Lembranças da gaiola

1990.


A reunião daquele dia na igreja Assembleia de Deus no bairro de piedade, Rio de Janeiro, prometia ser conturbada. Um jovem diácono, com um futuro brilhante no ministério da palavra (segundo lhes diziam) estava prestes a chutar o balde...


1980.

O rapaz procurava com afinco, ser um bom cristão evangélico assembleiano. Passara pelas águas do batismo um ano antes e estava extasiado com todo aquele clima espiritual à sua volta. Muitas vigílias. Cultos de oração. Muitos "não pode". O mundo não tinha nada a nos oferecer. O mundo era território do Maligno, do mal, da oposição ao espírito e à vida santa. Santidade. Essa era, com certeza, a palavra que ele mais ouvia nas pregações.


Não podia ir ao cinema. Nem à praia. Nem jogar bola ou qualquer outra brincadeira que tivesse bola. Palavrão, era pecado capital. Namorar, só com o consentimento do pastor e sobre a vigilância implacável das "irmãs de oração", todas, com idades acima dos 50 e cheias de recalques. beijar a namorada na boca não podia. Agora, um abraço afetuoso, também não podia, oras! Andar de mãos dadas era tolerado, menos para o pastor Wilson, que vivia catando casais que descumpriam as suas normas.

1990, Meses antes da reunião.

O jovem diácono nunca tinha lido sobre predestinação, apesar de ler muito, inclusive sobre teologia. Ortodoxa, não preciso nem dizer.Mas ele jamais leria sobre predestinação nos livros que ele costumava comprar. A grande maioria dos seus livros eram devocionais. Livros que ainda hoje, não saíram da sua lembrança: "O Refúgio Secreto" - a história da holandesa Corrie que em plena Segunda Guerra, arriscou a própria vida para salvar judeus da morte. Ou então, "O Contrabandista de Deus" - a história do irmão André, que em plena Guerra Fria, contrabandeava bíblias para a países comunistas. Ou ainda, "A Cruz e o Punhal" - a empolgante história de David Wilkerson, que deixou o conforto de uma igreja de interior para se arriscar pregando para as gangues de rua de New York. E tantos outros.

Anos 80.

Apesar das aulas da EBD, da doutrinação constante na ortodoxia, o jovem tinha um quê de contestador. Ele era louco por alguns "não pode". Nada demais. O rapaz só queria poder jogar bola na rua, com a garotada, sem ser incomodado pelas irmãs de oração. O problema era que ele tinha em casa, uma irmã de oração fervorosa, ortodoxa e moralista até a alma: sua própria mãe.

Oficialmente, eu era proibido de jogar bola na rua. Em casa era até tolerado, mas era muito chato ficar só chutado para meu irmão agarrar e vice-versa. Então, de tanto que eu desobedecia à ordem de mamãe, ela acabou tolerando também os jogos na rua. Mas ela fazia tal qual pilatos: lavava as mãos! se algum irmão passasse e me visse jogando bola com os meninos "do mundo", eu teria que resolver sozinho quando o pastor me chamasse para me dar um sermão sobre como jogar bola impedia a minha santidade.

1988.

O jovem rapaz fez de tudo na igreja: foi líder da mocidade, líder de um grupo musical,  porteiro, professor dos adolescentes, tesoureiro da mocidade, pregador dos cultos da mocidade. Gostava de discutir assuntos bíblicos com os mais velhos e eles viam nele um potencial para o ministério pastoral. O pastor da igreja queria de todas as formas, alçá-lo logo para o presbitério, mas como tinha que seguir a hierarquia eclesiástica assembleiana, primeiro eu tinha que ser diácono.

Mas havia um problema: o jovem não era batizado com o Espírito Santo e por isso, por mais que o pastor quisesse fazê-lo diácono, sem que ele falasse as tais linguas estranhas, não seria possível. A ordem dada foi taxativa: "rapaz, quero consagrá-lo ao diaconato, mas você precisa buscar mais o batismo com o Espírito Santo".

