Recentemente, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, ao julgar o Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas de número 0090629-83.2021.8.19.0000, decidiu que não é permitido usar poços artesianos (poços profundos que pegam água subterrânea) em locais onde já existe abastecimento de água pela rede pública.
A determinação vale para todo o Estado do Rio de Janeiro e foi tomada para proteger a saúde da população, o meio ambiente e a segurança do abastecimento de água.
Fato é que a água de poço pode parecer limpa, mas não é garantido que seja segura. Diferente da água fornecida pela rede pública, que passa por tratamento, testes diários e controle sanitário, a água subterrânea:
- pode ter bactérias invisíveis;
- pode estar contaminada por esgoto;
- pode conter produtos químicos;
- ou pode conter metais pesados que vêm do solo.
Fazer uso de poço onde já existe água encanada prejudica o aquífero. Isto porque debaixo do chão existe um "depósito natural" de água chamado aquífero pois quando muita gente tira água dele ao mesmo tempo, acontecem problemas como:
- rebaixamento do nível de água subterrânea;
- risco de o solo afundar,
- entrada de água salgada (nas cidades litorâneas);
- secamento de nascentes e córregos próximos.
Ou seja: a exploração descontrolada prejudica quem depende dessa água hoje e no futuro!
Além disso, poços artesianos podem contaminar o abastecimento público! O motivo é que as tubulações de uma casa são todas conectadas.
Assim sendo, se uma instalação tiver simultaneamente à água da rede pública à água de poço na mesma estrutura, pode haver retorno da água contaminada para a rede da cidade, colocando em risco toda a população. É por isso que a Lei Federal n.° 11.445/2007 proíbe misturar os dois sistemas no mesmo imóvel.
Corretamente a legislação exige que, tendo rede pública, o imóvel seja ligado a ela. Desse modo, se existe uma rede pública de água na rua, a ligação é obrigatória e isso garante:
- padrão mínimo de qualidade;
- fiscalização;
- prevenção de doenças;
- e abastecimento sustentável.
Poço só pode ser usado em:
- áreas rurais;
- locais sem água encanada;
- ou casos especiais, com autorização.
Portanto, a decisão do TJERJ protege o bem comum!
- proteger esse recurso;
- evitar desperdício;
- prevenir colapso hídrico;
- e garantir água tratada para todos.
Ao proibir poços em zonas urbanas com rede pública, a decisão do Tribunal está evitando danos ambientais e riscos à saúde.

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