O Wellington que existe em cada um


Nosso país ainda se encontra consternado com o massacre ocorrido em 07/04/2011 na escola de Realengo, Rio de Janeiro, onde o assassino Wellington Menezes de Oliveira, 23 anos, atirou em vários estudantes dentro de uma sala de aula, tendo sido a maioria das vítimas meninas adolescentes.

Como geralmente acontece nestas ocasiões, surgem pessoas defendendo a adoção da pena de morte. Já outros indagam como um ser humano pode ser capaz de cometer uma atrocidade dessas, de modo que eu cheguei a encontrar comentários na internet de que o assassino fosse o próprio diabo em forma de gente, na certa desejando que ele já estivesse a arder no fogo do inferno.

Entretanto, o que muito me chamou a atenção neste caso, além das questões religiosas, foi a preocupação de Wellington em relação aos indefesos animais, muito incoerente em relação aos atos por ele praticado nesta quinta-feira. Na carta por ele assinada, o maníaco escreveu que a sua casa deveria ser destinada para abrigar os bichos de rua, conforme pode ser lido no trecho a seguir:


“(...) Eu deixei uma casa em Sepetiba da qual nenhum familiar precisa, existem instituições pobres, financiadas por pessoas generosas que cuidam de animais abandonados, eu quero que esse espaço onde eu passei meus últimos meses seja doado a uma dessas instituições, pois os animais são seres muito desprezados e precisam muito mais de proteção e carinho do que os seres humanos que possuem a vantagem de poder se comunicar, trabalhar para se alimentarem, por isso, os que se apropriarem de minha casa, eu peço por favor que tenham bom senso e cumpram o meu pedido (...)”


A verdade é que qualquer um de nós é capaz de matar e até de praticar as mesmas coisas que fez Wellington. Isto porque somos todos psicopatas em potencial. Basta que venhamos a alimentar coisas negativas em nosso íntimo, cultivando o ódio e desejos homicidas, para que um dia acabemos transgredindo certos limites da convivência humana.

Nunca cheguei a concretizar um homicídio, mas já agredi pessoas. Tanto fisicamente como por palavras. E, durante um lamentável período de minha vida, desenvolvi um comportamento digno de um psicopata que veio à tona em junho de 1997 também numa instituição de ensino. Foi quando usei computadores da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) para divulgar mensagens preconceituosas contra negros e homossexuais, pregando abertamente o extermínio de gays (http://www1.folha.uol.com.br/fol/tec/tx033414.htm).

Com 21 anos e cursando Administração naquela universidade, aparentemente eu tinha tudo para levar uma vida sadia e bem sucedida. Jovem de classe média alta, morava em um apartamento só pra mim dado pelo avô. Recebia uma boa mesada equivalente a mais de seis salários mínimos da época que me permitiu poupar dinheiro para aplicar em fundos de investimento nos bancos. E, embora fosse obeso, tinha boa aparência, não era portador de doenças graves e oportunidades não faltavam para eu me dar bem. Só que joguei fora muitos dos presentes que a vida tinha proporcionado.

É certo que tive transtornos familiares desde a infância. Assisti minha mãe apanhando do genitor do meu irmão do meio, perdi o meu pai aos 7, passei a ser criado pelos avós paternos a partir da 2ª série do 1º grau, tive uma adolescência auto-reprimida sem amigos e namorada e aos 14 tornei-me um fanático religioso.

Contraditoriamente, fui um excelente aluno no 1º grau, pois costumava tirar notas excelentes, era um dos melhores nas turmas e fui até selecionado para participar de uma Olimpíada de Matemática na 8ª série (1991). Meus professores diziam aos estudantes do grupo de elite intelectual do colégio que não precisaríamos nos preocupar com o futuro quanto à nossa inserção no mercado de trabalho e nas instituições de ensino superior porque seríamos adolescentes bem dotados. Porém, o meu lado emocional ainda se encontrava cheio de bloqueios e eu tinha enormes dificuldades de ajustamento com os colegas a ponto de ter sido convidado a deixar várias escolas (andei por 12 instituições ao todo no 1º e no 2º graus) e sofria o tal do bulling que até então nem era diagnosticado com este termo no país.

No 2º grau, os bloqueios emocionais já estavam prejudicando o aprendizado escolar, afetando meu interesse e a concentração na sala de aula para acompanhar as explicações do professor. Aos 17, afastei-me da igreja por não mais aguentar os cultos. Eu me sentia impuro por causa dos desejos por sexo e não suportava estar em pecado dentro do ambiente eclesiástico. Como não tinha namorada, por não conseguir aproximar-me das garotas, tive as primeiras relações sexuais com prostitutas, o que ocorreu antes do primeiro beijo na boca.

Outra contradição no meu comportamento era que, apesar de tímido, eu tinha facilidade para escrever. Não sentia medo de falar em público para pessoas desconhecidas e fazia frequentes perguntas polêmicas dentro da sala de aula (um dos principais motivos do bulling). E, também aos 17 anos, envolvi-me com política estudantil, o que se tornou uma substituição da igreja (ou da compulsão), tendo eu percorrido mais de 40 escolas na cidade afim de formar um número grandes de grêmios nos colégios afim de disputar a presidência da entidade estudantil secundarista local. Queria deixar minha marca no movimento, mas acabei passando para a faculdade no vestibular.

Depois daquele envolvimento inicial com a política, minhas novas compulsões foram juntar dinheiro e a internet. Comecei a usar a rede no final de 1995 quando comecei meu curso de Geografia no turno da noite na UFJF. Demorava horas no computador, tendo chegado a esconder-me um dia no laboratório de informática. Descobri o bate-papo virtual através de chats acessado via telnet que funcionada na UFMG e em outras instituições. Também incluí meu e-mail em listas de discussões mantidas pela Unicamp, sendo que uma delas era justamente sobre sexo, coisa que raramente eu fazia.

