A carne na semana santa

Os Russos começaram a cultivar os girassóis americanos por motivos religiosos. Durante a quaresma e o advento, o uso do óleo para cozinhar era proibido pela igreja ortodoxa. Convenientemente, ou por razões que eu também, desconhecedor que sou das sutilezas da teologia, não tenho a pretensão de penetrar, o óleo da semente de girassol era considerado isento de tal proibição.
Talvez por ser uma planta do “novo mundo”, o girassol não era mencionado, explicitamente, na Bíblia. A crença, através da hipocrisia, dando uma mãozinha na economia.
Na América do Sul, a capivara (uma espécie de porco-da-índia gigante) era considerada um peixe honorário para os propósitos da dietária católica para a sexta feira santa presumivelmente porque este animal vive na água e não adentrou na arca de Noé.
Segundo a escritora de gastronomia Dóris Reynolds, gourmets franceses católicos descobriram uma brecha que lhes permitiam comer carne às sextas-feiras santas. Baixar um pernil de carneiro num poço e pescá-lo.
Se enganam ou pensam que seu Deus é fácil de ludibriar ou perde os poderes na santa semana.
Leiam mais em “ O maior espetáculo da terra” de Richard Dawkins.

"É extremamente fácil enganar a si mesmo pois o homem geralmente acredita no que deseja." (Demóstenes)

Comentários

O carneirinho da foto não pode ser sacrificado em holocausto por faltar-lhe um pé. Mas pode ser transformado em hóstia.

Sujestão para a sexta da paixão!?>>>.
Cordeiro de Deus assado e acompanhado de um Boujolais Abel Pinchard chateauneuf du pape 2008 tinto. Para degustar de joelhos.

Estarei até segunda na ilha de Algodoal fazendo isto. Para vocês, é páscoa. Para mim é uma semana qualquer. Que a "pomba" do Espírito Santo vos acompanha. He, he, he...
Bem, se tiver que seguir alguma regra dietética sem prescrição médica, então eu prefiro comer alimento kosher (rsrs). Pelo menos este tipo de nutrição tem alguma base bíblica decorrente da Torah, embora direcionada pela tradição judaica.

Se observarmos como deve ser o Pessach, é preciso então comer carne nesta época. Desde a segunda feita, que foi o dia 14 de nissan, os judeus têm que retirar todo chametz de sua alimentação até o final da manhã. Então, no pôr do sol, são acendidas as velas do Pessach e começa a mais importante das festas judaicas. São oito dias sem fermento no pão, no bolo e em nada, sendo possível comar apenas matzá, que são fatias de pães asmos.

Entretanto, o mais interessante é a noite do Seder, quando uma família celebra com muita alegria e cânticos a libertação do seu povo da escravidão egípcia. Prepara-se uma abençoada refeição acompanhada de uma liturgia que se baseia na Hagadá. Come-se matzá, bebe-se vinho, usa-se ervas amargas e tem-se uma deliciosa carne de cordeiro, o qual relembra o episódio em que o sangue do animal foi colocado nas umbreiras das portas afim de que os primogênitos dos israelitas fossem poupados.

Enfim, trata-se de uma festa que os judeus jamais podem deixar de comemorar ou do contrário eles perdem a identidade. E, igualmente, penso que os povos cristãos, ainda que questionem suas tradições, não podem se divorciar totalmente delas. Eu, por exemplo, não fui criado num ambiente familiar religioso. Porém, acho que pessoas nascidas no catolicismo, onde os padres recomendam (ou recomendavam) a ingestão de peixe durante a Quaresma, é interessante respeitar o costume. Não por causa da instituição católica, mas sim em memória das reuniões familiares do passado, recordando a infância e a convivência com pais e avós. Logo, não se trata de uma questão relacionada à crença e sim às tradições.

Abraços.
Rodrigo,
Concordo que se deve manter a tradição. Venho de tradição festeira e qualquer feriado tem de ser comemorado com carne vermelha que é a carne produzida por pecuaristas.Por não ter descendência de pescadores, o hábito do pescado e descartado. Além do mais peixe engorda. Nunca vi foca magra. He, he, he...
Pois é, Altamirando. Posso dizer que venho d euma família despida de suas tradições, como acponteceu com muitos no Brasil urbano da segunda metade do século XX.

Quando criança, a Páscoa só tinha a ver mesmo era com ovos de chocolate. Descobri aos 6 pra 7 anos que o "coelhinho" não existia e concluí imediatamente que o "Papai Noel" também não. Depois perguntei pra minha mãe se o Papai do Céu também era ficção, mas ela negou.

Geralmente os familiares não se reuniam muito nesta época. GEralmente as pessoas preferiam viajar ou eu ía pra casa de algum deles. Então, o que mais me animava era o clima de feriado, estar livre das obrigações com a escola, muito embora algumas provas já estivessem marcadas para logo depois da Semana Santa.

Anos depois, é que lembrar a morte e a ressurreição de Jesus passou a fazer algum sentido pra minha vida. Foi quando aceitei Jesus como o meu Senhor e Salvador. E, embora tenha aprendido a lembrar todos os dias de sua cruz, acho impossível não ligar mais este feriadão com aquele acontecimento.
Em tempo!

Já que estamos a falar de regras dietéticas, gostaria aqui de deixar algumas reflexões a respeito do porquê de tais normas.

Entendo que a alimentação hosher, por exemplo, não teve por objetivo assegurar saúde aos israelitas, mas sim criar um comportamento de povo separado ao Deus Eterno que não seria culturalmente assimilado pelas nações estrangeiras e vizinhas à terra de Canaã.

Assim, tornava-se impossível que um judeu daqueles tempos pudesse aceitar o convite para almoçar na casa de um pagão. E, com isto, Israel não se misturava com os demais povos, tornando-se óleo no meio da água.

No cristianismo penso que a regra dietética dos católicos e de outras varientes cristãs acabou alcançando objetivo semelhante. Por exemplo, se você mora numa cidade muito católica e longe do cosmopolitismo das metrópoles, um comportamento diferente da maioria acaba gerando perplexidades nos demais. E até hoje surpreende um pouco quando alguém diz que não celebra o Natal.
Unknown disse…
Não sou judeu, nem tenho qualquer consideração pela "tradição católica", então, não vejo motivo algum para respeitar o costume deles e não comer carne, eles que o façam, eu não tenho obrigação moral alguma de respeitar uma religião que desprezo.

