domingo, 26 de novembro de 2017

Churrasco dos amigos da confraria no Rio



Neste último sábado (25/11), houve mais um encontro dos fora da gaiola e que ocorreu no Rio de Janeiro. Mais precisamente na cidade de Visconde de Itaboraí, no Bairro Manilha, onde fica a casa da confrade Aline Cleo Vieira (ver foto abaixo).


Tivemos a oportunidade de estar pessoalmente com alguns amigos que, em anos anteriores, chegaram na escrever neste blogue, como os confrades Eduardo Medeiros, Edson Moura Santos (Noreda), Elidia Rosa, Mariani Lima e Donizete Vieira, o qual veio acompanhado da esposa Marta.

Compareceram também outros colegas que conhecemos mais tarde, sendo uns pelo Facebook e outros apresentados no WhatsApp, como a irmã do Edu, Shirlene Medeiros e o marido Márcio, mais o Edson Viana Pinto com a esposa Cristiane, a Elaine Rodrigues (que veio ao churrasco junto com a mãe) e a própria anfitriã Aline. Também vieram algumas crianças.

Almoçamos um delicioso churrasco feito pelo nosso amigo Edinho Viana. Estava uma delícia! Eu mesmo que procuro evitar o consumo excessivo de carne não resisti e caí de boca (no frango e no filé bovino). E bebi bastante mate para ajudar na digestão.





O encontro terminou de noite. Tínhamos programado um amigo oculto que, originalmente, tinha por objetivo presentear o sorteado com algum livro de nossa biblioteca particular. Porém, acabamos compartilhando livremente as obras uns com os outros, sendo que eu havia levado para lá o Mestre dos mestres, de Augusto Cury, e trazido para casa 1968: O ano que não terminou, do jornalista Zuenir Ventura.



 

Finalmente cantamos parabéns para Marta, esposa do Donizete, que estava aniversariando. O bolo de chocolate estava nota 10. Bem do jeito que eu gosto.


Saí de lá de carona com o Márcio e acabei dormindo na residência do Edu, no bairro carioca de Campo Grande que é o lugar mais próximo daqui de Mangaratiba, município onde moro, pois já não encontraria ônibus em Itaguaí que me trouxesse até Muriqui devido ao avançar das horas. Por isso, tomei café da manhã lá com dois casais bem simpáticos.


Mas se vocês pensam que vim de muito longe para curtir esse encontro, estão enganados. Pois eis que os confrades Edson Moura, Donizete Vieira e Elidia Rosa viajaram de outros estados. Por exemplo, o Edson saiu de São Paulo, enquanto o Doni de Campinas. Já a Elidia veio de Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul.

Hoje mesmo, Doni e a esposa estão retornando para Campinas depois de terem passeado brevemente pela Cidade Maravilhosa. Já a Elidia e o Edson (que veio também prestar concurso para o TRE do Rio neste domingo), voltam amanhã.


Espero que, por mais vezes, essa galera se reencontre. E, apesar de não ter sido a primeira ocasião em que as pessoas do grupo estiveram juntas, visto que a última foi na casa do Edinho Viana em Realengo, bairro do Rio (clique AQUI para ler), talvez esse churrasco de Itaboraí tenha sido umas das mais representativas oportunidades de nos vermos presencialmente.

Ótima semana para todos!

quarta-feira, 22 de novembro de 2017

Pico della Mirandola e a dignidade humana







A Renascença caracterizou-se por uma nova atitude diante do mundo. Um movimento que fazia "nascer de novo" toda a cultura clássica grega e latina que ficara esquecida durante a Idade Média. Uma das principais características da Renascença foi o Humanismo - atitude filosófica de que o homem possui uma dignidade própria, não mais vendo-o subordinado e dominado pela religião. O ser humano do Humanismo é um ser autônomo que possui liberdade. Assim como podemos definir o pensamento medieval como "teocêntrico", na Renascença é o pensamento antropocêntrico-naturalista que se estabelece, perspectiva esta que será a tônica da Modernidade. 

Dentre os vários pensadores que podemos citar nesse período, destaca-se Pico della Mirandola. Ele foi considerado a "fênix dos gênios" pela elevada cultura e erudição alcançada em sua breve vida de 31 anos. Sua obra principal foi Conclusões (ou Teses) onde em 900 teses abarcava várias áreas do saber, desde magia, cabala e filosofia. O ponto que se destaca nos escritos de Pico é a DIGNIDADE DO HOMEM. Em seu "DISCURSO SOBRE A DIGNIDADE DO HOMEM", que é considerado o "manifesto da Renascença" e serve de introdução às 900 teses, o humano é exaltado; ele possui algo que os outros animais não possui. Em Mirandola vemos clara essa noção de exaltação, veneração e dignidade que o ser humano possui. 