Tendo mudado meu curso para Administração em 1997, após ter prestado novo vestibular, meu vício de internet continuou. Logo no começo do período letivo, houve uma greve dos professores universitários e eu aproveitava para usar o computador quase todos os dias na faculdade. Também fiquei muito impressionado com o assassinato do índio Galdino no mês de março daquele ano em Brasília e apreciava a reconstituição da cena feita pelos telejornais. Depois que as aulas voltaram, senti dificuldades de acompanhar algumas disciplinas e aquilo muito me frustrava, temendo pelo fracasso profissional. Então, ao invés de resolver a dificuldade, eu continuava fugindo para a internet e me fixei na tal lista de discussão sobre sexo.

Enquanto a maioria dos participantes do grupo virtual debatia sadiamente sobre sexualidade, resolvi chamar a atenção escrevendo mensagens discriminatórias contra os homossexuais. Vendo que os meus comentários repercutiam no grupo, fui postando e-mails cada vez mais bombásticos e que causavam reações de protesto dos participantes. Uma das mensagens, “Um mundo sem gays”, despertou o professor Luiz Mott da UFBA e do Grupo Gay da Bahia a manifestar o interesse de me processar, mas não me fez frear.

Sem dar valor a mim mesmo, fui ainda mais longe e extrapolei limites. Um certo dia, decidi escrever que era racista e enviei uma mensagem com o subject “Como espancar um gay” onde fiz apologia explícita ao assassinato e à violência aos homossexuais masculinos, chegando a expor técnicas de tortura e sobre como ocultar o cadáver da vítima. Resolvi responder ao professor Luiz Mott ameaçando incendiar a sede de sua ONG.

Poucos dias depois, quando o caso chegou aos grandes jornais do país, fiquei perplexo com aquela repercussão. O Brasil inteiro queria saber quem seria o internauta racista que pretendia matar homossexuais. E, como o login do e-mail na universidade era grafado como “rancora” (formado pela primeira letra do meu nome junto com o segundo sobrenome), não ficou difícil para que as pessoas da família descobrissem antes da imprensa de que o caso do estudante rancoroso tinha a ver comigo.

Tudo aquilo me preocupava e ao mesmo tempo me excitava. Eram os meus cinco minutos de fama. Já que eu não conseguia ir bem nos estudos universitários, não alcançava a santidade, não conseguia uma garota para namorar, estava bloqueado para escrever novos artigos nos jornais e me sentia muito infeliz, aquela foi uma maneira de deixar a marca de minha existência no mundo – o primeiro crime virtual de racismo no país. Ao ler grupos de direitos humanos repudiando o conteúdo das mensagens, minha mente doentia delirava como se estivesse tendo um orgasmo. Um dia, vendo que a notícia já estava indo para o esquecimento, apresentei-me ao jornal local como o dono do e-mail, mas negando a autoria do delito sem fornecer explicações sobre como meu login e senha pudessem ter sido acessados por uma terceira pessoa. Então fiz a polêmica durar mais tempo.

Praticamente ninguém acreditou na mentira que contei aos jornais e ainda bem que senti a angústia daquela brincadeira burra. Mesmo sem nunca ter matado alguém com as mãos, aquelas mensagens configuravam crime e poderiam justificar tranquilamente uma expulsão da faculdade através de processo administrativo. Vovô, que estava completando 80 anos, ficou transtornado quando soube do envolvimento do neto e os outros familiares também se preocuparam. Meu desespero passou a ser tanto que perdi a paz, desejando retornar no tempo e evitado tudo aquilo.

Apesar de meus advogados terem apresentado uma prova técnica de que existe a possibilidade da conta de e-mail ser violada por terceiros em terminais coletivos de acesso à internet através de um programa que captura tudo que o usuário digita no teclado, fui declarado culpado pela comissão de professores da UFJF. Então, espelhando-me na renúncia feita pelos deputados corruptos investigados pelas CPIs, contrariei minha família quando deixei de renovar a matrícula no semestre seguinte afim de evitar a expulsão. O ano de 1997 tornou-se então um tempo perdido, exceto pelo aprendizado pessoal visto que se tornara o meu fundo de poço, um inferno de verdade, pois eu sofria com a incerteza de ser condenado pela Justiça e acabar preso.

As investigações policiais não foram conclusivas e os autos do inquérito tramitaram por quase dois anos entre a Delegacia, o Ministério Público e a Justiça Federal para novos períodos de renovação de prazo. Nos meus depoimentos, consegui ser coerente e continuei negando o crime e foi impossível provarem quem foi o autor das mensagens preconceituosas.

Durante o tempo em que estive atormentado por meus verdugos, a angústia ajudou-me a refletir sobre a importância da vida e a inutilidade de ter cultivado tanto lixo no meu coração. Então, sem ter a certeza do que pudesse me acontecer no futuro, resolvi gastar o dinheiro aplicado no banco afim de viajar, conhecer lugares novos, relacionar-me com pessoas e ter experiências diferentes, inclusive aproximar-me das garotas.

Sei que minha liberação envolvendo sexo e excesso de álcool (já bebia desde os 18) não é exemplo para ser testemunhado dentro de uma igreja. Mas há quem diga que “Deus escreve certo por linhas tortas” e acho que a afirmação não se torna improcedente dependendo da maneira como interpretamos a vida. Na minha fuga dos problemas e busca pessoal, estabeleci contatos com a natureza, decidi entrar numa dieta rigorosa para perder peso (cheguei a ter uns 106 quilos com 21 anos) e consegui transar com mulheres sem precisar pagar. Meus olhos viram cada paisagem incrível neste país e no exterior e, em 1999, tendo me mudado para Nova Friburgo, apaixonei-me por Núbia, hoje minha esposa.

Em julho daquele ano, quando fui visitar meu avô em Juiz de Fora, procurei o atendimento da Justiça e descobri que as investigações foram arquivadas no mês de março ano por iniciativa do próprio Ministério Público Federal, o que foi motivo de grande felicidade. Enfim, eu estava livre de um tormento e podia aproveitar a vida sadiamente sem prejudicar ninguém ou a mim mesmo.

