Construtores em construção


Por: Marcio Alves

Não podemos entregar a direção do rumo de nossas vidas existentes na existência do ser que é quando vai sendo formado e se formando pelas estradas da vida a deus num determinismo fatalista de quem não tem coragem de se assumir enquanto se é senhor de sua vida.

Embora seja a vida vivida em total liberdade mesmo quando não se escolhe quando se é simplesmente escolhido pelas incontáveis contingências da vida que se vai já sendo ela mesma como um fluxo de um rio que irá desembocar numa cachoeira de não escolhas.

A opção de ser e permitir ser enquanto vai sendo dia a pós dia construído na construção do destino de escolhas impedindo outras, pois seja na passividade da decisão da aceitação da sina do que se é, ou pela atividade do sujeito que procura ser na transformação do que deseja vir a se tornar, pois a grande questão existencial não é o que a vida te levou a ser pelos caminhos impulsionadores da imprevisibilidade do existir, mas antes o que fazemos com o que a vida nos fez, seja para bem ou para mal.

A grande alienação nasce no sujeito que não tem coragem de assumir sua condição e principalmente responsabilidade de que tudo que acontece tem sua indireta ou direta participação, pois por pior que seja os caminhos da trilha do viver sempre se tem uma escolha em que optamos de ser, seja de não mais lutar entregando se ao destino num determinismo fatalista de o que será será e não há nada para mudar, ou pra tomar as rédeas do controle da vida para ser o comandante de uma embarcação em um mar seja tranqüilo ou bravio.

Temos o poder de construir a nossa historia e mundo enquanto vamos conseqüentemente construindo a nós mesmos. Somos o reflexo de nós em nossas historias mesmo que ainda esteja inacabada, nos restando muito pela frente, então assim sendo não mais joguemos para deus ou para a vida a responsabilidade que é nossa de dever vir a ser ou de não ser mesmo que não consigamos e acabamos no final da linha não se sendo.

O futuro será mesmo não se sendo apenas o resultado de nossas escolhas no presente, o que fizermos agora e aqui nos servirá de ponte para o amanhã, não podendo ser jogado a sorte o que nós devemos e podemos fazer, mesmo nas contingências da imprevisibilidade não deixamos de ser sujeitos da historia e não apenas mero expectadores num palco já montado sendo coadjuvantes, mas antes atores que determinarão o final de uma historia que ainda permanece e continuará a estar em aberto.

Comentários

Eduardo Medeiros disse…
rodrigo, se você quiser comentar algo do seu texto anterior, fique à vontade.

marcinho, apareceu a margarida!!!!!!! voltou dos mortos? depois eu volto para comentar seu instigante texto (hubeamente falando...)
Levi B. Santos disse…
Senti do alto, uma inspiração, e resolvi obedecer ao imperativo do superego que me impele nesta oportunidade, a trazer um trecho do ensaio que publiquei em maio de 2010. Ou o meu inconsciente deseja é provocar?... Sei lá!


ESSE HOMEM SOU EU:


“Esse homem tenta livrar-se das amarras da “religião”, porque conseguiu entender, enfim, que o instinto de rebanho não passa de impulsos de uma submissão doentia e covarde. Entendeu, enfim, que o propósito da “religião” está enraizado na tendência que as crianças têm de se agrupar quando estão com medo, e de procurar uma autoridade que lhe dê sensação de segurança. Entendeu que a principal fonte da “religião” é o medo.

Não foi o Espírito Divino, mas sim a baixa auto-estima que plantou nele a semente do ideal de perfeição. Na pulsão de se assemelhar aos anjos, em sonhos, ele vê Deus lhe aparecendo de vestes brancas e compridas, mas com as feições duras e o olhar grave de seu pai. Em sua confusão onírica ele vê Deus e seu autoritário pai, fundidos em uma só imagem. Partindo do ser de duplo corpo ele ouve as ameaças e reprovações iguais àquelas que seu pai fazia em seus aterrorizantes sermões, depois do jantar: “Não faça, não diga, não questione, não desobedeça, não ouse pensar nada além de mim.”


