Dizer, como Mark
Twain, que «o Antigo Testamento mostra Deus como sendo injusto, mesquinho,
cruel e vingativo, punindo crianças inocentes pelos erros de seus pais e
pessoas pelos pecados de governantes, vingando-se em ovelhas e bezerros
inofensivos, como punição por ofensas insignificantes cometidas pelos
proprietários», é a blasfêmia erudita. Prefiro a forma popular dos espanhóis a
dirigirem-se à hóstia ou a nomearem a Virgem mas nada é tão estimulante como
ouvir um calabrês, com a bela sonoridade da língua italiana, a classificar
Deus.
O crime de blasfêmia
é uma sobrevivência medieval que ainda contamina os códigos penais de alguns
países republicanos, laicos e democráticos. Para o espírito obtuso dos clérigos
é uma blasfêmia duvidar do pobre Moisés que subiu a pé o Monte Sinai, para
receber de Deus as tábuas com os Mandamentos, ou do arcanjo Gabriel que voou
até à Palestina para dizer a uma pobre judia que estava grávida. Esta gente
deve fumar erva suspeita ou tem azar na escolha dos cogumelos.
A blasfêmia está
para os ateus assim como a confissão
para os beatos. A primeira é pública e a segunda, privada. A confissão é uma
arma a serviço da Igreja, a blasfêmia é um desabafo individual. Na primeira, as
pessoas põem-se de joelhos e falam baixo para uma só pessoa – o padre; na
segunda, fala-se alto, para quem quiser ouvir, através de vocabulário
indecoroso nos salões mais frequente nas feiras, nas ruas e nos bares. O que
surpreende é o fato de os códigos penais de países civilizados acolherem como
crimes atos tão estimulantes como a blasfêmia e de os punirem com penas de
multa ou de prisão. Eu admito que Deus não goste do que eu penso dele, já que
me é indiferente o que ele pensa de mim. Irracional é poder ser-se punido por
insultar quem não existe. E pior, sem o ofendido, se queixar!
A descrença não me impede de ver a
importância da religião na formação das sociedades primitivas. Evoluir é muito
difícil, mas, com um pouco de esforço os anencéfalos fundamentalistas cristãos
poderiam aprender com a história o quão errados estão sobre seus conceitos. As três religiões abraamicas são o maior lixo criado pela humanidade.
Países com belo passado - Arábia, Iraque, Turquia vêm suas culturas destruídas
aos poucos pelo islamismo. A Faixa de Gaza apresenta precárias condições de vida, não há infra estrutura
adequada e consequentemente a economia é extremamente debilitada. Apenas 13%
das terras da Faixa de Gaza são aráveis. Mesmo sem oferecer condições, a Faixa
de Gaza é um dos territórios mais densamente povoados da Terra, conta com 1,4
milhões de habitantes no pequeno território menor que o Estado de Alagoas. Sua
população é extremamente marcada pela religião islâmica, sendo mais de 99% dos
habitantes fiéis muçulmanos. Entre estes se destaca ainda a soberania dos
muçulmanos sunitas. O restante da população professa a fé cristã, mas não soma
sequer 1% dos habitantes. A língua mais falada na Faixa de Gaza é o árabe,
seguida pelo hebraico.
“Mudarei a sorte de meu povo de
Israel; reedificarão as cidades assoladas, e nelas habitarão, plantarão vinhas
e beberão o seu vinho, farão pomares e lhes comerão o fruto.
Plantá-los-ei na sua terra, e, dessa terra que lhes dei, já não serão
arrancados, diz o SENHOR, teu Deus” (Amós 9.14-15).
Existem duas polêmicas com relação a
Israel. A primeira é se a promessa feita a Abraão era uma promessa de terra
real ou do céu. A segunda é se a terra real prometida a Abraão e seus
descendentes é uma promessa incondicional ou dependente da obediência de Israel
a Deus. A partida de Israel em direção à Terra Prometida foi literal porque
eles foram para um Egito literal. Depois de quatrocentos anos, eles haviam se
transformado numa nação de três milhões de pessoas, que partiu fisicamente de
um Egito literal para uma Terra Prometida literal – e não para o céu. Então, a
terra prometida foi um presente de grego, uma invasão infrutífera de uma terra
inóspita ocupada por pobres cananeus. Blasfemar contra este Deus é jogar pedra
na lua. Ato praticado por judeus, xiitas, sunitas, palestinos e outros
tresloucados seguidores da mesma crença, apesar da terra prometida ser uma
blasfêmia contra fiéis seguidores após 400 anos de escravidão. Uma bela lenda.