Ele, empolgado com a carreira que poderia ter na igreja, tratou logo de resolver os problemas da língua...

continua.

Euzinho com 15 anos extasiado com as águas batismais
1979

Comentários

Eduardo Medeiros disse…
Aos amigos confraternos que ainda usam fraldas, quero indicar as leituras dos livros que eu cito no texto. São realmente livros muito bons. Não são teológicos, mas trazem histórias edificantes do que o verdadeiro cristianismo é capaz de fazer.

Se algum engraçadinho dizer coisas do tipo: "hiii olha o cabeção do edu" ou "Ô, o edu tá com uma cara de monge franciscano" ou coisas do tipo, eu juro que peço para o meu primo, que é presidente desta confraria, deixar os tais de castigo com 6 meses sem postar nada aqui.

O quê? quem são os menininhos que usam fralda na confraria? ora, o GRESDER, O MARCINHO E O PRIMO PRESIDENTE. A Paulinha Pitagórica, apesar de não usar fraldas, também deveria ler os livros citados, pois ela iria gostar muito, tenho certeza.
Unknown disse…
Acompanhando... até agora, história padrão da galera rsrs
Eduardo Medeiros disse…
É verdade Bill, nossas histórias de vida igrejeira, são bem parecidas.

* * * *

PRIMO-PRESIDENTE: Questão de ordem.

1 - Visto ser você o rei dos templários, ops, dos templates para blog, quero sugerir-lhe que procure um template em que o texto fique um pouco mais extreito, pois facilita a leitura. Eu postei com a fonte que você sugeriu, mas ainda acho que ficou pequena demais, e colocá-la no tamanho grande fique esquesito.

2 - Também acho que o desenho que você fez no cabeçalho está muito bom, mas acho que poderia ser um pouco menor. Para mim, ficaria esteticamente melhor. Mas também pode ser que o tamanho esteja relacionado com este modelo de template. Você poderá saber isso melhor que eu e ponderar o que estou sugerindo.

Sem mais, agradeço a atenção às minhas observações.

* * * * * * *

E aí, primo, ficou legal a minha petição heeeeeeeee
Anônimo disse…
"Palavra do Presidente"

Taquipariu, primão!!! Queimou a largada, Almirante! Era amanhã, primo-professor-secretário-para-assuntos-aleatórios-desta-presidência!! NÃO pede pra sair, seu fanfarrão!!

Mas acalmem-se todos e comentem, por favor, errar é humano. Podemos compensar o Noredson com um dia a mais na sua próxima postagem. Feito?

Comentem então, gente. Depois eu volto para falar sobre o texto propriamente dito.
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Quanto à sua questão de ordem, excelentíssimo membro desta Confraria:

Cara, templates personalizados às vezes são uma dor de cabeça para serem mais personalizados ainda!! Vou ver o que posso fazer.

E, se querer puxar a brasa para a minha, digo, nossa sardinha: viram que o Léo do Púlpito Cristão trocou o antigo template dele pelo... nosso??!! já estamos fazendo escola...

Abraços
Hubner Braz disse…
É curioso como a habilidade de lembrar alguma coisa tem característica seletiva como este texto "Lembraças na Gaiola".

Você se lembra da pessoa que lhe deve algo, mas se esquece facilmente de outra a quem você próprio deve. Lembra de criticar, várias vezes ao dia, mas se esquece de elogiar. Lembra das pessoas que bateram em você, mais quem você bateu, não se lembra. E os momentos marcantes de infancia, ou de uma nova religião... Eu mesmo, frequentava o catecismo, e cheguei até fazer primeira comunhão na catilica, e agora sou evangelico...

Por essa razão, é bastante comum que eu e você sejamos esquecidos naqueles momentos difíceis, de enfermidade, de falência, depressão e, por outro lado, lembrados (com entusiasmo!) quando estamos no topo da profissão, cheios da “grana”, cobertos de glórias por nossas realizações.