Os dois pais reunidos em um, aparentemente, eliminavam a tensão indefinível reinante no coração desse homem, transformando-o numa criatura avessa, fruto do colonialismo do céu na terra


Foi na sua infância, que a ambivalência e a contradição, começaram a fazer parte intrínseca de sua relação conturbada com o pai. Às vezes encontrava abrigo na relação com ele, outras vezes sentia o peso de sua hostilidade como um abismo a lhe querer tragar.

Agora adulto, sente seu ego ainda a viver num permanente estado de dependência. A autoridade religiosa, substitutiva de seu genitor, exerce sobre ele a mesma pressão, e tal como na infância fica apreensivo em por em risco o amor de seu senhor supremo. É a espera da recompensa que o faz assumir os tormentos de uma renúncia mediada pelo medo. Vivendo entre a fé e a dúvida, esse homem nem mergulha no abismo de si mesmo, nem se abriga no seio de sua religião, pois, teme que ela considere mortíferos ou pecaminosos os instintos selvagens entranhados em sua alma”
Levi B. Santos disse…
EM TEMPO:

O link de onde retirei o trecho acima é este:

http://levibronze.blogspot.com/2010/05/religiao-ambivalencia-e-nostalgia.html
Anônimo disse…
deus é maravilhoso!

ressuscitou o Lázaro Alves!

rsss...
Levi B. Santos disse…
Meu caro Márcio, (que passou incomunicável 40 dias no deserto, sendo tentado)


Teu texto está repleto de desejos que não são só teus (rsrs).

Como segurar essa utopia de construir (uma torre) quando só temos uma imprópria areia de incertezas sob os nossos pés para servir de alicerce?.

Como construir algo sólido, se somos permeados por sentimentos antagônicos, que nos faz duvidar do que somos, ou de quem somos, ou do que queríamos ser.

Como construir algo sólido se o sim que afirmamos hoje pode ser o não de amanhã?
Parece, meu caro Márcio, que estamos condenados a ser sempre seres da “falta” e do “desejo”.

Vamos refletir se o que Kierkegaard, escreveu no trecho abaixo, tem ou não fundamento:


“A magnitude da relação com Deus não é determinada diretamente pela magnitude de poder. de sabedoria e de ação; a pessoa mais poderosa é a mais impotente; a pessoa mais devota suspira desde a mais profunda aflição; a pessoa mais poderosa é aquela que com razão dobra suas mãos”.
Eduardo Medeiros disse…
se é verdade que estamos "condenados à liberdade", também é verdade que o desejo nos afasta dela; somos seres feitos de desejos, e são eles que nos controlam; e quando vamos contra ele, em nós arma-se uma guerra onde a sacrificada é sempre a liberdade.

não sem razão, a velha bíblia diz que somos escravos do pecado (desejos).

o comentário-postagem do levi completou com maestria o seu belo texto. mas levi, creio que o próprio cristo quebrou um pouco essa imagem do pai severo que nos ama mas nos pune:

"já não mais lhes chamarei de servos mas de amigos". quem ficou "amigo de deus", não precisa mais temê-lo pois ele sabe que somos desejos e pelos desejos somos guiados; a amizade de deus agora, nos capacita a trabalhar melhor nossa natureza desejante.

putz, tô falando que nem teólogo pseudo-fundamentalista...rssss

cena:

você está no deserto e de repente aparece alguém e lhe dá uma opção: uma garrafa de água geladinho ou um saco de batatas fritas. você não bebe água há horas, debaixo do sol.

o ser livre é aquele que pudesse escolher as batatinhas.
Levi B. Santos disse…
Eduardo

"Você está no deserto e de repente aparece alguém e lhe dá uma opção: uma garrafa de água geladinho ou um saco de batatas fritas. você não bebe água há horas, debaixo do sol.
o ser livre é aquele que pudesse escolher as batatinhas".

DIVAGANDO sobre teu trecho acima reproduzido:

Não pode existir escolha, quando estamos na iminência de perder algo de essencial para nos mantermos vivo.

No desespero provocado por uma desidratação aguda em meio ao deserto, os nossos instintos de sobrevivência nos dirigem automaticamente em direção a água fresquinha. As batatinhas, assim como o filosofar fica para depois (rsrsrs). Depois de satisfeita a necessidade, o ciclo dos desejos reaparecem movido pela falta. Assim é a vida... (rsrsrs)

Mas será mesmo que podemos nos livrar da imago paterna que nos inspira terror e tremor (não importa que seja em sonhos)?