Tudo aquilo me serviu de grande aprendizado, tendo a vida me ensinado que deveria deixar de lado certas aparências e preocupações tolas, as quais jamais iriam resolver o grave problema auto-provocado pelo qual passei. O refúgio junto á natureza ajudou-me a iniciar um processo de interiorização alguns anos antes de retornar para a igreja em 2005, trazendo-me de volta às causas sociais pelo despertar da consciência ecológica. Foi graças às caminhadas no meio rural e o namoro nada “santo” com Núbia que pude compreender a gravidade do mal que tinha feito ao espalhar tais mensagens carregadas de preconceito e de violência pela internet. Descobri que Núbia era afro-descendente, filha de mãe negra e moradora de uma favela, de modo que passei a conhecer mais de perto uma realidade que até então eu desprezava. E transgredi uma orientação familiar para que procurasse uma mulher do meu nível social ou melhor. Só que nesta altura da minha vida, o ex-maníaco da internet já não estava nem aí para convenções, moralismos e opiniões alheias.

O que posso aprender comigo mesmo é que em todo ser humano há uma dimensão positiva, capaz de promover o bem, como também existe uma outra dimensão negativa, diabólica, destrutiva. Somos o “trigo” e ao mesmo tempo o “joio” daquela parábola do Evangelho. Somos “yin” e também “yang”, sábios e loucos, construtores e destruidores, Madre Tereza e Adolf Hitler. Ou até um miserável como o maníaco atirador da escola em Realengo.

Comentários

Dia 4/4, o Hubner avisou-me em meu blogue que eu era o próximo a postar aqui na Confraria, mas, quando li amensagem no dia 5, não estava em condições de preparar nada porque minha esposa tinha feito uma operação de vesícula no hospital. Enquanto estava lá como acompanhante, cheguei a rascunhar um texto sobre a hidrelétrica de Belo Monte, mas devido à tragédia desta quinta-feira, senti que tinha mais a ver algo que fosse relacionado ao lamentável episódio.
Eduardo Medeiros disse…
que beleza, já temos agora um "marginal" de verdade na confraria...kkkkkkkkkkk

rodrigo, desculpe, mas não consigo deixar passar esse teu revelador texto sem fazer uma piadinha infame.

então era você aquele cara...vejam só como são as coisas. lembro vagamente do teu caso. sempre me admiro com casos como o seu, ou seja, de pessoas que exploram a fundo o seu lado joio mas que depois de um certo "rito de passagem", seja religioso ou não, descobrem que possuem um lado trigo que estava adormecido.

mas o contrário também é verdade. os que se mostram trigo, nem sempre percebem a potencialidade destrutiva do seu lado joio.

sinceramente eu não gosto muito de dividir o ser humano dualisticamente entre bem e mal como se fossem entidades autônomas que habitam dentro de um mesmo ser. gosto mais da ideia que somos um mas que esse um se manifesta ambivalentemente; somos um-bem-e-mal.

mas eu acredito que há pessoas que são mais capazes de dar vazão ao seu lado mal do que outras. ou talvez o lado mal de uma pessoa possa ser menos mal do que outra.

olhando para dentro do meu ser, vejo que eu seria capaz de matar sim, dependendo da circustâncias; mas não vejo em mim essa possibilidade de invadir uma escola e sair matando alunos.

logo, ao que parece(e aqui o levi vai poder nos dizer o que de fato pode ocorrer), as circunstâncias de vida, os traumas, as desilusões, a falta de inteligência emocional, ou a própria índole da pessoa, pode deixá-la mais suscetível em demonstrar seu lado sombrio em eventos absurdos como este que vitimou tantos jovens aqui no rio.

foi bom conhecer esse seu lado transgressor.
Eduardo Medeiros disse…
bem, caros amigos, quanto à discussão do texto do olavo de carvalho, vamos deixar para uma próxima oportunidade.

aliás, precisamos deixar as postagens da confraria mais dinâmicas, e ao que parece, seguir a listagem de postagem à risca está trazendo alguns problemas.

vamos usar o forum para discutir isso
Unknown disse…
"A verdade é que qualquer um de nós é capaz de matar e até de praticar as mesmas coisas que fez Wellington. Isto porque somos todos psicopatas em potencial. Basta que venhamos a alimentar coisas negativas em nosso íntimo, cultivando o ódio e desejos homicidas, para que um dia acabemos transgredindo certos limites da convivência humana."

Concordo em partes. Psicopatia é principalmente uma condição biológica, há estudos que mostram que o cérebro de psicopatas é diferente. De certo que é possível levar as pessoas a cometerem atrocidades, mas geralmente de forma indireta ou em grupo, como a história demonstra (pessoas de boa índole podem ser levadas a perseguir outras pessoas por causa de alguma religião, política etc, como na época da caça às "bruxas", ou do início do protestantismo, ou até hoje isso aconteceria contra os gays se não houvesse um Estado vigiando as pessoas. Basta ouvir a uma mensagem dos Malas da vida para imaginar do que eles seriam capazes num país sem Lei). Mas para fazer o que o Wellington fez, só uma doença mental muito forte, junto com um fanatismo, traumas e por aí vai.

Você não foi um psicopata, foi um cara comum, com problemas na infância, e ainda por cima traumatizado na religião sobre o sexo (sempre o sexo...). É o que gente como o covarde do Severo faz, toda essa perseguição doentia aos gays e à uma fictícia "pureza sexual", atinge certas pessoas em cheio e as torna potenciais criminosos. Por isso que cada vez mais, homofobia e apologia à ela deve ser punida. Assim como não há liberdade de expressão para neonazistas, não se deve permitir que seja feita apologia à homofobia, como rola solto nos meios eclesiásticos. Há milhões de crianças brasileiras sendo doutrinadas nestas fobias.

Além disso, nas escolas, deve haver um acompanhamento das crianças e adolescentes, para que se identifique esses traumas, essas fixações, essas fobias, antes que elas cresçam demais e se tornem uma obsessão, e em fim, em crime.