O bom da páscoa é, sem sombra de dúvidas, os ovos de chocolate. O resto é bobeira.
Eduardo Medeiros disse…
mirandinha, valeu pela informação; a confraria é cultura...

os rituais têm uma função clara: manter laços fortes dentro de um grupo. o que é esta confraria senão um artifício ritual para manter juntos cabeças que gostam de dialogar, discordar, condenar, dizer e desdizer?

então, os ritos dietéticos teve e têm suas funções no meio do povo judeu; os ritos foram um componente importante para manter a unidade dos judeus na diáspora.

quanto ao não comer carne dos católicos, é tradição, dos católicos, ora...também não sou católico, logo, não tenho obrigação ritual nenhuma. aliás, os protestantes nunca tiveram esse ritual, exatamente por ser católico; muitas vezes, quando mais jovem, eu tinha o prazer de dizer para um amigo católico que iria comer uma picanha na sexta-feira santa só para ver a cara dele...coisas de quem não respeita o ritual alheio.

o ritual, portanto, tem uma função sociológica e antropológica bem definida.

boa viagem, mirandinha, e você está certo, peixe engorda...já carne vermelha é ótimo para manter as artérias livres de gordura e colesterol...tudo depende do ritual...
Levi B. Santos disse…
Miranda

A minha família, do ponto de vista judaico-cristão é herética, por manter uma tradição pagã. A minha mãe quando reune os filhos, netos, noras e genros na sexta-feira santa, nunca quebrou essa regra: a de oferecer um guisado de galinha caipira no almoço.

A ave é sacrificada no maior sigilo, pois temos católicos como vizinhos. (rsrs)

Não me consta que alguém que tenha se alimentado da galinha imaculada, tenha tido uma diarréia ou indigestão. Graças a Deus (como diz o Edson)
Edu,
Onça come carne e é esbelta, bela e magra. He,he..

Levi,
Cada um come o que convém e pode comprar. O Chinês come cachorro, o Indiano come terra (tsampa), o Africano come formiga, o judeu come gafanhoto, o Brasileiro come sapo, turu, tanajura e outras porcarias. Cada um se refestela na semana santa ou não. Eu sou carnívoro, "graças, adeus". He, he,he...
"O bom da páscoa é, sem sombra de dúvidas, os ovos de chocolate"

Embora seja muito mais barato comprar bombom e barras de chocolate do que os ovos, acho que não devemos mais abandonar esta tradição mais moderna e despida de rituais religiosos, digamos assim.

Se há evangélicos que gostam de dizer para os católicos que vão comer uma boa churrascada, percebo que muitos cristãos ainda se escondem atrás de um discurso que se diz contrário aos ovos de chocolate e à figura do coelhinho porque estes hábitos desvirtuam a lembrança sobre o sacrifício de Jesus, o que chega a ser um tanto hipócrita.

A meu ver, o coelhinho acaba sendo um atrativo a mais da nossa cultura nesta época assim como o Papai Noel. Lembro que, quando criança, a professora pintava os alunos na sala de aula com o bigode do coelho e muitos usavam máscaras com aquelas orelhas enormes para nos divertirmos durante a aula.

Como não tive uma infância tão religiosa, a primeira identificação que estabeleço com a Páscoa ainda são os ovos de chocolate. E não posso negar isto e nem tirar da minha vida tais hábitos porque estes me ajudam a entender quem sou.

Igualmente vejo que um judeu e um católico, ambos têm razões de cultuvar seuas regras dietéticas. E, mesmo para os que já foram católicos, mas vieram de uma família que seguia a recomendação aniga dos padres em não comer carne vermelha durante toda a Quaresma, vejo proveito em se alimentar de peixe nestes dias. Não por causa da religião, mas sim porque se trata de uma lembrança dos antepassados, das reuniões com os pais e avós.

Sendo assim, prefiro respeitar as tradições de cada um, sem precisar aplicá-las aos meus hábitos. Estudo sobre o judaísmo e reflito sobre os fundamentos e raízes dos costumes praticados pelos judeus, mas sei muito bem que não sou um deles. Reconheço que os judeus significam uma canal de salvação para todos os povos através do Messias Jesus, mas sei muito bem que sou brasileiro, descendente de portugueses e também de um avô grego por parte de mãe.
Levi B. Santos disse…
Miranda

Dizem que aí no Pará a ceia da páscoa é substituída por lanche da páscoa? (rsrs)

Se o que mais se vê nessa época é ovo de chocolate para tudo o que é lado. Só faltava mesmo alguma igreja dessas extravagantes encenar a santa ceia com 12 apóstolos, tendo cada um em seu prato um ovo de páscoa.

Danado é que ninguém vai querer ser o Judas. Imagina?!.... (kkkkkkk)
Em falar no ovo de Páscoa, este tem um significado interessante dentro do judaísmo. É que, na noite do Seder, além de colocarem no centro da mesa o prato com as ervas amargas, os judeus passaram a deixar um ovo queimado simbolizando o Templo que foi destruído por Tito no ano 70 E.C. junto com o osso de pernil de cordeiro. Mas é claro que não se trata de um ovo de chocolate...
Levi,
Aqui no Pará nós cultivamos as mesmas idiotices cometidas no sudeste e nordeste graças aemigração oriunda. Na páscoa ensinamos aos nossos filhos que coelhos põe ovos de chocolate. He, he, he..
Gabriel Nagib,
Também não sou judeu, católico e nem vejo motivo para copiar costumes ou tradições de povos que não tenho descendência.
Concordo com você, respeito mas não sigo.
Levi B. Santos disse…
Miranda


Me parece que esse ritual da quinta e sexta feira santa, é rescaldo de épocas muito remotas. Os caçadores do Paleolítico tinham uma visão de mundo semelhante.

Uma das funções do ritual é suscitar uma ansiedade tal, que a comunidade seja obrigada a preservá-la. Parece que, desde a origem, a vida religiosa sempre esteve atrelada ao reconhecimento de que a vida de algumas criaturas depende, tragicamente, da destruição de outras vidas.
Que achas?
Levi,

Ao meu ver, a páscoa é a celebração de mil festas
ocorridas no mês de abril em todas as sociedades inclusive alemãs e russas.
Alguns historiadores afirmam que a páscoa é a comemoração da passagem do inverno para a primavera, época da bonança e fertilidade entre os grego.
Para os judeus a data marca o êxodo do Egito por volta de 1250 aC e está relacionada com a travessia do Mar Vermelho quando fazem o matzá para lembrar a rápida fuga sem tempo para fermentar o pão. Por serem escravos, só comiam pão, se comessem carne hoje estaríamos comendo carne crua.
Entre os cristãos, a data comemora a suposta ressurreição de Cristo. A figura do Coelho está relacionada com a data representando a fertilidade e o chocolate substituiu o pão azêdo. Esta tradição foi trazida pelos imigrantes alemães durante o século XVII.
Eu não sou judeu e minha alimentação difere da alimentação de escravos apesar de ser baiano. He, he, he...
A religiosidade nada ter haver com cadeia alimentar. Pena que a espécie humana não faça parte dela por não ter predador natural. O homem força sua própria destruição e é o único animal que ataca o semelhante.
O que vale é ver a alegria das crianças procurando os ovos de chocolate escondidos pelo coelhinho da páscoa até descobrirem que não existe coêlho ovíparo. Depois é a vez do papai noel, enquanto a enganação cristã perdura.