Ouve Um que nas últimas, pediu ao Pai (imago paterna) que o livrasse de beber o cálice amargo, para nos instantes finais da vida se render a uma cobrança paterna vinda das profundezas do seu inconsciente", traduzida pela fatal frase: “Seja feita a Tua vontade”

E aí?...
Levi B. Santos disse…
EDU

O que é que está havendo com o Márcio?

Jogo um texto bom para briga (no bom sentido) há quase 24 horas e não mais deu as caras.

Não estou entendendo: Ele que, principalmente, em suas postagens, fazia mais de 200 comentários, e agora perdeu o dom de polemizar?!
Eduardo Medeiros disse…
levi, meu exemplo foi mesmo exagerado mas metafórico. eu queria dizer que existem situações em que o nosso poder de escolher fica obliterado pelos nossos desejos. literalmente no exemplo que dei, o instinto de sobrevivência sempre vem em primeiro lugar. que se danem as deliciosas batatinhas...rsss

"Mas será mesmo que podemos nos livrar da imago paterna que nos inspira terror e tremor (não importa que seja em sonhos)?"

me responda, levi, é algo impossível de se fazer? o problema não seria exatamente a nossa construção da figura do pai? o que nos disse o freud?

a interpretação psicológica do "seja feita a tua vontade" parece dizer que não podemos nos livrar da vontade do pai...

quanto ao márcio, não sei qual é a dele, só ele mesmo para dizer. vamos ver se ele aparece.
Marcio Alves, você quis ir e não foi,quis ser e não é, e perdeu por medo, uma grande chance de morrer ao nascer. Ainda por cima acredita na predestinação de Calvino e não será arrebatado.
Nem abduzido. Você deu uma guinada de 360 graus, pensou que foi e não saiu do lugar.
Não me entendeu? A ti, eu também não.
Abraços.
Marcio Alves disse…
LEVI

Não prego um ideal utópico de construção embasado em vãs teorias que se encontram e desencontram separadas por um abismo impraticável da vida tal como ela é e se impõe, mas antes, uma constatação inevitável da vida que se vai formando no chão desta terra, no meio de um caos “caótico” que é não apenas se sendo o ser e não ser do ser que enquanto se vai andando pelas areias das incertezas mesmo não optando muitos caminhos e descaminhos pelas incontáveis circunstâncias “in-escolhidas”, ao mesmo tempo em que outras são buscadas, onde o resultado final é uma mistura que vai desde o determinismo bio-identitário objetivo até as “livres” escolhas no panteão da inter-subjetividade.

Abraços
Marcio Alves disse…
EDUARDO

Por isso que liberdade não é sinônimo de fazer o tempo todo tudo que deseja, mas pelo contrário, e muitas vezes fazer justamente o que não deseja, mas mesmo assim, não seria o fazer em si contrário o desejo um desejo do não desejo?

Neste sentido não temos liberdade, mas apenas livre arbítrio, pois liberdade é poder ser enquanto se escolhe não entre “A” ou “B”, mas sim qual “A” e qual “B”, ou seja, é determinar não somente entre um e outro, mas qual um e qual outro como opções de escolhas.

Por isso, que num certo sentido, somente quando se perde tudo é que se é livre, daí o amor ao outro ser na verdade uma forma de liberdade, pois só quando abrimos mão de nós mesmos é que verdadeiramente nos tornamos livres, mas ai surge outra questão: O abrir mão de nós pelo outro, não seria também uma forma de se apegar a nós?
Pois se desejamos o outro, logo viver pelo outro é viver para nós!

Então segue que a teoria agostiniana de que o homem é livre apenas para pecar, é certamente uma verdade com “V” maiúscula.

Abraços
Marcio Alves disse…
ALTAMIRANDO

Aperta a tecla “SAP” para tradução do meu texto. Rsrsrsrsrsrsrsr
Levi B. Santos disse…
MARCIO


O teu primeiro comentário tem que se apertar mesmo a tecla SAP (rsrsrsrs)

Do segundo comentário, eu retirei essa pérola:

“O abrir mão de nós pelo outro, não seria também uma forma de se apegar a nós?”

