Por Levi B. Santos
Faz parte de nossa tradição considerar
que abaixo de Deus está o Imperador no comando do destino de nossa Colônia. Para
confirmar o fascínio que os líderes carismáticos exerciam sobre o povo, o escritor Cassiano Nunes, em seu livro - “Cartas
do Povo Brasileiro ao Presidente”, mostra com fortes cores o sentimento de
inferioridade dos colonos ante os poderes “divinos” dos imperadores.
Quem estudou História do Brasil, sabe
muito bem como os missivistas do tempo de nossa colonização se dirigiam ao Rei.
Curvando-se até o chão imploravam “A nossa esperança está primeiramente em Deus
e depois em Vossa Excelência!". A sentença era certeira: qualquer um que
duvidasse ou discordasse dos decretos imperiais o destino seria o calabouço.
Mas lá se vão mais de 120 anos, e o
rescaldo dessa cultura, de forma aparentemente sutil, ainda permanece enraizada
em nosso inconsciente. Hoje, os calabouços funcionam com outras nuances. Os métodos
que os reis da Venezuela e do Brasil usam e abusam contra seus opositores podem
até não tirar a vida, mas tiram o pão, e castram a alma da vítima, maculando
seu passado e seu presente, além da perseguição que brutalmente atingem até os
familiares dos inconformados no meio da sociedade.
O Jornalista Adriano
Ceolin,
em um recente artigo, veiculado pela Revista VEJA desta semana, intitulado ― “Um Grito de Não à Fraude” ― trata do dilema de um servidor
demitido sumariamente por mostrar que sua consciência não estava à venda. Diz o
autor do texto: “Há dois tipos de servidor público. Um deles serve aos
políticos e, por isso, ascende na hierarquia e acumula prestígio e patrimônio
rapidamente. O outro serve ao país, enfrenta interesses poderosos e, por isso,
muitas vezes passa dissabores no trabalho". Leonardo Rolim sentiu nos ombros o faro de pertencer
ao segundo grupo. Segundo o “status quo”, esse técnico de carreira caiu na "besteira" de corrigir um erro crasso que estimava ser o rombo da previdência em 40 bilhões (fonte do governo), quando na verdade o rombo era de 50 bilhões. Resultado: terminou sendo mandado para a geladeira.
O seu superior hierárquico, o ministro da previdência, sob pressão do governo,
e para não perder a boquinha, fez essa ignominiosa declaração à imprensa:
“O
Rolim é um ótimo técnico, mas não é hábil politicamente. O Rolim por não aceitar
a farsa (maquiagem estatística pré-eleitoral) perdeu o cargo".
Segundo José
Júlio Senna
(PhD em Economia pela Universidade de Baltimore, EUA), em seu livro “Os Parceiros do Rei” (Editora Topbooks), mostra que esse vil procedimento vem de
muitas eras. Eras em que "os vassalos (futuros funcionários públicos - grifo meu) dependiam
da vassalagem para o próprio sustento, ao passo que os vassalos não podiam
prescindir da proteção oferecida por seus superiores.
Atualmente, institutos de pesquisas, como o IBGE,
com oito décadas de existência, vêm sofrendo pressões e mais pressões do
governo para maquiar para baixo a taxa atual de desemprego no país. O IPEA,
segundo a Folha de São Paulo, forja dados para afagar o ditador “mui amigo”, Maduro,
da Venezuela.
Aqui no Brasil, o IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada)
tornou-se um grande cabide de empregos para os parceiros do Rei. A Petrobrás
virou instrumento de arrecadação para campanhas políticas e enriquecimento
pessoal, tendo até entrega de dinheiro em domicílio.
A CGU está aí a apontar o Ministério da
Saúde como o campeão de desvio de dinheiro nos últimos dez anos. (VIDE
LINK). Às barbas do ministro Padilha (aquele do Mais Médicos) funcionava um
esquema criminoso que montou um laboratório de fachada para lavar dinheiro, envolvendo nada mais e
nada menos que o vice-presidente da Câmara, segundo o que foi noticiado no
mundo inteiro pela imprensa e Televisão.
Há razão demais para entender porque o
poder acachapante do Governo não mais admite alternância no posto maior da
colônia. O ensaísta J.R. Guzzo, em seu mais recente artigo, elenca
os motivos, pelos quais, “o
projeto do PT não pode cair”.
Diz ele em seu mais recente artigo ― “A
Casa Não Pode Cair”:
“Em
vez de trabalhar para construir um Brasil mais justo, confortável e promissor
para os brasileiros, todo o esforço do partido se concentra em não largar o
osso do governo. O que muda, se saírem, não é nada que tenha a ver com idéias,
princípios ou valores; o que muda no duro, é a sua vida material: Vão se embora
20.000 altos empregos que tem no governo federal. Vão-se embora as oportunidades
ilimitadas de negócios com o poder público. Vão-se embora as Passadenas, os
mensalões. Ficam as fortunas criadas nos porões da Petrobrás. Ficam as
rosemarys, os youssefs e milhares de outros com eles. Ficam o caviar de Roseana
Sarney, os jatinhos, os planos médicos milionários. Ficam as diárias de hotel a
8.000 euros. Fica um STF obediente.Mas que tudo, fica garantida a impunidade”.
Pasmem! E vejam a que nível chegaram as
estripulias do poder imperial:
Segundo
a Folha de São Paulo, O PT, nesta Páscoa, criou um evento para treinar ativistas
(um exército digital) a fim de nas redes sociais divulgar ações positivas do
governo Dilma-Lula e rechaçar notícias negativas. O PT estadual de São Paulo
(com os impostos dos contribuintes) arcará com as despesas de estruturas. LEIAM MAIS AQUI
Guarabira, 20 de abril de
2014
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