quinta-feira, 4 de setembro de 2025

Os bolsonaristas vivem em um paradoxo

 




Por Hermes C. Fernandes


Se Bolsonaro não tentou o golpe, então traiu as expectativas de sua própria base, incluindo aqueles que acamparam diante dos quartéis e os que arriscaram tudo nos atos de 8 de janeiro. Nesse caso, ele foi covarde. 


Mas, se ele foi fiel à sua base, então tentou o golpe. Nesse caso, além de cometer um crime, traiu a pátria que jurava defender. Logo, ao afirmar que não tentou para escapar da justiça, ele está sendo covarde. De um jeito ou de outro ele foi ou está sendo covarde.


O mesmo paradoxo se repete em seus “patriotismos”: dizem amar o Brasil, mas ostentam bandeiras de potências estrangeiras. Antes pediam intervenção militar; agora clamam por intervenção internacional. É o que só pode ser chamado de patriotismo reverso.


E a contradição não para aí. Com o ídolo preso e prestes a ser condenado, apelam para os direitos humanos, os mesmos que desprezavam ao exaltar uma ditadura que torturava e matava sem direito de defesa. Chamam de “ditadura” o STF, mas têm saudades de um regime que cassou direitos, inclusive o direito de se manifestar. Se o golpe houvesse sido bem-sucedido, manifestações contra o regime seriam suprimidas. 


No fim, vivem reféns do próprio labirinto de incoerências que ajudaram a construir.

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