Rodrigo,

Aos 7 anos você descobriu que coelhos ovíparos não existem, que Papai Noel é lenda e anos depois aceitou o engôdo cristão. è isto que causa surprêsa.
Levi: "Uma das funções do ritual é suscitar uma ansiedade tal, que a comunidade seja obrigada a preservá-la. Parece que, desde a origem, a vida religiosa sempre esteve atrelada ao reconhecimento de que a vida de algumas criaturas depende, tragicamente, da destruição de outras vidas."


Boa sacada, Levi. Não faz muito tempo, li num comentário da Bíblia de Jerusalém que a Páscoa já existia entre os israelitas (e talvez entre outros povos do Oriente Próximo) antes da Torá e que parecia ser uma comemoração de pastores. Vejam que interessante esta relação com o acontecimento sobre a morte dos primogênitos:

"No ritual pré-israelita da Páscoa, o Exterminador era o demônio que personificava os perigos ameaçadores do rebanho e da família; é para se proteger contra os seus ataques que se colocava o sangue sobre as portas das casas, primitivamente das tendas."

Quanto à origem da Páscoa ser anterior à Torá, vejam este comentário:

"(...) Se o texto parece dizer que que as celebrações da Páscoa e dos Ázimos nasceram com a saída do Egito, na realidade, trata-se de duas festas originalmente distintas.: os Ázimos seria uma festa agrícola que só começou a ser celebrada em Canaã, e que não foi unida à Páscoa não ser depois da reforma de Josias. A Páscoa, de origem pré-israelita, é uma festa anual de pastores nômades para o bem dos rebanhos. O início do relato antigo (Ex 12.21), que a menciona sem explicação, supõe que ela já era conhecida, e é verdadeiramente a 'festa de Iahweh' que Moisés pedia ao Faraó permissão de celebrar."

Para antes da história, penso que só um estudo psicológico, que é muito bem feito pelo nosso amigo Levi, poderá trazer melhores explicações.
Altamirando: "Aos 7 anos você descobriu que coelhos ovíparos não existem, que Papai Noel é lenda e anos depois aceitou o engôdo cristão. è isto que causa surprêsa."


Amigo, o que minha mente infantil questionou naquele momento foi a concepção de divindade que até então eu conhecia como uma lenda. Imagine uma criança de 6 pra 7 anos sendo ateu?! Mas se quer saber de uma coisa, no fundo continuei duvidando por muitos anos da existência de Deus até que, quando aceitei Jesus, pude voltar a sonhar novamente. E hoje tenho buscado uma compreensão mais madura da existência. Pois não é porque o coelho da Páscoa e o Papai Noel não existiram que vou cosiderar como mentiroso o relacionamento do homem com o seu Criador. Não é porque o relato de Adão e Eva é um mito que vou passar a desprezar as tradições da Torá. Muito pelo contrário! Hoje quero é compreender a essêmncia da Torá, aquilo que o Rabi Simeão ben Yohai, célebre mestre judeu da Galileia do século II, supostamente teria ensinado segundo "O Zohar":


“Se um homem considera a Torá como uma simples compilação de histórias e de assuntos quotidianos, infeliz dele! Esse gênero de escrita, que tratasse de questões banais, e mesmo um texto melhor, também nós, nós mesmo o poderíamos redigir. Ainda mais, os príncipes deste mundo têm em sua posse livros de um valor ainda mais precioso, que poderíamos imitar se quiséssemos escrever uma 'Torá' semelhante. Mas a Torá, em cada uma das suas palavras, contém verdades supremas e segredos sublimes (…) Assim, os textos que a Torá relata não são mais do que as suas vestes exteriores, e mal daquele que julgue que tal traje é a própria Torá (…) Considerai o seguinte: A parte mais visível de um homem é o vestuário que traz, e aqueles a quem falta entendimento, quando olham esse homem, podem ver nele apenas o vestuário. No entanto, é na realidade o corpo do homem que faz a nobreza das suas vestes e a sua alma é a glória do seu corpo. Acontece o mesmo em relação á Torá. As suas narrativas que descrevem as coisas do mundo compõem a veste que cobre o corpo da Torá. E esse corpo é formado pelos preceitos da Torá, gufey-torah (corpo: princípios fundamentais). Os homens sem entendimento só vêem a narração, o vestuário; mas os que têm um pouco mais de sabedoria vêem igualmente o corpo. Só os verdadeiros sábios, os que servem ao Rei Muito-em-Cima, os que se conservam no Monte Sinai, penetram até à alma, até à verdadeira Torá que é a raiz fundamental de tudo (…) Assim como o vinho deve ser colocado num cântaro para se conservar, assim também a Torá deve ser envolvida numa roupagem exterior. Essa roupagem é feita de fábulas e narrativas. Mas nós, nós devemos penetrar através dela.”

Assim, se antes o Papai do Céu me foi apresentado como mais uma lenda, hoje tenho contemplado além das vestes exteriores da instrução e anseio pelo ensino que vem de seu Espírito, a Energia infinita, a Relação absoluta que funda todas as demais relações e produz espiritualidade cósmica, aquilo que hoje tanto necessitamos para nos tornarmos pessoas mais benevolentes, compassivas, solidárias e sensíveis ao menor sinal da Vida. Algo para o qual a humanidade em sua desconexão precisa antentar, pois só assim é que vamos respeitar mais Gaia, a nossa Pacha Mama.
Já que estamos a debater sobre Páscoa, considero muito oportuno meditarmos acerca da passagem civilizacional que a humanidade necessita atravessar, afim de que venhamos superar a atual crise ecológica e existencial do momento.

Curiosamente a globalização imposta pelo neoliberalismo e pelos meios de comunicação, estamos nos tornando uma só sociedade planetária. Um movimento que foi elaborado com uma finalidade excludente hoje se torna algo extremamente positivo porque produz uma admirável dialética - a globalização solidária. Jà não dá para fazermos política pensando unicamente no interesse local ou de um país. Pois hoje vivemos todos numa única Arca de Noé, de modo que a minha sobrevivência inclui a todos e não somente a de minha família, visto que a Terra é um todo orgânico - um super organismo vivo.

A antiga sociedade patriarcal já se vai. Hoje a mulher toma parte nas decisões e a presença do feminino contribui para nos humanizar e nos tornarmos mais benevolentes e capazes de compreender melhor a Vida. E isto ocorre quando o masculino e o feminino se integram.

Já não dá mais para vivermos num mundo dividido em classes. Devemos ser um só povo e todos devem ter acesso à alimentação, à água, à saúde, à moradia, à comunicação, à educação e à preservação do planeta. E não somente o homem deve ser destinatário de uma política de inclusão, mas todos os seres como os animais, as plantas e os minerais, como participantes de uma única família global.

