Isto normalmente não acontece todo dia. Eu me descrevo como um garoto comum, bonito, alto e magro. As pessoas tinham mania de elogiar a minha fisionomia, mas eram pessoas que eu não levava tão a sério. Foi quando a conheci. Havia algo em mim que ela gostava. E eu estava louco em convidá-la para sair. Porem não podia parar a minha pesquisa sobre o “Rock”, afinal a banda Êxodos iria cantar no Rock in Rio. Então continuamos na fila...
Eu estava tão envolvido com a pesquisa que já tinha descoberto que o termo “Rock” foi usado pela primeira vez por cantores gospel na América do Sul em meados de 1940 e 1950 para significar algo semelhante ao êxtase espiritual. E como não fui ao primeiro Rock in Rio em 1985 por ser ainda uma criança. Fui decidido há ir este ano, por isso peguei meu carro e aqui estou na Cidade do Rock que ficava próximo ao Rio Centro, em Jacarepaguá. Só que não sabia que seria premiado na fila por uma bela moça que roubou a minha atenção.
Com os ingressos na mão e nervoso por está ao lado dela, tomei a iniciativa de oferecer uma carona. Ela aceitou, joguei a bagunça do carro para o banco de traz, ela sentou, relaxou e a conversa fluiu. Comentei sobre minha família, que são cristãos tradicionais fundamentalistas, em que eles não viam com bons olhos o “Rock and Roll”. Ela dizia que embora seus pais soubessem que a origem do rock fosse influenciada pelas músicas country, blues e principalmente gospel, eles também não queriam expor ela a este tipo de músicas por ter sinônimo de rebeldia, ritmos hipnóticos, guitarras apaixonantes e excesso de liberdade.
Foi tão fácil com ela. Eu poderia ser eu mesmo sem se preocupar em ser o mais certinho do mundo. Aproveitei para colocar uma música por nome “ That's All Right, Mama ” falei a história desta música, em que foi a primeira música de Rock and Roll gravado que se tem conhecimento. Não quis tirar os créditos da gravadora, então dize que a gravação foi feita pela Sun Records, e o cantor era nada mais nada menos que Elvis Presley lançando o seu primeiro disco gospel um compacto simples em 1954.
Ao contar esta pequena história, percebi pelos seus olhos a sede de querer saber mais e mais. Era incrível, parecia que ela amava cada pedacinho de mim. Eu, totalmente embriagado por tudo que via nela deixei de lado minhas pesquisas estudantis e comecei a estudá-la sem ela perceber.
Eu a olhava face a face, seu rosto parecia familiar, seu lábio a denunciava. Os olhos compostos por luzes e sombras eram complementos da sua maravilhosa estrutura. A nuca e o cantinho onde o nariz se transforma em bochecha era a porta dos futuros beijos.
No instante me peguei pensando alto, sussurrava. - Que olhos lindos e travessos - a compreensão de que algo aconteceria era fato notório. Eu me peguei com os meus dedos tocando as palmas de suas mãos fazendo uma interligação entre ela e eu como peças de um quebra-cabeça.
Um abraço espontâneo surgiu em meio a caricias, o envolvimento corporal transbordava de calor, seus braços nos meus, seu corpo no meu. Em seguida, foram, troca de olhares, falta de ar, suor caindo no chão.
E por fim, ela encolheu os ombros, levantou uma das sobrancelhas, percebi seu nariz marcado pelo estofado dos bancos, ela deu uma risada e disse:
- Obrigado por hoje ser meu, por não ser um idiota. Por deixa-me entrar, por querer-me tanto como eu te quero. Por precisar de mim o quanto eu preciso de você. Obrigado por você, e por tudo, porque vamos juntos e juntos estaremos lá. Foi ótimo te conhecer, e nós se encontraremos lá.
Quando ela me disse que tinha que ir, eu não sabia o que fazer. Eu me perdi de paixão por ela, e só ficamos por um curto espaço de tempo juntos. Mas estava decidido, era como se conhece ela há muito tempo. Então eu falei:
- Quero passar o resto da minha vida com você...
Ela olhou para traz, jogou um sorriso no ar, parecendo que concordava em tudo que eu falava e se despediu. Em seguida, liguei o carro, troquei o CD, e tomei rumo a minha casa ao som da banda Êxodos da década de 70.
Ela olhou para traz, jogou um sorriso no ar, parecendo que concordava em tudo que eu falava e se despediu. Em seguida, liguei o carro, troquei o CD, e tomei rumo a minha casa ao som da banda Êxodos da década de 70.
A ansiedade que eu sentia de ver-la era tanta, que esqueci completamente do real objetivo "por quê eu estava lá?" fiquei louco para encontrá-la no dia seguinte lá no palco mundo... Nem eu imaginaria que encontraria um amor na fila do Rock in Rio...
Uma História de Ficção escrito por Hubner Braz
Comentários
Legal o texto.
E então? Vocês se reencontraram depois?
para deixar abraço amigo e agradecer por termos ficado juntos mais um ano,
desejar também que este ano lhe traga muitas alegrias, e grandes vitórias.
Atenciosamente. António.
PS. tive de seguir outra vez porque estava sem foto, ou sem endereço.