Há aqui na Confraria outro membro, na verdade foi um dos fundadores, que também tinha suas fobias contra os gays, mas que afinal se assumiu um. Nosso amigo Isa. Felizmente ele se libertou, conseguiu se encontrar e ser feliz, o que muito me admira. Os crentes deviam tê-lo como exemplo de evolução. Mas, infelizmente, ainda batem palmas para os Malas da vida.
é exatamente aquilo que vc falou, somos todos psicopatas em potencial...
To passando por um período ruim na vida e percebi que ando me auto destruindo mais freqüentemente... Mas percebi a tempo, agora é só buscar a solução.
Levi B. Santos disse…
“Primeiramente deverão saber que os impuros não poderão me tocar sem luvas, somente os castos ou os que perderam suas castidades após o casamento e não se envolveram em adultério poderão me tocar sem usar luvas, ou seja, nenhum fornicador ou adúltero poderá ter um contato direto comigo, nem nada que seja impuro poderá tocar em meu sangue, nenhum impuro pode ter contato direto com um virgem sem sua permissão, os que cuidarem de meu sepultamento deverão retirar toda a minha vestimenta, me banhar, me secar e me envolver totalmente despido em um lençol branco que está neste prédio, em uma bolsa que deixei na primeira sala do primeiro andar, após me envolverem neste lençol poderão me colocar em meu caixão. Se possível, quero ser sepultado ao lado da sepultura onde minha mãe dorme. Minha mãe se chama Dicéa Menezes de Oliveira e está sepultada no cemitério Murundu. Preciso de visita de um fiel seguidor de Deus em minha sepultura pelo menos uma vez, preciso que ele ore diante de minha sepultura pedindo o perdão de Deus pelo o que eu fiz rogando para que na sua vinda Jesus me desperte do sono da morte para a vida eterna.” (Carta atribuída ao psicopata Wellington Meneses)

Erich Fromm — Psicanalista que tem publicado inúmeras obras abordando a religião sobre o ângulo psicológico, assim escreveu sobre o aspecto ritualístico da religião, em seu livro “Psicanálise e Religião – Editora Ibero-Americana – página 125 e 37 (edição de 1962):

“Os psicanalistas prestam sempre atenção especial ao estudo do ritual,porque as suas observações clínicas pareciam prometer uma nova compreensão da natureza das formas ritualísticas da religião. Verificaram que alguns tipos de doentes realizam rituais de natureza privada que nada tem a ver com o pensamento ou a prática religiosa que adotam, e, entretanto se assemelham muito às formas religiosas. O comportamento compulsivo ritualista, é conseqüência de intensos afetos inconscientes que o paciente, sem saber, controla mediante práticas ritualistas. Em um caso de compulsão de limpeza, descobre o psicanalista que o ritual representa uma tentativa para libertar-se do sentimento de culpa. Este sentimento de culpa não é causado por alguma coisa que o paciente realmente tenha feito, mas está ligado a impulsos destrutivos inconscientes. [...] Pesquisaram os impulsos inconscientes, como por exemplo, o ódio destrutivo contra figura paterna, representada por Deus, que, ou devia ser expresso diretamente ou mitigado pelo ritual. Quando o psicanalista estuda as neuroses, ele descobre que está, ao mesmo tempo, investigando a religião. È possível interpretar a neurose como uma religião individual, ou, mais especificamente, como uma regressão à formas primitivas de religião, em conflito com o pensamento religioso oficialmente aceito.”

A história judaica do “Bode Expiatório” que ao levar os pecados do povo Israelita, os deixavam limpos, era um ritual, executado para os deixar em paz com o seu Deus.(Ritual de Limpeza)

Talvez, o Wellinton, tomado por um surto psicótico religioso, que, diga-se de passagem, é sempre decorrente de um longo processo social e afetivo, tenha desejado se livrar de sua culpa inconsciente, dirigindo todo o seu potencial destrutivo contra as meninas (foram dez). Talvez, isso explique o seu grande entrave em lidar com as mulheres, já que no bilhete, ele fala em impurezas e castidade, e ai entra a figura de sua mãe imaculada que dorme em uma sepultura e o desejo de se religar à ela (complexo de Édipo ainda não resolucionado em sua mente).
Rodrigo,

Seu texto é um depoimento muito corajoso e aqui vou comentar com prazer, mas apreensivo. Desculpe se posso ser ofensivo.
Nós não somos, todos, similares a Welinghton.
O criminoso já traz em seu DNA o gene da delinqüência e mostra isto no físico, na expressão e nas atitudes como nos prega Cesare Lombroso(1835-1909), em sua teoria do criminoso nato.
O meio pode inibir ou facilitar a tendência criminosa. Um destes meios é a origem, o indivíduo pode ser nascido ou ser parido e a mãe é de suma importância neste processo. A conjuntura familiar.
Eu posso ter sido maltratado, excluido ou discriminado pela sociedade a qual pertenço, mas isto não me dá o direito de cometer delinqüencia em nome da vingança, a não ser que eu esteja predisposto a isto. As pessoas parecidas com Welinghton fazem parte de uma minoria, ainda bem...
Eduardo Medeiros disse…
mirandinha, ainda bem mesmo...
--Psicopatia - Distúrbio psíquico caracterizado pelo comportamento violento e pela ausência de qualquer sentimento de culpa. Tem origem congênita.
--Esquizofrenia - Doença mental que provoca a perda do contato com a realidade e a desagregação da personalidade. Também de origem congênita.

Alguns são doentes mentais em menor grau e não tem coragem suficiente para concretizar seus desejos criminosos e acham que todos têem um pouco deles.Reitero que não sou portador destes distúrbios.
Eu quero dizer que a delinqüência não é um desvio de caráter, é uma predisposição nata. Aí eu incluo todos os crimes hediondos, inclusive a pedofilia.
O roubo pode ser cometido por um elemento cleptomaníaco ou por um necessitado imposto.
O assassinato pode ser praticado por um elemento em legítima defesa, honra, pressão psíquica ou profissionalmente. Alguns são por predisposição nata como no caso do Wellinton ou outros maníacos.

Alguns defeitos são congênitos e a sociedade se incumbe de dar brilho ou ofuscar estes párias.
A "nossa", por incompetência, distribui flanelas.
Hubner Braz disse…
Confraternos,

Confesso de forma insana que estou sumido. Tambem, depois de visitar alguns "seguidores" deste blog... So poderia acontecer isso.

Rsrsrs
Hubner Braz disse…
As postagens estão polemicas pacas... E muito bom lê essas postagens, tanto o do Olavo quanto o do Rodrigo sobre o wellinton.

Voltarei pra comentar...

