que digo.
Olá Matheus,

Confesso não ter sido minha intenção denegrir o trabalho do Augusto Cury, o qual costumo citar eventualmente em meus textos. Não quis dizer que ele estivesse fazendo uma análise forçada dos textos bíblicos. Seria justamente esse "outro ângulo", visto que ele não parte da abordagem tradicional das Escrituras e sim do campo da Psicologia. Aliás, foi o que ele me levou a compreender quando comecei a ler sua análise acerca do comportamento de Jesus e não duvido de sua experiência de conversão. Aliás, ele foi um ateu que não se deixou engessar até finalmente descobrir o Cristo vivo.

Conhecer pessoalmente o nobre escritor e médico certamente seria uma experiência e tanto que o amigo me proporcionaria.

Aproveito para desejar um excelente final de semana para todos. Um descanso com muita paz!

Abraços.
Levi B. Santos disse…
O Noreda , contrapondo-se ao Esdras que quer ver todos os autores de auto-ajuda no inferno, fez uma defesa dos leitores de tudo quanto é escrito em livros, rótulos, bulas de remédio,etc.

Mas olhando bem, se aqui entre nós existisse algum autor que tivesse enriquecido à custa de venda de livros de auto-ajuda, estaria a gozar de nós, que já fomos apreciadores desse tipo de literatura, e hoje, pelo pouco tempo que nos resta (com alguns já na terceira idade), estamos a garimpar pepitas em meio a muita água e terra (rsrs). Eles, com certeza diriam mais ou menos assim: “É fácil ser incondicionalmente contra um “mal” do qual não se precisa e com o qual não se possa GOZAR e LUCRAR”. (rsrs)
Eduardo Medeiros disse…
É só dedo na ferida...a re-estréia do Esdras por aqui foi em grande estilo rsss
Eduardo Medeiros disse…
Levi, acho que acabei de mexer no blog. Coloquei a coluna do texto à esquerda. E lá no topo à direita, está a nova lista de postagens. Considerei o seu texto que está publicado antes deste como valendo, então você ficou na cabeça da lista, seguindo com o Esdras.
Levi B. Santos disse…
Já que você, Edu, está mexendo no blog: Poderia dar uma esticadinha na horizontal do cabeçalho? Parece que ele ficou curto. (rsrs)

E o Rodrigão saiu da lista de autores da CPFG?
Levi B. Santos disse…
É que o nome dele não está aparecendo na ordem de postagem.
Eduardo Medeiros disse…
Eu tinha esquecido do Rodrigo! Já consertei o erro. Vou ver se estico o cabeçalho. Vai distorcer um pouco, mas vamos ver.
Eduardo Medeiros disse…
"... e hoje, pelo pouco tempo que nos resta (com alguns já na terceira idade), estamos a garimpar pepitas em meio a muita água e terra ..." (Levi)

Levi, tai um bom conselho. Já estou quase entrando nos 50, será que já tá na hora de eu começar a garimpar? Mas eu vou ter que deixar de ler meus gibis dos X-Men e do Homem-Aranha??? rssss
Esdras Gregório disse…
tem ordem de postagem isso, podia deixar livre, cada um posta com certa consciência de ordem mais nada tao definido, é horrível isso de ordem, de repente na sua vez voce nao tem inspiração para nada, dai quando demora tua vez voce tem muita coisa, entao cada um posta livremente só nao posa muito encima do outro esperar dois a dias pelo menso depois de outro ter postado.
Eduardo Medeiros disse…
Esdras, infelizmente "deixar livre" não funcionava quando as pessoas não estavam comprometidas a escrever. Para ser livre, a consciência da galera tem que ser muito alta para que a coisa não vire bagunça. Mas podemos discutir isso. Mas se aparecer a inspiração fora da sua época de postar, escreve e guarda e publica depois. Eu procuro fazer isso.