Deixa eu ver se consigo dizer com outras palavras, a tua constatação acima ( sem a tecla SAP):

“Ao abrirmos mão de nós pelo outro, estamos, de certa forma, abraçando (inconscientemente) o que existe de nós no outro”.

Quando eu digo que amo ou entendo o fundamentalista, é porque estou simplesmente enxergando nele, a minha outra face. (o espelho de Lacan)

Quando eu digo que não tolero o fundamentalista, eu estou me defendendo de mim mesmo, por não aceitar que o outro exponha as minhas vísceras.

Concordas comigo, nobre amigo?
Marcio Alves, apertei a tecla SAP e obtive na tela uma janela avisando que o servidor não fora encontrado.Telefonei para Freud e ele me garantiu que estudará o texto e não ficarei sem resposta.Estou ansioso, he,he,he...
Abraços.
Eduardo Medeiros disse…
ligando a tecla sap...

"Não prego um ideal utópico de construção embasado em vãs teorias que se encontram e desencontram separadas por um abismo impraticável da vida tal como ela é e se impõe, "

tradução: ele não gosta de teorias, por isso o que ele diz não é teórico, e sim, fato prático estabelecido cientificamente pelas ciências históricas e sociais.

" mas antes, uma constatação inevitável da vida que se vai formando no chão desta terra"

tradução: constatação de que sua fala não é teoria e sim, "constatação" que todos deveriam ser pois está patente aos olhos de todo mundo.

" no meio de um caos “caótico” que é não apenas se sendo o ser e não ser do ser "

tradução: múltiplas possibilidades de tradução, melhor não optar por nenhuma.

"que enquanto se vai andando pelas areias das incertezas mesmo não optando muitos caminhos e descaminhos pelas incontáveis circunstâncias “in-escolhidas” " "

tradução: caminhamos apenas nas incertezas; certeza mesmo só a "constatação não teórica" que ele faz. o termo "in-escolhidas" é um neologismo que significa "escolhas que vem de dentro".
Anônimo disse…
Marcio,

Quando somos construtores de algo que está em construção, realmente somos ordenados pela tal liberdade. Liberdade esta que nos permite escolher entre o certo e o errado, mesmo que escolhemos o certo achando que era certo, e no fim deu tudo errado.

Mas não podemos-nos esquecer, que a liberdade inserida no livre-arbítrio, não escancara a janela e não abre as cortinas do nosso ser para fazer tudo o que der e vier.

Perdemos a nossa própria liberdade, por não saber limitá-la.

Destaco a citação de LEVI:

"Como construir algo sólido, se somos permeados por sentimentos antagônicos? ..."

Quando o ser se identifica com seu mundo, automaticamente é traçada uma conexão direta com o mesmo...e do seu interior, de onde faz morada as palavras que não falam, os pensamentos que percebemos como sentimentos...parte o desejo, e com este desejo a necessidade de se apegar em algo, de amar algo, de se espelhar em algo..

Podemos caminhar uma vida, mas não podemos construí-la sozinhos..O ser em si nasceu para viver em sociedade, quem vive na solidão morre antes por problemas emocionais.

A emoção é o campo energético mais sensível...

Marcio você diz:

"A grande alienação nasce no sujeito que não tem coragem de assumir sua condição.."

Eu não concordo, pois a grande alienação está no ser que não consegue trabalhar as suas emoções...

Ninguém se apega em alguém por fraqueza, mas por sensibilidade...fragilidade, lembrando que ser fragil não é ser fraco.

Quando muitos me perguntam o que fazer para ser feliz??

Eu apenas penso, TRABALHAR AS NOSSAS EMOÇÕES..pois o cárcere do homem não é a própria religião em si, mas a sua própria emoção...o desencontro emocional infelizmente não permite ninguém construir algo sólido.

Beijos.
Anônimo disse…
Gente, vocês perceberam como o amigo LEVI está moderno??

Está até usando negrito nas palavras em destaque..rsss

Chique no ÚRtimo!! rss..