Para a sua e a minha felicidade existe alguém que nos tem na memória sempre e sempre, e nos olha com MAIOR carinho naquele momento em que atravessamos o vale das lágrimas, ou chegamos à reta final, sem esperança. Essa pessoa especial é o Senhor Deus.

A pergunta que se coloca é: “Estamos nós nos lembrando, igualmente, de Deus, em todo o tempo, antes que ocorram as crises, para lhe prestar a devida adoração e, depois de ter cessado a tempestade, agradecer sua mão que nos apoiou?”

Embora o Senhor esteja atento a todas as nossas necessidades, o segredo para que Ele se chegue a nós, e nós a Ele (Tg 4:9), é invocar seu nome enquanto está perto (Isa 55:6).

“Louvai ao Senhor que lembrou de nós quando abatidos porque a sua bondade é para sempre.” (Sl 136: 1-23).

“Lembrai-vos das maravilhas que o Senhor tem feito” (I Cr 16:13).

Abraços Eduardo
Eduardo Medeiros disse…
Presidente,

desculpe-me mas fui induzido ao erro pelo marcinho que disse que seria hoje a minha postagem e eu nem percebi...heeeee sei que essa desculpa é esfarrapada mesmo...enfim!

Pô marcinho, quer me queimar com o presidente?????

HUB, meu querido, obrigado pela reflexão. Mas vou te dizer uma coisa: Eu realmente não lembro de me lembrar e nem de invocar o Senhor, visto que não posso me esquecer dele. Afinal de contas, ele não vive em nós?

abraços
Unknown disse…
Meu querido Eduardo Capitão;

"Fui preso" aos 19 anos de idade e das grades da gaiola via o quanto era felz e não sabia.

Esta prisão me tirou os amigos, me tirou a alegria, qual foi o crime que eu cometi? Era feliz e isto não podia!

Hoje me livrei não sou mais "crente" agora sou cristão, pois sigo o exemplo de Cristo falava com as "putas" e jantava com os ladrões não vou nem pedir desculpas pelo palavrão, pois hoje vivo sem culpas tenho Deus no coração.
Levi B. Santos disse…
Caro irmão Eduardo (A paz do Sinhô)

Nossas histórias são muito parecidas, variando em um outro detalhe de menor importância.

Aqui fica a pergunta de um ex-engaiolado Assembleiano (Meu cartão de membro não foi dado baixa ainda - informação recente da igreja central)

Será que em cada coração de ex-engaiolado não residem lado a lado uma revolta pelo que nos foi proibido naqueles tempos e um anseio pela proteção que a gaiola nos fornecia, quando o pavão misterioso nos assombrava?

Sou meio cético meu Deus, mas sabe, âs vezes, invejo a vida dos fervorosos irmãos da gaiola que vivem pela fé, sem questionamentos e sem dores de cabeça. E tudo que acontece de bom e de ruim, dizem resolutamente: "Deus tem seus planos, assim o quis assim o fez, e pronto tá acabada a conversa".

Às vezes penso: "Meu Deus, isso é uma ilha da fantasia!"

Às vezes também penso: "Será que a experiência religiosa não é um meio de se voltar a ser criança de novo e o que denominamos de 'alienação'não é simplesmente a capacidade de se vivenciar a alegria inefável da doce inocência dos primeiros anos?

Aí, já entra o Simbólico, que Eduardo gosta de dissertar.(rsrs)
Anônimo disse…
Eduzinho, Eduzinho...

Depois dessa eu também vou escrever um "post autobiográfico com um fundo de verdade" (sim, o post terá esse nome, portanto não usem ele antes de mim!!!). Só que o meu será um escândalo - em todos os sentidos possíveis e imagináveis. Claro que não vou alardear demais isso para depois não acabar fazendo que nem o Noredson (risos). Minha vida é um "livro semi-aberto", hehe.

Edu, saiba que este teu primo também "já teve um futuro promissor pela frente" e blá blá blá, whiskas Sachê. Na verdade, metade do corpo ministerial da seita que eu frequentava (CCB) me amava e a outra parte queria me ver morto - em vários sentidos também.