Hugs
Hubner Braz disse…
Eu discordo de todo mundo que comentou aqui... Nao somos psicopatas, isso nunca veio de gene "DNA", nunca tive desejo de matar nada que tenha vida neste mundo, nem mesmo uma barata.

Entao, quando ouço sobre estas coisas, fico indignado... Nao sei se este indivíduo era fanático extremista em alguma religião, mas o que eu vejo e um trauma que ele teve na sua infância ao saber que sua mãe sofria de problemas psicanalisticos...

A adoção nao minimizou a dor... E isto e fato.
Levi B. Santos disse…
Acho que entendi a metáfora usada por Rodrigo, no título de sua postagem. Penso que foi usando esse mesmo ponto de vista, que Lya Luft, assim escreveu no seu artigo (ôntem) sobre esse ato violento cometido pelo psicopata:

"Vai ver, somos incorrigíveis predadores: do outro, do mundo, da mãe Terra, que anda resmungando alto de nós mesmos, porque nem sempre nos tratamos muito bem. Corremos aflitos sobre a casca inquieta da Terra, esbarramos uns nos outros, nos comunicamos mal à beça, estranhamos até os íntimos, construímos mil complicações e intrigas. Trocamos as cavernas escuras com fogueiras e morcegos por edifícios de concreto e vidro, ou pelos meandros do universo cibernético.Estamoscivilizadíssimos, temos momentos de ternura, mas em nós espiam olhos DESTRUTIVOS”.
Levi B. Santos disse…
Não sei por que o Hubner fracionou o seu comentário em três etapas? (rsrs)
É, também não entendo e está cedo para Alzheimer.
Hubner Brás,

Não é só dizer que discorda. Mostre o por quê.
Por saber que a mãe é desmiolada leva o indivíduo a cometer atrocidades, estaríamos fritos. Metade dos brasileiros é filho de desajustados e nem porisso...
Por quê, até agora, ninguem enalteceu o soldado que evitou um banho de sangue bem maior?
Eu respondo...
Nós cultuamos a contavenção. Nós enaltecemos criminosos. Nossas celebridades são fajutas. Nossos reis são de araque. Nosso espelho é fosco e a nossa cultura é a do jeitinho.
Durante algum tempo nossa mídia venderá a imagem do assassino como uma celebridade e nós financiamos isto. O pouco e o errado nos satisfaz.
Olá, pessoal.

Antes de ir aos comentários de vocês, gostaria de avisar que, em respeito às regras da Confraria, acabei publicando o outro texto que havia redigido para este site em meu blogue, onde questiono a gaiola do nacionalismo:

"Nós temos o direito de construir a usina de Belo Monte?"
http://doutorrodrigoluz.blogspot.com/2011/04/nos-temos-o-direito-de-construir-usina.html

Sobre o que os companheiros colocaram, sei que é difícil para qualquer um admitir seu potencial negativo de fazer o mesmo que o atirador da escola de Realengo, mas é que a conduta dele pode ser a meu ver equivalente a inúmeros outros atos humanos.

A humanidade é uma só. Ou o universo é um só. Então, quem faz um poema ou pratica um assassinato é o ser humano agindo daquela forma. Há um coletivo manifestando-se através de uma pessoa pois o comportamento individual reflete ideias e sentimentos do todo.

Neste sentido, concordo com as conclusões do Gabriel quando ele diz que "nas escolas, deve haver um acompanhamento das crianças e adolescentes, para que se identifique esses traumas, essas fixações, essas fobias, antes que elas cresçam demais e se tornem uma obsessão, e em fim, em crime."

Compreendo que o ambiente formado em torno do sujeito pode tornar-se o veículo para qualquer comportamento, mas jamais seremos um "produto do meio". Logo, a cultura religiosa é entendida de forma deturpada pelo agente criminoso. Não que a religião seja a causa. Mas ela se torna uma boa justificativa para as ações ruins e estou com o Levi quando ele fala de um "longo processo social e afetivo".

Pelos conceitos que o Altamirando expôs acima, fica difícil classificarmos o Wellington de maneira técnica como esquizofrênico ou psicopata. A uma porque ele não perdeu noção da realidade. E a duas porque sua carta demonstrou sentimento de culpa: "(...) preciso que ele ore diante de minha sepultura pedindo o perdão de Deus pelo o que eu fiz (...)".

Esperando ter respondido também ao Hubner, quero agora comentar o que escreveu o Eduardo: "circunstâncias de vida, os traumas, as desilusões, a falta de inteligência emocional, ou a própria índole da pessoa, pode deixá-la mais suscetível em demonstrar seu lado sombrio em eventos absurdos como este que vitimou tantos jovens aqui no rio".

Aproveitando o que ele colocou, acho que podemos ser mais atentos às circunstâncias que favoreçam tais comportamentos bem como contribuir para que neste mundo haja mais apoio para as pessoas enfrentarem seus traumas e desilusões.
Em tempo!

Penso que a diferença entre quem pensa, ameaça ou pratica está só no nível de transgressão dos limites.

"Ouvistes o que foi dito aos antigos: Não matarás; e,: Quem matar estará sujeito a julgamento. Eu, porém, vos digo que todo aquele que [sem motivo] se irar contra seu irmão estará sujeito a julgamento; e quem proferir um insulto a seu irmão estará sujeito a julgamento no tribunal; e quem lhe chamar: Tolo, estará sujeito ao inferno de fogo." (Mateus 5.21-22; ARA)

Esta passagem do Evangelho que é atribuída a Jesus, juntamente com o seu dito acerca do adultério (Mt 5.27-28) demosntram que o mal surge na ua fase de cogitação, no coração.

De fato, a lei não pode punir alguém por ter pensamentos homicidas, mas tão somente do ato consumado ou tentado. Porém, a passagem nos chama a atenção para cuidarmos das motivações, da origem do problema, o que é recomendável fazer antes que a coisa cresça.

Para terminar, gostaria de dizar que concordo quando o Altamirando fala no PM que alvejou o maníaco. Acho que a atitude do policial foi certa e ele foi eficiente na sua abordagem, parecendo-me que não se deixou levar pela ira diante de uma maldade tão grande. Eu, se tivesse no lugar do sargento, não nego que seria difícil me conter para não encher o cara de balas naquele momento complicado.