...
O Marcinho anda ausente porque com certeza, ele deve ter ganho na Mega-sena, e aquela estorinha de Mato-grosso, foi apenas um truque para ele depositar todos os seus dólares e suas riquezas, e comprar casas na praia, para descansar com a família...

rss..
Atena disse…
Marcito:
Se eu tivesse lido este texto em qualquer outro lugar, diria que foi escrito por um Shaumbra. Você relatou com perfeição como entendemos a vida.
Ela é feita de escolhas. O Criador não tem nada a ver com o que fazemos ou deixamos de fazer. A responsabilidade é nossa.
Durante milhares de anos fomos enganados com uma imagem antropomórfica e paternal de deus. Pessoas como eu, que dede a infância era rebelde,não confundem o Criador com o pai biológico ou com a autoridade seja de quem for como o disse Levi).
È sempre uma questão de percepção que é subjetiva e por ser motivada por conteúdos inconscientes não é, necessariamente, verdadeira.
Para finalizar: o ser humano gosta muito de usar palavras como liberdade e felicidade e livre arbítrio. Na realidade nada disso existe. Vivemos numa ilusão. Há um mestre, muito brincalhão que costuma dizer: 'ah, tolos humanos bobos". E o somos.
Gostei do texto.
abraços
Marcio Alves disse…
LEVI

Sim! Inclusive até o nosso desejo é desejar que o desejo desejante do outro deseje a nós, em compensação, o odio pelo outro, sempre é odio de ver nele o que em nós mais odiamos, como o espelho dito por Lacan.

Neste sentido, todo homem não é uma ilha, justamente por sermos nós outro do outro por causa, a partir e tão somente do e no outro.

Abraços
Levi B. Santos disse…
“É sempre uma questão de percepção que é subjetiva e por ser motivada por conteúdos inconscientes não é, necessariamente, verdadeira”. (ATENA)

Se a nossa percepção é motivada por conteúdos inconscientes, é porque antes de nossas racionalizações, em algum recanto de nossa mente, algo influenciou a nossa reação. Entendo que o inconsciente não mente jamais.

O nosso arsenal de defesas psíquicas é quem funciona como um vigia, não deixando passar para a consciência as pulsões que nos provocariam desprazer.

Na verdade, todos nós temos escondidos nesse porão obscuro da psique, “crimes” não ditos e desejos inconfessáveis.(rsrs)
Olá, Márcio. Ótimo o seu texto!

Penso que temos o poder de escrever a nossa história, embroa não depende de nós o seu resultado.

Há pessoas que explicam o que elas colhem por uma mera atribuição a Deus ou até ao diabo. Outros culpam seus pais, cônjuge e família pelo fracasso. Mas, em diversos desses comportamentos, pode haver uma fuga do homem à realidade, uma recusa em assumir a própria responsabilidade pelos erros e acertos.

Entretanto, há variáveis jamais previstas em nosso caminho e daí, penso que devemos agir em busca do alvo que planejamos, mas sempre respeitando humildemente a resposta que a vida nos dará. Ainda asssim, semeamos em meio à incerteza do resultado imediato que, numa linguagem mais poética pode lembrar as palavras do livro de Eclesiastes sobre o "lançar o pão sobre as águas".

No meio disso tudo, contento-me em crer que Deus me ama, minha vida pertence a Ele, recebo Dele graça e, não importa o que ocorrer, sempre serei seu filho. E, se a semente que plantei vai germinar, crescer e dar frutos, não posso prever. Apenas sei que preciso plantar e agradecer ao Eterno pela sua bondade.
guiomar barba disse…
Marcinho meu amigo, estava com saudades de você. Tá proibido de sumir assim de novo tá? rsrs

Realmente, fomos chamados a liberdade, o fato é que nem sempre sabemos usar esta liberdde, ai numa encruzilhada da vida, pedimos ao nosso amigo Deus um conselhozinho, porque sabemos que com Ele não tem engano.

Mas sabe amigo, eu concordo com você cem por cento, muita gente por covardia ou comodismo, entrega a Deus... Quando está tudo errado diz: Deus quis assim...