Depois que saí daquele hospício virei ateu (uma semana) e depois liberal, teologicamente falando. Após isso, tive uma crise infantil de consciência e me tornei fundamentalista. Hoje sou só eu e os meus devaneios.

Levi, as "crianças" são doces, mas também costumam ser estúpidas. Elas não possuem cultura - "maturidade" - suficiente para raciocinarem muito bem sobre determinados assuntos, como religião e política. Já os adultos também podem ser doces, mas não têm mais o direito implícito de agirem como estúpidos. Nisso reside o "ser adulto". Algo como ser "simples como as pombas - inocentes como as crianças - e prudentes como as serpentes - seres pensantes, como os adultos deveriam ser".

Abraços.
Eduardo Medeiros disse…
Jair,
sair da gaiola é realmente uma experiência excitante. Agora,

Levi,

Será que você tem razão? sempre penso nisso. Aquela irmãzinha simples, sem cultura nenhuma, que nunca ouviu falar em teologia, parece tão felizinha dentro da sua gaiola que ela não considera gaiola porque nem mesmo é capaz de construir essa diáletica na cabecinha que só tem espaço para a fé. Uma fé para nós, infantil, mas para ela, uma fé que lhe traz todos os significados que ela precisa para viver.

Eita, mundo complicado esse de fora da gaiola...

Mas de uma coisa eu sei. Depois que se sai da gaiola não dá mais prá voltar, visto que experimentamos a liberdade de pensar e a liberdade de viver a nossa espiritualidade segundo nosso entendimento e não segundo a cartilha religiosa-teológica-pastoral.

Nada contra os pastores...os sinceros, digo.

Levi, agora eu te pergunto: dá pra viver nessa dimensão da "alegria inefável" mesmo fora da gaiola??

Pergunta extensiva a todos.
Unknown disse…
Jair, seu comentário me fez sorrir, sua rima ficou perfeita.
Anônimo disse…
DuzinhoooOOo,

Já li seu texto e todos os comentários....vou tentar "digerir" tudo, e amanhã (quero dizer hoje, mais tarde rs..) voltarei para comentar um comentário digno...porque agora são 01:01 da matina...rs

Eu disse que você estava ansioso para a postagem, no entanto foi, que postou um dia antes do seu dia ...hahahahahhahah.....

Obrigada pela indicação de livros, depois me passa a relação certinha por e-mail, que vou ler estes livros ... pra mim não tem tempo ruim não...rs

Beijos!!
Agora vou dormir, porque já estou quase pescando em cima do pc..rs
Anônimo disse…
Ahhhhhh.. lembrei galera,

Hoje já é Dia 16 de Março, pois já são 01:07 da Madruga.....Mas este template não marca a hora verídica...rs..

Portanto, é o Dia do Aniversário do nosso adorável, querido e amável EDSON MOURA!!!!

PARABÉÉÉÉÉÉNNNNSSSSSSSSSSSSSSSSSS EDINHOOOOO!!

Muita saúde, paz e felicidades sempre querido!!!!!

P.S. Manda um pedaço de BOLO por via Sedex...Beijos....rsrsr
Anônimo disse…
Parabéns, Noreda!!! Que você viva muito tempo, seja muito feliz e realize quase todos os seus sonhos! (não, não vou explicar esta frase absurda).

Abraço.
Anônimo disse…
E Dona Ana Paula, pare de criticar o template, please?!!
Anônimo disse…
Hahahah......Amigo IsaizinhooOOO...você acabou de passar pelo meu blog né....já repliquei você lá...rs

Ahhh o templatee, se quiser eu dou um jeito nisso, tenho um de borboletinhas...coloridooo....será que a confraria vai amar?! hahaha...