Um abraço a todos e tenham uma excelente semana!
Rodrigo,

"Há um coletivo manifestando-se através de uma pessoa pois o comportamento individual reflete ideias e sentimentos do todo."

Neste ponto eu discordo veemente.

Um comportamento imbecil, praticado individualmente por um psicopata, não reflete o comportamento de uma sociedade. Não somos farinha do mesmo saco e toda caixa tem sua maçã podre.
O Pastor disse…
Rapaz... loucura isso aqui, hein...
Vou ficar só na leitura dos comentários mesmo...
Altamirando,

Acho que seu posicionamento não está suficientemente fundamentado e ocorre que acabamos desejando ser tidos como pessoas diferentes e melhores do que os assassinos e maníacos.

Eu entendo que nós, isto é, a sociedade da qual faço parte, produzimos episódios como este.

Não quero excluir a responsabilidade de cada nas suas deciões, mas penso que a mídia ajuda a formar ambientes favoráveis para que novos delitos ocorram.

As pessoas gostam de ficar diante da TV apreciando as notícias de tragédia. Nós, isto é, o público do qual faço parte (apesar de me interessar mais por política), é o principal financiador das reportagens catastróficas.

Cenas de violência mostradas e reconstituídas pelos telenorjais têm a meu ver um impacto bem negativo sobre a mente psicopata. Enquanto a maioria das pessoas sente-se perplexa e abalada diante de um assassinato bárbaro, outras vão se anestesiando diante da banalização da vida e tem também aquelas que ficam excitadas e até motivadas.

Lembro muito bem da época em que postei aquelas mensagens na internet usando os computadores da universidade. Recordo que, uns três meses antes, assassinaram o índio em Brasília e eu ficava bemm impressionado com as repetidas cenas de reconstituição do crime. Além disso, eu já estava cultivando uma certa raiva dos homossexuais como se eles fossem os responsáveis pela minha dificuldade com as garotas, algo que eu era incapaz de admitir e tratar.

Numa sociedade onde as pessoas ainda não têm ambiente para falar de si e acabam escondendo seus problemas, fraquezas e sentimentos para se protegerem, não é difícil encontrar fermento para tantas coisas.

Muitas vezes, um "serial killer" é um sujeito que não dá certo em alguma área de sua vida e escolhe praticar atos de delinquência. Ele se fecha dentro de si mesmo.

Minhas expressões de ódio e rancor ficaram só na internet, o que servia-me também de um espelho, mas muitos aacabam transgredindo certos limites e matam vítimas inocentes.
Em tempo!

A manifestação da Anita, que ontem eu havia deixado de comentar, expressa muito bem uma atitude correta diante dos problemas, os quais, a meu ver, precisam ser primeiramente admitidos.

Se negamos o problema ou decidimos fugir de sua solução, ele pode crescer.

O que ela colocou evidencia que temos potencial destrutivo, pois muitos decidem causar males a si e não aos outros. Segundo minha mãe me contou, papai tornava-se auto-destrutivo quando se sentia mal. Logo, não deve ter sido por menos que ele morreu aos 36 anos.
"Nem toda caixa tem sua maçã podre". Desculpe...

Rodrigo,
Pelo indivíduo haver criado sua realidade distorcida para a marginalização já é sinal de esquizofrenia psicopata. Quanto a demonstração de sentimento de culpa, esta soa como falsidade premeditada pelo instinto maquiavélico. Não menospreze a inteligência do marginal. Caso pensado.Não duvide!...
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Rodrigo,
De início você acha que meu posisionamento não está bem fundamentado e depois concorda comigo em todos os detalhes. Te lembrando:

"O meio pode inibir ou facilitar a tendência criminosa. Um destes meios é a origem, o indivíduo pode ser nascido ou ser parido e a mãe é de suma importância neste processo. A conjuntura familiar."

"Alguns defeitos são congênitos e a sociedade se incumbe de dar brilho ou ofuscar estes párias.
A "nossa", por incompetência, distribui flanelas."

"Durante algum tempo nossa mídia venderá a imagem do assassino como uma celebridade e nós financiamos isto. O pouco e o errado nos satisfaz."

Nos divergimos quanto a vulgarização do crime. Nossa sociedade promove a banalização dos desvios de caráter, defeitos congênitos não. Em sua concepção, todos nós estamos predispostos ao crime de origem congênita, aí eu discordo piamente. Poucos são portadores destas características. Os crimes por desvio de caráter tem participação social através do meio.
Me resguardo por não ser movido a propaganda subliminar e minha higiene cerebral eu mesmo faço.
É difícil aceitar a ética de uma sociedade composta com a nossa heterose.
Mas Altamirando, você não acha que muita gente que teria defeitos congênitos deixa de desenvolver comportamentos agressivos e violentos?

Eu tenho muita preocupação quando se aponta a questão genética como causa para determinados problemas porque nem todas pessoas compreendem o gen como apenas um dos fatores.

Se todo ser humano ao nascesse recebesse um mapeamento genético pronto seria ao mesmo tempo bom e ruim. Seria bom porque, conhecendo nossas pré-disposições temperamentais, lidaríamos melhor com sentimentos de agressividade, por exemplo. Por outro lado, se não houve uma privacidade quanto aos dados genéticos, pode haver preconceito e discriminação por parte da sociedade quanto aos que seriam geneticamente indesejáveis.

Como seguidor de Jesus, eu acredito na inclusão de todos. Nos Evangelhos tem-se ali a mensagem de aceitação do diferente: "Os cegos vêem, os surdos ouvem, os paralíticos andam..."

Sendo assim, o que podemos dizer aos que tem em si o suposto gen da violência e do desajuste?

Como discípulo do grande Mestre eu digo para tais pessoas que elas podem conviver em sociedade. Que elas podem levar uma vida sem ultrapassar certas barreiras ou limites conhecendo e lidando com seus impulsos.