Assim, devemos ter a consciência de que não somos mais seres isolados ou que a Terra seja um somatório de elementos como a terra seca, água, rochas atmosfera e seres vivos, mas sim uma totalidade que se articula. Então, pode-se dizer que nós somos a Terra e que a Terra somos nós. Somos feitos do pó da terra e ao pó voltaremos, de modo que precisamos amar e preservar Gaia, nossa Pacha Mama. Aliás, o homem é a Terra que fala graças à animação dada pelo sopro do Eterno, de modo que precisamos reverenciar este Mistério - a Vida.
Levi Bronzeado disse…
Rodrigo


Já que você falou na reforma de Josias, trago à tona o que diz a autora, Karen Armstrong, em seu recente livro “Em Defesa de Deus”:

“...os predecessores de Josias acharam perfeitamente aceitável apaziguar os assírios com a inclusão de seus deuses no culto do templo, mas os deuteronomistas insistiam na ação exclusiva de Javé. Seguindo à risca essas instruções, Josias baniu de Jerusalém todos os vestígios de outra religião e demoliu os velhos santuários rurais de Javé, para que não abrigassem práticas idólatras. Depois, no equivalente a uma reconquista, invadiu os territórios do antigo reino de Israel,que os assírios tinham acabado de desocupar, e não só destruiu todo o “maqon” cananeu e os templos de Javé em Betel e Samaria, como ainda massacrou os sacerdotes rurais e profanou seus altares. [...]A reforma dos deuteronomistas revelou o perigo maior da idolatria. Ao fazer o seu Deus nacional, agora o único símbolo do divino, eles criaram um deus à sua própria imagem”
Eduardo Medeiros disse…
rodrigo, gostei do comentário sobre a torá lida do ponto de vista da cabalah; é sem dúvida, um texto grandioso quando se penetra na torá pela via do zohar. não que eu seja expert no assunto, mas faço minhas leituras nesse campo.

e também, não tenho como não concordar com o trecho da karem que o levi postou. são as duas faces da moeda...
Caros Levi e Eduardo,

Penso que o texto da Karem seja uma visão com os olhos de hoje sobre a reforma de Josias, como se aquela tivesse sido a primeira das inquisições. Porém, consigo perceber também a nocividade daquela cultura pagã em Israel, visto que reis chegaram a sacrificar os próprios filhos a Moloque, como fizeram Acaz e Manassés, ascendentes de Josias.

Com toda sinceridade, prefiro ficar numa posição humilde sobre o que realmente psosa ter se passado e aceitar uma compreensão na visão deuteronomista para fins não históricos afim de que possa extrair uma edificação dos atos de Josias, como sendo um homem fiel a Deus, zeloso e que incentivou um retorno à Torá que tinha se perdido.

Imaginem, irmãos, se vivermos décadas, ou quase um século, sob um regime totalitarista como se viu na ex-URSS, China, Coréia do Norte e Europa do Leste. Ou mesmo debaixo de um nazismo prolongado. Então, se houvesse um movimento revolucionário, a ruptura poderia ser radical.

Josias quando viu que a espada e o cativeiro poderiam suceder ao seu povo, resolveu radicalizar. Buscou de todas as formas voltar-se para Deus e agiu conforme a Torá determinava para a punição dos pecados. Não para questões individuais como fez séculos depois o cristianismo nas suas inquisições, mas sim focando na questão do pecado coletivo. E, neste sentido, a idolatria e o culto aos outros deuses, constituía um pecado da nação contra o Deus Eterno, uma rebeldia declarada assim como no episódio da prostituição em Baal-Peor.

Não pensem que, com isto, estou defendendo uma postura fundamentalista e acho que a conduta de Josias não se aplicaria de um modo literal aos dias de hoje. Até porque os deuses eram compreendidos como substitutivos da reverência ao Eterno, o Criador, o Autor da Vida, o Marido de Israel. Logo, para os tempos de hoje, a adoração a Baal ganha um novo sentido que seriam os novos deuses e as novas formas de idolatria que praticamos: a avareza, a compulsão sexual, o egoísmo, a soberba, o orgulho, a exaltação pessoal, a cultura da violência.

Para concluir esta réplica, quero que saibam que estou apenas colocando uma outra maneira de ler Josias, aparentemente concordando com as coisas que nos ensinaram na escolinha bíblica dominical, afim de que não venhamos a aplaudir estes críticos das Escrituras sem antes meditarmos profundamente e procurarmos uma base mais profunda de informações.
Em tempo!

Sobre o trecho extraído de "O Zohar", ou "O Livro do Esplendor", confesso que foi uma das poucas mensagens que me interessaram por não se perder num excesso de misticismo e que até acredito terem sido palavras ensinadas pelo quase lendário Rabbi Simeão ben Yohai que viveu o século II E.C. (era rabínica do Tannaim).

Os cabalistas acreditam que, durante os 10 anos em que ele teria vivido escondido dos romanos numa caverna, o profeta Elias teria lhe revelado O Zohar. Contudo, a história judaica conta que ele teria sido um grande professor da Torá na Galiléia, um dos estudiosos do Mishnah.

Curiosamente, este período rabínico também reflete muitos dos ensinos de Jesus que aparecem nos Evangelhos.
Rodrigo,
Se eu reconhecesse que os judeus significam um canal de salvação para todos os povos através do messias Jesus, eu não ignoraria Jesus. Teria por ele o mesmo sentimento que o mundo tem por judeus.
Altamirando, não esqueça que existe um Israel "de cima" e o "de baixo"...

O canal de salvação está no Filho do Homem que é um ser humano como nós, não um anjo ou semi-deus grego. É o próprio povo quem deve trabalhar com fé pela concretização da utopia messiânica. Trata-se da nossa Páscoa (passagem), em que é preciso tomar consciência, posicionar-se, agir e destronar as potestades e as formças da maldade que atuam neste mundo tenebroso.

Tenho pra mim que Jesus veio justamente fazer o povo despertar de sua passividade utópica e ao mesmo tempo mostrar que as mudanças são conquistadas de uma maneira bem mais profunda do que ansiavam os zelotes (não foi à toa que um dos seus apóstolos era deste partido de revoltosos). Pois não bastava que o poder político mudasse de mãos, mas o povo tinha que antes romper o jugo do pecado, isto é, da nossa desconexão com a Vida, do nosso egoísmo, do individualismo.

As revoluções socialistas do século XX mostraram a superficialidade e os equívocos desses movimentos. Em pouco tempo, os países revolucionários estavam praticando os mesmos métodos que os socialistas condenavam no capitalismo e querendo impor o novo regime por meio de ditaduras e da guerra.