** Já não está mais aqui quem falou!!!! rs...
Anônimo disse…
"Momento feminino" (ou quase)

"Já não está mais aqui quem falou"... por que amiga??? Vamos soltar a franga mesmo, tá pensando o que? Agora eu tenho "imunidade parlamentar" kkkkkkkkkkkkkkkkk. Ah, eu ia amar mesmo, mas os outros membros da Confraria, tirando você e eu, são muito "machos" né? rsrsrsrs

Abafa o caso!!!!
Anônimo disse…
hsaushaushuashaushaushauh........Eu "rolo" de rir com você amigo...

Como é bom não ter compromisso e ficar até 02:00 da madruga falando "asneiras"..hahahah

Beijos...Vou dormir mesmo, porque agora eu quase derrubei o not no chão... a pescada foi grande aqui...acho que pesquei um tubarão...kkkkkkkkkkkk
Marcio Alves disse…
Duzinho

Desculpe minha mancada apressada pensante. heheheheh
Como diz o chavez "foi sem querer querendo". rsrsrsrs
É que eu estava louco para comer uma feijoada, sabe como é que é nê??
Mas sendo honesto, eu também errei, pensei que era o dia de você postar, mas não era, mas depois, no final tudo se resolve, e se tudo não resolveu é que não chegamos no final ainda. (Uma frase fatalista para você. rsrsrsrs)

Outrossim, ficou muito engraçado e ao mesmo tempo emocionante esta sua foto.
Vou explicar: Você esta uma gracinha com este cabeção. hahahahahahah
Mas ao mesmo tempo que estou morrendo de rir, estou com lágrimas nos olhos, pois sua historia é também a minha historia, mas vou deixar para contar talvez em futuro poster aqui na confraria.
Marcio Alves disse…
Outra coisa........porque somente nós - Eu, Gresder e o Isaias - somos meninos que não saíram da frauda ainda???
Você esta esquecendo uma menina que é a mais novinha da turma, pois ela só tem 24 aninhos.....PAULINHA!!!! hahahahahah
Marcio Alves disse…
Agora lendo o comentário do Levi, ele tem razão no sentido que ao mesmo tempo em que nos dá uma repulsa, somos levados a emoção ao lembrarmos do nosso tempo de infantilidade na fé em que vivíamos engaiolados.

Mas a verdade é que, em muitas coisas dá para voltar atrás, mas o conhecimento não nos permite, por isso que ele é uma benção ao mesmo tempo em que é maldição, pois como é bom conhecer, ter autonomia e independência, pois quanto mais se conhece, mas adquirimos o poder de dominar sobre este conhecimento, é muito bom estar livre da gaiola, mas...... não podemos desconhecer o conhecimento outrora adquirido, pois tal conhecimento é como as fases da vida, quando deixamos de ser e pensar como crianças e viramos adultos. Um adulto não pode abrir mão, mesmo que queira de seu amadurecimento, para ser, sentir, agir e pensar como criança. Conhecimento também é igual a responsabilidade, e não somente liberdade.

Mas também Levi, nossa vida é repleta de fases, e isto que reside a beleza, estamos em constante crescimento e mudança, sendo o estagio de uma fé infantil uma necessidade, por isso que não podemos, mesmo que quissemos (não estou dizendo que queiramos, ok?) fazer com que o por exemplo, o HUBNER e a PAULINHA pense como nós já pensamos, pois será muito prejudicial se alguém na fase da infância pular esta fase, para a idade adulta.

(Pelo amor de deus, HUBNER e PAULINHA, não é uma critica, mas apenas uma constatação, pois todos que aqui se auto intitulam fora da gaiola, já estiveram algum dia presos nela, por isso e dai, o nome não poder ser outro, se não: "fora da gaiola".)

Apesar de alternar os sentimentos em meu coração, referente a fase infantil da fé, ora amor, ora ódio, ela é mais do que necessária para o próprio amadurecimento, será o chão, a base de sustentação para o grande edifício que estamos a construir que é a nossa vida e consciência.