Suponho que neste aspecto você dee concordar comigo quanto à integração dessas pessoas. Porém, não consigo ver explicação suficiente da conduta pela genética porque, como considero ser o fato genético apenas uma das variáveis, duas pessoas com DNA diferentes podem chegar a desenvolver o mesmo comportamento por caminhos diferentes.
Unknown disse…
Rodrigo, no seriado Law and Order, de vez em quando há um caso com algum psicopata. Estes dias foi o caso de uma criança. Embora haja uma comoção em torno disso, e a justiça determine que uma criança (lá pelo menos), mesmo sendo psicopata (não se pode diagnosticar definitivamente uma criança assim), seja libertada aos 18 anos.

Os especialistas no episódio sabiam que quando ela saísse da prisão, voltaria a cometer crimes, pois não há ainda qualquer vislumbre de cura para essa condição. Mas o Estado se recusa a dar esse veredicto final (é um caso realmente dificil: condenar uma criança a vida inteira por crimes que ela não cometeu ainda, ou deixá-la solta na certeza de que ela os cometerá?).

Há sim muitos casos que podem ter tratamento, podem ser amenizados. Mas há psicopatas que são incuráveis, são incapazes de sentir remorso, culpa, não vêem a dor do outro como sua (na maioria das pessoas, isto é função dos "neurônios-espelho"). É questão primordialmente genética.

Embora sua crença queira te convencer de que elas podem mudar, no fundo elas não estão nem aí. Elas não se importam com os resultados de seus atos, e palavras não vão convencê-las. A única esperança para a sociedade é que a medicina encontre formas de amenizar isto, ou até mesmo de curar tal condição.
Unknown disse…
correção de meu texto anterior:

--Estes dias foi o caso de uma criança. Embora haja uma comoção em torno disso, a justiça determina que uma criança (lá pelo menos), mesmo sendo psicopata (não se pode diagnosticar definitivamente uma criança assim), seja libertada aos 18 anos.--
Levi B. Santos disse…
Vamos nos lembrar do que diz a professora de culinária, sobre a receita de Bolo:

O fermento por si só não forma o bolo. Há que se ter outros ingredientes como: o fogo, a manteiga, o açúcar o trigo, e o sal para poder formá-lo.

O que faz de um jovem um assassino em massa é uma complexa combinação de fatores, como: ambiente, predisposição genética e características individuais” (Peter Langman – no seu livro “Por que os Jovens Matam: Por Dentro da Mente dos Assassinos Escolares” — Publicado em 2009)

Langman, psicólogo americano, passou dez anos estudando a mente dos dez mais perversos assassinos que atacaram escolas em seu país. Segundo ele, “todos os jovens homicidas, sem excessão, partilhavam de um mesmo sentimento: a raiva, odiavam suas vidas, estavam deprimidos e desesperados a ponto de desejar a própria morte” ( Vide artigo de capa – Veja N° 2212)
Rodrigo,
Começamos a falar a mesma língua. Eu tenho dito que algumas pessoas nascem com distúrbios genéticos assim como síndromes, doenças, defeitos físicos e comportamentais. Mesmo os defeitos comportamentais como esquizofrenia ou psicopatia são percebíveis muito cedo na existência do indivíduo.
A sociedade tem meios para amenizar estes sintomas assim como ameniza a vida de cadeirantes e cegos. Antigamente os loucos eram confinados em manicômios, hoje estão soltos nas ruas e sabemos quais são, mesmo antes de cometerem atrocidades.
O Levi comparou bem, o comportamento do criminoso nato com uma receita de bolo. O que quero dizer é que a sociedade conhece os ingredientes que formarão este bolo e as vezes até fornece.
Estes elementos têem que ser discriminados e tratados antes que se tornem assassinos indesejáveis. Devem ser integrados à sociedade com reservas, cuidado. Antes que muitas famílias sofram em conseqüência da barbárie de um desajustado.
Como seguidor de Jesus você pode sonhar que as pessoas sejam iguais e possam conviver em harmonia na mesma sociedade. Como não sou seguidor de ninguem, minha realidade não é uma utopia.
Eduardo Medeiros disse…
então a questão seria o seguinte:

um adulto psicopata, que pelos estudos atuais não pode mudar, não tem remorso de nada, e age como se preso a uma programação genética, poderia não desenvolver a psicopatologia se tivesse tido outras experiências na família, no meio em que viveu e nos dramas que passou?

ou seja, se eu, eduardo medeiros, tivesse nascido psicopata mas pela criação que tive, pela família ajustada e carinhosa onde fui criado, por não ter vivido nenhum drama terrível, a minha patologia ficou adormecida? mas então, ela pode vir à tona algum dia?

bill, também assisto muito o seriado mas não vi o da criança. era uma criança mesmo, tipo 5 anos de idade?

quantos atos de violência extrema estão documentados com crianças com menos de digamos, 10 anos?

e aí, levi e demais?
Unknown disse…
Edu, a criança tinha menos de 10 anos, mas não 5. No meio de tantos achismos, o que o Levi nos passou é muito importante.

Talvez hajam muitos mais psicopatas na sociedade do que imaginamos. Há um episódio de House em que a psicopata é uma empresária de sucesso. A agressividade nos negócios dela se dava por sua completa falta de culpa, que era uma condição biológica. No episódio, apesar do exagero, os médicos descobrem a psicopatia dela por uma ressonância magnética, na qual percebem que, independente da pergunta dela, as áreas de emoção não se ativavam (ou algo assim, não lembro exatamente agora).

Há muitos psicopatas que ao invés de usarem sua psciopatia para matar, a usam nos negócios, nas igrejas... só que esses a gente coloca como heróis rsrsrs
Eduardo Medeiros disse…
nas igrejas????????? oh, may god, help, help!!!!!

(tomado subitamente por uma psicopatologia do hubinho...kkkkk)

é bill, é uma questão deveras interessante. espero nunca topar com um desses...será que eu sou normal? alguém é???????

vou dar minha corridinha prá ver se clareio as ideias...
"Há muitos psicopatas que ao invés de usarem sua psciopatia para matar, a usam nos negócios, nas igrejas... só que esses a gente coloca como heróis rsrsrs".
E até somos seus seguidores.

