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Mostrando postagens de março, 2019

Precisamos de uma educação do coração

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Por  Tenzin Gyatso, o 14º Dalai Lama* Quando o presidente dos Estados Unidos diz "Primeiro a América", ele está fazendo com que seus eleitores se sintam felizes. Sou capaz de entender isso. Mas, de uma perspectiva global, esta afirmação não é relevante. Hoje em dia, tudo está interconectado. A nova realidade é que somos todos interdependentes uns com os outros. Os Estados Unidos são uma nação que lidera o mundo livre. Por essa razão, peço ao seu presidente que pense melhor sobre questões de âmbito global. Não há fronteiras nacionais quando se trata de proteção climática ou de economia global. Tampouco há fronteiras religiosas. Chegou a hora de entendermos que somos todos seres humanos iguais neste planeta. Quer desejemos ou não, precisamos coexistir. A história nos diz que quando as pessoas perseguem apenas seus próprios interesses nacionais, há conflitos e guerras. Essa visão é míope e estreita. É também não realista e desatualizada. Vivermos juntos como irmãos e i...

Previdência, economia e Constituição

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Por Luiz Fux A Previdência Social é um sistema de seguro obrigatório em que o trabalhador participa por meio de contribuições mensais e recebe, em contrapartida, o benefício de uma renda no momento em que estiver inapto, seja pelo advento de aposentadoria seja pelo de riscos econômicos como a perda de rendimentos em razão de doença, invalidez, maternidade ou até mesmo a morte de cônjuge. No contexto brasileiro, muito se discute a respeito da necessidade ou não de uma reforma. Nesse diapasão é que, em 20 de fevereiro deste ano, o presidente Jair Bolsonaro e sua equipe econômica, chefiada pelo ministro Paulo Guedes, entregaram uma proposta. O equilíbrio das contas públicas depende da atuação conjunta dos três Poderes. O Executivo deve organizar a política previdenciária, imprimir maior eficiência à gestão e, eventualmente, propor alterações legislativas para reorganizar as finanças em face de projeções etárias, déficits orçamentários e etc. Por sua vez, ao Poder Legislativo ...

Um futuro com "panem et liber"

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Outro dia, no  Facebook , um internauta apresentou-me uma questão através da área de comentários numa das postagens recentes do meu perfil pessoal. Em sua fala, ele colocou o seguinte que passo a citar com correções: "(...) entenda que esse planeta assim como outros que foram habitados também vão sumir, acabar. Acho que o senhor já se deu conta do quanto a tecnologia está acabando com os empregos. De um lado, ela leva prazer a quem a utiliza e, por outro, ela vem para dissipar milhões de emprego. E quem não se atualizar vai ficar no sub-emprego. Eu lhes pergunto, Dr. Pessoas estão a cada dia mais perdendo seus empregos. Empresários fechando as portas, os pequenos e médios então nem se falam. O que fazer, doutor, ainda mais em cidades em que a tecnologia demora mais a chegar, mas chega e, quando chega, as pessoas não estão preparadas para ela. Aí vem quem se preparou e leva o pouco que tem?" Confesso que, há mais de duas décadas, penso a respeito disso e...

O conservador e o reacionário

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Por Gabriel Zani* Quando eu entrei na Faculdade de História, achava que o curso seria relativamente fácil. Acreditava que seria algo como "decorar datas" e memorizar "nomes importantes" do passado. Contudo, não foi bem assim. Primeira aula de Metodologia da História e veio o choque. Conceitos e mais conceitos. Via a boca do professor se mexendo e não entendia absolutamente nada. Suando frio e olhando para o teto da sala de aula, percebi o quão errado eu estava sobre o que era, de fato, a História. Ao longo do curso, com muito suor e algumas lágrimas (confesso), fui compreendendo o que é o fazer e o pensar histórico. Algumas vezes, pensava comigo mesmo sobre como as coisas estavam do lado de fora da faculdade. Quantas pessoas acreditavam que a "História é só um monte de datas e livres interpretações", assim como eu entendia no início do curso? No Brasil, de fato, há um considerável desconhecimento sobre o que é História. O ensino de história...