Todavia, não é com esta aparência que o Reino de Deus é edificado nos corações humanos. O governo divino de paz e justiça é estabelecido pelo ensino e pela compreensão íntima da Torá (instrução). E esta é a obra do Messias e a tarefa dada ao povo de Israel (de cima), cujo êxito creio que será alcançado. Os filhos de Abraão devem ministrar e viver o amor, sendo que o mundo ainda aguarda que os filhos se manifestem.

Shalon! E tenha uma ótima semana!
Unknown disse…
"O canal de salvação está no Filho do Homem que é um ser humano como nós, não um anjo ou semi-deus grego"

Discordo. O canal da salvação é a reencarnação continua até que se chegue ao nirvana.

Tá vendo? pregar é fácil, dificil é provar.
Rodrigo,
Você quer dizer que há um sótão (Israel de cima) com teias de aranhas, pó e todo tipo de traças como suas leis, seus costumes e seu fundamentalismo. Um porão (Israel de baixo) úmido, podre e fedorento como Anwar Sadat, Yasser Arafat e Shimon Peres. Um Estado que sobrevive com sangue há 4000 anos. Assassinando em nome de teorias defensáveis de seu livro.
Rodigo, acorde! Quem morre dormindo é porco.
Gabriel Nagib,

"O canal da salvação é a reencarnação continua até que se chegue ao nirvana."

Sua teoria é tão difícil de provar quanto a do Rodrigo. (1X1).
Levi,

"Ao fazer o seu Deus nacional, agora o único símbolo do divino, eles criaram um deus à sua própria imagem”

Muitos séculos depois, um revolucionário chamado Yeshua, "O Nazareno", tentou pregar a mesma idéia mas sucumbiu por desconhecer o poder romano.
Unknown disse…
Alta, perceba o meu sarcasmo...
Levi B. Santos disse…
Miranda

Você precisa ir lá num dos blogs do Eduardo, para ler a magnífica poesia : "Vai Nazareno..." , e depois dizer se sentiu algo em seu coração de pedra de ex-igrejeiro.

Vai lá Nazareno... Vai até o Miranda estremecê-lo por dentro, vai...
Levi B. Santos disse…
O confrade Evaldo Wolkers, que não posta há mais de três meses aqui nesta sala, está sendo tentado a postar um texto "daqueles de arrepiar".

Vai Evaldo, que Zios te ajude a postar depressa um texto para curar a ressaca da semana santa. (rsrs)

Estamos aguardando...
Gabriel,

Não percebi o tom sarcástico. Desculpe.
Levi,

Quem comanda meu ser não é o coração, é o cérebro e ele esta me dizendo que a fantástica poesia lírica publicada pelo Edu é só uma bela homenagem.
Levi Bronzeado disse…
Miranda

Não fica legal o cientista dizer para a sua amada cientista: Te amo do fundo do meu cérebro! (kkkkkkk)
Eduardo Medeiros disse…
mirandinha, se estou equivocado, me corrija: senti um certo anti-semitismo em suas palavras; estou certo ou errado?
Eduardo Medeiros disse…
mirandinha, meu poema sobre o nazareno vai bem além de uma homenagem...mas as palavras vieram tanto do coração quanto do cérebro.
Eduardo Medeiros disse…
bill, para você provar as consequências dos atos e palavras de jesus,primeiro você tem que experimentá-los. se não te servir, não serviu. utopias não se provam, se constroem.
"Tá vendo? pregar é fácil, dificil é provar."

Gabriel, não tenho a pretensão de provar nada. Se alguém quer acreditar na reencarnação ou na existência do carma, é opção da pessoa. ok? Eu, porém, entendo que a solução para os nossos problemas se passa por uma ação coletiva. E este caminho eu creio que Jesus nos mostrou.


"Você quer dizer que há um sótão (Israel de cima) com teias de aranhas, pó e todo tipo de traças como suas leis, seus costumes e seu fundamentalismo. Um porão (Israel de baixo) úmido, podre e fedorento como Anwar Sadat, Yasser Arafat e Shimon Peres. Um Estado que sobrevive com sangue há 4000 anos. Assassinando em nome de teorias defensáveis de seu livro"

Altamirando, o verdadeiro Israel não se confunde com a entidade estatal. Trata-se do povo que tem como ministério viver e ensinar o Torá. E nem todos os que são judeus segundo a carne fazem parte do Israel superior.

O mundo deve muito aos judeus por suas conquistas.
Levi,

Assim como não fica legal dizer: "Te amo de todo meu fígado". O normal é dizer que o sentimento é produzido pelo coração. Fazer o quê?
Quando o coração não pensa, o cérebro é quem padece. He, he, he..
Edu,

Não sou anti-semita nem preconceituoso. Não vejo necessidade de ser seguidor nem admirador de sociedades que optaram por não evoluir provando serem desprovidas de inteligência. Judeus entre outras.

Quanto ao seu belo poema sobre o Nazário, as palavras vieram mais do coração. He,he,he...
Rodrigo,
Há duas alusões a Israel. A primeira foi dada a uma tribo seguidora do profeta Israel, aceita até os tempos de Ramsés III (1250 aC). A segunda foi o Estado de Israel, criado por judeus remanescentes semitas. Perderam a identidade no Monte Sinai e até hoje brigam desorientados sem líder.

O mundo deve muito aos judeus por suas conquistas. Mas viveria melhor sem eles. Sem guerras fundamentalistas. Sem imbecilidades...
Unknown disse…
Alta, nisso eu tenho que discordar. Israel não está sozinha nas imbecilidades praticadas em nome de religiões, políticas e ganâncias. O mundo sem o Estado de Israel continuaria maluco do jeito que é.
Edu,
Você está pedindo ao Gabriel para construir uma utopia usando as palavras e os atos de Jesus mesmo sabendo que não serve para ele?...
Gabriel,
Eu não disse que só Israel está cometendo imbecilidades, outros também estão. Mas sem Israel, com certeza, o mundo seria um pouquinho melhor. Falei de Israel como um todo (Citando o Rodrigo), o Israel de cima e o Israel de baixo.
"Mas sem Israel, com certeza, o mundo seria um pouquinho melhor"


É contra esta visão excludente que eu hoje vivo a combater. Pois, se tudo aquilo que nos causa conflitos for motivo para exclusão, a quem iremos eliminar no final a não ser nós mesmos?

Sou um cara que busco integrar todos os seres e os eventos da história. Até as coisas ruins do passado ajudaram a nos formar. Tenho procurado ser grato a todos os acontecimentos e à existência de cada ser no universo.


"O mundo sem o Estado de Israel continuaria maluco do jeito que é".

Um mundo sem Israel seria absurdamente medíocre, intelectualmente vazio, culturamente amputado e sem tantas descobertas científicas obtidas graças aos judeus dispersos entre todos os povos.