Beijão.
Eduardo Medeiros disse…
marcinho, você praticamente foi promovido a shaubra pela deusa atena...rsss

quero destacar a tua seguinte frase:

"Por isso, que num certo sentido, somente quando se perde tudo é que se é livre"

isso é verdade; quando nada mais nos possuir, aí seremos livres. li certa vez um filósofo citando um ditado oriental que diz assim:

"se minha casa pegasse fogo, eu salvaria o fogo"
Marcio Alves disse…
EDUARDO

Quando eu morrer, você ficará incumbido de traduzir minhas palavras aos mortais. Rsrsrsrsrs

Na questão da liberdade, penso que ela cobra um preço muito alto, onde somente a experimenta quem dela abri mão de tudo, acho inclusive que poucos ou ninguém tem a coragem de perder tudo por causa dela, em geral, somos covardes e preferimos o cômodo, mesmo quando se é não se sendo o melhor das opções, por simplesmente ser a mais segura, estável, conhecida e controlado....não gostamos de nada desconhecido, arriscado, que perdemos o controle.

Abraços
Marcio Alves disse…
ALTAMIRANDO

Adoro seus comentários indigestos e sarcásticos....estamos precisando de pessoas como você na confraria....e ai, o que achas?? Topa o convite???

Abraços
Marcio Alves disse…
PAULINHA

As escolhas são tidas como certas ou erradas, por causa das conseqüências que advém das mesmas, não por causa delas mesmas, mas a principal questão que temos que ter em mente é: sempre quando optamos por escolher determinados caminhos, estamos fechando outras possibilidades, enquanto outras são abertas, neste sentido, todas as nossas escolhas carregam em si mesmas escolhas e não escolhas que determinarão ou não caminhos e descaminhos, sem contar, que outros caminhantes (ou construtores) serão por nós influenciados na medida em que outros serão por justamente não serem, por isso, é que toda ação, mesmo a não ação é já sendo uma ação e uma escolha, mesmo quando não se escolhe, na verdade já esta se escolhendo a não escolha.

Em relação a trabalhar nossas emoções, denota um pouco de domínio da razão, mas não podemos nos esquecer que o ser humano é um ser que esta para além da racionalidade, onde a própria razão não consegue dar conta resolvendo toda a problemática que se é ser um ser humano, pois a raiz do sujeito se encontra na sua caótica e contraditória existência.

Abraços
Marcio Alves disse…
ATENA

De tanto você falar que eu sou um Shaumbra, estou quase acreditando nisto....já já, vou abrir minha própria seita religiosa, mesmo que esta jure que não é mais uma religião. Rsrsrsrsrs

Na questão da felicidade, liberdade entre outras coisas serem ilusões criadas por nossas mentes, uma vez cheguei até pensar se eu, as pessoas, o mundo tal como nos apresenta, era realmente realidades em si, ou meras ilusões da mente, e sabe a conclusão que cheguei?

Experimente por a sua mão no fogo, ou ficar sem respiração debaixo da água por alguns segundos, e você verá o que é real e o que é ilusão. Rsrsrsrsrsrs

Abraços
Marcio Alves disse…
RODRIGO

Primeiramente, agradecer a deus pelo quê ou porque, se você mesmo disse que tudo depende de nós?
Ou é deus, e tudo esta sendo controlado e manipulado por ele, e neste sentido todo mérito como todo culpa é dele, mas ai não existe nós, ou pelo menos é tudo mera ilusão nossa achar eu podemos escolher ou fazer algo, ou é nós, e não existe deus, pelo menos não numa relação causal dele.

Acredito numa mínima responsabilidade como participação humana, pois nós não passamos de seres conduzidos e determinados pelo determinismo pétreo de nossa condição e condicionalidade tanto do meio sócio-cultural como também biogenético.

O que podemos fazer é fazer o que a vida com todo seu bio-psico-socialismo fez de nós sermos ou não sermos, neste sentido, só podemos jogar com as cartas que recebemos, mas nunca escolhermos quais cartas iremos receber.

Abraços
Marcio Alves disse…
LEVI e ATENA

Os freudianos, lacanianos, como junguianos, na realidade a psicologia como a psicanálise como um todo, usam em demasia o inconsciente, para eles tudo é uma questão explicada através do intrapsíquico, você não acha um exagero?

