Sem senhores e sem capatazes: Um carnaval aquilombado pelas massas

Por Hertz Dias* O capitalismo tornou-se um fardo insuportável nas costas de nossa classe. Nos setores oprimidos das semicolônias o fardo pesa em dobro. Por isso, o desejo de jogá-lo ao chão é cada vez maior, algo que se refletiu com muita força no carnaval de 2018. A Escola de Samba “Paraíso do Tuiuti” expressou isso na Marquês de Sapucaí. 75 minutos para desfilar, 130 anos de abolição para questionar, 500 anos de exploração e humilhação para denunciar. Emocionante, revoltante, necessário. E não foi só essa escola de samba que transformou as passarelas em “tribunas populares”, foram várias escolas de sambas e blocos alternativos de todo Brasil que resolveram escancarar o verbo com enredos e marchinhas politizadas. Não se trata de um suposto retorno nostálgico à raiz do nosso carnaval, pelo contrário, o que existe é muita luta pela sobrevivência nas trincheiras da guerra social, necessidade de denunciar o genocídio negro como fez brilhantemente a Beija Flor, de mostrar que “...