Gabriel Nagib, em meio a tanto achismo acabamos encontrando gôtas de sabedoria em cada comentário. Por isso é uma confraria.
Eduardo Medeiros disse…
mirandinha, meu rapaz, diga-me cá uma coisa: você disse que não "segue ninguém". o que você exatamente está dizendo com isso? que você esnoba todo o pensamento filosófico e teológico que vários pensadores produziram e nada do que eles disseram você segue? se não segue ninguém, segue a você mesmo, e então, qual é a sua filosofia de vida? e ela é originalmente sua? teve influências de algum pensador?

esclareça mirandinha...
Eduardo Medeiros disse…
levi, levi!!!!

o hubinho disse que estava sumido por que estava visitando alguns dos seguidores da conraria. será que ele deixou-se hipnotizar pelos encantos libidinosos da lolita lascíva ou da mulher sexy?????

confessa aí, hubinho, a confraria quer saber...
Levi B. Santos disse…
EDU

O Hubinho está publicando no blog dele uma série de confissões (acho que já vai na décima)

Danado é se der na telha dele publicar as confissões de um evangélico a Lolita lascívia (kkkkkkk)
Levi B. Santos disse…
Mas aqui pra nós

Neurose eclesiástica, ou religiosa já faz parte do CIDM (código internacional de doenças mentais) - rsrs.

Edu

Quando aprendi na Faculdade que existe a esquizofrenia auditiva e visual, fiquei pensando: será que as visões e vozes que os profetas percebiam se enquadravam nessa área?

A professora de psicologia, me lembro bem, trazia os doentes mentais do manicômio nas aulas práticas e punha-os bem a nossa frente para entrevistá-los.

Uma coisa que nunca esqueci. Ela dizia: olha meninos, normalidade psíquica não existe. Cada um de nós tem um pouco disso e daquilo. Tudo é questão de gráu. As patologias de menor grau estão no âmbito das neuroses.
Teve qualquer mania, já é um sintoma de neurose. Foi logo ali que fiquei sabendo que era um neurótico, pois tinha algumas manias. (rsrs)

Mas confraternos, o perigo mesmo é a tal da psicopatia. Que Deus nos livre dela. Já a neurose...(rsrs)
Edu,

É, eu não sigo ninguém. Isto quer dizer que não sou encabrestado, não sou boi de boiada, não sou puxado nem tangido.
Minha ética, filosofia de vida e comportamento eu adquiri no seio da família, escolas e meio.
O conhecimento me foi passado por todos os filósofos, pensadores, padres, militares, pastores, garís, porteiros, prostitutas, domésicas, engenheiros, médicos, governantes. Enfim... A todos os que tive acesso através de contatos visuais, verbais, auditivos ou lidos.
A cada um eu devo um pouco.
Eduardo Medeiros disse…
ótimos, já que todos somos neuróticos, então, somos iguais!! nesses termos eu tenho algumas neuroses...que tal confessarmos as nossas neuroses?

eu tenho neurose em comprar livros e revistas que com certeza talvez só vou ler daqui há uns 10 anos...(visto todos os outros que ainda tenho que ler). aliás, preciso parar de ler, já que o amigo ex-mas-sempre-confraterno gresder sil me disse que quem lê muito nunca vai ser um escritor...

tenho mania de ficar contemplado belos espécimes do gênero feminino...(será neurose??)

tenho mania de tirar meleca do nariz...(tá, tá, é nojento, mas juro que fiz uma autoanálise e já estou bem melhor do que era quando garoto...).

aliás, quando garoto, eu tive vários cacoetes(neurose, né?), a muito custo consegui me livrar deles.

tenho também mania de recortar textos de revistas e jornais. ainda bem que inventaram o scaner...

ganhei uma neurose novinha, há pouco tempo: toda vez que saio de casa e fecho o portão, tenho que empurrá-lo para ver se está mesmo fechado, já que um dia eu pensei que tinha fechado e ele ficou aberto. ainda bem que meus 5 cachorrinhos não perceberam...

pronto, tenho outras neuroses mas só confesso se vocês confessaram as suas...kkkkkkkkkkk
isso dá uma boa postagem pro meu botequim..
Eduardo Medeiros disse…
mirandinha, tá certo, mas como você disse, você aprendeu com um monte de gente, mas entendi que você não segue nenhum caminho que outros tenham traçado para você andar, né?

quer ser meu seguidor? estou pensando em fundar uma nova seita religiosa: os neuróticos pensadores das tribos de javé!

que tal?
Edu,

Você já começa sem imaginação. Um pleonasmo seguido de um plágio.
Pleonasmo, porque todo pensador que segue seita religiosa é um neurótico.
Plágio, o nome Javé já está manjado.

Vou sugerir alguns:
C.C.C.C: Congregação Cristâ Contritos em Caim.

D.D.D.D: Dádiva Diabólica dos Defensores Divinos.

D.A.E.A: Deu Amin Emprestou Adeus.

Vamos para o interior de S.Paulo (é lá que começa) e montaremos o barracão. Você como pregador e eu como diácono(tezoureiro). Esta será a nossa chance de tirar o pé da merda. He, he, he...
Eduardo Medeiros disse…
mirandinha, gostei dos nomes sugeridos. mas é que eu sou fã de javé...mas não vai rolar você como tesoureiro, não. você prega e eu recolho os dízimos...
Unknown disse…
em tempo. vejam a ironia: os principais teólogos são unânimes em dizer que Wellington não será perdoado -http://noticias.gospelmais.com.br/lideres-atirador-realengo-perdao-deus-18838.html- (lógico, já morreu, dã). mas eu li na biblia que Deus não tem problemas com pessoas que matam criancinhas não... ele até já mandou alguém fazer isso diretamente:

2 Samuel 15.3
"Vai, pois, agora e fere a Amaleque; e destrói totalmente a tudo o que tiver, e não lhe perdoes; porém matarás desde o homem até à mulher, desde os meninos até aos de peito, desde os bois até às ovelhas, e desde os camelos até aos jumentos."

meio irônico não? rsrs
Gabriel Nagib,

A bíblia é assim: Bate e assopra, adoece e sara, mata e ressuscita. Nela você encontra justificativa para cometer, punir ou perdoar qualquer crime, por mais hediondo que seja.