Aprendamos com as fases da vida, pois todas elas carregam positividade e negatividade, nos ensinando sempre, nos coroando de momentos bons e maus. Sendo toda fase importante e mais do que necessária. Sejamos crianças até ser crianças, mas também, sejamos adultos quando formos adultos, sejamos o que estamos sendo, ainda não a totalidade do ser enquanto se é, pois sempre seremos nós mesmos sendo nós naqueles momentos de ser.

Abraços a todos.
Eduardo Medeiros disse…
Template com borboletinhas?? Aí vai ter que mudar o nome do blog para os "pensadores que voam no campo de flor em flor"..até que ia ficar bonitinho heee

Primo-Presidente, vou esperar esse teu livro quase aberto.

Marcinho, vocês são os mais bebês da confraria exatamente pela idade, pois foi na idade de vocês que eu comecei a botar as assinhas para fora da gaiola. Mas sobre os livros não é brincadeira não, vocês deveriam ler mesmo e tenho certeza que vocês gostarão.

É marcio, depois que se fica adulto não dá mais prá voltar a ter cabeça de criança, mas somente o coração, aliás, não foi isso mesmo que disse Jesus?

Nas estórias do Peter Park, vulgo Homem-Aranha, uma frase ficou marcada na cabeça do herói: "com grandes poderes vêm grandes responsabilidades".

Como essa frase poderia se aplicar a nós mesmos em nossa situação atual de fé e espiritualiadade?
Levi B. Santos disse…
Eduardo, meu confrade


Creio ainda, que um dia, os depredadores de deus irão parar de jogar fora toda a bela riqueza simbólica existente no campo da religião, mesmo sabendo que esse vigente sistema religioso “gaiolal”, rígido, fechado e anulador da criatividade, esteja trabalhando contra a maturação e o desenvolvimento das pessoas.

Mas o que fazer, quando o fundamentalismo está aí como uma praga, grassando por todo o mundo, e crescendo de forma geométrica, tudo porque as pobres almas acostumadas em suas gaiolas, perderam a capacidade de voar, isto é, de pensar.

E o que fazem eles nessas gaiolas da vida?

Submetem –se pelo medo e pela pressão psicológica aos falsos carinhos dos seus donos. Pobres almas que atrofiaram o seu cérebro, pelo desuso dos próprios neurônios, deixando-se passivamente serem manipuladas pela central de pensamentos dos midiáticos cérebros eclesiásticos.

Temendo exercer aquilo que Deus deu de mais importante (a inteligência, a capacidade de pensar, de questionar, de duvidar), deixam-se castrar, para permanecerem crianças a vida toda. A Bíblia para esses bebês cristãos é apenas um objeto ou brinquedo que se usa para se distrair e que depois se joga fora.

O que fazem essas “crianças-anãs” quando são questionadas e impulsionadas a refletir ou argumentar. Diante de qualquer tema profundo ou assunto melindroso elas se saem com os seus velhos e repetitivos chavões, sempre começando assim:

“A BÍBLIA DIZ QUE.....” ; “ESTÁ ESCRITO, A BÍBLIA DIZ ASSIM....”; “ISSO, VAI DE ENCONTRO AO QUE A BÍBLIA DIZ, LÁ EM.....”. Dá vontade dizer: “#$%%#$&*XW&$Y!!!”

Os papagaios de deus , em suas gaiolas de ouro e prata, não se lembram de que houve Um, que usou a inteligência, sem medo de ser chamado “um fora da gaiola”, quando assim se expressou diante dos antigos pais da “sacrossanta Eclésia atual”:

“OUVISTE O QUE FOI DITO AOS ANTIGOS...” “EU, PORÉM VOS DIGO...”


Mas espera aí! Já estou com vontade de postar tudo isso aqui, lá no “Ensaios & Prosas”. (rsrsrs)



Abçs,
Levi B. Santos
Unknown disse…
Levi, devemos ter a capacidade de dizer:
No chão da vida que andei, penso que (...)
Levi B. Santos disse…
O CORDELZINHO DA “GAIOLA”



Gaiola, gaiola minha
Dos tempos da aventura
Hoje sou uma avezinha
Voando com desenvoltura
Fugiu o medo que tinha,
De voar em grande altura.