"
Cada um tem em si próprio dez punições: a ignorância, a tristeza, a inconstância, a avareza, a injustiça, a luxúria, inveja, traição a raiva e a malícia. "


Em que se fundamenta a dignidade humana? Em que o homem pode "construir a si mesmo" enquanto ser livre. Não existe no humano a rigidez predeterminada de ações de outros seres. O ser humano edifica a si próprio - o que pode ser visto como verdadeiro milagre. Nas palavras de Pico: 

Tenho lido, respeitabilíssimos senhores, nos livros antigos dos árabes, que Abdala, o Sarraceno, questionado a respeito de que coisa se lhe oferecia à vista como mais notável sobre o cenário deste mundo, respondeu nada haver de mais admirável do que o próprio homem. Com essa sentença concorda aquela exclamação de Hermes: Ó Asclépio, que portento de milagre é o homem.

 Em outro trecho, pode-se perceber qual a posição do homem em relação aos outros seres:

A mim que excogitava o significado de tais afirmativas, não me haviam persuadido as tantas razões aduzidas por muitos sobre a excelência da natureza humana, a saber, que o homem é o mensageiro da criação, o parente dos seres superiores, o rei das criaturas inferiores, o intérprete da natureza inteira pela agudeza dos sentidos, pela inquirição da mente e pela luz do intelecto; que é ainda o traço da ligação entre a eternidade imóvel e o tempo transitório; ou então, no dizer dos persas, a cúpula; ou melhor, o himeneu de todo o universo; enfim um pouco menor que os anjos...

A razão da admiração de Pico pelo homem: 

Isso acontece (admiração) em virtude da condição que lhe coube em meio a todo o universo, de sorte a tornar-se alvo de inveja não só para os seres inferiores como até para os astros e mesmo para as inteligências ultraterrestres. Esse fato incrível e estupendo (...). O homem, na verdade, é reconhecido e consagrado, com plenitude de direitos, por ser, efetivamente, um portentoso milagre. 





* * * * *

Renascimento: movimento de renovação cultural que ocorreu desde a segunda metade do século XIV até o início do XVII, na Europa, em vários campos dos conhecimento humano, que vão desde as artes, a literatura, a pintura, a escultura, a arquitetura até a seara filosófica. 

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Obras de Pico:

- Discurso sobre a dignidade do homem (Oratio de hominis dignitate) - 1480
- Conclusões filosóficas cabalísticas e teológicas (Conclusiones philosophicae cabalisticae et theologicae) - 1486
- De ente et uno - 1480


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obra de referência: História da filosofia
moderna. Fábio L. Ferreira, ed  Intersaberes



Texto publicado originalmente no blog   https://lectioquestio.blogspot.com.br/ 

terça-feira, 14 de novembro de 2017

"comecei com uma letra maiúscula e termino com o ponto final"



Por Núbia Mara Cilense


"Escrever é fácil: você começa com uma letra maiúscula e termina com um ponto final. No meio você coloca idéias." (Pablo Neruda).

Mais uma vez estou sem inspiração.

Pedi ajuda ao Neruda, mas ele não foi muito claro. De pouco me adiantou.

Nesses dias, parece tudo nebuloso, sendo uma neblina de cortar a faca. Daí eu rodo, rodo, rodo e nada sai.

Decido escrever sobre o vácuo. Não sei o que tem lá. Talvez o nada.

Mergulho nesse nada e descubro que ele é profundo, escuro e frio. Um frio que parece nevar. Não se enxerga um palmo a frente do nariz.

Não sei aonde essa viagem vai dar. Isto é, a viagem ao nada. Sei apenas que comecei com uma letra maiúscula e termino com o ponto final.


OBS: Extraído do blogue Cantinho da Núbia  em https://cantinhodanubia.wordpress.com/2017/11/14/decimo-dia/

quinta-feira, 2 de novembro de 2017

Inseguranças na calada da noite – Confissões do Ex Endemoninhado Gadareno ao seu amor Annabelle


Agora são 02h05min da manhã e não me surpreendo de estar acordado.

Se fosse assim há um ano eu não teria sido surpreendido por minhas ações. Apanhado desprevenido, ou até mesmo envergonhado de mim mesmo. Eu não ligava pelo o que pensavam ou falavam de nós... Mesmo que prendessem meus pés e minhas mãos, eu arrebentaria, quebraria, me livraria, para estar ao seu lado.