Não sei não, mas eu tendo a acreditar com todas as minhas vísceras muito mais no extra-psiquico, pois no final das contas tudo que importa mesmo é a dureza objetiva da vida, claro que não quero também aqui partir para um discurso de que o intrapsiquico não tem valor algum, não é isto, mas por outro lado se mantivermos apenas uma visão dentre varias, acabaremos por demais nos tornando reducionistas, onde estaremos resumindo que tudo na vida do ser humano é um palco do intrapsiquico, você não acha??

Abraços
Eduardo Medeiros disse…
márcio, recebe de bom grado a missão de interpretá-lo para a massa ignóbil...kkkkkk

falando de ilusão: creio que quando se diz que o que vemos ou a realidade que percebemos é ilusão é no sentido de que tudo não é o que parece ser. quando você olha uma pedra o que você vê? um objeto compacto, duro, com sulcos, etc. mas se pudermos ver os átomos dos quais a pedra é feita, veríamos algo totalmente diferente.

e átomos são feitos de energia invisíveis; logo, a pedra que você percebe como pedra não existe em níveis subtômicos, na verdade ela não passa de um emaranhado de energias. tudo é energia, inclusive a sensação de por a mão no fogo.

bom, isso não tem nada haver com o tema do seu texto, por isso nem precisa refutar ou concordar...rs

eu já ventilei para o altamirando asua participação nesta confraria; pois então fica aí o convite meu e do márcio: altamirando, você não quer participar desta confraria maluca como autor?
Marcio Alves e Eduardo Medeiros, é com satisfação que aceito o convite de ambos.Com certeza farei desta sala um ambiente digno de um E. Chagas. Só quero que me orientem quanto ao processo. Estarei fora por alguns dias mas darei sinal de vida.
Marcio Alves disse…
ALTAMIRANDO

Já lhe envie o convite, basta aceitar....quanto a postar, basta seguir a ordem alfabetica de autores.

Quaisquer duvidas, chame a PAULINHA. rsrsrsrsrs
Marcio Alves disse…
CONFRATERNOS,

Sugiro que o próximo a postar, seja nosso mais novo membro ALTAMIRANDO.

Por duas razões: primeiro, porque ele é o mais novo membro, e, segundo, porque o nome dele é o primeiro da lista em ordem alfabética.

O que vocês acham??
Eduardo Medeiros disse…
altamirando já chegou indo prás cabeças...kkkkk essa confraria nunca mais será a mesma com o sarcasmo inteligente e às vezes indefectível do alta. a partir de hoje, para mim, ele é o "alta".
Levi B. Santos disse…
“...acabaremos por demais nos tornando reducionistas, onde estaremos resumindo que tudo na vida do ser humano é um palco do intrapsiquico, você não acha?? (MARCIO)


O reducionismo trágico que no hino “vida ou morte, qual vais aceitar...” , cantado tradicionalmente nas igrejas protestantes, por ocasião da “hora do apelo” — não é uma grande verdade psíquica?

Entendendo por morte - ser escravo dos desejos, que Eduardo traduziu como ser escravo do pecado

Sendo assim, a vida não seria a sublimação dos desejos, ao invés da repressão dos desejos? - pergunto eu
Guiomar Barba disse…
Marcinho, tenho a impressão que você respondeu meu comentário para Edu. Estou boicotada? rsrs

Mesmo assim vou entrar rsrs A liberdade oferecida por Jesus, abrir mão de tudo não significa perder e sim não está preso a nada.

Beijão.
Marcio Alves disse…
LEVI

Não quis em momento algum dizer que não ajam verdades do ponto de vista psíquico, apenas disse e reitero que qualquer reducionismo, seja ele do ponto de vista social ou biológico, como psicológico, é reduzir limitando demais ao ponto de empobrece este universo caótico que é o ser humano, que por definição está para além de qualquer definição.

Abraços
Marcio Alves disse…
GUIOMAR

É muito difícil ter alguma coisa sem ser possuído pelo mesmo, ainda mais, quando você possui a idéia de ter que abrir mão de alguma coisa, pois só nesta idéia você já esta presa a idéia de ter que abrir mão, além do mais, só o fato de você desejar ser livre já é uma prisão.