No inverno das noites frias,
Quando me lembro de ti
Me abate uma nostalgia.
Quando eu era um “bem-te-vi”
Tocava a mesma melodia:
“Aplausos ao irmão Levi”.



Os dedos em um teclado,
Não o do velho acordeon.
Num espaço virtualizado
Sem as vozes do orfeon,
Sem o peso do pecado
Canto agora noutro tom.



Entrei numa confraria
Dos pensantes pensamentos.
O culpado é o Isaias,
Pois foi com seus argumentos
Que me fez entrar na fria
Do Moderno Testamento.


(kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk)
Anônimo disse…
Mestre Levi,

Uma salva de palmas pra ti....rsrsrs...

Marcitto,

Precisa alarmar que sou a única bebezinha da turma?! hahahahahah...(Abafa o caso!!!)
Anônimo disse…
DU, EDU, DUDU, DUZINHO, DUDUZINHO.....etc e tal...

Lendo esta sua "biografia" pelo caminho cristã.....me dá até uma certa repugnância...ou medo?! de certas igrejas por aí....

Amadinho, glória a Deus que você se libertou desta gaiola....pois afinal, a época da escravidão já terminou, e temos em mão a nossa Alforria....

Agora eu te pergunto...como pode existir pessoas tão "ignorantes" a ponto de aceitarem todas as normas e regimes rígidos impostos por certos homens??!!....."GZUIIS"..hahah

Quando foi que Deus nos proibiu cortar os cabelos, pintar as unhas, passar maquiagem?! Se Ele proibiu, eu não estou sabendo....e pior ainda, eu peco sem saber.....

E se pecamos sem saber, então não pecamos com pecado....(Estou filosofando como a cabeça pensante do MARCIOO)...rsrs...

Mas eu tenho a plena convicção, que 90% das normas nas igrejas são criadas pelos homens que as criaram......

Por isso que sou uma alma "perdida" hahaha....porque ainda não encontrei a igreja certa (se é que existe!!).....e nem sei quando irei encontrar....

Prefiro não ter religião, do que ter apenas por ter, mas ser manipulada o tempo todo...

Duzinho, você está engraçado nesta foto..hahahahaha....que meiguinho kkkkkkkkkkkkkkkk....

Beijos!!
Muita paz no seu coração..

Agora MARCITTOOOOoooOO,

Eu vou começar a cobrar cada vez que digitar meu nome, assim pelo menos vou render um porquinho gordo nesta sala da Confraria...hahahaha.....Esse menino adora me cutucar!!! kkkkkkk
Esdras Gregório disse…
Interessante que os melhores ateu e filósofos e críticos do cristianismo eram geralmente filhos de protestantes ou de pastor mesmo.

Creio que ninguém melhor para conhecer a alma religiosa do que quem foi um dia profundamente religioso, mas não somente religioso convencional, mas aquele que creu profundamente ou pelo menos honestamente.

Não sei se um dia estive na gaiola, tudo foi apenas processo natural do meu modo de vida. cheguei aonde cheguei passo a passo, e fico feliz em saber que o ateísmo é a ultima parada, pois como eu não paro mesmo, quando chegar lá eu volto a crer como criança.

EDUARDO eu quando te conheci já senti a sua tendência ao monismo religioso, e mesmo me julgando mais "prodigioso" do que você eu sempre imaginei que quando eu tiver a sua idade vou pensar semelhante, se é que já não adotei muita coisa.

Toda vez que eu sentia meu ser se "envelhecer" eu sempre orava para Deus não frustrar o menino que um dia eu fui, falo isso porque eu vejo e sinto claramente dentro de você, o jovem crente que você foi um dia.
Minha história é similar à sua, também no Espírito Santo. Qualquer dia comentarei.
Concordo com o Gresder Sil, os melhores críticos do criacionismo já provaram o seu veneno com conhecimento de causa.
Abraços.