Meus demônios eram a céu aberto. Nos sepulcros. Sem mascaras, sem roupas e sem casa. Para que todos pudessem ver. Eu tinha vergonha, sentia ciúmes e era pegajoso. E tudo isso era por causa de você, cuja única esperança de tê-la eternamente era controlando os seus atos, suas ações, sua vida.

Eu estava inseguro. Em algum ponto da nossa relação, de alguma maneira eu não controlava as emoções e isso me machucava. Sabia que eu nunca seria forte o suficiente para ir embora da sua vida. Não era simples me livrar de você, tentei várias vezes e depois de numerosas tentativas falhadas, descobri que o mundo desmoronou em mim.

Incrível é..., como você resistia...

Você veio. E mesmo eu, no controle da situação, achei mais fácil mascarar o medo do abandono, o medo da rejeição e o medo de não ser bom o bastante para você.

Como eu poderia deixar você saber que eu estava machucado? Que meu coração estava tão desmantelado, antes de me conhecer ou do frio na barriga que sentia por você, que era tão estranho para mim. Nós meses anteriores, não te conhecia, na verdade, eu nem reconhecia o meu próprio sorriso. E agora tudo está reconhecível e mesmo assim os demônios permanecem comigo.

Eu escondia meus demônios de você. Para você, eu ainda valia alguma coisa. Era bonito, e não um gordinho desprevenido. Sincero, e não um mentiroso pederasta. Encantador, e não um antipático arrogante. Eu estava feliz, talvez um pouco louco, pois oscilava ligeiramente o meu temperamento, mas eu estava apaixonado.

Não é dramático...

Mesmo os momentos em que mal pronunciava alguma coisa, se transformavam em momentos íntimos memoráveis em que eu me esforçava em ser adorável e não tão estúpido. E mesmo sabendo do problema geográfico entre nós, em eu querer ser seu mundo e você apenas querer me abraçar... Eu era freqüentemente atormentado pelos demônios interiores.

Neste dia, ou noite, não sei... Já são 03h37, eu continuo com os olhos abertos. Tudo isso porque o meu amor por ti ainda está além da minha compreensão.


Este ano... Meus demônios ficaram entorpecidos. Sem o meu conhecimento, eles vinham se fortalecendo, e eu sentia isso o tempo todo. Como eu poderia ter sabido que você tentava fazer-me sentir como o garoto mais sortudo do mundo, tão especial e feliz... Eu era cego, e aqui bem no fundo ainda me sentia inseguro.

Eu não gosto de relacionamentos que durem momentos, pelo menos não é do tipo que me dá certa segurança. E por falta de segurança, os demônios invadiram, se apropriaram, subjugaram, dominaram, escravizaram, controlaram, aprisionaram a minha mente e o meu corpo, fazendo com que eu perdesse a capacidade, cognitiva, emotiva, sensitiva, perceptiva e psicomotora.

Nada estava normal, percebia que a cada dia que passava eu sentia mais a sua falta e menos daquelas pessoas que diziam: “Oh, agora dói, porem passando um mês você não vai nem sentir." ou "você vai encontrar alguém novo, em algum momento da vida".

Eles deveriam saber que você é a única que posso contar de verdade. E a verdade é que não esta sendo fácil ver você entre as suas amigas. Não são as reuniões entre vocês, que além de afastar-me de ti, me deixa inseguro. Mas o que me deixa inseguro é esses rapazes que transformam em formigas para querer medir o nível de açúcar que está em seu corpo. Todos querem ter você por perto. E agora, como você quer que eu me considere... Apenas um amigo! Não poderei fazer nada mais do que sentar, e manter-se tranqüilo e torcer para que eles não sejam mais encantadores do que eu.

Recentemente, a minha inveja veio à tona. Mais forte do que antes, eu não consegui controlar a emoção. É atacou-me várias vezes, atravessando as linhas do fuso apaixonante e transpassando os limites da psique. Mesmo assim, você me achava atraente, deixando o meu ego possessivo injustificado.

Conforme os dias passavam, minhas inseguranças e auto dúvida continuavam a expor-se sob a forma de pesados suspiros, agarrando-me e deixando-me sem controle sobre meus pensamentos, palavras ou lágrimas.

Ontem, de manhã, já era de se esperar, cheguei ao mais baixo nível.

Quanta avaria sentia o meu coração. Travou o funcionamento interno da minha mente confusa. Eu chorei um monte. E agora decidi revelar todas as minhas inseguranças, os meus medos, os demônios. Simplesmente aconteceram, todos os meus sentimentos afloraram. Eu tentei manter escondido de você por muito tempo, mas agora escapou, na sua frente foi em forma de choro silencioso, por traz de você foi manifestado em revolta.

