"Não ficará ninguém para contar"

Por Luiz Pinguelli Rosa(*) No último ano, a questão da guerra nuclear ocupou freqüentemente as manchetes dos jornais e o noticiário da televisão. Várias foram as razões para isso, a começar pelo endurecimento dos Estados Unidos no caso dos mísseis estacionados na Europa, aumentando os riscos de uma guerra nuclear com a União Soviética. Não estaremos a salvo, no Brasil, de uma guerra total no hemisfério norte, pois os efeitos globais nos atingirão. A mistura de ar do hemisfério norte para o sul é maior do que antes se previa, trazendo mais rapidamente as partículas radioativas, levantadas pelas bombas, para cá. Ainda mais, surge hoje, concretamente, o perigo de uma corrida armamentista na América Latina, incluindo especialmente o Brasil e a Argentina, que estão mais à frente na tecnologia nuclear. Neste momento de reconstrução democrática de nosso país, esta é uma questão central exigindo um compromisso claro do futuro presidente, apesar das limitações que o sistema do Colégio Eleitoral...