Mulheres

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DURANTE MUITO TEMPO, quando a sociedade era iminentemente patriarcal, nós decidíamos quase toda a vida das mulheres. Determinamos como elas deveriam falar, sentar, vestir, casar, se comportar. Hipocritamente, dividimos as mulheres entre as que eram para "comer" e as que eram para "casar". Fazíamos questão em público de tecer louvores à virtude da castidade feminina e da honradez da mulher casada enquanto no privado, satisfazíamos nossos instintos sexuais com as putas que nós chamávamos nas rodas de cidadãos respeitáveis de "vadias", "mulheres de vida fácil", "piranhas", "safadas". Curiosamente, por uma dessas ironias da história, essas tais hoje fazem questão de se autoafirmarem com todos os adjetivos que nós criamos para elas. Durante séculos, determinamos que elas eram o "sexo frágil", quando nós sabíamos que elas possuíam uma fortaleza que nós jamais poderíamos ter. Determinamos que haviam assuntos de home...

Neste carnaval, mais do que nunca eu sou Mangueira!

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Desde criança, eu já tinha duas agremiações pelas quais nutria certas afinidades. Uma era o Flamengo, time de futebol pelo qual meu pai torcia alucinadamente e que, desde os primeiros dias de vida, fez-me um seguidor do rubro-negro havendo me vestido com uma fralda com a estampa do escudo do clube. Já a outra simpatia que eu tinha era pela escola de samba Estação Primeira de Mangueira. Ou simplesmente,  Mangueira ... Entretanto, jamais fui um fã do Carnaval e nem cheguei a ter grandes paixões pelo futebol. Anualmente, sempre que rolavam os desfiles das escolas de samba do Rio de Janeiro, nos meses de fevereiro e março, torcia para que a Mangueira vencesse. Só que, até os tempos de adolescente, nunca me ligava no samba-enredo de nenhuma delas, sendo que me chamavam mais a atenção os carros alegóricos, algumas fantasias e, logicamente, as mulheres quase peladas cujos corpos e movimentos mexem com a libido de qualquer macho. É possível que as três vitórias ...

Sexo e Carnaval

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Por Hélio Couto Quando se separa o sexo do amor, todo tipo de conseqüências ruins aparecem.  Lembrem que tudo que atrapalha nossa evolução afetiva, mental e emocional também é ruim pros negócios. O sexo nos seres humanos tem de ser uma expressão de amor. Quando é separado da afetividade, causará problemas físicos, mentais e emocionais naquele que está manipulando ou fazendo sexo sem amor. A baixa auto-estima é inevitável. Desvalia, desmerecimento e vazio interior. Um orgasmo sem afeto é nos seres que tem auto-consciência um ato biológico apenas e se o problema é descarregar essa tensão, qualquer masturbação resolve isso. Sexo como agressão, poder ou domínio criará profundas somatizações emocionais e espirituais. Quando mais se faz isso mais se afasta da essência interior; da Fonte da própria pessoa. Essa é a visão do mais profundo nível da personalidade. Onde todos os problemas ou soluções estão. Nossa sociedade está tão afastada do sentimento de amor com sexo e de se...

“A Amazônia não precisa ser conquistada; precisa ser respeitada”

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No começo do mês passado, teve início um seminário organizado pela Secretaria Geral do Sínodo intitulado: “Rumo ao Sínodo Especial para a Amazônia: dimensão regional e universal”. Tal evento trata-se de uma das muitas iniciativas que a Secretaria Geral do Sínodo dos Bispos está realizando para preparar adequadamente o Sínodo Especial sobre a Amazônia , o qual terá lugar em Roma em outubro próximo. Durante a ocasião, o bispo franciscano, Dom Evaristo Spengler , Bispo da Prelazia do Marajó (PA), falou a respeito do tema “Ecologia, Economia e Política”. Leia na íntegra o seu discurso: Quero iniciar retomando as palavras do papa Francisco na Laudato Si’: “A ecologia estuda as relações entre os organismos vivos e o meio ambiente onde se desenvolvem. E isso exige que se pare para pensar e discutir acerca das condições de vida e de sobrevivência de uma sociedade, com a honestidade de pôr em questão modelos de desenvolvimento, produção e consumo. Nunca é demais insistir que tudo está ...