Tão revoltado fiquei, que andei nos sepulcros, noite e dia, cortando-me com as pedras que via no chão. Nem as melodias da harpa de Davi eram capazes de acalmar os meus demônios, fiquei violento de tal maneira que ninguém conseguia me segurar. Você viu tudo, eu não queria e você sabia disso. Mas eu não poderia enganar você.

Certo Mestre veio em minha direção e ordenou para que meus demônios saíssem. Mais eles resistiam, voltavam e se apoderavam novamente de mim. Foi quando um dos meus demônios disse: “Que queres comigo, Jesus, Filho do Deus Altíssimo? Rogo-te por Deus que não me atormentes! Será que eu estava tão ligado assim... pior que eu estava, pois eram Legiões. O Mestre olhando os meus demônios decidiu que não iriam mandar eles para o abismo e sim para uma manada, ao irem, eu me senti liberto e a manada se atirou do precipício.

Ao ser liberto, eu não conseguia parar de chorar. As lágrimas continuaram simplesmente a correr e quando eu disse “obrigado”, elas jorravam como cachoeiras deslizando pelo meu rosto. Nem 10 minutos se passaram... Para me sentir bem. Senti o vento tocar as gotas do meu rosto, o cheiro de mar e de terra molhada. Admirei o azul do céu, o verde das árvores, o colorido das flores e você. Fui vestido, sentei-me e decidi vomitar as palavras no Mestre... Joguei para fora todas as minhas inseguranças. Você me viu ao longe e talvez pensasse que eu só estaria um pouco louco. Mas compreendeu que eu fazendo dessa forma as dores que sentia iriam sumir gradativamente.

O mestre atentamente me escutou, eu expressei o meu desejo de segui-lo, mais ele falou que seria melhor eu ficar com a minha família e relatar o livramento dos meus demônios ao povo de Decápolis. Foi o que eu fiz, e todos se maravilharam. Mais algo estava errado, mais uma vez, eu estou sentido medo de ti perder, é sinto me consumindo por dentro. Concluo neste exato momento, que eles não desaparecem assim tão facilmente, e eu não sou mais ingênuo o suficiente para acreditar que eles podem desaparecer por completo. Mas quando olho para você, definitivamente me sinto um pouco mais normal do que talvez eu realmente seja...

No ano passado nós amamos e rimos, cantamos músicas bobas e falamos da época de criança. Choramos e gritamos. Dissemos algumas coisas dolorosas um ao outro. Eu fui teimoso, às vezes. Você foi egoísta de tal forma altruísta, fomos completos idiotas em alguns momentos. Confessávamos das perseguições, dos tempos ruins, das reincidências e sentenças, entre muitos outros obstáculos e segredos insanos.

Você esteve lá, do meu lado, para me ajudar em muitos aspectos e só espero ter retribuído esse carinho a altura. O ano passado tivemos ocasiões altas e baixas, mas ainda estávamos juntos, e de alguma forma conseguíamos formar uma amizade honesta, verdadeira e respeitosa para com o outro. Você se tornou minha melhor amiga, minha amante, a mulher dos meus sonhos.

Enquanto minhas inseguranças aparecem por dentro de mim mantendo-me por certo tempo acordado até a madrugada chegar, às vezes elas deixam-me sentindo acusado ou agravado parecendo que os demônios surgirão com mais força. Só sei que a cada “abraço” seu, me sinto confortável e me torno normal, pois seu coração bate no mesmo ritmo do meu♥.

4h25min.

O Gadareno (Sem nome, sem uma origem familiar definida)

(Uma História de Ficção)
Referencia: Mt 8.28-34; Mc 5.1-20; Lc 8.26-39; 26 Navegaram para a região dos gerasenos, que fica do outro lado do lago, frente à Galiléia. 27 Quando Jesus pisou em terra, foi ao encontro dele um endemoninhado daquela cidade. Fazia muito tempo que aquele homem não usava roupas, nem vivia em casa alguma, mas nos sepulcros. 28 Quando viu Jesus, gritou, prostrou-se aos seus pés e disse em alta voz: “Que queres comigo, Jesus, Filho do Deus Altíssimo? Rogo-te que não me atormentes!” 29 Pois Jesus havia ordenado que o espírito imundo saísse daquele homem. Muitas vezes ele tinha se apoderado dele. Mesmo com os pés e as mãos acorrentados e entregue aos cuidados de guardas, quebrava as correntes, e era levado pelo demônio a lugares solitários...

Viva São Cosme e São Damião!

Aí um texto publicado no Facebook pelo historiador e deputado Chico Alencar que confere um bom sentido às crenças religiosas e aos costume...