sexta-feira, 23 de dezembro de 2022

A Economia no Governo " Lula 3"

 


Ueslei Marcelino/Reuters


Dos "pais do Real" à grande mídia que apoiaram direta ou indiretamente a eleição de "Lula 3", sinais de apreensão surgem diante do que foi anunciado do que será o próximo governo em sua gerência da economia. Os sinais são preocupantes e podem ser sintetizados em duas palavras: "gastança irresponsável"

Ontem, dia 2212/2022 a Folha de São Paulo em editorial expôs suas preocupações com a nova administração da economia do país. Antes, Estadão e O Globo já tinham feito editoriais parecidos. Abaixo, faço um resumo dos principais pontos do editorial da Folha.

1 - Na opinião da Folha, a equipe econômica de Lula tem uma visão ultrapassada e corporativista.

2 - O governo Bolsonaro, apesar do "atraso civilizatório" conseguiu melhorar a economia mesmo em um cenário global ruim.  O crescimento do PIB foi além do esperado (3%), o emprego voltou a crescer, a inflação depois de uma tendência de aumento tem tendência de queda e a dívida pública voltou a números pré-pandemia. 

3 - Era preciso de fato recompor o orçamento de 2023 para contemplar a ajuda às famílias mais necessitadas e outros pontos  merecem atenção: os preços com tendência de alta, juros estão elevados e a economia dá sinais de desaceleração. 

4 - O caminho mais sensato seria uma intervenção prudente na despesa pública, responsabilidade fiscal que produz queda da inflação e dos juros, a volta do crescimento sustentável que é o que de fato, reduz a pobreza, aumentando os investimentos em infraestrutura e saneamento.

5 - Tudo indica que Lula vai tomar outro rumo com duplicação dos gastos, insistência na envelhecida tese contra privatizações de estatais ineficientes que sangram os cofres públicos, continuação da política corporativa que premia a máquina estatal inchada e na crença equivocada que a prosperidade depende da expansão contínua do Estado. 

6 - A gastança poderá produzir um impacto positivo na economia, porém, será de curto prazo.

O editorial concluiu dizendo que a imprudência orçamentária de Lula começa repetindo os erros do segundo mandato de Dilma e não os acertos do primeiro mandato do próprio Lula. 

À conferir. 


Link completo do editoria da Folha: Editorial




terça-feira, 1 de março de 2022

O RIO COMEÇOU COM GUERRA

 


Por Chico Alencar*


A Ucrânia é aqui? Guardadas as diferenças de tempo, espaço e equipamentos, sim: o Rio, acampamento militar fundado em 1o de março de 1565 (há 457 anos, portanto), era um "quartel" para a guerra da ocupação colonial portuguesa contra os rivais franceses e  contra os primeiros donos da terra, os tupinambás (ou tamoios).


Os franceses ocupavam a atual Ilha do Governador (então chamada  "do Gato") desde 1555. A chegada da expedição de Estácio de Sá, sobrinho do governador geral Mem de Sá, os fez reforçar suas defesas e preparar um forte ataque. 


As terras do "Novo Mundo" (novo para os europeus conquistadores) estavam divididas entre Espanha e Portugal, pelo Tratado de Tordesilhas (1494). Luís XII, da França, ironizava: "em que artigo do seu testamento Adão repartiu a Terra entre essas duas coroas?". 


No conflito colonialista, os índios resistiam, eram dizimados ou aliciados, viravam bucha de canhão. Mas quase ninguém fala de sua presença na história da nossa fundação - a não ser como aliados dos vitoriosos, os portugueses. Araribóia é o "bom selvagem". Como em toda guerra, a grande massa dos nativos - maior vítima da conflagração - ficou anônima.


O povoado original, ao pés do Pão de Açúcar, ganhou o nome de São Sebastião, em homenagem ao rei menino D. Sebastião, que desapareceria em 1578, em batalha contra os muçulmanos, e seria mitificado. Tempos de espírito cruzadista, onde se matava e morria era "em nome de Deus".


A matança era, como sempre, também "por dinheiro": em meio a todos os perigos aqui ("entre o mar bravio e os índios ferozes", relatou Estácio), a extração do pau-brasil prosseguia. E tanto portugueses quanto franceses mantinham o sonho do "Eldorado", de encontrar o caminho dos metais preciosos.


Mas havia uma diferença daquelas guerras com as de hoje: os seus mandantes iam para o campo de batalha, como foi o caso de D. Sebastião. E também o de Estácio de Sá, que morreu em 1567, aos 47 anos, de males gerados por uma flechada no rosto.


Nossa bela e machucada cidade começou com sangue humano manchando a linda paisagem. De lá para cá, crescemos muito. Aprendemos a conviver melhor?


Viva o Rio! Não às forças da morte!


(*) Francisco Rodrigues de Alencar Filho, mais conhecido como Chico Alencar, é historiador, professor e político carioca filiado ao Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), tendo sido deputado federal pelo Rio de Janeiro durante quatro mandatos consecutivos.

OBS: Imagem referente ao quadro Invasores de Antonio Parreiras (1860-1937) - Museu Antonio Parreiras, Niterói - Wikimedia Commons. Sexdo o artigo extraído do Facebook em https://www.facebook.com/chicoalencar/posts/513609676787280

Viva São Cosme e São Damião!

Aí um texto publicado no Facebook pelo historiador e deputado Chico Alencar que confere um bom sentido às crenças religiosas e aos costume...