Façam um passeio em Israel e vejam que país maravilhoso de primeiro mundo! Um país de tecnologia e de invejável organização. Um país de cultura profunda e que reúne modernidade com tradição. Um país que respeita o descanso no Shabat como nenhum outro. Um país onde há uma incrível pluralidade de ideias, pensamentos, visões religiosas e culturas.

Ora, podemos discordar de algumas políticas adotadas pelo governo israelense, mas isto não significa que devemos ser contra Israel.

Todos têm que ter direito a uma terra e os judeus, que há milênios conquistaram aquele pedaço de chão, devem ter direito a edificar o 3º Templo. Nem que para isto aquela mesquita secular seja transportada instacta para um outro local.

Embora pra mim o Templo não esteja mais nas construções e sim em cada ser humano, acho que cabe aos judeus tal direito.

Achar que os palestinos usucapiram a terra seria negar a história bíblica e da humanidade. Significaria negar ao povo judeu um direito que pra mim é sagrado. E olha que Israel inteiro equivale a aproximadamente um quarto do Rio de Janeiro...

Ora, se o Brasil do PT diz ter pena da situação dos palestinos (não vou ser imbecil de achar que eles não são orpimidos), então por que o Lula não deu um território dentro do nosso país para assentar as famílias que vivem na faixa de Gaza? Mas será que alguém aqui está disposto a conviver com um Estado islâmico dentro das Américas?

No entanto, todo mundo adora meter o pau nos judeus, mas ninguém quer assumir o problema dos palestinos. Nem o Egito, o Líbano, a Jordânia e muito menos a Síria que almeja assento num órgão de direitos humanos das Nações Unidas (e atira na própria população durante um funeral) estão dispostos a acolher os refugiados da Palestina de modo que são os judeus quem tem convivido com eles. Logo, temos que considerar que, nestas décadas todas, bem ou mal Israel até que tem conseguido tolerar os palestinos dentro de seu território. Pois, enquanto os terroristas são capazes de por bombas num ponto de ônibus, Israel troca vários criminosos do Hamas por um único soldado refém.

Meus confrades, vamos refletir um pouco mais antes de julgarmos equivocadamente Israel, ok?
Unknown disse…
"Um mundo sem Israel seria absurdamente medíocre, intelectualmente vazio, culturamente amputado e sem tantas descobertas científicas obtidas graças aos judeus dispersos entre todos os povos."

Discordo também. Babação de ovo danada hein? É o mesmo que dizer que o mundo sem os gregos estaria na idade da pedra ainda. Não se pode fazer estas afirmações, não sabemos como o mundo seria sem Einstein. Outro Einstein teria surgido? E sem Newton? Outro Newton teria surgido? E sem Darwin?

O mundo poderia estar mais ou menos avançado tecnologicamente, mas não se pode afirmar que ninguém mais descobriria o que estas pessoas descobriram.

Não há nada de melhor no povo judeu, eles não são essa raça superior que você faz crer (isso é até irônico). Eles são normais, com suas qualidades e defeitos. Você fala como se não fossem por eles estaríamos no limbo intelectual. Teríamos outra cultura, outros gênios, mas a evolução da cultura e ciência humana é algo natural, e ocorreu de ser da forma que foi, mas poderia ter sido através de outras pessoas tranquilamente.
Eduardo Medeiros disse…
mirandinha, agora você vai me desculpar mas imbecil está sendo você ao dizer o que disse do povo judeu. não reconhecer a herança científica, cultural, artística, literária, musical que judeus legaram ao mundo é de uma imbecilidade tamanha.

do mesmo modo como a cultura árabe é rica.

o estado de israel fez o deserto florescer; aliás, técnica que em alguns lugares do nordeste seco tem dado bons resultados.

quando a onu dividiu a pelestina entre árabes e judeus no pós guerra quem disse que iria afogar os judeus no mediterrâneo foram os árabes atacando o recem-formado estado e sendo vergonhosamente derrotados pelos israelenses.

defendo uma saída pacífica para que palestinos e israelenses consigam viver em paz; mas os grupos terroristas islãmicos não querem paz. e israel tem o direito de defender seus país.

é pena que alguém tão inteligente como você seja levado a ver este cenário a partir de uma ideologia anti-semita sim. ainda que você negue meio sem querer negar.
Eduardo Medeiros disse…
bill, permita-me lhe dizer:

não acho que o rodrigo ache que o povo judeu é "superior" a qualquer outro. mas a ideia de que há culturas superiores a outras(apesar de ser uma ideia politicamente incorreta) , creio ser verdadeira.

é claro que a ideia de superioridade cultural
é parcial, pois sempre é vista a partir da cultura que se acha superior.

hitler defendia que a cultura ariana era superior, talvez por isso seu ódio imenso contra a cultura que lhe fazia sombra, a judaica.

mas podemos analisar isso com certa neutralidade. como não concordar que cientificamente a cultura americana é superior à brasileira? agora, musicalmente, por exemplo, a cultura brasileira não deve nada a americana.

então não dá para fazer exercício de "como seria o mundo sem os gregos, sem os romanos, sem os árebes, sem os judeus..."

se quisermos ponderar sobre isso, temos que analisar a partir do que temos, a partir dos povos que realmente legaram ao mundo todo, avanços nas mais variadas áreas do conhecimento. e partindo disso, não há como negar que judeus tiveram um papel bem significativo. assim como árabes, gregos, anglo-saxões...

cada povo legou heranças culturais e científicas a toda a humanidade e os judeus tiveram um papel de destaque nisso.
Rodrigo.

Você quer refazer a sentença?
"Um mundo sem Israel seria absurdamente medíocre, intelectualmente vazio, culturamente amputado e sem tantas descobertas científicas obtidas graças aos judeus dispersos entre todos os povos."
Todas as raças contribuiram com descobertas científicas para a evolução humana e na medicina os judeus se destacaram. Nem por isso pode ser considerada exemplar.
Sou contra invasões, contra assassinatos e roubos. Abomino o MST.
A terra prometida por Deus(?) aos israelitas era habitada e nela havia várias cidades como Gericó, Hai e Gabon. Em nome de Deus, esta terra foi destruída, saqueada e ocupada pelos israelitas. Hoje se dizem donos por uso capião mas ainda não receberam os títulos. Isto não foi um presente, se existe, foi uma maldição.
E continuo a afirmar."O mundo sem os judeus seria muito melhor".
Edu

Você quer que eu desenhe, ou escreva em aramáico?

Eu não desconheço a contribuíção dos judeus à nossa civilização. Alguns judeus usaram suas inteligências para favorecer a ciência, a medicina e a matemática. No entanto a esmagadora maioria ainda cometem crimes fundamentalistas se matando ha 4500 anos. Porisso o meu desprezo sobrepõe ao respeito.

