Os
neandertalenses se separaram do ancestral que partilharam conosco entre
600 e 550 mil anos atrás. Tinham uma capacidade craniana parecida com a nossa
que fica numa média de 1.520 centímetros cúbicos. Eram fisicamente mais
robustos que nós, com peito cilíndrico e músculos mais fortes e usavam cerca de
60 utensílios diferentes. Muitos encontrados naturalmente em seu habitat.
Teoricamente os
neandertalenses tinham as mesmas chances de se tornarem como nós no sentido de
uma espécie hominídea inteligente capaz de viajar no espaço e comunicação
interestelar. Não existem provas de que os neandertalenses tenham avançado além
do ponto em que desapareceram há 30 mil anos atrás. Embora os paleontólogos
discordem sobre muitas coisas, existe uma concordância quase total na
literatura de que os neandertalenses não estavam a caminho de uma evolução
substancial como a nossa. Eles eram organismos perfeitamente adaptados ao seu
ambiente. Viviam em harmonia com a natureza, suas ferramentas continuaram
imutáveis por mais de 200 mil anos. Só quando as culturas do alto paleolítico
surgiram, há 35 mil anos, a inovação e a ordem arbitrária se diferenciaram.
Mas, segundo a
interpretação do paleontólogo Ian Tattersal, quando se compara a base do crânio
nos registros arqueológicos sobre a capacidade do homem de Neandertal e seus
precursores é difícil evitar a conclusão de que uma linhagem articulada como
conhecemos hoje, é atribuição única de humanos modernos. A estrutura craniana
dos mamíferos tem a base plana, mas nos humanoides é arqueada. No homem de
Neandertal ela quase desaparece. A julgar por sua base do crânio, (posição
relacionada com a altura com que a laringe se localiza na garganta) os
neandertalenses tinham habilidades verbais mais fracas do que outros arcaicos
sapiens que viveram milhares de anos antes. O abismo entre nós e o resto da
espécie hominídea seria então transposto por nossos ancestrais. Será que só a
inabilidade verbal causou este suicídio intelectual?
O Homo Sapiens
evoluiu posteriormente como descendente dos primeiros humanos, mas não houve
nada de inevitável nisto. O Homo Sapiens porém, não é um organismo muito
diferente do Homem de Neandertal, faz o mesmo que seus antepassados faziam mas
um pouco melhor e muito diferente. Se a inteligência é um resultado previsível
dos poderes da natureza, por que apenas uma espécie hominídea conseguiu
sobreviver por tempo suficiente para fazer a pergunta: O que aconteceu com
aqueles australopitecos bípedes e usuários de ferramentas? O que aconteceu com aqueles Homos de grandes
cérebros produtores da cultura habilis, erectus e neandertalenses? Se os cérebros eram tão grandes, por que
todas as espécies, menos uma, foram extintas?.
Há milhares de anos
atrás uma espécie de hominídeo classificada como Homo Sapiens sentiu
necessidade de usar mais a sua capacidade cerebral provando que a necessidade é
a mãe da invenção. Pelo fato de a evolução biológica ser basicamente um passeio
aleatório no espaço de todas as possibilidades genéticas, ele tem sido muito
lento. O cérebro não possui uma CPU única que processa cada comando em
sequência. Ao contrário, possui milhões de processadores trabalhando juntos e
ao mesmo tempo. O cérebro é constituído de cerca de 100 bilhões de neurônios de
centenas de tipos, cada um deles contendo corpo celular, axônio, numerosos
derdrídos e terminais axônicos que se ramificam para outros neurônios em
aproximadamente mil trilhões de conexões sinápticas entre estas centenas de bilhões
de neurônios.
A criatividade
envolve um processo de padronicidade ou de descobrir novos elementos e gerar
produtos ou ideias originais a partir dele, mas carece de certo exercício
cerebral constante. Os neandertalenses não tinham ou não desenvolveram esta
capacidade. Apesar de todo este esforço para atingir este estado evolutivo, a
raça humana precisa melhorar suas qualidades mentais aumentando sua
complexidade para enfrentar novos desafios. No decorrer dos últimos milênios o
homem descobriu que a terra não é plana, não é o centro do universo e que há um
infinito número de sistemas iguais ao solar em outras galáxias muito maiores
que a Via Láctea além de desvendar inúmeros mitos formados por sua crença
primitiva.
Apesar das evidências, uma substancial parcela da humanidade
continua acorrentada à idade média. Como os Neandertais, esta parcela da
humanidade não está a caminho de uma evolução eminente. Suas crenças continuam
imutáveis por mais de três mil anos. A involução psíquica tem cerceado a esperança
destes elementos a trilharem o caminho da inteligência. Como, talvez, no
passado ocorreu com o homem de Neandertal e o homo Sapiens que por algum motivo
um se extinguiu enquanto o outro está contando sua história.
Do lado biológico o limite da inteligência
humana tem sido fixado pelo tamanho do
cérebro que é determinado pelo canal do parto.
Acredito que nos
próximos cem anos conseguiremos desenvolver bebês fora do corpo humano de modo
a eliminar esta limitação favorecendo os implantes neurais, aumento de memória
e pacotes de informações mil. Tais seres parecerão menos conosco. Como será
batizada esta nova espécie, Homem Cibernético?
E no 4º, 40º ou no 400º século dC estarão perguntando: Qual o
tamanho da força que levou os cristãos, muçulmanos, budistas e outros
fundamentalistas a optarem pela extinção?
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