Abraços
Anônimo disse…
Legal Marcinho a idéia de inserir o amigo Altamirando na CPFG, achei magnífico..mais um pensador \0/ \0/

Só lembrando, o Altamirando aceitará o convite enviado por você Marcio, e amanhã à partir das ZERO horas é dever dele postar alguma coisa...

Altamirando, depois de 4 dias sua postagem encerra..e o Edu postará.

Beijos..
MÁRCIO!

Este parágrafo de sua réplica pode resumir com outras palavras a essência do que eu havia escrito:

"O que podemos fazer é fazer o que a vida com todo seu bio-psico-socialismo fez de nós sermos ou não sermos, neste sentido, só podemos jogar com as cartas que recebemos, mas nunca escolhermos quais cartas iremos receber."

Neste sentido, compartilhando agora o meu ponto de vista espiritual, consigo compreender a mão de Deus nos resultados, mesmo sem me tornar fatalista. Ou seja, as cartas que iremos receber, sejam elas boas ou más para as nossas expectativas pessoais, vêm de Deus.

É assim que entendo a vida e tenho buscado agir com gratidão diante dos acontecimentos todos, sem logismos para explicar Deus e tentando evitar atitudes que possam levar-me a uma alienação quanto à minha responsabilidade.

Shalon!
guiomar barba disse…
Marcinho, partindo deste príncipio, liberdade não existiria...
Eu acredito que se eu sou possuida por algo que eu amo e me deixo ser possuida por este algo, não sou presa, eu decidi, portanto sou livre para ser possuida.

Beijo.
Eduardo Medeiros disse…
rodrigo, permita-me levantar uma questão: você diz que "consigo compreender a mão de Deus nos resultados, mesmo sem me tornar fatalista."

creio que é impossível essa equação ficar equilibrada: mão de deus nos resultados = resultados não fatalisticamente provocados pela mão de deus.

o que você poderia dizer mais sobre isso?
Eduardo,

Para mim, alguém tornar-se fatalista significa viver num estado de alienação tal em que o sujeito não assume a responsabilidade de suas escolhas e explica o resultado como sendo algo totalmente alheio à sua conduta: "vontade de Deus", "oposição do diabo", "destino", "coisa do acaso","sou produto do meio", etc. Em outras palavras, eu não encaro as decisões que tomei na vida e saio por aí dizendo que foi vontade de Deus.

Vejamos, pois, o que diz Mishlê (Provérbios). No mesmo livro, podemos comparar a passagem que manda o preguiçodo observar a formiga (Pv 6.6-11) e este outro belíssimo ensino disperso na literatura sapiençal:

"Ao homem pertencem os planos do coração, mas do SENHOR vem a resposta da língua." (Pv 16.1; NVI)

"Em seu coração o homem planeja o seu caminho, mas o SENHOR determina os seus passos" (Pv 16.9; NVI)

"Muitos são os planos no coração do homem, mas o que prevalece é o propósito do SENHOR" (Pv 19.21; NVI)

No caso do preguiçoso, o autor adverte-o com a pobreza e a indigência (6.11), ensinando que o trabalho diligente é um princípio da vida e quem age com negligência poderá colher resultados ruins. Se bem que não vejo esta regra como absoluta porque um rico preguiçoso pode terminar a vida rico, ainda que com menos riqueza do que poderia ter alcançado ou do que tinha antes.

De qualquer modo, os dois tipos de ensino estão corretos e não há necessidade de alguém crer em Deus para comprová-los, visto que são princípio de vida.

Se eu planejo algo para mim, não é certo se irei ou não alcançar porque desconheço as variáveis capazes de influenciar no resultado. Porém, se nada faço para alcançar aquilo que planejei, como é que as coisas desejadas chegarão às minhas mãos? Só se for por um milagre...
Em tempo!

Eu creio que Deus age na História da humanidade e também nos mínimos detalhes de nossas vidas. Também creio em milgares! Porém, sei que existem princípios de vida que, se forem negligenciados, a tendência é que os resultados que planejamos não sejam alcançados.

Não vejo nenhuma ambiguidade nisto.
Unknown disse…
Rodrigo, se decida, ou somos marionetes do filho da puta divino, ou somos donos de nossos narizes.