Eduardo, procure saber quais foram os israelitas que deram contribuições substanciais ao mundo, para saber onde foram educados e que influência tiveram e depois me diga se o mérito foi judeu.
Sou indiferente se é semita, camita, jafetita ou noelita, tupiniquita, guaranita ou javaelita. Trocados por merda, o dono da bosta perde a embalagem.
Não tenho o poder de defender nem hipocrisia suficiente para entender. Portanto...
Assim como não se pode julgar, negativamente, os alemães baseado nos feitos de Hitler. Os italianos através de Mussoline nem os russos por Stálin. Não tenho motivo algum para achar que israelita é cidadão de primeira categoria baseado em Enstéin, Kafka ou Freud.
Por outro lado, Einstéin, Kafka e Freud agradecem a sociedade que os formaram. As escolas, o meio e as oportunidades. Se não estivessem lá... poderiam ter sido homens bomba. He, he, he...
Rodrigo

Os negros estão no Brasil há 500 anos e continuam subalternos, sub empregados e subordinados. Não compare os judeus aos negros.
Lula não deu nem ninguém dará um pedadço de terra em lugar ajgum do país para não ocorrer o mesmo que Canaã. Vai que seu Deus prometa esta terra para seus descendentes e a asneira se repita?
Canaã adorava outros deuses e ficaram indefesos. Pior para nós que adoramos o Deus deles.Existem espécies que não são benvindas como a raposa na Austrália e a mosca de chifre aqui.
Edu,

Ainda tenho munição. E estou na trincheira.He,he..
Eduardo Medeiros disse…
mirandinha, você está atirando pra todos os lados mas seus tiros são imprecisos...

você é contra invasões? não esqueça que você é descendente da miscigenação do europeu que invadiu cá esta terra tupiniquim. talvez você diga:" mas eu não tenho culpa que meu antepassado europeu invadiu esta terra e tomou a terra dos índios".

assim também, você não deveria dizer que os hebreus que invadiram canaã(aliás, historicamente tal invasão de conquista nem existiu.

não existiu josué derrubando as muralhas de jericó que nem muralhas tinha... os hebreus só foram mesmo dominar alguma coisa no reino de davi, tudo o que está escrito antes é praticamente mito).

a história humana é feita de impérios que derrubam impérios. é, eu também acho que poderia ter sido diferente, mas não foi.

os hebreus, pobre coitados, foram dominados por vários impérios. assírios,babilônicos,gregos, romanos...em 70 ec, teve sua cidade jerusalém e o templo destruídos pelos romanos; espalharam-se pelo mundo; é claro que usaram o sistema educacional em cada país para onde foram dispersos. e daí? isso prova o quê? para mim isso só prova a obstinação dos judeus em sobreviver diante de tantas catástrofes dos quais foram vítimas desde que a babilônia destruiu o reino de judá.

os judeus são uma singularidade na história. um povinho,um punhadinho de escravos que fugiram do egito e foram se abrigando em canaã e só foi ter um reino sob davi, igualmente um reinozinho sem nenhum destaque na antiquidade.

guerrearam suas guerras como todos os povos da antiquidade fizeram. eles são opressores hoje do povo palestino? ora, seu mirandinha, você acha que os radicais islãmicos querem a paz com israel?

israel é uma ilha: um país de judeus cercado por todos os lados de inimigos árebes que querem vê-los destruídos.

israel tem o direito de se defender. se você fosse israelense talvez pensaria assim. talvez até tivesse pego em armas para impedir que os árebes os expulsassem da terra que a onu lhe dera na guerra dos seis dias.

esse povo que possue uma história de mais de 3 mil anos só teve um estado sob davi e depois em 1948 sob a onu...povo guerreiro? sanguinário? dominador?

só pode ser piada...vou rir: kkkkkkkkkk

parece que você não conhece a história dos hebreus.
"Não há nada de melhor no povo judeu, eles não são essa raça superior que você faz crer (isso é até irônico). Eles são normais, com suas qualidades e defeitos."


Como bem colocou o Eduardo, não acho que os judeus sejam raça superior. Aliás, não acredito na existência de raças humanas! Em outras espécies até existem raças, mas a nossa não teve tempo suficiente para que os grupos geograficamente isolados diferenciassem entre si a ponto de caracterizarem novas raças. Existem, contudo, etnias e culturas diferentes e que têm traços muito em comum.

Para não ficarmos brigando incansavelmente por uma questão que divide a muitos e incita rancores de diversos tipos, acho que devemos tentar compreender o que o outro está querendo dizer. Pois não creio que ninguém aqui seja anti-semita ou defensor de um sionismo extremado capaz de excluir palestinos.

Em momento algum acho que a política do Estado de Israel seja a correta, mas também não acho que, no momento atual, os israelitas sejam vilões nas disputas entre árabes e judeus. Pois se fizermos uma viagem à Palestina veremos contradições de ambos os lados e acho que nisto todos estamos de acordo.

Enfim, vamos deixar para resolver as questões entre árabes e judeus depois que encontrarmos soluções para os nossos problemas daqui. Nosso país ainda tem uma diferença enorme entre ricos e pobres, bem como contradições em todas as classes.
Edu,

Parece que você quer que eu desenhe, então...
Não estou atirando para lado algum. Sou contra invasão e não falei que concordo com português ou espanhol. Só disse que sou contra invasão.
Você não tem embasamento para desmentir a bíblia colocando em seu lugar outra história infundada. Mentira não se interpreta.

"esse povo que possue uma história de mais de 3 mil anos só teve um estado sob davi e depois em 1948 sob a onu...povo guerreiro? sanguinário? dominador?"

só pode ser piada...vou rir: kkkkkkkkkk

Quem contou a piada foi você.

Pelo pouco que conheço da história dos hebreus, judeus ou cristãos(divida-os como quizer) nada me causa adimiração. E vivo bem sem eles.Pode?
Rodrigo,

Nós assinamos o atestado de incompetência para gerir nossa própria casa e estamos querendo discutir direitos e deveres de povos do outro lado do mundo sem o menor conhecimento de causa.
Sou indiferente e estou C&A para eles.
Edu,

Você fala para o Gabriel que a cultura americana é mais evoluída que a brasileira. Concordo...
Fala que a musica brasileira, ( eu entendo como o funk, o brega, o tecno e a música baiana)como cultura não deve nada à americana.
Agora é minha vez de rir. He, he, he e hee...
Unknown disse…
Edu, é obvio que cientificamente, os americanos conquistaram um mundo a mais que nós. mas para falar de "superioridade cultural", é necessário haver alguma base de comparação.

Por exemplo, eu considero uma cultura mais evoluida que a outra se esta já superou os preconceitos mais básicos (cor, religião, sexo), se consegue aplicar a justiça com máxima eficiência (condenar criminosos justamente e conseguir reabilitá-los), se preza pela liberdade de expressão, se não dá vantagens a uma religião em detrimento de outras, se não tem um espírito imperialista, se valoriza a educação acima de tudo, se tem um sistema de saúde que abranja a todos, se seu povo tem oportunidades justas e iguais...

