O Ralo

Elídia Rosa ao mergulhar na dor, ela não imerge só um pouco. ela afunda. ao sentir alegria, seu corpo não apenas vibra, ele adentra num lago profundo, sem fundo de felicidade intensa. dia desses, ela sorriu depois do beijo e na hora de se entregar, sentia como se numa vertigem, estivesse lavada, numa enxurrada incrivel de sensações molhadas. logo depois, ao chegar em casa, no banho, chorou, chorou, e escorria com a água, toda dor, misturada, e com os olhos molhados nessa mistura olhou o ralo. pensou na sua vida, em tudo que sentia viu naquele pedaço escuro sem fundo um pouco de si, de seu mundo a água que ali corria, ela via o que não sabia, desconhecia, era para onde tudo isso ia. ___________________________ http://repensandodiferente.blogspot.com.br/2013/03/o-ralo.html