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Mostrando postagens de novembro, 2018

Uma revolução que ainda não foi feita no Brasil

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Estava hoje lendo um artigo publicado em 03/07/1994, de autoria do poderoso Antonio Ermírio de Moraes (1928 — 2014), ex-presidente do Grupo Votorantim, o qual chegou a ser um dos homens mais ricos do Brasil. Seu texto, que coincidiu com a época do início do bem sucedido Plano Real, teria sido profético também sobre o que veio a ocorrer durante o período de crescimento da economia brasileira na era petista, tendo em vista que os investimentos do governo na área da educação ficaram aquém do que o país precisava. Fato é que, apesar do Programa "Toda Criança na Escola", iniciado no governo FHC, e que teve prosseguimento com Lula e Dilma, mesmo universalizando o ensino, não se proporcionou ao nosso jovem a necessária qualificação para o enfrentamento do mercado de trabalho. Tanto é que, antes da atual crise, quando o Brasil ia bem, chegamos a importar mão-de-obra para algumas atividades. Sendo assim, o nosso crescimento acabou sendo mesmo "efêmero", como o lúcido em...

A nossa luta coletiva vencerá. Não deixemos nos abater em tempos sombrios!

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Por Francisvaldo Mendes de Souza * Vivemos mais de 20 anos de ditadura militar e, possivelmente, sentir o peso de todo aporte autoritário bate muito duro em todos nós. O pior que dessa vez o caminho foi a via democrática: a estrada do voto dando legitimidade por meio da escolha da maioria. Assim, a dor dessa realidade ganha maior profundidade. A democracia que existe não é para maioria, sabe-se bem disso, pois só os ricos desfrutam do bom e do melhor na sociedade, no entanto ela se apresenta para todas as pessoas, com a ideia ilusória de igualdade ou de merecimento entre todas. Contudo, é preciso compreender que o voto não é a única veia de realização democrática, apesar de ser relevante. A participação popular é de igual importância, diariamente, seja na fiscalização e nos questionamentos ao poder instituído. No último dia 28, um domingo, vimos a maioria das pessoas escolher, por “via democrática” o retorno da política tradicional das oligarquias atrasadas e veremos, no dia a...

A legitimação da cultura da violência pela pregação de Bolsonaro

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Por Leonardo Boff* A campanha eleitoral de Jair Bolsonaro para a presidência de República se caracterizou pela pregação de muito ódio, exaltação da violência a ponto de ter como herói um dos mais perversos torturadores, Brilhante Ustra e admirar a figura de Hitler. Fez ameaças aos opositores que não teriam outra alternativa senão a prisão ou o exílio. Pregou ódio a homoafetivos, aos negros e negras e aos indígenas. O Movimento dos Sem Terra e dos Sem Teto seriam considerados terroristas e como tal tratados. Os quilombolas nem serviriam para reprodução. Foram ofensas sobre ofensas a vários grupos de pessoas e minorias políticas. Talvez a maior desumanidade mostrou quando disse às mães chorosas que procuravam corpos e ossos de seus entes queridos desaparecidos pela repressão por parte dos órgãos de controle e repressão da ditadura militar: “quem procura ossos são os cães”, Bolsonaro disse. Este foi o discurso da campanha. Outro está sendo o discurso como presidente eleito, dentro...

Que a nossa República possa reencontrar-se

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Hoje, dia 15/11/2018, feriado nacional em homenagem à Proclamação da República, é mais uma data que serve para a nossa reflexão. O Brasil acabou de passar por uma eleição e esse evento não completou nem um mês, sendo que muita gente ainda está no embalo da escolha do capitão da reserva Jair Messias Bolsonaro para presidir essa República relativamente jovem de seus 129 anos. E, apesar de estar chegando o Natal, pode-se dizer que a grande maioria dos brasileiros continua ligada na política sem aderir ao clima de festa. Bolsonaro não foi o meu candidato, porém agora é o presidente eleito de todos nós. Sua vitória nas urnas foi incontestável e reflete o anseio do brasileiro por uma mudança radical na política. Tanto é que vários deputados, senadores e governadores foram eleitos por influência dessa decisão coletiva. Assim, vive-se no momento, um aguardo das escolhas do novo presidente quanto aos futuros nomes de seu governo dando sinais do rumo ideológico tra...

Obrigada, Bolsonaro

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Por Maria Ribeiro  Eu não sabia que a gente era tão forte. Você nos juntou, você nos levou pra rua Eu já tinha tentado o tênis, a natação e a ginastica olímpica. Com 14 anos e praticamente conformada com o pingue-pongue mediano e a pequena moral adquirida nas aulas de redação e teatro, resolvi dar uma última chance ao judô. Era a derradeira oportunidade dada à minha existência em movimento. Naquela estrada de terra entre a infância e a idade adulta, entre aquele ser e não ser absolutamente solitário da cabeça e do corpo, em meio à inadequação ao balé clássico e à incapacidade de me relacionar com qualquer tipo de bola — e com aquele garoto bonito que vinha do São Bento —, me veio a possibilidade do tatame. Saber cair. Por que não? Me atraíam o uniforme unissex, o convívio com o cromossomo y, a luta no chão de forma assumida (quase todas as lutas são no chão, mas poucos têm coragem de admitir), o contato físico, a selvageria organizada. Foram dois anos sem muita re...

Grande frente de valores ético-sociais

Por Leonardo Boff* Estamos vivendo tempos política e socialmente dramáticos. Nunca se viu em nossa história ódio e raiva tão difundidos, principalmente através das mídias sociais. Foi eleito para presidente uma figura amedrontadora que encarnou a dimensão de sombra e do recalcado de nossa história. Ele contaminou boa parte de seus eleitores. Essa figura conseguiu trazer à tona o dia-bólico (que separa e divide) que sempre acompanha o sim-bólico (o que une e congrega) de uma forma tão avassaladora que o dia-bólico inundou a consciência de muitos e enfraqueceu o sim-bólico a ponto de dividir famílias, romper com amigos e liberar a violência verbal e também física. Especialmente ela se dirige contra minorias políticas que, na verdade, são maiorias numéricas, como a população negra, além de indígenas, quilombolas e outros de condição sexual diferenciada. Precisamos de uma liderança ou um colegiado de líderes, com o carisma capaz de pacificar,de trazer paz e harmonia social: uma pessoa ...