Ou seja, nesse quesito, não podemos dizer que os EUA estão tão acima da gente não. Ou mesmo Israel, ou ainda muitos outros países. Em alguns países europeus, notadamente os mais seculares, isto já é realidade, ou algo mais próximo disto.
Eduardo Medeiros disse…
mirandinha, sua resposta ao meu comentário sobre a falsa ideia de que os judeus são historicamente dominadores militarmente falando é pífia, logo, concluo que não teve argumentos sólidos para refutá-la.

os judeus têm uma grande lista de contribuições para a humanidade nas áreas de tecnologia, literatura, música, artes, psicologia, etc.

parece que você leu spinoza, marx, freud, henri bergson, einstein, max planck, stefan zweig, kafka...ou não?

você tem todo o direito de viver bem sem o que eles legaram à humanidade.

você só não tem o direito de ser avestruz...

abraços, mirandinha
Eduardo Medeiros disse…
mirandinha, esqueci.

quando me referi à musica brasileira eu queria dizer exatamente isso, "música brasileira". pense em vila lobos, chiquinha conzaga,carmem miranda, pinchiguinha, noel rosa, dorival caymmi, nelson gonçalves, antonio brasileiro, toquinho e vinícius, almir sater, gonzação e gonzaguinha, djvan, chico, caetano, gil, etc etc etc...

estou falando de samba de raiz, estou falando de bossa nova, do tropicalismo, da mpb.

infelizmente é esse lixo que você citou que está nas cabeças dos mais jovens mas isso não é a música brasileira e você sabe disso.

mas é claro que você também pode viver sem mpb...

bill, concordo com a definição de "cultura elevada" que você deu. mas cultura é um termo que abarca vários elementos produzidos por uma sociedade; na média, os americanos possuem uma grande cultura, assim como os brasileiros.

mas por exemplo, a frança, altamente cultural e secularizada, acabou de proibir as mulçumanas de usarem sua tradicional burca em lugares públicos.

seria mais ou menos como se na arábia saudita, franceses fossem proibidos de comer croissant e beber vinho francês. ou seja, a burca é um ítem cultural das mulçumanas e proibi-la em território francês mostra, ao meu ver, uma intolerância religiosa que a frança, como país laico e secularizado, não deveria ter.

qual o próximo passo? proibir judeus ortodoxos de andar nas ruas francesas com seus cachinhos e chapéus pretos? ou proibir freiras católicas de usarem o hábito nas ruas?

taí uma discussão interessante que pode ser levada adiante.
Unknown disse…
Mas em muitos países árabes é proibido a mulher andar sem a burca na rua, ou cumprimentar um homem, ou beber vinho... ou seja, se la no pais deles, os estrangeiros tem que obedecer suas leis escrotas baseadas em sua religiao, nada mais justo do que na França eles terem o mesmo tratamento.
Eduardo Medeiros disse…
bill, ou seja, o francês se iquala ao que ele condena...

falei da frança por ser um país extremamente laico, não dá para comparar com países islãmicos teocráticos. a frança, que deveria ser mais esclarecida, comete no fim das contas, o mesmo "erro" dos árabes.

disse "erro" pois a cultura árabe é aquela, o que para nós é "erro" para eles é cultura.

bill, o negócio é complicado.
Edu,
Vamos por parte:

"esse povo que possue uma história de mais de 3 mil anos só teve um estado sob davi e depois em 1948 sob a onu...povo guerreiro? sanguinário? dominador?"
Esta afirmação foi sua. Eu não respondi ao seu comentário e se a alusão foi pífia, a desvalorização foi sua. Assim, nem desenhando...

Eu não deixei a entender que vivo sem a contribuição dada à sociedade pelos judeus. As invenções estão aí para serem usadas por quem tem acesso. Todos os inventores, autores ou mentores receberam os louros por seus feitos, fama, dinheiro e prestígio. Parabéns para os judeus mas continuo C$A para eles. Já falei sobre isto e o mundo não é dos judeus.
Por outro lado, nem eu nem você, conhecemos a autoria de 0,0001% do que usamos ou podemos usar.

Lí algumas obras atribuídas a judeus mas li, muito mais, de outros autores. Por exemplo: Von Newmann achava que Einstein era muito lento em suas percepções. Em outra palavra, retardado. Tesla também não respeitava Einstein quando desenvolveram projetos juntos. Qualquer invenção atribuída a um autor poderia ser desenvolvida por outros contemporâneos, mas o mérito naquele momento foi para ele. Eu respeito mas não venero.
Marconi não inventou o rádio, no entanto...
Eu não sou avestruz.
Se desta vez não me fiz entender não vou rir. Vou urrar!...
Edu,

Quando você se refere à música brasileira, só pode estar se referindo à música em evidência na mídia, vendida em lojas ou exibida a visitantes ilustres.
Você não pode ter se referido a músicas da década de 60 ou 70, pois fazem 4 décadas que elas desapareceram da paradas e seus autores foram excluídos das garavadoras.
Você quer falar de Noel Rosa? Nelson Gonçalves? Bossa Nova? MPB? Elas são músicas do século passado e fizeram parte de uma época em que o Brasíl ainda tinha dignidade, certa cultura e sonhava com crescimento educacional. As músicas de hoje. Ah! as músicas de hoje.Sua referencia a elas soa como herezia.
As músicas brasileiras compostas e tocadas durante as duas últimas décadas foram compostas por bonobos para bonobos de mal gôsto. Agridem ouvidos de hipopótamos. Tem dó...
Eduardo Medeiros disse…
mirandinha, tudo bem, só não entendo sua má vontade em cagar e andar para os judeus. você caga e anda para mais quem? americanos? europeus? asiáticos? indígenas? brasileiros?

se os judeus sempre foram donos de boa parte da riqueza do mundo isso é mérito deles.

de certo, einstein era louco, não vê isso naquela foto famosa...?

sobre a música brasileira você está certo; o que domina as paradas hoje é lixo mesmo. mas todo esse passado brilhante da música brasileira é nosso e é a ele que eu me reporto pois são as músicas que eu ouço e serão as músicas que meu filho irá ouvir. mesmo que depois ele se debandei pro funk...urrrrggggg rss

valeu mirandinha.
Edu

Indígenas, alguns europeus e esquimós merecem respeito. O resto é só hipocrisia e estou C&A com muita boa vontade para eles. O papel higiênico é brasileiro, para sujar mais. He, he, he...
Edu,
Em tempo.

A música reflete a educação, a cultura e o comprtamento de um povo. O FUNK identifica, muito bem, o que é o povo brasileiro.